10 melhores RPGs para PlayStation 2
Por Durval Ramos • Editado por Jones Oliveira | •
Além de ser um dos consoles mais populares de todos os tempos, o PlayStation 2 também foi o berço de muitas franquias e ponto de virada para tantas outras. O salto técnico que o hardware da Sony oferecia na virada dos anos 2000 era tão grande que os estúdios puderam explorar novas ideias com muito mais liberdade e experimentar novos estilos e formatos até então impossíveis. E é claro que os RPGs se beneficiaram muito com isso.
O gênero seguia em alta graças à popularidade no Playstation. A geração anterior mostrou que os videogames podiam oferecer grandes narrativas e criar mundos riquíssimos, então a missão do PS2 era provar como isso poderia ser feito de formas cada vez mais criativas.
O resultado disso é que tanto as sequências de séries famosas como as novas franquias não tiveram medo de ousar, testando mecânicas, mudando abordagens e criando muitos paradigmas que são seguidos até hoje em boa parte dos casos. E por mais que muita gente tenha ficado pelo caminho, alguns jogos acertaram tão bem na inovação e renovação que se tornaram clássicos que seguem lembrados e celebrados até hoje.
Pensando nisso, o Canaltech listou 10 dos melhores RPGs para o PlayStation 2.
10. Tales of Symphonia
Tales é uma franquia com seus altos e baixos, mas que teve na geração do PlayStation 2 um dos melhores jogos de toda a série. Tales of Symphonia é apontado ainda como um dos melhores de toda a saga. Embora tenha sido lançado originalmente no GameCube, a sua popularidade logo fez com que a então Namco colocasse-o rodando também no sistema da Sony.
E o segredo de todo esse sucesso está em uma combinação de fatores. A primeira delas é técnica, com o jogo apresentando um salto de qualidade absurdo em relação a seu antecessor, Tales of Destiny 2. Com um mundo muito mais colorido e cheio de personalidade, foi muito mais fácil para os jogadores se apaixonarem por essa história e seus personagens — que são tão divertidos e interessantes, o que nos ajuda a gostar tanto desse universo.
Adicione a isso um roteiro que foi uma ótima porta de entrada para novos jogadores e você tem a combinação perfeita para um RPG memorável.
9. Grandia 2
Mais um jogo que nasceu em outro console e foi levado para o PlayStation 2 para alçar voos ainda maiores, Grandia 2 é apontado por muitos fãs como o melhor de toda a franquia. Nascido no Dreamcast, o game ampliou todo o carisma que seu antecessor já tinha apresentado na geração anterior ao mesmo tempo em que adiciona muita coisa nova.
A história focada no herói Ryudo na luta para impedir o renascimento de um deus maligno funciona muito bem e prende o jogador do começo ao fim, dando à série um tom mais épico e menos aventuresco. Além disso, o sistema de combate evoluiu muito bem e ficou mais refinado, o que fazia com que explorar e salvar este mundo fosse viciante.
8. Dark Cloud 2
Apesar de toda a confusão que a Sony fez com seu lançamento, forjando uma sequência que nunca existiu, Dark Cloud 2 é um dos melhores jogos do PS2. E tudo isso por ser um dos primeiros títulos a usar o poder do novo console para abrir mãos dos turnos e trazer um dos primeiros e mais competentes RPG de ação em tempo real.
O game foi originalmente lançado no Japão com o nome de Dark Chronicle e nada tinha a ver com o primeiro Dark Cloud, algo que foi inventado quando chegou ao Ocidente. Essa salada ofuscou bastante seu potencial, mas quem jogou garante: trata-se de um título imperdível para os fãs do gênero.
Brincando com alguns clichês, ele chama a atenção por ter dois protagonistas que o jogador controla e usar muito bem a viagem no tempo como uma mecânica interessante. Assim, alterar os fatos do passado mexem com acontecimentos do presente e isso torna a exploração e o desenvolvimento da trama dessa dupla ainda mais engajante.
