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Vale a pena comprar um celular com processador Unisoc?

Por  • Editado por Léo Müller | 

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Rafael Damini/Canaltech
Rafael Damini/Canaltech
Realme C35

Quando o assunto é chipset para smartphones, as pessoas lembram da Qualcomm, com os Snapdragon, dos esquentadinhos Exynos, da MediaTek e da Apple. Mas você já ouviu falar da marca Unisoc? Então, guarde esse nome porque ele deve ser muito mencionado nos segmentos básico e intermediário futuramente.

Aqui no Canaltech, testamos e noticiamos os mais diversos tipos de produtos de consumo, de diferentes marcas, faixas de preço e categorias. E, nos últimos meses, a marca Unisoc apareceu com frequência, fosse equipando smartphones e tablets, ou apenas lançando alguma novidade para o mercado.

E a pergunta que fica no ar é: o que a Unisoc fez para aparecer tanto assim? Os produtos com chipset da Unisoc são bons mesmo? Conversemos.

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Contexto e posicionamento

A Unisoc não é completamente nova no mercado — na verdade, ela já foi bem conhecida quando atendia pelo nome Spreadtrum. A empresa de processadores atua em muitas áreas em mais de 100 países, mas, nesta pauta, focaremos no setor mobile, onde ela atende dispositivos básicos e intermediários vendidos, principalmente, em países emergentes.

A estratégia da Unisoc em focar em aparelhos menos avançados vem dando muito certo por dois motivos principais. O primeiro é comercial, já que, segundo um analista do Counterpoint Research, isenta a fabricante de quaisquer problemas com os Estados Unidos — ao menos até o momento.

Além disso, segundo uma reportagem do South China Morning Post publicada em março, a empresa vem trabalhando em diversificar suas operações para mitigar potenciais riscos, como produzir chips 5G não só para produtos de consumo, como também soluções industriais, elétricas, mineração e até internet das coisas (IoT).

O segundo motivo é mais estratégico, pois, seguindo a tática usada pela MediaTek — que se tornou a maior fabricante de chips do mundo ao direcionar seus esforços aos segmentos de baixo de médio custos — ultrapassou Samsung e HiSilicon (Huawei) com 10% de market share, segundo a Counterpoint Research divulgou no finalzinho de 2022.

É claro que não podemos deixar de mencionar alguns fatores que impulsionaram a Unisoc ao longo dos últimos anos, como as críticas à Samsung em torno da linha Exynos e os prejuízos sofridos pela Huawei com as sanções comerciais dos Estados Unidos, em 2019.

Celulares com chip Unisoc são geralmente mais baratos

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Muitas marcas apostam em soluções da Unisoc para diminuir o custo de produção dos seus aparelhos e, consequentemente, reduzir o preço para o consumidor. A Samsung, por exemplo, lançou o Galaxy A03 no Brasil com o Unisoc T606 que custa cerca de R$ 650, enquanto a HMD Global (Nokia) trouxe o G21 com o mesmo chipset.

Motorola, ZTE, Infinitx, UMIDIGI, HTC, Oukitel, Blackview, Ulefone, Tecno e Realme são outros exemplos de fabricantes que possuem smartphones básicos utilizando os processadores da chinesa.

A Realme é um caso pessoalmente interessante porque analisei um smartphone da chinesa recentemente, o Realme C35, que me surpreendeu muito pelo desempenho acima da média para um celular de entrada — e foi dele que veio a inspiração para produzir essa pauta.

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Nos meus testes, o smartphone performou muitíssimo bem na abertura e na execução de aplicativos e jogos. Inclusive, comparado com modelos categoricamente superiores, como o Galaxy A14 5G, ele se saiu melhor na experiência geral, apesar dos testes de benchmark mostrarem o contrário.

Obviamente, muitos fatores estão inclusos para uma boa atuação do aparelho, como interface, memória RAM e armazenamento interno, mas o chipset presente no C35 se mostrou muitíssimo competente no dia a dia.

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Além disso, conversei com meus colegas de trabalho Felipe Junqueira e Ramalho Lima, que analisaram celulares baratinhos com processadores da Unisoc, e ambos descreveram suas experiências como “decente, entregando uma experiência razoável para o posicionamento do aparelho, numa categoria de entrada”.

Celulares com processador Unisoc são bons mesmo?

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Sei que os usuários que procuram smartphones nessa faixa de preço mal ligam para modelos de processador, querendo apenas que eles funcionem bem para o básico. Mas, se futuramente você se deparar com um intermediário equipado com essa marca, recomendo dar uma chance.

Gradualmente, a chinesa vem apostando em processadores mais simples com conexão 5G, como recém-lançado T750, construído em 6 nanômetros (nm) e capaz de suportar memória RAM do tipo LPDDR4X e armazenamento UFS 3.1. Também há o T820, que suporta câmera de até 108 MP e gravação em 4K@60fps.

Pela minha experiência com os modelos mais básicos, a Unisoc tem tudo para seguir os passos da MediaTek no mercado. Em breve, devemos ver celulares de entrada e intermediários simples oferecendo tecnologias ainda mais recentes, enquanto mantém os preços agressivos.

Fonte: SCMP, Kimovil, Unisoc, Counterpoint Research