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Review Motorola Edge 20 | O melhor intermediário da Motorola

Por  • Editado por Léo Müller | 

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Ivo/Canaltech
Ivo/Canaltech

O Edge 20 é o irmão do meio da nova linha Edge 20 da Motorola. O smartphone compartilha de muitas características do Edge 20 Pro, cuja análise completa já está disponível no Canaltech, como câmera principal de 108 MP, tela OLED de 144 Hz e 5G, mas "economiza" em outros setores, principalmente na construção e no processamento.

Mas, afinal, será que o Motorola Edge 20 é uma boa opção no segmento intermediário de alto desempenho? Testei o Edge 20 por alguns dias e compartilho, nos próximos parágrafos, minha opinião sobre ele.

Prós

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  • Construção simples e elegante;
  • Tela OLED de qualidade;
  • Desempenho excelente para todas as tarefas;
  • Ótima autonomia de bateria;
  • Câmeras competentes.

Contras

  • Pegada nada ergonômica;
  • Alto-falante apenas mono.

Confira o preço atual do Motorola Edge 20

Design e construção

O Edge 20 é bastante parecido com o seu irmão Edge 20 Pro em visual, mas há pequenas mudanças na estrutura que fazem toda a diferença na pegada. Em comum, temos um módulo de câmeras robusto com três sensores gigantes, sem contar com a tampa traseira fosca.

A principal diferença do Edge 20 em relação ao irmão é a adição do plástico como material predominante em vez do vidro, resultando em um corpo consideravelmente mais leve quando comparado com alguns intermediários concorrentes, como o Galaxy A52s 5G, pesando cerca de 163 gramas.

A espessura do celular da Motorola também é outro destaque, muito disso graças às suas laterais totalmente retas, algo que eu não via há muito tempo em um celular Android. Na prática, no entanto, senti que esse design tornou a pegada do Edge 20 meio desajeitada, principalmente devido ao seu tamanho avantajado — inclusive, creio que ele não deve agradar aos usuários que não curtem celulares grandalhões.

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  • Dimensões: 163 x 76 x 7 mm
  • Peso: 163 gramas

Apesar de a pegada não ter me agradado muito, não posso deixar de destacar o projeto simples e elegante do Edge 20. O modelo que testamos veio na cor preta fosca — que está mais para um cinza — com o bump de câmeras de vidro que chama atenção pelas lentes gigantes. O logo da Motorola também se integra à tampa traseira e tem um efeito interessante conforme a sua posição sob a luz.

O leitor de impressões de digitais fica localizado na lateral, embutido sob o botão de energia. Assim como no Edge 20 Pro, o leitor é mais rápido e preciso que o presente no Moto G100, por exemplo, e ele fica um pouco mais para baixo, tornando o acesso mais agradável.

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O Edge 20 tem um projeto simples, mas bem elegante. Sua tampa traseira de plástico fosco é bonita e passa uma sensação premium ao toque. Minha única crítica vai para o corpo todo 'quadradão', conferindo-lhe uma pegada mais desajeitada.

Conexões e slots

Assim como os principais smartphones intermediários mais recentes, o Edge 20 tem um conjunto de conexões bem completo e pronto para o futuro. O aparelho é compatível com o 5G (incluindo o 5G DSS), Wi-Fi ac/6e, Bluetooth 5.2 e NFC para pagamentos por aproximação.

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Duas ausências que fazem muita falta, principalmente considerando que se trata de um intermediário, é o suporte para cartão de memória e a entrada para fones de ouvido. Essas características ainda são bem comuns entre os aparelhos do setor intermediário, portanto não fez muito sentido essa decisão de retirá-las — ou seja, o slot para chips, localizado na lateral inferior do Edge 20, arranja apenas os dois chips de operadora.

Assim como muitos dos smartphones mais recentes da Motorola, temos suporte às redes 5G, incluindo o chamado 5G DSS, Wi-Fi 6e e Bluetooth 5.2. No entanto, indo na contramão de muitos intermediários, não há entradas para fones de ouvido nem cartão de memória.

