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Dois anos de pandemia da covid-19: onde estamos e para onde vamos?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Março de 2022 às 12h21

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Fernando Zhiminaicela/Pixabay
Fernando Zhiminaicela/Pixabay

Nesta sexta-feira (11), o anúncio da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que o mundo enfrentava a pandemia da covid-19 completou dois anos. Neste período de 48 meses, a situação global sofreu grandes reviravoltas, com o surgimento das variantes do coronavírus SARS-CoV-2 e a aplicação em massa das primeiras vacinas.

Atualmente, medidas que buscavam reduzir a transmissão da covid-19 são flexibilizadas na maioria dos países, como o uso de máscaras e, em muitos locais, o distanciamento social já foi abolido. Hoje, alguns países trabalham o conceito de endemia, principalmente na Europa.

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Pandemia em números

Desde o anúncio da pandemia da covid-19, o mundo já registrou, oficialmente, 453 milhões de casos da covid-19, sendo 6,03 milhões de mortes em decorrência da infecção, segundo dados da plataforma Our World In Data. Nas últimas 24 horas, foram notificadas 1,8 milhões de novos casos e 7,3 mil novas mortes.

Em termos de vacinação, 56,53% da população mundial já recebeu duas doses da vacina ou um imunizante de dose única contra a covid-19. Este número equivale a 4,45 bilhões de pessoas protegidas. Quando se observa a aplicação apenas da primeira dose, a cobertura vacinal chega a 63,46% da população, ou seja, 5 bilhões de pessoas.

Com o avanço da vacinação, os números de mortes em decorrência da doença caíram em inúmeros países. No entanto, um fator se manteve constante na vacinação contra a covid-19: o acesso desigual, apesar de iniciativas como a COVAX Faciliy, liderada pela OMS.

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"Apenas 13,7% das pessoas em países de baixa renda receberam pelo menos uma dose", segundo o levantamento da Our World in Data. No continente africano, apenas 14,23% da população recebeu das duas doses de algum imunizante. Isso equivale a 195,38 milhões de pessoas imunizadas.

Brasil e o coronavírus

No Brasil, 29,4 milhões de casos da covid-19 foram oficialmente confirmados, sendo 654 mil óbitos em decorrência da doença, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). A taxa nacional de letalidade é estimada em 2,2%, o que ainda é considerado alto. Nas últimas 24 horas, 56,6 mil novos casos foram diagnosticados e 588 mortes foram confirmadas.

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Na vacinação, o Consórcio de veículos da imprensa aponta que 73,2% da população brasileira recebeu duas doses ou um imunizante de dose única contra a covid-19. A porcentagem equivale a 157,2 milhões de pessoas protegidas. Além disso, a dose de reforço foi aplicada em 68,3 milhões de pessoas, ou seja, 31,81% da população.

No momento, o país deve se concentrar em ampliar a cobertura da dose de reforço do imunizante e também focar na vacinação das crianças e dos adolescentes contra a covid-19. Apenas 3,26% da população entre cinco e 11 anos recebeu a segunda dose, o que equivale a 667,3 mil crianças protegidas.

Por enquanto, a quarta dose da vacina contra a covid-19 pode ser aplicada apenas em pessoas imunossuprimidas — aqueles indivíduos em que o sistema imunológico funcionando de forma atípica. A partir de abril, o governo de São Paulo anunciou que planeja expandir a quarta dose para as pessoas com mais de 60 anos, começando pelos que têm 90 anos ou mais.

Variantes do coronavírus

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Nos últimos meses, o número de variantes do vírus da covid-19 cresceu rapidamente. Diante deste cenário, a OMS buscou formas de simplificar a comunicação das novas cepas e passou a nomeá-las com letras do alfabeto grego, como Delta (B.1.671.2) e Gama (P.1). Esta última foi identificada pela primeira vez em Manaus, a capital do Amazonas, e foi uma das responsáveis pelo colapso da saúde no estado, onde faltou oxigênio para os pacientes internados e óbitos foram registrados.

De acordo com a OMS, a última Variante de Preocupação (VOC, na sigla em inglês) identificada foi a Ômicron (B.1.1.529 ou BA.1). Encontrada pela primeira vez na África do Sul, a cepa foi responsável pela mais recente onda global da pandemia e fez com que o número de casos registrados em 24 horas batesse recordes.

