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O que a saída de Walter Hamada da Warner pode significar para os filmes da DC?

Por| Editado por Jones Oliveira | 24 de Outubro de 2022 às 13h00

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A saída de Walter Hamada da presidência da DC Films coloca uma enorme interrogação no futuro do Universo Cinematográfico da DC (DCEU, na sigla em inglês) — maior ainda do que aquela que já pairava sobre ela antes. Embora represente a possibilidade de uma nova fase para seus filmes de super-heróis, a saída do executivo também mostra o quanto essa nau segue sem um capitão.

Por isso mesmo é até difícil dizer como essa mudança organizacional vai refletir nas produções nos filmes de super-heróis ao longo dos próximos anos. Hamada era alguém que discordava do público sobre a necessidade de histórias conectadas ao mesmo tempo em que foi o responsável por apostar em projetos de sucesso, como Coringa e The Batman.

Ainda assim, seu pedido de demissão parece abrir uma porta que há algum tempo estava fechada e que beneficia o DCEU que muita gente já acreditava ter morrido. E Adão Negro é um primeiro sinal disso — embora o longa tenha sido lançado ainda em sua gestão —, principalmente como dizem as más línguas.

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Quem é Walter Hamada?

Antes de entrarmos na discussão do que a sua saída representa, é preciso entender primeiro quem é Walter Hamada e qual a sua importância dentro da Warner Bros e da DC. Até a última quarta-feira (19), o executivo era presidente da DC Films, a divisão do estúdio responsável por todas as adaptações de quadrinhos que a gente tanto comemora. Em linhas gerais, tudo o que vimos de Batman e Mulher-Maravilha nos últimos anos foi com a sua bênção.

Harada assume o cargo em 2018, logo após a saída de Zack Snyder da direção de Liga da Justiça e a estreia conturbada do longa. Esse é um fato importante, pois vai servir de base para a política que ele adota em todos os demais filmes de quadrinhos que vieram da DC na sequência.

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O fracasso de Liga da Justiça serviu de justificativa para o executivo tentar sepultar o DCEU como conhecemos, ou seja, como esse universo compartilhado de histórias. Ele não concordava com essa necessidade de replicar a fórmula da Marvel e acreditava que era muito mais fácil e lucrativo apostar em filmes isolados ou que, no máximo, se relacionassem de forma bem superficial.

Foi assim que vimos Coringa e The Batman serem sucessos de crítica e público enquanto ignoravam as versões ainda recentes desses personagens. Até mesmo Aquaman e O Esquadrão Suicida seguiram essa filosofia, ficando em uma zona cinza entre o reboot e o universo integrado.

O problema é que essa posição passou a ser contestada por seus superiores, principalmente após a fusão da Warner com a Discovery. Quando David Zaslav assumiu como novo CEO da companhia, ele deixou claro que a ideia é aproveitar ao máximo o peso dos personagens da DC e que é preciso explorar ao máximo esse universo. E, apesar de não deixar claro que queria algo compartilhado, o sinal era claro e as coisas não ficaram muito boas para Hamada.

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Tanto que a relação começou a ficar estremecida já nos primeiros meses de 2022 e foi piorando com o tempo. O então presidente da DC Films era um dos responsáveis por Batgirl e não ficou nada feliz quando o longa foi cancelado. E o fato de ele não ter participado da reunião que decidiu pelo fim do filme já mostra bem o quanto ele já estava fazendo hora extra na companhia.

E aqui entra a fofoca: segundo o Deadline, Hamada já tinha decidido deixar seu posto desde o episódio com Batgirl, visto o mal-estar causado com o cancelamento. E chamou a atenção o fato de ele ter decidido por oficializar o desligamento às vésperas da estreia de Adão Negro — um filme em que ele também perdeu uma queda de braço nos bastidores.

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No início da semana, foi confirmado o retorno de Henry Cavill ao DCEU e possivelmente em Homem de Aço 2. E, de acordo com o The Hollywood Reporter, isso só foi possível após Dwayne “The Rock” Johnson ter feito algumas manobras para garantir que o ator estivesse presente em Adão Negro.

O astro teria pedido autorização primeiramente a Hamada para trazer Cavill em uma cena pós-crédito, mas o executivo negou alegando ter outros planos para o personagem. Com isso, The Rock partiu para as instâncias superiores e procurou os presidentes da Warner Bros Pictures, que ignoraram a decisão da DC Films e aprovaram o retorno do Superman.

Essa decisão de manter o Homem de Aço na geladeira era uma das principais críticas que Hamada vinha sofrendo nos últimos tempos. O personagem é um dos heróis mais famosos da cultura pop e, ainda assim, vinha sendo negligenciado nos cinemas.

Segundo comentários de bastidores, isso teria acontecido porque Hamada não queria dar continuidade ao DCEU e ao que Zack Snyder havia apresentado inicialmente e, por isso, pretendia trazer uma nova versão do personagem.

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Mantendo essa sua política de filmes isolados — ao estilo do bem-sucedido The Batman —, a ideia seria trazer um novo ator para viver o Superman em uma história que não estivesse conectada a Liga da Justiça e nem nada parecido. Um filme estrelado por um Superman negro e produzido por J. J. Abrams chegou a ser comentado, mas o projeto ainda parece não ter saído do papel.

O que esperar da DC sem Hamada

Por isso tudo, os fãs do DCEU não poderiam estar mais esperançosos para o futuro dos super-heróis da editora. Afinal, Hamada sempre foi visto como essa barreira para a continuidade desse universo e o responsável pelo andamento confuso das histórias em longas como Aquaman, O Esquadrão Suicida e Mulher-Maravilha: 1984. Todas as vezes que você se perguntou se isso valia ou não para a cronologia, pergunte ao executivo.

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Assim, a estreia de Adão Negro e as revelações de sua cena pós-crédito são um forte indicativo do que podemos esperar do DCEU sem Hamada. Considerando que a Warner aceitou o atropelo de The Rock em cima do executivo para liberar o Superman, parece que a ideia de um universo compartilhado voltou a ter sinal verde — exatamente como o novo CEO da Warner Discovery já deixou bem claro que quer.

O problema é que a saída do presidente da DC Films não veio seguida do anúncio de um sucessor. Isso significa que a divisão de filmes de heróis está sem uma liderança, seguindo à deriva enquanto o estúdio segue à caça de seu próprio Kevin Feige — um posto que já teria sido apresentado para algumas pessoas, mas que ninguém aceitou até agora.

E isso é algo preocupante, pois mostra uma alarmante falta de organização em um dos maiores estúdios de Hollywood. Até porque sabemos que há vários filmes já em produção e tantos outros quase prontos para chegar ao cinema e essa indefinição apenas evidencia a interrogação sobre o que esperar de cada um deles.