Review Redmi Note 10 Pro | A qualidade vai além da câmera de 108 MP
Por Jucyber • Editado por Wallace Moté | •
O Xiaomi Redmi Note 10 Pro foi lançado pela Xiaomi como a versão mais completa de sua linha intermediária até o momento, ao menos a nível global. O smartphone traz diversos diferenciais na construção e configurações que chamam a atenção do público.
Entre elas, está a opção de capturas com uma lente de 108 megapixels, um número impressionante e que a empresa chinesa vem implementando com frequência para diferenciar celulares intermediário premium e topos de linha.
Mas, será que vale a pena comprar o aparelho? Confira na análise completa!
Prós
- Design renovado
- Tela de 120 Hz
- Câmera de 108 MP
- Bom desempenho geral
- Entrada P2 para fones de ouvido
Contras
- Módulo de câmera extremamente saltado
Design e Construção
No corpo dele é possível ver diversas referências visuais ao Xiaomi Redmi Note 10, e isso pode influenciar positivamente em quem quiser fazer o upgrade do mais barato para o que tem o preço um pouco maior.
Além disso, a fabricante inseriu alguns elementos que ajudam a dar um aspecto mais premium para o intermediário, abandonando a traseira de plástico para implementar vidro Gorilla Glass 5. Ele possui certificação IP53 contra respingos de água e poeira, então deve sobreviver a acidentes como um banho de chuva rápido sem grandes sequelas.
O Redmi Note 10 Pro é leve para um dispositivo com o porte que ele possui, principalmente levando em conta as configurações internas. Na prática, isso mostra o bom trabalho da empresa em avançar em tecnologias e compactar o peso.
- Dimensões: 164 x 76.5 x 8.1 mm
- Peso: 193 gramas
Para as bordas, a empresa mantém o plástico para fornecer uma melhor passagem de sinal para a antena de wireless. Porém, dá para perceber uma diferença na recepção desse sinal em comparação ao Poco F3, mesmo que não seja algo que atrapalhe o uso.
Na lateral direita, estão presentes os dois botões, onde o primeiro e maior é para controle do volume, enquanto o segundo oferece a opção de ligar e desligar o aparelho ou desbloquear via impressão digital.
Um grande defeito desse celular é o módulo de câmeras na traseira, pois ele é extremamente saltado, atrapalhando até mesmo o equilíbrio do dispositivo em certas superfícies, fazendo da capa uma necessidade e não uma opção.
O mais esquisito desse módulo é que ele é saltado em duas etapas, tendo uma base alta e ainda adicionando um outro andar na área onde estão as lentes. É quase um duplex para fotografias.
Conexões
Felizmente o Redmi Note 10 Pro continua com a entrada 3,5 mm para fones de ouvido, que está localizada no topo do aparelho. Isso mostra o empenho da Xiaomi em fazer um celular fino, mas que não abre mão desse recurso.
Embaixo, a entrada USB-C está presente para recarregar o aparelho e ainda oferece alta velocidade para transferência de dados.
Na lateral esquerda do celular, está a gaveta com compartimento triplo, permitindo a inserção de dois chips e um cartão de memória microSD para expansão do espaço interno do smartphone, quando necessário.
Entre as conexões adicionais estão o Bluetooth 5.1, Wi-Fi ac compatível com as bandas de 2,4 GHz e 5,0 GHz, NFC para pagamentos via aproximação e o infravermelho que pode ser usado para controlar TV, ar-condicionado e outros dispositivos compatíveis.
Tela
A tela do Redmi Note 10 Pro é AMOLED de 6,67 polegadas e resolução Full HD+ de 2400 x 1080 pixels, tendo como adicional a tecnologia HDR10. A qualidade dela é bem próxima da encontrada no Poco F3.
Um destaque que o diferencia do Redmi Note 10 é a taxa de atualização de 120 Hz variável, dando mais fluidez no uso em diversos formatos, aumentando de acordo com a necessidade em cada aplicativo ou jogo.
