Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Qual é a maior estrela do universo? Conheça as gigantes cósmicas!

Por| Editado por Patricia Gnipper | 10 de Janeiro de 2022 às 20h10

twenty20photos/Envato
twenty20photos/Envato
Continua após a publicidade

É difícil dizer com certeza qual é a maior estrela do universo, mas, até o momento, o título pertence a UY Scuti. Trata-se de uma estrela supergigante vermelha na constelação de Scutum, o Escudo. Ela fica próxima do centro da Via Láctea a cerca de 9.500 anos-luz de nós, tem raio quase 1.700 vezes maior que o do Sol e volume equivalente a quase 5 bilhões de vezes o do nosso astro.

A estrela gigantesca foi descoberta por astrônomos alemães em 1860, que a catalogaram inicialmente como BD-12 5055. Depois, com uma nova detecção, os astrônomos perceberam que a estrela ficava mais brilhante e voltava a escurecer após um período de 740 dias. Com isso, UY Scuti acabou classificada como uma estrela variável, o nome dado àquelas cujo brilho muda de alguma forma, na nossa perspectiva da Terra.

Qual é a maior estrela do universo? É UY Scuti! Em comparação com o Sol, ele praticamente desaparece da imagem (Imagem: Reprodução/Philip Park)
Qual é a maior estrela do universo? É UY Scuti! Em comparação com o Sol, ele praticamente desaparece da imagem (Imagem: Reprodução/Philip Park)

Além de variável, UY Scuti é também uma hipergigante, um tipo raro de estrela caracterizada por seu brilho intenso e por perder grande parte da massa através de ventos estelares de alta velocidade. Dentre as classificações estelares, as hipergigantes vêm após as supergigantes que, por sua vez, são as sucessoras das gigantes.

Para ter uma ideia do tamanho de UY Scuti, façamos um exercício de imaginação, no qual ela tomaria o lugar do nosso Sol no Sistema Solar. Se isso acontecesse, a fotosfera (a camada mais interna da estrela, que pode ser diretamente observada) dela passaria facilmente da órbita de Júpiter. Já a nuvem de gás arrancada dela iria ainda mais longe, passando da órbita de Plutão.

Quando chegar ao fim de sua evolução, UY Scuti encerrará sua vida de forma espetacular. Depois que ficar sem hélio em seu núcleo para realizar a fusão nuclear que sustenta sua estrutura, ela passará a produzir elementos cada vez mais pesados — até começar a formar ferro. Como o elemento “rouba” energia da estrela, ela acabará explodindo em uma grande supernova, que provavelmente a tornará visível a olho nu na Terra.

As maiores estrelas do universo

Continua após a publicidade

O Sol pode até ser a maior estrela no nosso céu, mas isso se deve muito à proximidade que temos do nosso astro do que das dimensões dele. Na realidade, o Sol tem mais de 1 milhão de km de diâmetro, tamanho que o torna 109 vezes maior que a Terra e que permite considerá-lo uma estrela de tamanho intermediário. Mas cerca de metade das estrelas que conhecemos são maiores, enquanto as da metade restante são menores que nosso astro.

Conheça, abaixo, algumas das maiores estrelas que conhecemos — além da UY Scuti, claro.

VY Canis Majoris

Região ao redor da VY Canis Majoris, que aparece ao centro da imagem. A estrela fica bem no centro da imagem (Imagem: Reprodução/ESO/Digitized Sky Survey 2/Davide De Martin)
Região ao redor da VY Canis Majoris, que aparece ao centro da imagem. A estrela fica bem no centro da imagem (Imagem: Reprodução/ESO/Digitized Sky Survey 2/Davide De Martin)
Continua após a publicidade

Em direção à constelação Canis Major, o Cão Maior, fica a estrela VY Canis Majoris. Localizada a cerca de 3.900 anos-luz de nós, esta é uma das maiores estrelas que conhecemos.

Ela é uma hipergigante vermelha tão grande que faz Betelgeuse, a supergigante vermelha mais próxima da Terra, parecer pequenininha. Apesar disso, não se engane: VY Canis Majoris tem o brilho de 300 mil sóis! Contudo, a estrela já não pode mais ser vista a olho nu, e hoje é necessário usar telescópios para encontrá-la no céu.