Tela

A Motorola vêm acertando na linha Edge quando o assunto é tela. O Edge 20 tem as mesmas propriedades do seu irmão Edge 20 Pro: 6,67 polegadas, painel OLED com suporte a um bilhão de cores, padrão HDR10+ e resolução Full HD+ (2.400 por 1.080 pixels). Um ponto negativo é a proteção do display ser Gorilla Glass 3, solução já antiga da Corning.

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Com relação à exibição, o que me chamou bastante atenção foram as cores vivas e o brilho intenso — na minha opinião, inclusive, o Edge 20 tem um display tão brilhante quanto o dos modelos mais recentes da linha Galaxy A, uns dos melhores do setor intermediário. Além disso, a fidelidade de tons escuros é excelente graças ao painel OLED.

Outro destaque do Edge 20 em relação aos concorrentes de mesma categoria é a taxa de atualização de 144 Hz. A novidade, obviamente, garante uma ótima fluidez tanto ao navegar pelo sistema quanto ao jogar, mas não percebi uma diferença tão significativa quando comparado a telas de 90 Hz ou 120 Hz.

Além disso, vale mencionar que ainda não há muitos títulos que suportem essa alta taxa de atualização, portanto eu não consideraria esse recurso um diferencial de compra — no futuro, quando provavelmente haverá mais títulos compatíveis com velocidades mais altas, os 144 Hz devem fazer mais sentido.

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Algo que eu não posso deixar de comentar é o tamanho avantajado do display. As 6,67 polegadas não seriam um problema para mim, já que curto aparelhos grandes, mas o seu aspecto mais largo e quadradão fez com que a navegação com apenas uma mão fosse um pouco desconfortável. Ou seja, se você não gosta de telas grandes, o Edge 20 não é o mais indicado.

A tela do Edge 20 é excelente, oferecendo cores extremamente vivas, pretos profundos e definição agradável. Os 144 Hz do painel é outro diferencial, embora não haja muitos jogos compatíveis atualmente.

Configurações e desempenho

O Edge 20 é um intermediário equipado com o recente Snapdragon 778G 5G, da Qualcomm. O chipset não é o mais poderoso do segmento, mas conta com as novas e poderosas CPUs Cortex-A78. O modelo que testamos veio com uma combinação de 8 GB de RAM e 128 GB de armazenamento, sem expansão via microSD.

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O desempenho do smartphone da Motorola é excelente em todas as tarefas — inclusive, quase me fez esquecer a diferença entre um intermediário e um topo de linha. Apps como Facebook, Instagram, Twitter, TikTok, WhatsApp e Twitch rodaram com muita fluidez e sem sinais de engasgos ou travamentos. A abertura de aplicativos e o acesso a recursos do sistema também foram quase instantâneas.

Com relação à jogatina, a GPU Adreno 642L é poderosa o suficiente para manter Dead By Daylight, um dos jogos mais pesados da Play Store, rodando a 60 fps com os gráficos no máximo. Asphalt 9, Call of Duty Mobile, PUGB Mobile também rodaram com ótima qualidade e não notei um aquecimento muito grande após longos períodos.

Para quem curte números e comparações, o Edge 20 fez 2.487 pontos em um dos testes do 3D Mark, plataforma que testa a capacidade do processador em processar gráficos em 3D. A pontuação é ligeiramente superior a do Galaxy A52s 5G, praticamente seu principal concorrente aqui no Brasil, que fez 2.487 pontos no mesmo teste.

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O desempenho do Edge 20 com o chipset Snapdragon 778G me surpreendeu muito, inclusive me fazendo esquecer a diferença entre um intermediário e um topo de linha. Aplicativos de redes sociais, mensageiros, editores e jogos rodaram perfeitamente por aqui.

Software e interface

O Edge 20 usa a mesma interface do Edge 20 Pro, a My UX, sob o Android 11. Ou seja, temos um visual que se inspira no Android “puro”, mas que também traz algumas modificações próprias da Motorola. Uma das melhores é a possibilidade de personalizar o sistema, como alterar as cores predominantes, fontes, formato dos ícones e widgets.

