Os 10 melhores jogos de ação para PlayStation 2
Por Felipe Demartini • Editado por Jones Oliveira |
Toda lista de melhores jogos do PlayStation 2 é ingrata, simplesmente, pela quantidade de clássicos eternos lançados ao longo do ciclo de vida de um dos consoles mais bem sucedidos da Sony. Quando falamos de games de ação, a tarefa se torna ainda mais complexa, pois é justamente neste gênero que estão alguns dos títulos mais marcantes não somente da trajetória do vídeo game, mas também de toda a indústria.
Afinal de contas, quem nunca ouviu falar em nomes como Resident Evil 4 ou God of War? São títulos que, inclusive, receberam sua boa dose de relançamentos e remakes que renovaram ainda mais essa adoração eterna, algo que também está prestes a acontecer com Metal Gear Solid 3. Snake Eater foi lançado originalmente no PS2 e, até hoje, é visto pelos fãs como um dos melhores jogos de todos os tempos.
10. Mercenaries: Playground of Destruction
Um inusitado título de mundo aberto que não teve tanta popularidade na época de seu lançamento, apesar das boas notas na imprensa. Quem o jogou, entretanto, provavelmente lembra dos tiroteios e explosões em uma versão ficcional da Coreia do Norte, na pele de mercenários com alvos bem determinados e nenhum alinhamento a governos ou facções.
Mercenaries: Playground of Destruction foi desenvolvido pela Pandemic Studios, das versões clássicas de Star Wars Battlefront, e apresentava uma jogabilidade pouco linear. Em um mundo aberto, o jogador era livre para agir e escolher seus alvos, bem como de que forma agradaria uma facção disponível e atrairia o desprezo de outra. Isso também se refletia na jogabilidade, com o personagem principal sendo mais ou menos atacado de acordo com esse alinhamento.
Enquanto membros-chave de governos e organizações eram dispostos como cartas de baralho, de acordo com o nível de importância, o jogador também podia escolher a própria abordagem, seja explodindo tudo ou adotando um estilo mais elegante de assassinato. O título chegou a receber uma sequência, Mercenaries 2: Wold in Flames, na transição do PS2 para o PlayStation 3, enquanto planos de continuação da franquia foram abandonados após o fechamento do estúdio.
9. Call of Duty 3
O último game antes da revolução que tornaria a franquia o que ela é hoje ficaria marcado pela variedade de campanhas. Mais uma vez situado na Segunda Guerra Mundial, o jogador podia escolher entre as histórias passadas por soldados americanos, britânicos, canadenses ou poloneses no fronte ocidental e na aproximação do final do conflito.
Entre 14 missões de história e o modo multiplayer que firma ainda mais suas bases tradicionais, Call of Duty 3 também tentava variar a campanha com objetivos não lineares, com múltiplos caminhos e escolhas para serem feitas pelo jogador. Além disso, vinham novos elementos de interação, como sequências de combate próximo ou montagem de explosivos a partir de comandos exibidos na tela.
8. Star Wars Battlefront 2
Este é um daqueles games que a comunidade ansiava pelo retorno, mas se decepcionou quando efetivamente aconteceu — o jogo de 2015 não tem nada a ver com o clássico do PS2. Continuando aquela que é considerada uma das principais marcas de Guerra nas Estrelas nos games, o título da LucasArts nos colocava diretamente nos confrontos do início do Império, um momento turbulento em que soldados, Jedis e Siths estavam no centro das atenções.
Star Wars Battlefront II chamou atenção, na época, por trazer elementos mais narrativos, focados nas memórias de um soldado do exército de clones, enxergando de perto a queda da República e o estabelecimento de um novo regime de governo. Além do solo, as batalhas também podiam acontecer no espaço, ainda que este elemento fosse um extra dos mais adorados pelos jogadores.