Através de observações realizadas com o telescópio espacial Hubble, astrônomos descobriram grandes nuvens de poeira cercando a estrela, sinalizando que ela está próxima do fim de sua vida. É possível que ela "pule" a etapa de explosão em supernova e acabe se tornando direto um buraco negro.

VV Cephei

Continua após a publicidade
Representação de sisema estelar binário eclipsante, como é o caso de VV Cephei; apesar de ter duas estrelas, é comum que elas pareçam ser uma só no céu noturno (Imagem: Reprodução/ESO/L. Calçada)
Representação de sisema estelar binário eclipsante, como é o caso de VV Cephei; apesar de ter duas estrelas, é comum que elas pareçam ser uma só no céu noturno (Imagem: Reprodução/ESO/L. Calçada)

Como conseguimos observar apenas uma fração das estrelas na Via Láctea, é difícil saber com certeza qual é a maior das nossas vizinhas. Contudo, isso não significa que VV Cephei não seja uma forte candidata ao título.

Trata-se de uma estrela binária formada por uma dupla de supergigantes vermelhas, sendo que a estrela primária Cephei A é, atualmente, considerada uma das maiores estrelas da nossa galáxia.

Esta é uma estrela cuja massa é 20 vezes maior que a do Sol. Ela é brilhante e azul e, conforme envelheceu, inchou suas camadas como um balão. Como é muito mais fria que o Sol, cada parte da superfície de VV Cephei emite menos luz do que acontece com o nosso astro — mas, por outro lado, ela produz mais luz em uma hora do que nossa estrela emitirá em um ano.

Continua após a publicidade

Betelgeuse

Representação de Betelgeuse (Imagem: Reprodução/INAF Osservatorio Astronomico di Palermo/S. Orlando)
Representação de Betelgeuse (Imagem: Reprodução/INAF Osservatorio Astronomico di Palermo/S. Orlando)

Aqui, temos outra supergigante vermelha. Esta estrela tem quase 950 vezes o tamanho do Sol, o que a torna uma das maiores estrelas que conhecemos. Observações na luz infravermelha mostraram que Betelgeuse é cercada por grandes envelopes, que nada mais são do que matéria ejetada pela estrela ao longo de episódios de perda de massa, ocorrido nos 100 mil últimos anos.

Também conhecida como “Alpha Orionis”, Betelgeuse é a segunda estrela mais brilhante na constelação de Órion, sendo uma das mais brilhantes do céu noturno. Ela fica a 724 anos-luz de nós e é uma estrela variável, cujo brilho apresentou uma estranha diminuição em 2019. Na época, os astrônomos suspeitaram que ela estivesse na véspera de uma explosão em supernova; no fim, o que aconteceu é que a diminuição do brilho foi causada por poeira.

Continua após a publicidade

WOH G64

Posição da WOH G64 na Grande Nuvem de Magalhães (Imagem: Reprodução/ESO)
Posição da WOH G64 na Grande Nuvem de Magalhães (Imagem: Reprodução/ESO)

A WOH G64 é uma estrela supergigante a cerca de 160 mil anos-luz de nós na galáxia Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã satélite da Via Láctea. Além de ser uma das maiores estrelas já descobertas, ela é também uma das mais massivas e luminosas do tipo. As estimativas apontam que ela tem 25 massas solares, chegando a mais de 2.500 vezes o tamanho do Sol.

Apesar de ter luminosidade quase 500 vezes maior que a da nossa estrela, WOH G64 não pode ser vista a olho nu. Ela é cercada por um envelope com cerca de 1 ano-luz de espessura, formado do material expelido pela estrela. Até o momento, a WOH G64 já liberou entre 3 e 9 massas solares através de fortes ventos estelares, formados por fluxos gasosos vindos da própria estrela.

Continua após a publicidade

NML Cygni

NML Cygni observada durante o Sloan Digital Sky Survey Data (Imagem: Reprodução/Sloan Digital Sky Survey, Apache Point Observatory, Astrophysical Research Consortium)
NML Cygni observada durante o Sloan Digital Sky Survey Data (Imagem: Reprodução/Sloan Digital Sky Survey, Apache Point Observatory, Astrophysical Research Consortium)

Chegamos a NML Cygni, a última grande estrela escolhida para esta matéria. Ela é uma hipergigante vermelha na constelação de Cygnus, o Cisne, localizada a cerca de 5.300 anos-luz de nós. Trata-se de uma das estrelas com maior raio, sendo ainda uma das mais massivas e luminosas da Via Láctea.