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Além disso, temos as tradicionais funções por gestos da empresa, como chacoalhar para acionar a câmera. O Gametime, recurso que permite gravar a tela e silenciar notificações durante a jogatina, também está presente.

Como não poderia faltar em um smartphone de alto nível da Motorola, tamos o Ready For, plataforma que basicamente transforma o celular num computador. Assim como no Edge 20 Pro, a novidade funciona sem fios e a qualidade de transmissão foi ótima durante os testes.

Câmeras

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O Edge 20 tem basicamente as mesmas câmeras do seu irmão mais potente. A principal de 108 MP e a ultrawide/macro de 16 MP são idênticas, enquanto a terceira tem lente telefoto de 8 MP, contra uma periscópica do modelo Pro. Para selfies, está presente o mesmo sensor de 32 MP.

O conjunto fotográfico da linha Edge de 2021 tem me agradado bastante. A câmera principal de 108 MP é o grande destaque, produzindo imagens de 12 MP — usando a mesma tecnologia do Galaxy S21 Ultra de juntar nove fotos em uma — vibrantes, bem definidas e com alcance dinâmico equilibrado. O pós-processamento por aqui não é muito agressivo, porém notei que áreas de sombra e tons escuros são mais destacadas.

O modo retrato pode ser feito tanto pela câmera principal quanto pela telefoto e eu gostei bastante dos resultados, diferente dos obtidos pelo Edge 20 Pro. O desfoque de fundo é bem mais natural e eu não encontrei aquele efeito de "blur" na região rosto, como no seu irmão.

A câmera ultrawide de 16 MP repete os elogios e críticas da principal. Em ambientes com boas condições de luz o sensor produz fotos bem definidas, sem distorções nos cantos e com cores vivas. Entretanto, assim como no irmão mais potente pude perceber um contraste mais agressivo, resultando em áreas de sombra mais escuras.

A lente de ângulo mais aberto também é responsável pelas fotos macro. Assim como em outros smartphones da Motorola, os resultados são acima da média considerando o segmento intermediário, oferecendo boa definição e cores vivas.

Em cenários com iluminação mais desafiadora, a tecnologia Night Vision faz o seu trabalho adicionando nitidez e brilho, mas os ruídos ficam muito presentes nesse modo, comprometendo a qualidade final.

A terceira câmera do Edge 20 traz lente telefoto e sensor de 8 MP. A peça faz um zoom óptico de 3x sem perda de definição, porém alcança até 30x com auxílio do software — entretanto, eu não recomendo a aproximação máxima, pois há perdas nítidas de qualidade.

Por fim, o sensor frontal de 32 MP tem foco fixo e grava em até 1080p a 30 fps. Os resultados são interessantes para a categoria intermediária, mas notei que o pós-processamento saturou as imagens bem mais do que eu gostaria.

Qualidade sonora

Com relação à qualidade sonora temos um sistema mono igual nos três aparelhos da linha Edge 20. Assim como critiquei no Edge 20 Pro, não faz muito sentido um aparelho voltado para o público premium trazer apenas um alto-falante, principalmente porque a maioria dos concorrentes de mesma categoria — e, consequentemente, mais baratos — já possuem uma experiência estéreo.

Ainda assim, temos uma qualidade sonora ótima considerando as limitações. Repetindo os elogios do seu irmão mais potente, as vozes têm bastante brilho e potência, e mesmo músicas mais agitadas possuem um bom desempenho no geral.

O Edge 20 também não é equipado com um conector de 3,5 mm para fones de ouvido — ao menos a Motorola inclui um acessório com ponta USB-C na caixa.

Bateria

O Edge 20 é equipado com uma bateria de apenas 4.000 mAh, capacidade já considerada abaixo do padrão para um celular mais atual — e, como já era de se esperar, a autonomia foi um destaque.

No nosso teste padrão de Netflix, com o celular conectado ao Wi-Fi, sem chip de operadora e com brilho configurado em 50%, foi consumido 28% em três horas de reprodução, bem inferior aos seus irmãos Edge 20 Lite (17%) e Edge 20 Pro (22%). No total, estimamos que o Edge 20 da Motorola consiga reproduzir mais de 10 horas de streaming nesse teste.