7. Persona 4
Persona 2 consolidou o spin-off de Shin Megami Tensei, mas foi Persona 4 o game que transformou a série de adolescentes caçadores de demônios um fenômeno. Com uma estética chamativa, uma trilha sonora viciante e moderna, a atlus mostrou que os RPGs não precisam ser sempre aventuras medievais e que o gênero funciona até mesmo dentro de um bairro escolar japonês.
Persona 4 traz um grupo de jovens tentando desvendar uma série de assassinatos. Para isso, porém, eles precisam mergulhar no mundo de lendas urbanas e explorar a psiquê de aliados e inimigos — e tudo isso enquanto lidam com dilemas comuns da vida teen, como frequentar aulas, ir bem nas provas e conquistar o coração da crush.
Com o sistema de Social Link refinado e uma evolução nas mecânicas de combate, Persona 4 foi, por muito tempo, o melhor game de toda a franquia — título que durou quase uma década até o lançamento de sua sequência.
6. Xenosaga
O sucessor espiritual de Xenogears mostra na geração do PlayStation 2 porque os envolvidos nessa franquia como um todo merecem o título de mestres do RPG. Afinal, são poucos os que conseguem amarrar tantas temáticas diferentes na hora de criar uma ficção científica sem soar algo bizarro demais.
De religião à psicologia Jungiana, passando por discussões de Filosofia e Gnosticismo, é fácil entender por que a franquia Xenosaga é tratada como um dos universos mais profundos e complexos dos videogames. Ainda assim, é também um dos mundos mais ricos e bem construídos, o que faz com que seja impossível não querer saber mais e mais sobre ele e de seus personagens.
Tudo isso para contar a história da android KOS-MOS e da humanidade que já está há tanto tempo longe da Terra que mal pode ser considerada humana — e é quando uma raça surge ameaçando tudo o que foi construído durante milênios no espaço é que essa discussão sobre o que nos tornamos vem à tona.
Adicione a isso um dos mais belos visuais do PlayStation 2 e que já levavam o console ao seu limite, além de robôs gigantes que davam uma dinâmica e um charme diferenciado ao combate por turnos. Afinal, independente da era, todo mundo adora robôs gigantes.
5. Dragon Quest VIII: Journey of the Cursed King
Não há como falar de RPG sem citar Dragon Quest. E o oitavo game da série, Journey of the Cursed King deixa bem claro o porquê disso: trata-se de um game memorável que explora muito bem todo o carisma da franquia como ainda mostra como ela consegue se reinventar geração após geração.
Embora ele siga muito fiel à sua própria essência e a tudo aquilo que se espera de um RPG japonês — o herói silencioso, o chamado para aventura, a jornada ao lado de amigos e batalha em turnos para salvar o mundo —, Dragon Quest VIII ainda encontra muito espaço para se reinventar.
A história é uma das mais envolventes de toda a saga, conduzindo o jogador por essa aventura de forma tão envolvente e bem costurada com as mecânicas que se torna um belo convite para explorar cada canto do mapa. Além disso, o hardware do PS2 permitiu que toda a identidade visual da série ficasse ainda mais evidente.
Graças ao efeito cel-shading, Dragon Quest passou a ficar ainda mais parecido com um anime e tanto o design dos personagens quanto o mundo à sua volta ganharam muito mais vida.
4. Baldur’s Gate: Dark Alliance
Nem só de RPG japonês faz a biblioteca de clássicos do PlayStation 2. Baldur’s Gate: Dark Alliance traz uma abordagem diferente para o gênero e mostra o quanto o Ocidente também estava de olho no estilo e, mais importante, disposto a quebrar alguns paradigmas e apostar no novo.