Como está no interior de uma nebulosa circunstelar, a NML Cygni acaba oculta pela poeira do objeto. Assim, os astrônomos estimam que o tamanho dela está em algum ponto entre 1.642 e 2.775 raios solares; por isso, ela tem potencial para ser para disputar o título de maior estrela, ficando com o segundo lugar; o primeiro, claro, pertence a UY Scuti — pelo menos, por enquanto.

Continua após a publicidade

As maiores estrelas em comparação com o Sol

Agora que você conhece algumas das maiores estrelas do universo, é hora de ver comparações do tamanho delas com o nosso Sol — isto é, caso ele pudesse ser colocado ao lado delas.

Sol e VY Canis Majoris

Comparação entre VY Canis Majoris e o Sol (Imagem: Reprodução/Oona Räisänen/Wikimedia)
Comparação entre VY Canis Majoris e o Sol (Imagem: Reprodução/Oona Räisänen/Wikimedia)
Continua após a publicidade

A. A hipergigante vermelha VY Canis Majoris é uma das maiores estrelas conhecidas, e a imagem acima mostra isso muito bem. Estima-se que o raio chega a aproximadamente 1.420 vezes o do Sol, de 696.340 km!

Por isso, se ela substituísse nossa estrela no Sistema Solar, suas camadas mais externas poderiam passar facilmente da órbita de Júpiter; para comparação, o gigante gasoso fica a aproximadamente 779 milhões de km do Sol.

Sol e VV Cephei

Comparação entre o Sol e VV Cephei A; sim, nossa estrela está na imagem, mas você precisará ampliá-la para vê-la (Imagem: Domínio público)
Comparação entre o Sol e VV Cephei A; sim, nossa estrela está na imagem, mas você precisará ampliá-la para vê-la (Imagem: Domínio público)
Continua após a publicidade

Quando foi formada, VV Cephei era 20 vezes mais massiva que o Sol. Enquanto era jovem, ela era azul e brilhava em altíssimas temperaturas. Contudo, conforme foi envelhecendo, suas camadas esfriaram.

Com isso, a estrela (que, hoje, é uma supergigante vermelha) está tão grande que, se substituísse o Sol, engoliria todos os planetas rochosos e, quem sabe, até Saturno.

Sol e Betelgeuse

Imagem de Betelgeuse feita pelo observatório ALMA, com anotações que a comparam com o Sol e os demais planetas do Sistema Solar (Imagem: Reprodução/ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/E. O’Gorman/P. Kervella)
Imagem de Betelgeuse feita pelo observatório ALMA, com anotações que a comparam com o Sol e os demais planetas do Sistema Solar (Imagem: Reprodução/ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/E. O’Gorman/P. Kervella)

Na foto, vemos Betelgeuse, uma estrela supergigante vermelha. A estrela aparece cerca de 1.400 vezes maior que o Sol, e se estivesse no Sistema Solar, provavelmente acabaria cobrindo todos os planetas rochosos; somente Saturno "escaparia" de suas camadas.

Sol e WOH G64

Comparação da WOH G64 com o Sol; nossa estrela e a Terra aparecem no detalhe (Imagem: Canaltech/Reprodução/NASA)
Comparação da WOH G64 com o Sol; nossa estrela e a Terra aparecem no detalhe (Imagem: Canaltech/Reprodução/NASA)

A supergigante vermelha WOH G64, por sua vez, tem raio que pode ser de 1.800 a mais de 2.400 vezes maior que aquele do Sol, de 696.340 km. Contudo, este número pode variar, já que calcular o raio das estrelas é algo complexo — geralmente, os astrônomos fazem o cálculo considerando a fotosfera das estrelas como referência de sua superfície.

Sol e NML Cygni

Comparação entre a estrela NML Cygni, o Sol e a Terra (Imagem: Canaltech/Reprodução/NASA)
Comparação entre a estrela NML Cygni, o Sol e a Terra (Imagem: Canaltech/Reprodução/NASA)

Finalmente, chegamos à hipergigante vermelha NML Cygni tem raio que a torna 1.650 vezes maior que o Sol. Esta é uma das maiores estrelas (considerando o raio) que conhecemos, sendo também uma das mais luminosas que fazem parte da Via Láctea.

Fonte: Space.com, Astronomy, EarthSky, StarDate, Star Facts, Britannica