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Falta de oxigênio: entenda a situação dos pacientes da COVID-19 no Amazonas

Por| 15 de Janeiro de 2021 às 11h50

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Parentingupstream/Pixabay
Parentingupstream/Pixabay

Após aumento de casos do novo coronavírus (SARS-CoV-2), a situação da saúde —  e dos pacientes internados —  entrou em colapso no estado do Amazonas nesta quinta-feira (14). Devido ao descontrole da COVID-19 e hospitais superlotados, a capital Manaus ficou sem estoque de oxigênio e, agora, procura transferir os doentes para outros estados. Agora, o governo decretou toque de recolher a partir das 19h até as 6h.

Segundo informações do governo local, os pacientes internados estão sendo encaminhado, em uma primeira leva, para Goiás, com dois hospitais: o HUGO (Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz) e o HGG (Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi). Além disso, Piauí, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e o Distrito Federal também devem receber os doentes.

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É importante comentar que os pacientes transferidos têm estado clínico considerado moderado. Em outras palavras, dependem de oxigênio, mas podem ser aerotransportados com "toda segurança", segundo  o secretário de Atenção Especializada em Saúde do Ministério da Saúde, coronel Franco Duarte. No entanto, está não é a mesma realidade para todos os casos da COVID-19, em tratamento, no estado.

O que está acontecendo em Manaus?

Nos últimos sete dias, a média móvel de óbitos em decorrência da COVID-19 cresceu 183% no Amazonas. Na quarta-feira (13), mais de 219 mil pessoas já tinham contraído o coronavírus em todo o estado, e mais de 5,8 mil morreram com a doença. Em Manaus, o número de internações chegou a 2.221, entre os dias primeiro e 12 de janeiro. Até então, o maior índice havia sido registrado em abril do ano passado, com 2.128 pacientes internados. 

Na quarta-feira, a demanda por oxigênio em hospitais públicos superara em mais de 11 vezes a média diária de consumo da terça-feira (12). Na rede privada, os hospitais também enfrentavam dificuldades de abastecimento. Um dia depois, nesta quinta-feira (14), o estoque de oxigênio acabou em inúmeros hospitais de Manaus. Segundo relatos de médicos que trabalham na capital, pacientes internados faleceram por asfixia. Entre as instituições, o Hospital Universitário Getúlio Vargas, ligado à Universidade Federal do Amazonas (UFAM), ficou cerca de quatro horas sem o insumo essencial nesta manhã.

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"Colegas perderam pacientes na UTI por causa da falta de oxigênio. Eles ainda tentaram ambuzar [ventilar manualmente com um ambu], mas foi só para tentar até o último recurso mesmo, porque é inviável manter isso por muito tempo. Cansa muito, tem que revezar os profissionais. Chamaram residentes para ajudar na ventilação manual. A vontade que dá é de chorar o tempo inteiro. Você vê o paciente morrendo na sua frente e não pode fazer nada. É como se ver numa guerra e não ter armas para lutar", segundo fonte do Estadão. Nessa situação, médicos chegaram a transportar o oxigênio nos próprios carros.

Nesse cenário, os pacientes com casos moderados da infecção começam a ser transferidos para outros hospitais, enquanto outros aguardam a reposição do estoque de oxigênio. Além do toque de recolher, o governado também suspendeu o transporte coletivo de passageiros em rodovias e rios. Dessa forma, só está autorizado o transporte de carga e insumos essenciais à vida.

Ainda não foi especificado o tempo que essas medidas devem vigorar, já que uma solução ainda será detalhada em um decreto a ser publicado no Diário Oficial do estado. “Estamos numa operação de guerra, onde os insumos, sobretudo a questão do oxigênio nas unidades hospitalares, é o produto mais consumido diante dessa pandemia”, afirma o governador Wilson Lima. 

Avião da FAB chega com oxigênio

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Na madrugada desta sexta (15), inclusive, uma aeronave C-130 Hércules da Força Aérea Brasileira chegou à capital amazonense com 6 cilindros de oxigênio líquido, o que equivale a mais de 9 toneladas de carga. Fazendo as contas, cada quilo de oxigênio líquido equivale a 0,75 metro cúbico do gás pronto para inalação — ou seja, são mais de 7 mil metros cúbicos para este primeiro momento.

“O Comando da Aeronáutica está dedicando permanentemente o esforço do seu efetivo e de suas aeronaves, 24 horas por dia e 7 dias por semana, em atendimento às necessidades da sociedade brasileira no enfrentamento à pandemia da Covid-19”, informou a FAB, em comunicado.

Fonte: Com informações: Agência Brasil,  Estadão, G1Uol  e CNN