Em outro teste, agora reproduzindo o uso diário, com uma hora de transmissões ao vivo na Twitch, 50 minutos de músicas no Spotify, 30 minutos de vídeos no YouTube, 30 minutos de redes sociais e 20 minutos de jogos, o smartphone da Motorola saiu de 100% para 67%, um pouco abaixo do Edge 20 Pro.

Na prática, usando o Edge 20 no dia a dia para navegar nas redes sociais, assistir a vídeos, jogar casualmente e tirar algumas fotos, foi possível passar cerca de um dia com ele tranquilamente, precisando recarregar somente na manhã do dia seguinte — dependendo do seu perfil, é possível chegar a um dia e meio.

Vale mencionar que, para eliminar a interferência da flutuação de sinal de celular na autonomia de bateria, nós removemos quaisquer chips de operadora do aparelho para realizar esses testes. Contudo, isso influencia positivamente nos resultados de autonomia.

Se a autonomia do Edge 20 não é ótima, ao menos a velocidade de recarga merece destaque. O carregador de 30 W incluso na caixa do smartphone levou menos de uma hora para sair de 10% a 100%, o que é excelente.

Concorrentes diretos

O Edge 20 foi lançado no Brasil por R$ 3.999, quase o preço de um topo de linha deste ano. Por esse valor, ele compete não só com aparelhos como Galaxy S21 e iPhone 11, mas também com o poderoso Moto G100 — inclusive sendo bem mais caro. Já na categoria dos intermediários, ele bate de frente com o recém-lançado Galaxy A52s 5G.

Bom, como você já deve imaginar, o Edge 20 não consegue competir com seus concorrentes topos de linha em termos de qualidade. O Galaxy S21, por exemplo, pode ser encontrado por preços abaixo de R$ 4 mil e tem tela Dynamic AMOLED de melhor qualidade, desempenho superior por conta do chipset Exynos 2100, suporte a 5G, resistência a água e poeira, câmeras mais competentes — apesar de não ter um sensor de 108 MP —, e som estéreo.

Se você não tem preferência por sistemas operacionais, talvez o iPhone 11 seja uma opção com iOS. Você perde a tela OLED, mas ganha em desempenho, câmeras e atualizações.

Também temos o Galaxy A52s 5G, novo intermediário da Samsung que chegou ao Brasil neste mês de setembro por R$ 3.499. Ele é equipado com o mesmo chipset do Edge 20, mas traz 6 GB de RAM, contra 8 GB do rival, e 128 GB de armazenamento interno. Eu ainda não tive a oportunidade de testá-lo, mas basicamente trata-se de um A52 mais turbinado.

Ou seja, pode esperar um celular igualmente competente para todas as tarefas da Play Store, além da tão elogiada tela Super AMOLED de 120 Hz da Samsung. As câmeras dos smartphones da sul-coreana também me agradam mais por conta do pós-processamento mais eficaz — ah, e ele também traz som estéreo.

Conclusão

O Edge 20 é um smartphone intermediário premium que coloca a Motorola na cola da Samsung quando o assunto é conjunto equilibrado. A construção é elegante, a tela OLED de 144 Hz é excelente, o chipset Snapdragon 778G roda tudo, e as câmeras são competentes.

Entretanto, ainda faltam alguns detalhes para ele, de fato, bater um Galaxy A equivalente. Os principais pontos negativos ficam por conta do alto-falante mono, algo inaceitável para um smartphone lançado por R$ 3.999, da bateria inferior em relação a dos concorrentes, e da pegada um pouco desconfortável devido ao corpo mais quadrado.

Além disso, seu preço de lançamento chegando na casa dos R$ 4 mil não é nada convidativo, principalmente considerando que, por esse valor, é possível encontrar aparelhos topos de linha do ano, como o Galaxy S21.

Agora, caso seu preço diminua nos próximos meses — como tende a diminuir —, o Edge 20 se torna uma opção muito interessante para quem não gosta, ou não quer, apostar num Samsung.

E aí, curtiu o Motorola Edge 20? Confira abaixo uma oferta especial que preparamos!