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Por que estamos comprando cada vez menos celulares?

Por| Editado por Léo Müller | 17 de Março de 2023 às 18h15

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Rafael Damini/Canaltech
Rafael Damini/Canaltech

Imagine o cenário: você possui um iPhone 12, celular lançado em 2020 que ainda supre suas principais necessidades, e a Apple lança o iPhone 14 Pro Max a partir de R$ 10.499. Você compraria o lançamento mesmo sabendo que o aparelho antigo ainda dá conta do recado?

Se a resposta for negativa, você não está sozinho, visto que as vendas de celulares no mundo atingiram o menor patamar em uma década no último trimestre de 2022, segundo relatórios publicados pela agência de pesquisa Canalys.

Quis introduzir este cenário mais realista antes de informar o dado para refletirmos sobre alguns fatores. Afinal, por que estamos comprando cada vez menos celulares?

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Preço x inovação

A primeira coisa que vem à cabeça quando ponderamos trocar de celular é o preço dos lançamentos. Com smartphones premium chegando a custar quase R$ 15 mil, intermediários até R$ 4 mil, e os básicos já ultrapassando a casa dos R$ 2 mil, trocar de aparelhos anualmente é para poucos, ainda mais se eles não oferecerem nada muito revolucionário.

Se você investiu seu dinheiro em um iPhone 12 em 2020, muito provavelmente ele continuará em ótimas condições atualmente, não perdendo em quase nada para o iPhone 14 em experiência geral. Não só nossos testes comprovam isso, como também a enorme procura por iPhones antigos e, consequentemente, mais acessíveis.

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Felizmente para o usuário, a própria Apple faz a compra de um iPhone do ano ser desnecessária — tanto que muitas pessoas esperam um lançamento da Apple para comprar as gerações passadas.

No mundo Android, nos últimos três anos, tivemos muito foco em câmeras, com a adição de mais lentes, recursos e aprimoramentos por inteligência artificial (IA). Entretanto, se seu foco não for fotografar a Lua, não faz muito sentido trocar de celular todos os anos.

Ciclos de troca cada vez mais longos

Com as inovações tecnológicas cada vez menos relevantes, trocar de celular a cada dois, três anos não é considerado tão antiquado como antigamente. No segmento premium, por exemplo, os lançamentos anuais recebem pouquíssimas novidades que geralmente não justificam a atualização — o iPhone 14 é o exemplo mais recente.

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Segundo um levantamento realizado pela OLX, dos dez smartphones mais procurados na plataforma em 2022, nove eram iPhones lançados entre 2015 e 2021, sendo o iPhone 11, de 2019, o campeão. Citei bastante os smartphones da Apple por serem os casos que exemplificam perfeitamente essa desnecessidade de comprar celular novo frequentemente.

Mas os ciclos de troca cada vez mais longos também ocorrem bastante no mundo Android, inclusive no segmento intermediário. No portfólio da Samsung, por exemplo, os modelos da linha Galaxy A constantemente recebem recursos premium da linha Galaxy S, como a gravação de vídeo em 4K, e isso faz com que os usuários não sintam a necessidade trocar de aparelho.

Muitos anos de atualizações de Android também fazem toda a diferença na hora de fazer ou não o upgrade. Como já mencionado, a Apple com o iPhone é o melhor exemplo por oferecer versões do iOS por mais de cinco anos, enquanto a Samsung se sobressai no ecossistema Android com quatro versões do SO em alguns modelos.

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A linha Motorola Edge, embora atrás dos Galaxy A e S no quesito longevidade, melhorou seu suporte de atualizações de sistema operacional nos últimos anos, favorecendo os usuários que não conseguem, ou não querem, trocar de celular a cada lançamento. Atualmente, a marca oferece três anos de Android para o Edge 30 Ultra.

Cenário econômico não favorece

Do ponto de vista econômico, trocar de celular ano a ano é um luxo para poucos. Também pudera, nos últimos anos tivemos duas eleições, pandemia de COVID-19, crise no fornecimento de chips, sem contar com a Guerra entre Rússia e Ucrânia. Tudo isso gerou alta nos preços em praticamente todas as categorias de produto, inclusive smartphones.

Além disso, vale destacar que o Brasil passou por uma das piores fases de inflação e desemprego nesse período. Segundo dados da PNAD Contínua, pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), no ano de 2021 o país superou os 10% de inflação, enquanto a taxa de desemprego bateu 14,9% em março do mesmo ano.