Este recurso influencia diretamente na maneira como a visualização de conteúdo vai ser realizada no smartphone. O aparelho repete a qualidade presente no “irmão menor”, sendo um dos melhores displays já usados pela Xiaomi na linha de intermediários premium.
Para jogos é possível sentir a fluidez no toque e na forma como cada personagem se movimenta na tela. O mesmo acontece na visualização de mídias, mas isso vai depender muito do aplicativo utilizado.
O Redmi Note 10 Pro ainda traz no topo o entralhe em formato de furo, local onde a empresa implementou a câmera frontal do smartphone. O recorte feito é bem pequeno e isso retorna em vantagem para o usuário, que tem um maior aproveitamento do display.
Configuração e Desempenho
Assim como outros celulares da Xiaomi, o Redmi Note 10 Pro conta com a interface personalizada da empresa, a MIUI 12, em conjunto com o sistema operacional Android 11.
Na prática, os ganhos estão relacionados com as possibilidades que essa customização proporciona, em conjunto com a facilidade de adaptação para quem está migrando de outra marca de smartphone que também entrega ROM diferenciada.
Dentro da MIUI 12, existe uma série de aplicativos auxiliares no processo de uso do celular, focando em otimizar o desempenho geral, aumentar a potência em jogos e administrar melhor a bateria.
Em contrapartida, a Xiaomi insiste em manter diversos apps desnecessários e jogos casuais que ninguém se importa. E, para piorar, as propagandas nos programas nativos seguem influenciado diretamente na experiência de uso.
O aparelho conta com a plataforma Qualcomm Snapdragon 732G, que entrega uma boa performance dentro das limitações conscientes de um intermediário premium, sendo um chipset bem interessante para a categoria.
Somando com essa configuração de desempenho, o Redmi Note 10 Pro possui três opções disponíveis para compra: 6/64 GB, 6/128 GB e 8/128 GB, que são alternativas dentro do esperado para a categoria, mesmo acreditando que os 64 GB de armazenamento já estão na fase de extinção.
Segurança
Para segurança, estão presentes algumas opções de biometria. Mas, se destacam o leitor facial e de impressões digitais.
O primeiro é mais simples do que parece, porque lê o rosto, mas não permite a identificação com acessórios de maneira inteligente, sejam óculos ou máscara.
Já em relação ao desbloqueio por digital, ele é muito rápido e preciso, algo que a Xiaomi está de parabéns em termos de segurança, quando comparada com outras fabricantes que possuem celulares da mesma categoria.
Câmera
O Redmi Note 10 Pro possui quatro câmeras na traseira, que trazem ajustes de configuração focados em amplificar ainda mais as possibilidades do usuário, trazendo uma lente de altíssima qualidade, além de mais três com propósito de uso em ângulos mais abertos, próximos ou para destacar o objeto do fundo.
Câmera Principal
Em câmera principal, o usuário do smartphone da Xiaomi tem como diferencial o sensor de 108 MP, uma configuração que já foi usada pela marca em outros aparelhos, mas recebeu bons upgrades.
O sensor traz abertura de lente de f/1.8, trabalhando em conjunto com um formato mais wide para conseguir aplicar qualidade em um ângulo menos fechado. Ele funciona bem, mas ainda apresenta pouca nitidez, algo que é melhor apresentado em aparelhos de resolução inferior.
Em imagens feitas contra uma fonte de luz, o aparelho não consegue equilibrar muito bem as cores, já que não oferece a opção de ativar o HDR em resolução máxima. Sendo assim, esse formato acaba sendo mais por ter uma alternativa que cria imagens maiores do que por entregar resultados mais nítidos.
Eu não sei o porquê da Xiaomi insistir nos celulares com câmeras de altíssimas resoluções se o resultado fica semelhante a celulares com 1/10 dessa configuração. Se a empresa focar mais em melhorar o software e a nitidez gerada no resultado, os usuários vão ficar mais felizes.
Câmera ultrawide
A câmera ultrawide de 8 MP consegue entregar resultados muito bons, dando um ótimo patamar na qualidade geral de captura e em equilíbrio de cores.
