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Fim do mistério! Variação no brilho da estrela Betelgeuse é explicada

Por| Editado por Patricia Gnipper | 16 de Junho de 2021 às 12h00

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INAF  Osservatorio Astronomico di Palermo/S. Orlando
INAF Osservatorio Astronomico di Palermo/S. Orlando

O mistério da diminuição de brilho da estrela Betelgeuse parece ter chegado oficialmente ao fim. Uma das estrelas mais brilhantes do céu noturno e parte da constelação de Orion, a supergigante vermelha chamou a atenção dos astrônomos de todo o mundo em 2019, com a expectativa de que ela estaria prestes a explodir em uma supernova. Não foi o caso, e agora sabemos o que realmente aconteceu: ela foi coberta por poeira criada pela própria estrela.

Na época, algumas hipóteses sobre o brilho da Betelgeuse surgiram, algumas considerando um resfriamento na superfície da estrela, outras cogitando uma nuvem gigantesca de gás e poeira ejetada por ela em nossa direção. Aliás, essa ejeção eventual de matéria é algo até comum para as gigantes vermelhas, mesmo bem antes de estarem prestes a explodir. Contudo, as duas ideias — resfriamento e poeira — acabaram por estarem corretas, de acordo com um novo estudo.

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A animação acima combina quatro imagens da estrela supergigante vermelha — a primeira obtida em janeiro de 2019, outra em dezembro do mesmo ano, e depois em janeiro de 2020 e em março de 2020. Todas as imagens foram capturadas com o instrumento SPHERE, montado no Very Large Telescope do ESO. O estudo foi publicado nesta quarta-feira (16) na revista Nature e revela como o véu de poeira se formou e cobriu a estrela.

Na superfície de Betelgeuse, algumas bolhas de gás costumam se formar e se mover, encolhendo e aumentando, o que resulta em uma variação de temperatura na estrela. Em algum momento, antes da então misteriosa variação de brilho, a estrela ejetou uma enorme bolha de gás que se deslocou para longe e, então, resfriou devido à consequente queda de temperatura da superfície estelar. Isso foi suficiente para esse gás ejetado condensar em poeira sólida.

Assim, a nuvem de poeira cobriu parte da estrela, o que para nós se pareceu como uma estranha diminuição de brilho. “Assistimos diretamente à formação da chamada poeira estelar”, disse Montargès, um dos autores do estudo. “A poeira expelida por estrelas evoluídas frias, tais como a ejeção que vimos, pode se transformar nos blocos constituintes de planetas terrestres e de vida”, acrescenta Emily Cannon, que também participou da pesquisa.

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Esse resultado pode não ser tão empolgante quanto uma supernova iminente, mas traz aos cientistas informações relevantes sobre a poeira estelar, mostrando também que ela se forma muito rápido e próxima da superfície de uma estrela. A Betelgeuse eventualmente explodirá, mas talvez demore muitos anos para isso ocorrer. Claro, é sempre bom ficar atento, mas se quisermos testemunhar uma supernova, talvez seja melhor prestar mais atenção na Eta Carinae, um sistema binário que já está em processo de erupção.

Fonte: ESO