A campanha, logicamente, era acompanhada de um modo multiplayer e também modos com objetivos especiais, como um que emulava um jogo de tabuleiro e adicionava maior estratégia aos conflitos armados. Como não poderia deixar de ser, Star Wars Battlefront II também trazia personagens clássicos da franquia espacial, em um conjunto que até hoje é lembrado como um dos melhores da série.
7. Ratchet & Clank
A franquia que se estendeu por gerações e chegou até mesmo às telas de cinema começou no PlayStation 2. Em 2002, a Insomniac Games dava início à série de jogos tridimensionais que oferecia múltiplas formas de encarar inimigos e enigmas, além de minigames que variam a jogabilidade e tornam este um jogo atrativo para usuários de todas as idades.
Ratchet & Clank mostra o encontro dos dois personagens títulos na tentativa de impedir os planos de Drek, o vilão que deseja criar um novo planeta para sua raça às custas da destruição de outros. Fazer isso era extremamente satisfatório, com uma grande quantidade de armas e opções de combate complementadas com diálogos bem-humorados e com muita personalidade.
6. Max Payne 2: The Fall of Max Payne
A Remedy é, hoje, uma das desenvolvedoras mais consagradas do mercado de jogos. Há 20 anos, porém, ela começava a firmar as bases que a fariam ser considerada como tal na continuação de um dos shooters mais peculiares da época. As influências dos tiroteios de Matrix e do cinema noir, mais uma vez, davam origem a um título clássico que também marcava o fim de uma era, no último game da saga desenvolvido pela criadora original.
Publicado pela Rockstar, que assumiria a marca na sequência, Max Payne 2: The Fall of Max Payne se passava dois anos após os eventos do primeiro game, com um protagonista ainda atormentado pelo próprio passado. Mal sabe ele que, ao se reencontrar com uma velha amiga, também estará diante de uma teia de conspirações e traições que colocaram sua moral à prova.
Enquanto a história é contada através de painéis como os dos quadrinhos, a jogabilidade expande em elementos na comparação com o primeiro. Além do conhecido efeito bullet time, Max também podia se mover rapidamente pelos cenários, enquanto um novo conjunto gráfico trouxe novas possibilidades de exploração de cenários e movimentação.
5. God of War 2
Em mais uma sequência que foi além das bases já sólidas e de alta qualidade do original, o retorno de Kratos em seu combate contra as divindades da mitologia grega elevou a barra. Ainda que tenha uma jogabilidade e até estilo similar ao do primeiro, o maior conforto dentro da proposta e os avanços aplicados pelo estúdio de Santa Monica da Sony transforaram este em um jogo aclamado até os dias de hoje.
God of War II, novamente, nos coloca no combate contra harpias, minotauros, ciclopes, grifos e outras criaturas míticas que se colocam no caminho da vingança do Bom de Guerra contra as divindades do Olimpo. Após matar Ares, Kratos está agora no encalço de Zeus, em um título viciante que é considerado, até hoje, como um dos maiores exemplos já lançados do subgênero hack and slash.
4. Shadow of the Colossus
Como se todos os games citados até aqui já não fossem clássicos, chegamos aos medalhões absolutos da era PlayStation 2. Neste caso, uma das obras-primas do lendário criador Fumito Ueda nos levava a um mundo ao mesmo tempo vazio e cheio de história, habitado apenas por criaturas gigantes e um poder misterioso que pode garantir a vida eterna.
Sem diálogos, mas recheado de história, Shadow of the Colossus inovou ao focar única e exclusivamente no combate contra chefes de fase. No papel de Wander, encaramos de frente os colossos do título na busca pela ressurreição de Mono, acompanhados apenas de Agro, nosso fiel cavalo e montaria por um mundo absolutamente impressionante.