Esta lente tem uma abertura de 118°, uma amplitude bem interessante para a visibilidade esperada do ambiente.
Câmera macro
A Xiaomi ter apostado em um sensor de 5 MP para a câmera macro foi uma aposta bem-sucedida. O hardware consegue se alinhar bem com o software e entrega resultados nítidos e de qualidade.
Modo retrato
O modo retrato funciona muito bem por meio da câmera de 2 MP, erra em pouquíssimos detalhes e somente com olhos muito atentos e dando um bom zoom na foto dá para perceber as falhas nos fios de cabelo, algo onde grande parte dos aparelhos erram.
Modo noturno
O modo noturno do Redmi Note 10 Pro funciona bem, mas poderia ser melhor. É nítida a mudança de iluminação, mas não é nada que surpreenda, mostrando que o upgrade de versão não afastou muito esse recurso do presente no “irmão menor”.
Câmera Frontal
A câmera frontal de 16 MP e abertura f/2.5 consegue entregar um ângulo mais aberto. Ela é boa, mas poderia ser melhor se a empresa não insistisse em realizar um embelezamento automático, mesmo com o recurso desativado no aplicativo.
Para deixar os tons mais próximos do real, é interessante ativar o HDR, que consegue dar um bom equilíbrio entre a iluminação e o rosto, mas o resultado fica ainda melhor quando a Inteligência Artificial também é acionada. Então, se for tirar selfies com a câmera frontal contra uma fonte de luz, o ideal é fazer isso com o HDR e AI ativados.
Para imagens em modo retrato, ele se comporta melhor do que o esperado. Mas, é preciso ter atenção na iluminação, pois, em contraluz, ele estoura bastante, mesmo que o contorno seja bom.
O modo noturno não funciona muito bem quando se está em um local onde a escuridão prevalece. Ele ajuda a ter menos ruídos, mas não dá a claridade esperada ao elemento fotografado.
Vídeo
Para gravação de vídeos, o Redmi Note 10 Pro se sai melhor do que o imaginado, conseguindo ter uma boa estabilidade e entregando um ótimo foco ao capturar diferentes objetos.
Em relação a qualidade, ele filma em até 4K a 30 fps na câmera traseira, mas nem mesmo essa resolução consegue entregar bons resultados ao fazer filmagens usando o zoom digital.
Com a câmera frontal, a resolução máxima é 1080p a 30 fps, sendo uma opção interessante para quem está querendo comprar o aparelho com foco em fazer vídeos para as redes sociais verticais do momento, como TikTok, Instagram e Kwai.
Sistema de Som
Apesar de ser descrito com um sistema de som estéreo e funcionar de acordo com essa característica, ele não é bom. A distribuição dele é interessante, cria uma imersão maior em diferentes situações, mas existem modelos melhores neste quesito.
Um ponto a se destacar é que o alto-falante presente no topo tem uma capacidade de reprodução de volume menor do que o inferior, e dá para sentir muito chiado quando se aumenta ao máximo.
Bateria e Carregamento
A capacidade da bateria do Redmi Note 10 Pro é de 5.020 mAh, uma quantidade que é diferente dos números mais arredondados que vemos sendo utilizados, mas o funcionamento é semelhante.
Da mesma forma que outros modelos dessa nova geração, a Xiaomi disponibiliza na caixa um carregador de 33 W, proporcionando o carregamento rápido e entregando um bom resultado na redução do tempo que ele demora na tomada.
Na prática, o celular leva 30 minutos para alcançar 57% de carga, completando o ciclo de 100% em 1 hora e 12 minutos.
Testes práticos
Para esses testes, o foco é mostrar uma base do que se pode esperar do aparelho, o padrão dos testes se baseia em três tipos de uso mais comuns: jogos, streamings, onde foram testados os mais populares, sendo gastos 1 hora em cada game e visualização de vídeos, e o formato usual, que mescla redes sociais e outras opções de navegação.
A simulação tem como fonte o uso prático de grande parte das pessoas, com o brilho da tela foi ajustado para 50%, focando em passar uma experiência de uso dentro do formato rotineiro.
