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Quantas vezes o Sol é maior que a Terra?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 05 de Setembro de 2021 às 15h30

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Reprodução/Freevector.com
Reprodução/Freevector.com

Quando observamos o Sol no céu, pode até parecer que nossa estrela não é assim tão grande — o que não é verdade, já que esse tamanho aparentemente pequeno se deve à distância entre a Terra e o Sol (ele fica a uma distância média de quase 150 milhões de quilômetros de nós). Se pudéssemos viajar até um ponto distante o suficiente para observar o Sol e a Terra bem de longe, a grande diferença de tamanho entre ambos ficaria evidente. Mas, afinal, que diferença é essa? Quantas vezes o Sol é maior que a Terra?

Para entender melhor essa diferença, precisamos considerar que há várias formas de medir algo no espaço. Por exemplo, a massa de um objeto indica quanta matéria existe nele, enquanto o volume representa quanto espaço essa matéria ocupa. Dito isso, vamos começar com algumas características da nossa estrela, que é o maior objeto do Sistema Solar. Sozinho, nosso astro reúne 99,86% da massa da nossa vizinhança, sendo que grande parte desse total que sobra fica com Júpiter e Saturno.

Assim, a massa do Sol é de 1.98892 x 10³⁰ kg, o equivalente a “apenas” 330.000 vezes a massa da Terra. Esse valor, chamado “massa solar”, é utilizado pelos astrônomos para descrever a massa de outros objetos, como buracos negros supermassivos, que chegam facilmente a centenas de milhões de massas solares. Aliás, nossa estrela tem formato esférico que beira a perfeição, já que seu diâmetro equatorial e polar têm apenas 10 km de diferença. Se fosse possível enfiar várias “Terras” dentro do Sol, conseguiríamos colocar 1,3 milhão de planetas por lá.

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O Sol tem raio aproximado em 696 mil km, enquanto o diâmetro chega a 1,391 milhões de quilômetros, o que representa mais de 8 vezes o diâmetro de Júpiter. Já o volume do Sol é de 1.412 x 10¹⁸, o que parece bastante impressionante. Pois saiba que, na prática, isso significa que nossa estrela é 1,3 milhão de vezes mais volumosa que a Terra.

E o Sol pode ser ainda maior do que pensamos — ao menos é o que sugerem estudos feitos pelo engenheiro e pesquisador Xavier Jubier, que estuda o Sol e é membro da União Astronômica Internacional. Ele cria modelos detalhados de eclipses para determinar com precisão onde sombras serão projetadas durante eclipses lunares, mas, ao combinar as fotos reais e observações históricas dos fenômenos com os modelos, percebeu que as formas precisas do eclipse só fazem sentido se forem ampliadas em algumas centenas de quilômetros para, assim, corresponderem ao raio do Sol.

De qualquer maneira, o Sol vai crescer eventualmente. Como estrelas costumam inflar durante seu processo de envelhecimento, essas dimensões não vão durar para sempre: em cerca de 5 bilhões de anos, nossa estrela terá consumido todo o hidrogênio em seu centro e se tornará uma gigante vermelha. Essa estrela vai se expandir para além das órbitas dos planetas mais internos do Sistema Solar, incluindo a Terra. Durante algumas centenas de milhões de anos, o Sol terá tamanho cerca de 200 vezes maior que o que tem hoje. Depois, tudo deverá se acalmar e ele “murchará”, formando uma anã branca bastante densa, do tamanho da Terra.

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Grande, mas depende

O Sol é considerado uma estrela de sequência principal do tipo G que, de pouco a pouco, está perdendo massa devido a dois processos. Um deles é a fusão nuclear que ocorre em seu interior, em que os átomos de hidrogênio são transformados em hélio e, como o hidrogênio é transformado em energia, parte da massa se perde no processo — nós sentimos isso no calor solar. Em paralelo, há também o vento solar, que está constantemente empurrando prótons e elétrons para o espaço externo.

Embora o Sol seja grande e massivo o suficiente para fazer a Terra parecer um simples grão no espaço, existem muitos outros objetos no universo que fazem nossa estrela parecer minúscula. Uma delas é a estrela Eta Carinae, localizada a cerca de 7.500 anos-luz de nó, formada por um sistema binário com massa mais de 100 vezes maior que a do Sol. Ela brilha com a intensidade de cinco milhões de sóis e, quando é observada, aparenta ser azul porque a temperatura em sua superfície é cinco vezes maior que a solar.

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Betelgeuse, a supergigante vermelha na constelação de Orion, o Caçador, fica a aproximadamente 640 anos-luz da Terra e é a oitava estrela mais brilhante no céu noturno. Os astrônomos estimam que ela seja cerca de 1.400 vezes maior que o Sol — se pudéssemos trocar o Sol por Betelgeuse, ela iria engolir todos os planetas rochosos e até Júpiter, de modo que somente Saturno conseguira escapar. Por fim, a estrela hipergigante VY Canis Majoris, da constelação do Cão Maior, tem diâmetro que a torna 2.000 vezes maior que o do nosso astro, e está no limite teórico de tamanho das estrelas.

Como o nome indica, as estrelas hipergigantes têm grande massa e luminosidade, e como elas queimam seu combustível muito rapidamente, costumam ter vida mais breve, durando alguns milhões de anos — para comparação, o Sol já tem cerca de 4,5 bilhões de anos e deverá seguir realizando fusão nuclear em seu interior por pelo menos mais 5 bilhões de anos. Após ficarem sem combustível, as hipergigantes costumam explodir em supernovas, explosões violentas e poderosas que espalham elementos pesados pelo universo. A VY Canis Majoris deverá explodir em 100 mil anos.

Fonte: Universe Today (1, 2), Space.com, Business Insider