Acredite, quanto menos você souber sobre Shadow of the Colossus, melhor. Assim, entenderá por que esse título é tão aclamado e, acima de tudo, considerado como um dos melhores de todos os tempos. Um título que, a bem da verdade, acompanha boa parte dos jogos que aparecerão nesta lista daqui em diante. Caso prefira, dá para jogar o remake desta obra, que melhora a jogabilidade, uma de suas únicas fraquezas.
3. Grand Theft Auto: San Andreas
O universo dos games de mundo aberto nunca mais foi o mesmo depois que o avião do protagonista C.J. pousou na fictícia cidade de Los Santos. O legado da Rockstar, que já era grande o bastante até aqui, apenas se solidificou na medida em que explorávamos as versões ficcionais de Los Angeles, Las Vegas e São Francisco presentes aqui.
GTA: San Andreas se passava em meados dos anos 1990 e servia também como um testamento à cultura da época por meio de músicas, temas abordados na campanha e o foco na guerra de gangues. Além de seguir a história ou simplesmente explorar o mundo, o jogador também podia lutar pela conquista de territórios ou carimbar o cartão de C.J. na academia, com o protagonista sentindo os efeitos dos ferros puxados ou dos exageros no fast food.
Por mais que Grand Theft Auto V seja considerado um dos games mais populares da marca, San Andreas é costumeiramente citado como o melhor. E como falamos tantas vezes nessa lista, o sucesso também fez com que se tornasse referência do que é um bom título de mundo aberto, um patamar que, muitas vezes, nem mesmo é alcançado pelos games de hoje.
2. Resident Evil 4
A história de Leon Kennedy, sobrevivente dos horrores da cidade de Raccoon City, no resgate à filha do presidente dos Estados Unidos é apenas o pontapé inicial para um dos jogos de ação mais celebrados de todos os tempos. Da mesma forma que havia feito em meados dos anos 1990 com o Survival Horror, o criador Shinji Mikami, mais uma vez, definiria um gênero.
Resident Evil 4 nasceu como um exclusivo do Nintendo Gamecube, mas se tornaria um clássico ao ser relançado no PS2. Com uma inovadora câmera sobre os ombros e uma grande quantidade de armas e, principalmente, inimigos para enfrentar, o título representou uma revolução para a franquia e o mercado de games cujos reflexos são sentidos até hoje.
A ação era da melhor qualidade, enquanto cenários como a vila abandonada e o suntuoso castelo se tornariam memoráveis para quem os explorou. Resident Evil 4 se tornaria um dos melhores games da franquia e um figurão do gênero de ação, em um feito que parecia único até o lançamento do remake, em 2023, mostrar que um raio pode sim cair duas vezes no mesmo lugar.
1. Metal Gear Solid 3: Snake Eater
Lançado em 2004 e passado mais de três décadas antes de seus dois antecessores, este é o game que solidificaria Big Boss como uma das figuras mais importantes da espionagem nos vídeo games. Era aqui, também, que entenderíamos os motivos pelos quais ele ficaria conhecido desta forma, com a missão inicial de resgatar um cientista espacial russo ganhando contornos absurdos que colocam em jogo o balanço de forças da Guerra Fria.
Hideo Kojima, novamente, estava à frente de um game que colocava o jogador atrás das linhas inimigas como um agente de elite. Definir Metal Gear Solid 3: Snake Eater apenas como tal, porém, é ignorar os aspectos que vão além da jogabilidade precisa e do foco na furtividade e na exploração que fizeram a saga se tornar um dos grandes nomes dos jogos eletrônicos. O valor está na história, nos controles, nos personagens inesquecíveis, na música-tema e, principalmente, em um dos combates mais icônicos da história.
As flores brancas manchadas de sangue e suor dos combatentes de uma guerra que muitas vezes não fazia sentido para os próprios envolvidos ficaram na mente de quem experimentou na época. Metal Gear Solid 3: Snake Eater se tornaria um marco, como um dos melhores games de todos os tempos, a ponto de receber um remake pelas mãos da Konami, com amplas expectativas mesmo com a ausência de seu criador original.