Porém, para o terceiro, foi necessário recarregar o smartphone até a bateria chegar em 100% para posteriormente zerar e dar uma estimativa do tempo necessário para tal. Sendo assim, as informações citadas disponibilizaram os seguintes resultados:
Teste número 1 - Jogos
- Asphalt 9: o consumo foi de 10% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 10 horas.
- Call of Duty Mobile: o consumo foi de 14% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 7 horas.
- Free Fire: o consumo foi de 16% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 6 horas.
- PUBG: o consumo foi de 12% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 8 horas.
- League of Legends: Wild Rift: o consumo foi de 19% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 5 horas.
- Crash On The Run: o consumo foi de 11% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 9 horas.
Teste número 2 - Streamings de vídeo variados
- Netflix: a reprodução de série gera o consumo de 10% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 10 horas.
- Disney Plus: a reprodução de série gera o consumo de 9% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 11 horas.
- mazon Prime Video: a reprodução de série gera o consumo de 5% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 20 horas.
- YouTube: a reprodução de série gera o consumo de 5% de bateria, com uma estimativa total de uso de aproximadamente 20 horas.
Teste número 3 – Navegação geral
Fazendo o uso de maneira normal, navegando entre apps de rede social na conexão WiFi e jogando, o resultado prático mostrou um registro de 27 horas de bateria. Porém, a respeito do tempo de tela ligada, que é quando o celular fica em uso de fato, o tempo foi de 9 horas e 32 minutos. Isso mostra o bom trabalho da empresa em garantir uma grande autonomia no uso diário.
Concorrentes Diretos
Como concorrentes diretos, o Redmi Note 10 Pro não possui muitas opções além das suas variantes. Porém, aqui no Brasil, já existem dois grandes concorrentes dele sendo comercializados, que são: Poco X3 NFC e Moto G60.
O outro modelo fabricado pela empresa oriunda da Xiaomi tem resultados semelhantes ao Redmi Note 10 Pro, seja em velocidade para navegação, experiência de jogo, tempo de carregamento e até mesmo nas fotografias, onde se sai melhor em algumas situações, mas deixa o tom de pele menos natural em selfies.
Já o aparelho da Motorola empata em taxa de atualização de tela, mas ganha com a opção de fazer vídeos com a câmera frontal em qualidade 4K, bem como a bateria, que é maior e isso estende consideravelmente a autonomia.
Mesmo com esses diferenciais, é importante apontar que o Redmi Note 10 Pro ainda ganha deles em display, já que a presença da tela AMOLED cria um grande diferencial na categoria, principalmente para quem é mais atento ao preto profundo e contraste perfeito das cores exibidas no visor.
Conclusão
O Redmi Note 10 Pro é uma opção de celular custo-benefício que vale a pena. A construção mais voltada para o mercado premium demonstra o crescimento da Xiaomi e o quanto a marca está focada em fazer os intermediários dela serem as alternativas mais interessantes da atualidade.
Já o desempenho entregue pela plataforma Snapdragon 732G dá ao usuário um smartphone que faz sentido dentro da categoria, onde tudo pode ser aproveitado sem preocupação com bugs ou engasgos nos jogos.
E por falar em games, um grande auxiliar na visibilidade fluida dos títulos é o display AMOLED com taxa de atualização de 120 Hz, sendo o diferencial que faz muitos que experimentam desacostumarem com o formato antigo.
Além das evoluções em hardware, as câmeras também receberam bons upgrades, mas a lente de 108 megapixels não ajuda a entregar mais nitidez ao elemento fotografado, e o uso contínuo atrapalha a administração de espaço para quem escolhe o modelo com 64 GB de armazenamento.
De modo geral, o Redmi Note 10 Pro é uma ótima alternativa dentro da linha de intermediários premium, e a compra dele vai ser algo que vai agradar ao público que está em busca de um celular bom até R$ 2.500.
Mas, se o encontrar com um valor maior que esse, o Poco X3 NFC é a alternativa mais atrativa para se manter na mesma média de gasto.
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