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Com os números de inflação e desemprego voltando aos patamares “normais” pré-COVID-19, no entanto, a empresa de pesquisa de mercado para o setor de tecnologia IDC Brasil espera que a venda de smartphones cresça 6% este ano, conforme pesquisa divulgada em fevereiro deste ano.

Um detalhe interessante é que, segundo os dados, a preferência do usuário deve ser para celulares mais simples, o que mostra que, apesar da ligeira melhora na situação econômica do país, as pessoas não parecem se importar muito com grandes lançamentos de smartphones.

5G é o futuro, mas poucos sabem dele

O 5G só foi instalado no Brasil em meados de 2022, mas muito se falava dele por aqui ainda em 2020, quando a Motorola lançou os primeiros smartphones compatíveis com a tecnologia. De lá para cá, uma onda de lançamentos carregando o nome “5G” chegou para impulsionar a troca de gerações.

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No entanto, embora muitos brasileiros achem que o 5G seja o futuro, poucos estão dispostos a abrirem a carteira para trocar seu smartphone 4G por outro da nova geração. Segundo levantamento divulgado pela consultoria IDC em maio de 2022, apenas 36% dos entrevistados revelaram não terem certeza se realizarão a troca para o 5G.

Um dos motivos de boa parte dos brasileiros optarem por não migrar para um smartphone 5G é um possível custo adicional, pois não só o celular precisaria ser compatível com a conexão, como também o plano de internet.

Além disso, 39% das pessoas que não pretendem migrar para o 5G afirmaram estarem felizes com seus celulares com conexão apenas 4G. E também não há com o que se preocupar em relação ao suporte às redes 4G, visto que nem mesmo o 2G foi desligado ainda. Além disso, Ministério das Comunicações espera que todas as cidades brasileiras com mais de cem mil habitantes tenham sinal 5G até 2028, demonstrando uma migração bem gradual para a nova tecnologia.

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Felizmente, no entanto, caso você já queira entrar no universo 5G, há alguns smartphones acessíveis com suporte à nova conexão, como o Galaxy M23 5G, que custa cerca de R$ 1.350, e o Motorola Moto G71 5G, encontrado na faixa dos R$ 1.500. Confira os links de compra abaixo caso queira os encontrar em oferta.

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Compre menos, mas compre certo

Uma pesquisa interessante realizada pela consultoria IDC Brasil durante o primeiro trimestre de 2019 revelou que o brasileiro, de fato, comprou menos celulares no período, mas ticket médio foi maior. Isso significa que as pessoas optaram por modelos um pouco mais caros, visando a longevidade — isso eu chamo de “compre menos, mas compre certo”.

Já sabemos alguns dos motivos que podem explicar o encolhimento nas vendas de smartphones no Brasil e no mundo. Então, como lidar? Sei que as melhores respostas seriam “aumentar o salário mínimo” e “diminuir o preço dos aparelhos”, mas, como não vivemos num conto de fadas, é preciso ter responsabilidade antes de realizar sua próxima compra.

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A primeira dica é esquecer os lançamentos anuais — acho que até eu deveria seguir essa indicação. Seu celular antigo de dois anos não ficará ruim só porque a nova geração dele foi apresentada.

Outra orientação é se perguntar se você precisa trocar de celular e, caso a resposta seja positiva, quanto dinheiro está disposto a gastar. Muitos smartphones intermediários atuais já possuem tecnologias semelhantes às dos tops de linha, porém com preços mais acessíveis, então vale a pena considerá-los.

Mas talvez a dica mais importante seja conferir suas necessidades, já que pode ser que você não aproveite todo o potencial de um celular top de linha como um iPhone 14 Pro Max da vida. Se você prioriza 5G, boa autonomia de bateria, desempenho agradável para tarefas do dia a dia e câmeras interessantes, certamente algum modelo custo-benefício pode ser a melhor opção.

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Por outro lado, se você gosta de postar dezenas de Stories no Instagram ou vídeos curtos no TikTok, um iPhone mais antigo, de segunda mão, com ficha técnica interessante, deve ser suficiente. Inclusive, recentemente publiquei no Canaltech uma matéria respondendo se vale a pena realizar negócio com smartphones usados.

Agora, se você já souber quanto pode desembolsar, mas não sabe qual modelo escolher, recomendo conferir nossas listas de melhores ofertas de celulares em cada faixa de preço, escritas pelo meu colega Felipe Junqueira.

Queremos saber: tem comprado menos ou mais celulares nos últimos anos? Conte-nos nas nossas redes sociais!

Fonte: IBGE (1, 2), OLX, BCB, IDC, Reuters via Época Negócios, Portal FGV, IDC Brasil via Gizmodo