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O que são imunossuprimidos?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 05 de Março de 2022 às 18h00

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MirkoVitali/Envato Elements
MirkoVitali/Envato Elements

Imunossuprimidos são pessoas que possuem algum tipo de deficiência imunológica. As pessoas podem ser imunossuprimidas por diferentes causas, como algumas doenças (HIV) ou por algumas condições médicas específicas (receber um transplante de órgão). Casos de imunossupressão temporária podem ocorrer após alguns tratamentos (quimioterapia) e uso de determinados medicamentos. Em comum, estes indivíduos têm um sistema imune que funciona de forma anormal.

Na pandemia da covid-19, o termo imunossuprimido se popularizou bastante. Isso porque pessoas com algumas alterações no funcionamento do sistema imunológico foram consideradas prioridade, por exemplo, na vacinação contra a covid-19. Hoje, o Ministério da Saúde indica exclusivamente que pacientes imunossuprimidos já recebam a quarta dose da vacina — o que ainda não é orientado para a população geral.

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Quais os riscos do imunossuprimido?

Vale explicar que o sistema imunológico é responsável por proteger o organismo humano contra invasores, como vírus, bactérias e fungos. Na maioria dos casos e para a maioria das pessoas, o sistema tende a ser bastante eficiente, o que reduz o risco de pessoas desenvolverem graves complicações para doenças consideradas simples. Em alguns casos, nem remédios são necessários.

No caso de pessoas imunossuprimidos, ameças — que seriam normalmente eliminadas pelo corpo antes de se manifestarem — têm um maior risco de causarem complicações. Este é o caso da gripe (influenza), onde a probabilidade dos indivíduos desenvolverem a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é maior. Por isso, entram no grupo de risco da infecção e também têm direito à vacinação prioritária.

Além disso, segundo a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, "uma pessoa adulta com gripe pode transmitir o vírus influenza principalmente nas 24 horas antes do início dos sintomas, até 3 dias após o final da febre, o que corresponde mais ou menos a 7 dias após o estabelecimento da doença. As crianças e os pacientes imunocomprometidos com gripe podem transmitir o vírus por mais tempo".

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Exemplo prático: complicações da Aids

Para entender com um exemplo prático — e extremo — o risco de pacientes imunossuprimidos, é possível pensar nas doenças oportunas que afetam pessoas que convivem com o HIV, mas que não realizam o tratamento e não controlam a carga viral. Neste momento, a pessoa desenvolve a Aids, ou seja, o estágio mais avançado da doença.

Quando o vírus vive um cenário em que pode se multiplicar de forma descontrolada e tratamentos não são adotados, as células de defesa do paciente começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. Em alguns casos, as concentrações são, de fato, muito baixas.

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"A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo", explica o Ministério da Saúde. "Quem chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer", completa.

O que torna alguém imunossuprimido?

Como explicamos com o exemplo da gripe e também da Aids, o sistema imunológico disfuncional dos pacientes imunossuprimidos os torna mais suscetíveis a infecções que podem ter complicações graves para a saúde do indivíduo. Na medicina, diferentes condições podem causar a imunossupressão.

Diferente do senso comum, a imunossupressão não é causada apenas por doenças ou pela genética do indivíduo. Na verdade, pessoas que receberam algum transplante de órgão, que realizam determinados tratamentos ou que usam alguns remédios — que afetam o funcionamento adequado do sistema imune — também se enquadram nessa condição.

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No caso da pessoa com transplante, o paciente deve usar medicamentos por toda a vida que evitem a rejeição do novo órgão ou tecido. Naturalmente, a tendência do corpo é de rejeitar o "invasor" e atacá-lo com anticorpos. Por isso, é prescrita uma medicação imunossupressora. Em outras palavras, o remédio enfraquece o sistema imune, mas permite que o órgão seja aceito.

Quais são as condições imunossupressoras?

A seguir, confira uma lista de condições que são consideradas imunossupressoras, de acordo com o Ministério da Saúde:

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  • Pessoas com imunodeficiência primária grave;
  • Pessoas em quimioterapia para câncer;
  • Transplantados de órgão sólido ou de células-tronco hematopoiéticas (TCTH), com uso de medicamentos imunossupressores;
  • Pessoas vivendo com HIV/Aids;
  • Quem faz uso de determinados corticoides;
  • Quem faz uso de alguns medicamentos que alteram a resposta imune;
  • Portadores de doenças autoinflamatórias e de doenças intestinais inflamatórias;
  • Pacientes em hemodiálise;
  • Pacientes com doenças imunomediadas inflamatórias crônicas.

Eventualmente, outras condições podem ser acrescentadas, dependendo dos critérios adotados e dos apontamentos do médico responsável pelo tratamento do paciente imunossuprimido.

Qual é a relação com as vacinas da covid?

Com a covid-19, os pacientes imunossuprimidos correm um maior risco, ou seja, a possibilidade de desenvolveram formas graves da doença e necessitarem de internação em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é aumentada.

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A Sociedade Brasileira Imunizações (SBIm) explica que a resposta imunológica e a proteção clínica reduzida foram observadas em estudos com grupos diferentes de pessoas imunossuprimidas, além do maior risco de covid-19 grave.

Diante das evidências, o Ministério da Saúde recomenda que as pessoas com determinados graus de imunossupressão tomem a quarta dose da vacina contra o coronavírus SARS-CoV-2 após quatro meses da última aplicação.

Vale observar que a lista de condições definidas pela pasta já foi incluída anteriormente no texto.

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Outras medidas de cuidado são importantes

Para alguns pacientes imunossuprimidos, as quatro doses da vacina contra a covid-19 podem não ser suficientes para proteger o organismo. "É importante ressaltar que a possibilidade de resposta imunológica reduzida permanece mesmo com esses esquemas específicos. Por isso, as demais medidas de prevenção, como uso de máscara e evitar aglomerações, devem ser mantidas para limitar o risco de exposição ao vírus", explica a SBIm.

Em fevereiro de 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do medicamento Evusheld, composto por dois anticorpos sintéticos, o cilgavimabe e o tixagevimabe. A fórmula foi desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca para prevenir a covid-19 em pacientes imunossuprimidos e com alto risco de complicações da doença. No futuro, esta pode ser mais uma alternativa no leque de formas de prevenção.

Dá para ter uma vida normal?

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Após todas as informações apresentadas e dos riscos mencionados, é necessário destacar que, apesar de algumas limitações, pacientes imunossuprimidos podem ter uma vida normal, inclusive longa. A única questão é que precisam ter cuidados extras.

Em caso de dúvida, vale sempre consultar um médico para compreender as limitações (ou não) de determinada condição para a sua saúde e o seu bem-estar.

Fonte: Ministério da Saúde (1) e (2), Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo e SBIm