No dia 3 de janeiro, o mundo registrou o recorde de 2,4 milhões de casos de covid-19 em 24 horas. No dia 25 de janeiro, a marca foi superada, e foram contabilizados 3,7 milhões de casos em um único dia. Após o pico desta onda, os números diários começaram a cair e o movimento é de desaceleração até agora.

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Vacinas e remédios contra covid

Neste estágio da pandemia da covid-19, mesmo que não sejam distribuídas de forma igualitária, o acesso aos imunizantes é mais simples. Passado quase um ano, parece difícil lembrar que, no começo de 2021, não existiam vacinas contra a covid-19 no Brasil.

Hoje, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já autoriza o uso de quatro imunizantes, com diferentes tecnologias:

  • Covishield, da AstraZeneca, da Universidade de Oxford e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz);
  • CoronaVac, da farmacêutica Sinovac;
  • ComiRNAty, da Pfizer e da BioNTech;
  • Vacina da Janssen (Johnson & Johnson).
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Vale destacar que a Covishield é, agora, produzida 100% no Brasil, incluindo todo o desenvolvimento do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). Após a conclusão da transferência de tecnologia, o primeiro lote foi enviado para o Ministério da Saúde em fevereiro deste ano. Até agora, nenhum outro imunizante é integralmente feito no país.

Atualmente, especialistas ponderam que a vacinação contra a covid-19 deve se tornar anual, como ocorre com a gripe (influenza). No entanto, ainda não há consenso se as mesmas vacinas serão utilizadas ou se as fórmulas serão adaptadas para atuarem contras as variantes em circulação do coronavírus.

Pouco usados no Brasil, antivirais já foram desenvolvidos para combater a covid-19. Os dois principais exemplos da medicação são: o molnupiravir, da farmacêutica MSD, também conhecida como Merck; e o paxlovid, da farmacêutica Pfizer. Ambos podem ser usados em casa, sem a necessidade de suporte hospitalar e devem facilitar a recuperação de doentes.

Em fevereiro, a Anvisa aprovou o primeiro remédio para prevenir a covid-19, mas uso é limitado para pessoas imunossuprimidas e com alto risco de complicações ou que não podem ser imunizados. Desenvolvido pela AstraZeneca, o Evusheld é composto por dois anticorpos sintéticos, o cilgavimabe e o tixagevimabe.

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E agora, já é hora de pensar em endemia?

Para os próximos meses, a tendência é que a covid-19 se torne endêmica e que o mundo encerre este capítulo mais agudo da pandemia. No entanto, essa mudança na estratégia para lidar com a doença não significa que ela, milagrosamente, desaparecerá da Terra. Na verdade, será necessário aprender a conviver com o vírus, como alguns países da Europa, como a Espanha, têm proposto.

Por definição, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, estabelece endemia como “a presença constante e/ou prevalência usual de uma doença ou agente infeccioso em uma população dentro de uma área geográfica”.

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Para resumir: uma endemia é marcada pela ocorrência de uma quantidade esperada de casos e óbitos relacionados a uma doença, de acordo com uma região e uma época do ano. Independente do ano, esses números devem se manter relativamente iguais. Por exemplo, tuberculose e malária são duas doenças endêmicas.

A transição de uma pandemia para uma endemia não tem critérios 100% definidos e nem é consenso na comunidade científica, por isso, a decisão deve variar de país para país. No entanto, devem ser considerado os seguintes critérios:

  • O atual cenário epidemiológico de uma região;
  • A taxa de letalidade da covid-19;
  • A porcentagem da população vacinada;
  • Os números de casos, hospitalizações e mortes pela doença aceitáveis;

Muito provavelmente, de agora em diante, outros países devem se juntar no entendimento de que o mundo vive a endemia da covid-19. Apesar disso, a vigilância genômica ainda deve ser mantida para acompanhar o surgimento de novas cepas do vírus. Só que, por enquanto, a OMS mantém a posição de que o que vivemos ainda é uma pandemia.

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Fonte: Our World In Data, Conass e G1