Vendas de celulares atingem pior patamar em uma década
Por Vinícius Moschen | Editado por Wallace Moté | 18 de Janeiro de 2023 às 10h44
De acordo com novos relatórios publicados pela agência de pesquisa Canalys, o mercado de smartphones ainda enfrenta dificuldades. Os números do quarto trimestre mostraram o pior resultado em uma década, segundo o analista Runar Bjørhovde.
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Foi registrado um decréscimo próximo a 17% em relação ao mesmo período do ano anterior, com menos de 300 milhões de unidades vendidas. Quando se considera o ano como um todo, foi uma queda de 11% em relação a 2021.
Especialistas apontam que os resultados acontecem devido a um cenário macroeconômico pouco favorável. Fatores como o aumento no preço dos componentes e tensões geopolíticas ainda são citados como os principais causadores do baixo número de vendas.
A época de festas de fim de ano conseguiu fazer com que as marcas esvaziassem parte de seus estoques. Porém ainda há uma certa cautela em relação à reposição, por conta da baixa demanda registrada ao longo dos últimos meses.
A procura por dispositivos de entrada e intermediários sofreu sua maior queda nos trimestres prévios, enquanto os modelos mais avançados tiveram dificuldades no último trimestre de 2022.
Em geral, o resultado no final do ano passado contrasta com o mesmo período de 2021, que foi marcado por aumento de demanda e redução nas dificuldades de obtenção de peças.
Para 2023, a expectativa de uma recessão econômica não é animadora para as fabricantes de celulares. Espera-se um mercado estagnado, com marcas cautelosas e foco em uma maior lucratividade — por meio também da redução de custos.
Apple foi a maior do trimestre, Samsung lidera no ano
Marca | Fatia de mercado Quarto trimestre - 2021 | Fatia de mercado Quarto trimestre - 2022 |
Apple | 23% | 25% |
Samsung | 19% | 20% |
Xiaomi | 13% | 11% |
OPPO | 9% | 10% |
Vivo Mobile | 8% | 8% |
Outras | 28% | 26% |
Assim como é tradicional, a Apple teve seus melhores resultados do ano durante o último trimestre. Afinal, o lançamento da linha iPhone 14 ajudou a empresa a superar a Samsung neste período.
Com isso, a empresa de Cupertino atingiu uma fatia de mercado de 25%, maior que os 23% registrados no fim de 2021. Por sua vez, a marca coreana registrou 20 e 19%, respectivamente.
O crescimento das duas líderes se deu em detrimento da Xiaomi, entre outras marcas — em especial as chinesas, que vinham em franca ascensão e sofreram com a covid-19 nos últimos meses do ano. Por conta de dificuldades de produção e distribuição na Índia, a empresa viu sua proporção de vendas cair de 13 para 11% entre os períodos de outubro a dezembro dos dois últimos anos.
Marca | Fatia de mercado - 2021 | Fatia de mercado - 2022 |
Samsung | 20% | 22% |
Apple | 17% | 19% |
Xiaomi | 14% | 13% |
OPPO | 11% | 9% |
Vivo Mobile | 10% | 9% |
Outras | 28% | 28% |
Em relação aos dados completos de 2022, a Samsung manteve a sua liderança com 22%. A companhia permanece com a estratégia de explorar diferentes faixas de preço, desde os aparelhos mais básicos até os dobráveis mais avançados.
Já a Apple se destaca entre os dispositivos premium, e atingiu 19% do mercado. Xiaomi, Oppo e Vivo Mobile Communications Co. viram suas participações serem reduzidas em relação ao ano anterior, em cerca de um a dois pontos percentuais.
Fonte: Canalys