Review Chevrolet S10 Midnight | Sobrevida à picape antes da nova geração
Por Felipe Ribeiro • Editado por Jones Oliveira |
A atual geração da Chevrolet S10 foi lançada em 2016 e, depois, passou por grande atualização em 2021, recebendo muitos itens tecnológicos e a novíssima versão High Country, que agregou elementos de mais requinte e segurança. E, como era de se esperar, a General Motors iria fazer o mesmo que fez com outros de seus carros, como o Tracker e o Cruze para lançar a versão Midnight da caminhonete média.
A proposta aqui é ressaltar o lado urbano da S10, com uma mudança visual de tons escurecidos e que passe alguma esportividade e elegância. O pacote de equipamentos pode ser simples, mas há muitos predicados nesta versão.
Entretanto, o convívio com a S10 depois de conhecer de perto a nova Ford Ranger 2024 deixa bem claro que a picape da Chevrolet precisa de uma nova geração urgente — além de rever os preços.
Conectividade, Segurança e Tecnologia
A Chevrolet S10 Midnight é feita sobre a versão LT da caminhonete, ou seja, não espere um pacote de equipamentos recheado. Como base, até que temos mais do que o básico, já que ela traz, por exemplo, o módulo OnStar, que agrega 4G nativo, a ótima central multimídia My Link (que espelha celulares somente com fio) e recursos remotos por meio do app My Chevrolet.
Além disso, temos o que se espera de um veículo para considerá-lo equipado, nada além e sem firulas, como na variante High Country. O jeito espartano pode até agradar fãs de picapes médias, mas pode afastar quem a GM justamente queria atrair: um público mais urbano.
Custando o que custa, ter somente o básico pode não convencer muita gente, mas a convivência com ela não irrita. São seis airbags de série, controle de estabilidade e tração, sistema Isofix de cadeirinhas infantis, sensor de estacionamento traseiro e monitoramento da pressão dos pneus.
Pontos que entregam a idade do projeto são bem óbvios, como o cluster digital semelhante ao do Onix, os seletores e tamanho pequenos da central multimídia, a falta de mais recursos de segurança e infotenimento e, por fim, a ausência de itens triviais, como retrovisor interno eletrocrômico, sensores de chuva e crepusculares, e mais sensores para as manobras.
O problema não está na proposta em ser uma versão mais acessível e sem muitos equipamentos. A questão está no preço que é cobrado por poucas mordomias dentro de uma picape que, em tese, não será para o trabalho.
Experiência de Uso e Conforto
A Chevrolet S10 é uma picape média que pode ser considerada confortável. Mesmo sendo um veículo sobre chassi, o acerto da suspensão e dos amortecedores não incomoda tanto quanto em outros modelos. Além disso, há bom isolamento acústico na cabine e o espaço interno é um dos melhores do segmento.
Sobre o motor, tudo igual à S10 High Country: 2.8 turbodiesel de 200cv e 51 kgf/m de torque, mais do que suficientes para o uso urbano e para viajar. A tração, como de praxe, é 4x4, sendo a 4x2 traseira a padrão e as opcionais 4x4 High e Low para o uso no off-road.
O câmbio automático de seis marchas tem trocas muito precisas e imperceptíveis, mesmo trabalhando com trocas rápidas nas marchas lentas para privilegiar a força e o torque mais cedo. O acerto desse conjunto merece muitos elogios à GM. É muito bom dirigir a S10.
Aqui, não temos muitos mimos em termos de tecnologia. Há, no entanto, uma direção elétrica bem calibrada, auxiliar de descida e assistente de saída em rampa, coisas que tornam a vida na S10 ainda mais confortável.
Para o trabalho, a S10 dá e sobra. Durante nosso convívio com a picape, calhou de estarmos em uma mudança e a caminhonete mais do que deu conta do recado, sobretudo com objetos mais pesados e de porte grande.
A caçamba tem ótimos 1.061 litros e a capacidade de carga é de 1.134kg. Colocar uma S10 Midnight no meio do mato ou do barro dá um pouco de pena, mas ela aguenta sem problemas.
Design e Acabamento
Os pontos em que a S10 Midnight mais brilham são, justamente, seu design e seu acabamento. Com a dianteira sem a mudança vista na High Country, a picape consegue aliar beleza, robustez e certa elegância, já que não há cromados e tudo está bem harmonioso.
O santantônio dá lugar a uma peça bem encaixada na caçamba e que traz um requinte à mais para a S10, tornando-a mais afeita a conviver na cidade, de fato, do que no campo. O conjunto óptico é alógeno, mas há luzes diurnas de LED bem bonitas e que contornam bem os faróis.
No interior, mais elogios. Apesar da idade do projeto, o acabamento é excelente, com peças bem encaixadas e materiais de ótima qualidade nos bancos, encostos e painel, que possui uma faixa em soft touch de ótimo gosto.
Mesmo com a chegada da Ranger, que tem interior bem feito, a S10 não faz feio no comparativo. O pronto negativo: ausência de um pacote full-LED nas luzes e o interior que não é preto, assim como acontece nos irmãos Midnight dentro da empresa. Mancada.
Concorrentes
Consumidores que querem a Chevrolet S10 Midnight são praticamente os mesmos que pensam nos modelos de “passeio” das demais picapes médias, como Nissan Frontier, Toyota Hilux, Ford Ranger, VW Amarok e Mitsubishi L200. Proprietários das versões de topo da Fiat Toro com motor diesel também podem estar de olho. Os preços variam entre R$ 250 mil e R$ 350 mil.
Chevrolet S10 Midnight: Vale a Pena?
A Chevrolet S10 Midnight, por si, é um ótimo produto, mas seu preço não é convidativo e isso pode te levar para outros modelos até mais equipados. Para efeito de comparação, a nova Ford Ranger 2024, em sua versão de topo, custa R$ 319.990, sendo mais equipada e potente do que o modelo da GM. É para se pensar.
A Chevrolet S10 Midnight pode ser encontrada em todo o Brasil por R$ 310.100.
No Canaltech, a Chevrolet S10 Midnight foi avaliada graças a uma unidade gentilmente cedida pela General Motors do Brasil.