Baldur’s Gate se apoia muito no sucesso de Diablo para trazer um RPG de ação bastante ágil e focado na exploração desse universo tão rico. Por isso mesmo, ele se torna tão viciante, já que a ideia de seguir avançando por castelos e catacumbas em busca de tesouros e equipamentos era algo que remete diretamente às partidas de RPG tradicionais, ao estilo Dungeons & Dragons.
E se a mecânica era o grande diferencial de Dark Alliance, o visual vinha logo em seguida. Ele foi um divisor de águas nos gráficos da época e, embora tenha envelhecido um tanto mal, todo mundo que tinha um PS2 olhava embasbacado para aqueles personagens tão perfeitos.
3. Shin Megami Tensei III: Nocturne
A Atlus não brilhou apenas com Persona durante a geração do PlayStation 2. Além de um capítulo memorável do spin-off, o console também recebeu um dos melhores — quiçá o melhor — capítulo de toda a franquia principal com Shin Megami Tensei III: Nocturne.
O RPG traz todos os elementos que marcam a franquia SMT: dos elementos pós-apocalípticos à visão de uma Tóquio dominada por demônios, tudo em Nocturne é tão bem construído e amarrado que não é difícil por que ele se tornou um dos grandes clássicos da geração. Isso sem falar que ele é esteticamente um primor, sobretudo no visual de seu protagonista.
2. Final Fantasy XII
Entre os fãs, é difícil encontrar um consenso sobre qual o melhor Final Fantasy da geração do PlayStation 2. Parte vai apontar FF X, seja pela evolução que ele representa ou mesmo pelo carisma de seus personagens. Contudo, apesar de tudo isso ser verdade, ficamos com Final Fantasy XII por uma série de razões.
E o grande diferencial é justamente como ele se preocupa em revitalizar a fórmula da franquia, sobretudo em termos de mecânica. O sistema de combate mantém a lógica dos turnos, mas faz isso já com um pé nos RPGs de ação e com soluções bastante criativas. O resultado são confrontos ágeis e bem dinâmicos, mas que ainda exigem toda a atenção e estratégia que se espera do gênero.
O sistema de Gambit não só é uma adição incrível nesse sentido como também é divertidíssimo de ser explorado. Na teoria, ele é quase um grande tutorial de programação, mas que oferece tantas possibilidades para o jogador que é incrível testar todas as possibilidades que oferece — e que diferencia Final Fantasy XII de praticamente todo o RPG daquela época.
Ao mesmo tempo, temos uma clássica história de heróis improváveis se reunindo para salvar o mundo em uma guerra que divide nações em um mundo visualmente encantador. E embora o protagonista Vaan seja um dos piores de toda a saga, todo o restante do elenco compensa esse insuportável.
1. Kingdom Hearts II
Os fãs mais conservadores podem torcer o nariz para Kingdom Hearts II liderar essa lista de melhores RPGs, mas não há como negar o impacto que o estranho jogo que misturava Final Fantasy com Disney teve no mercado como um todo — e principalmente na própria Square.
Se FF XII foi uma experimentação do estúdio com a fórmula da série já com alguns elementos mais de ação, Kingdom Hearts se entrega por completo ao RPG de ação e traz um jogo muito mais frenético e intenso do que seu primo mais velho. E o resultado não poderia ser mais incrível.
E, com KH2, isso é ainda mais intensificado. A fórmula do antecessor é refinada e temos uma aventura muito mais madura tanto em termos de narrativa quanto de jogabilidade. Tudo funciona muito bem e ajudam a construir a grandiosidade que a história exige. É algo tão bem feito que a Square sofre até hoje para replicar esse sucesso nos demais títulos da franquia.
Com mundos bem diferentes entre si, que vão da Disney de 1928 a um realismo (para a época) de Piratas do Caribe, o jogo brinca muito com sua própria linguagem e faz com que essas transformações tão drásticas tenham também peso na hora de jogar. Assim, cada mudança de mundo faz com que Kingdom Hearts II se transforme em um game completamente diferente.