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iPhone 12: como funciona o MagSafe, o sistema de recarga sem fio da Apple

Por| 23 de Outubro de 2020 às 17h20

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Reprodução/Apple
Reprodução/Apple

O lançamento do iPhone 12 se destacou pela chegada do 5G aos celulares da Apple, mas um ponto que talvez não tenha recebido a atenção devida é a volta do nome MagSafe, usado anteriormente com a linha MacBook. Mais do que um sistema de recarga, a técnica abre espaço para uma série de recursos e acessórios.

O retorno do nome foi antecipado pelo informante Kang dias antes do lançamento do iPhone 12. Na época, especulamos aqui no Canaltech que o sistema funcionaria com o arranjo de imãs noticiado em agosto, o que foi comprovado pela Apple durante a apresentação da nova linha de smartphones.

O MagSafe original usava imãs para manter o carregador preso ao MacBook, mas qualquer esbarrão no cabo o soltava do laptop, evitando acidentes. Apesar de também usar imãs e servir para recarregar a bateria, as semelhanças ficam por aí. Diferentemente da primeira versão, restrita à Apple, o novo MagSafe promete um ecossistema de acessórios não só da fabricante, como de outras empresas.

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Recarga: básica

À primeira vista, o novo MagSafe é apenas um sistema de recarga sem fio baseado no padrão Qi — usado em celulares Android e Windows desde 2012 e pela Apple desde 2017. A Apple menciona a compatibilidade do novo acessório com aparelhos já no mercado, e influenciadores mostraram que os imãs do carregador se acoplam a smartphones de outras empresas.

No caso do iPhone 12, a fabricante informa que apenas o MagSafe fornece recarga a 15 W, enquanto os outros carregadores Qi são limitados a 7,5 W. A potência de 15 W é a mesma da especificação Qi — que já prepara uma extensão para 30 W —, mas ao que tudo indica a Apple limitará o valor para acessórios certificados pelo programa MFi.

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A certificação MFi (Made For iPhone/iPad/iPod) não requer das empresas um pagamento para inscrição, mas cobra uma comissão de cada acessório vendido com o logo do programa. O valor é confidencial, mas a Forbes publicou em 2018 que a Apple cobrava até US$ 4 (cerca de R$ 22) para cada aparelho com um plugue Lightning fabricado por terceiros.

Na época, a revista cogitou que a taxa seria o verdadeiro motivo para a remoção do plugue de fone de ouvido. E o novo MagSafe poderia ser uma saída para aposentar o plugue Lightning sem precisar adotar o padrão aberto USB-C — mas vamos deixar essa especulação para outra ocasião.

Um ponto importante é que, assim como o iPhone 12, o carregador MagSafe disponível na loja da Apple não inclui o adaptador de parede, apenas o cabo USB-C que é acoplado à base. E para recargas a 15 W, a Apple recomenda o uso do adaptador de 20 W, que na loja brasileira da marca custa R$ 219.

Muito mais do que recarga

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O MagSafe, porém, não é apenas o padrão Qi rebatizado. O sistema inclui um arranjo circular de imãs, com outra peça para alinhar o acoplamento de acessórios. Além disso, os celulares contam com um magnetômetro que, segundo a Apple, permite que o acessório detecte a força do campo magnético e reaja a ele.

A Apple mostrou como o iPhone 12 é compatível com o MagSafe usando a imagem acima. A função de recarga fica por conta da bobina no centro da ilustração (charging coil), que requer o uso do isolamento em cobre e grafite (shield) para não interferir com o funcionamento dos demais componentes; nenhuma grande novidade até aqui.

A maior atração mesmo (além do magnetômetro) são os dois imãs — no conjunto semi-circular e de alinhamento (alignment) — que permitem posicionar e manter o celular firme em bases compatíveis. O que pode parecer uma solução exagerada à primeira vista simplifica as recargas sem fio, que perdem eficiência ou deixam de funcionar quando as bobinas do smartphone e do carregador ficam desalinhadas.

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O diagrama dos componentes mostrado pela Apple lista ainda a antena NFC, o que não é por acaso. As especificações do iPhone 12 revelam que o sistema de comunicação de curta distância serve para identificação de acessórios (novamente, licenciados). Esse tipo de uso do NFC não é novo e já foi empregado, por exemplo, pelo Google com capinhas interativas para o celular Nexus 6.

Durante o evento de anúncio do iPhone 12, Deniz Teoman, vice-presidente da Apple para engenharia de sistemas de hardware, mostrou como uma capa de couro é identificada ao envolver o celular. A fixação do acessório aciona um modo especial da tela, que aproveita uma área exposta para exibir as horas — semelhante às capas Clear View da Samsung — e provavelmente permite interações limitadas com notificações.

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Atração magnética

Já a característica que dá o primeiro nome ao MagSafe abre uma série de possibilidades não só para a Apple, como também para os fabricantes de acessórios. O primeiro aparelho compatível com o sistema anunciado pela Belkin, por exemplo, aproveita os imãs do iPhone 12 para manter o celular “flutuando” sobre a estação de recarga.

O dispositivo cumpre ainda a promessa do carregador AirPower, permitindo alimentar a bateria não apenas do celular, como também dos fones AirPods e do Apple Watch. A Belkin anunciou também um suporte veicular para iPhone 12 que mantém o celular preso utilizando apenas o magnetismo.

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O uso de imãs para facilitar o alinhamento do aparelho durante a recarga sem fio não é novidade, já é usada por exemplo nos relógios da própria Apple. Mas nos celulares, o recurso ajuda não apenas a manter as bobinas de recarga na posição correta, como também oferece mais liberdade para usar o celular durante o carregamento da bateria, o que exige alguma coordenação (ou gambiarras) com os carregadores atuais.

Ainda é só o começo do novo MagSafe e sabe-se lá o que pode surgir pela frente. O sistema abre um leque de possibilidades para acessórios — quem sabe, uma lente zoom acoplada por imãs à traseira do iPhone que usa NFC ou Bluetooth para controlar a ampliação da câmera original?

Mais do que isso, fora a identificação de acessórios certificados pela Apple, ao que tudo indica nada impede que outros fabricantes de celulares criem modelos compatíveis com as principais características do MagSafe. O acoplamento magnético já foi testado com sucesso no Galaxy Z Fold 2 e não só o protocolo Qi como o NFC são padrões de mercado.

O novo MagSafe pode não parecer tão inovador ou essencial quanto era o antigo carregador dos MacBooks — que evitou muito prejuízo para os donos dos notebooks —, mas provavelmente se transformará em mais uma fonte de receita para a Apple, que por sua vez oferece mais uma maneira de personalizar seus celulares.

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Fonte: Apple (1, 2), Forbes