Review Realme C35 | Celular de entrada com ótimo desempenho
Por Diego Sousa | Editado por Léo Müller | 03 de Maio de 2023 às 16h16
O Realme C35 é um celular que briga no segmento básico, ainda dominado por modelos da Samsung e da Motorola no Brasil. Por cerca de R$ 1.100, você tem processador Unisoc de bom desempenho, câmera principal de 50 MP, tela Full HD e uma bateria generosa.
Será que você deveria dar uma chance a um modelo de uma marca pouco conhecida no Brasil? Eu testei o Realme C35 por algumas semanas, e conto nos próximos parágrafos todos os seus pontos positivos e negativos. E se você se interessar por ele ao final dessa análise, deixarei links de compra confiáveis para você aproveitar.
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Design com aspecto premium
O Realme C35 preenche todos os requisitos de um celular básico: tem corpo e moldura de plástico, tela sem qualquer proteção Gorilla Glass, design com cor chamativa e pegada robusta. Apesar de ser simples, parece que a marca fez questão de adicionar um efeito brilhante na tampa traseira, dando a impressão de ser vidro.
Ele não tem nada de inovador e revolucionário, mas passa uma boa sensação de ser mais premium do que é, o que pode ser um diferencial para quem estiver procurando modelos nesta faixa de preço.
Nas laterais, o C35 esconde uma bandeja recheada de slots: uma delas abriga dois espaços para chips de operadora e um para cartão de memória — ou seja, nada de gaveta híbrida. Além disso, há uma entrada USB-C, outra de 3,5 milímetros (mm) para fones de ouvido, saída de som mono e um leitor de digitais.
Por falar no desbloqueio por digitais do aparelho, achei bem rápido e preciso, diferentemente do seu primo Realme 10 Pro, o qual não me proporcionou uma boa experiência.
Uma boa tela para a categoria
A tela Full HD de 6,6 polegadas é um dos principais diferenciais do Realme C35. Embora não tenha alta taxa de atualização ou painel AMOLED, estamos falando de um bom display IPS LCD com resolução acima da média para a categoria mais simples.
O celular da Realme tem bordas relativamente grossas, além do já datado entalhe em “V” para a câmera frontal. No geral, a tela apresenta boas cores e um mínimo vazamento de luz ao redor do sensor de selfie — esse defeito é algo comum em painéis LCD. O nível máximo de brilho, por sua vez, é aceitável em ambientes ensolarados, mas nada diferenciado.
Com relação ao som, temos somente um alto-falante, localizado na parte de baixo do celular. A qualidade é baixa, facilmente abafável enquanto estiver jogando e estourado em volumes mais elevados. No entanto, se você não ligar muito para isso, dá para ter uma experiência multimídia aceitável.
Desempenho melhor que o esperado
O Realme C35 não é considerado um celular intermediário, mas ele traz configurações condizentes para tal denominação. O chipset Unisoc T616 é o protagonista por aqui, surpreendendo positivamente na abertura e na execução de aplicativos e jogos.
Aliado a 4 GB de memória RAM e 64 GB de armazenamento interno, o chipset deu conta de aplicativos de redes sociais, mensageiros e plataforma de streaming tranquilamente. Já em jogos, tive uma ótima experiência com Pokémon Unite, Subway Surfers e Asphalt 9, por exemplo, todos funcionando em 30 quadros por segundo (fps) na qualidade padrão.
Em testes sintéticos de benchmark, no entanto, o chipset Unisoc T616 não surpreendeu muito. No AnTuTu 9, por exemplo, o smartphone performou geralmente pior que o Samsung Galaxy A14 5G, que utiliza o Exynos 1330, porém se aproximou do seu irmão C55, o qual usa um Helio G88.
Interface datada e Android antigo
Rodando uma versão mais simples da Realme UI baseada no Android 11 — e não, você não leu errado —, o C35 traz uma experiência ultrapassada mesmo para o segmento básico. A interface é fluida apesar da tela de 60 Hz, mas o visual é datado e carente de muitas opções de personalização dos Android mais recentes.
Sei que o Android 11 ainda é a versão do sistema operacional do Google mais usada, principalmente em países emergentes (ou subdesenvolvidos) nos quais a Realme tem grande atuação, mas, no Brasil, concorrentes como Samsung, Motorola e Xiaomi já passaram, pelo menos, para o Android 12.
Vale mencionar que não há nenhuma confirmação de que o C35 será atualizado para o Android 12, portanto considero uma grande desvantagem em relação aos concorrentes.
Câmeras deixam a desejar
Embora o chipset da Unisoc tenha mandado muito bem no desempenho, no processamento de imagens, ele deixa muito a desejar. Mesmo em ambientes com boa iluminação, a câmera principal tem um desempenho bastante negativo, com cores lavadas e alcance dinâmico (HDR) limitado. As imagens melhoram minimamente com o modo HDR e o aprimoramento de imagem por inteligência artificial ativados, mas não espere milagres.
Não foi raro fazer um retrato e visualizar uma foto completamente estourada, como se o objeto principal estivesse em outra dimensão. O recorte do objeto principal também é geralmente defeituoso, sem falar da nítida perda de detalhes.
Quando a noite cai, a situação fica mais precária. A definição cai drasticamente, enquanto as cores se perdem numa imagem escura e borrada. Nos modos de foto, há uma opção chamada “Noite Pro”, que aumenta o tempo de exposição para entrar mais luz no sensor, mas o resultado continua ruim.
As câmeras macro e frontal deste aparelho são extremamente básicas, e você não deve conseguir bons registros com nenhuma delas. Os dois sensores pecam pela baixa definição, mas o sensor de 2 MP com lente macro se sai pior pelas cores muito lavadas.
Com relação à gravação de vídeo, o sensor principal de 50 MP grava em Full HD a 30 fps com uma qualidade bem básica, repetindo todos os pontos negativos das fotos. O smartphone também possui uma câmera frontal que faz vídeos apenas em HD (720p), também muito abaixo da média.
Para comparação, o Samsung Galaxy A14 5G, que tem praticamente as mesmas câmeras e preço que o rival da Realme, oferece uma experiência fotográfica muito mais rica, com modo retrato eficaz e pós-processamento de imagem já conhecido dos celulares da Samsung.
Bateria pode esgotar rápido
Com 5.000 mAh, a bateria do Realme C35 não se saiu muito bem nos nossos testes padrão que simulam um uso diário. Executando diversas tarefas cotidianas como jogos, redes sociais, mensageiros instantâneos e exibição de vídeos no YouTube, o celular consumiu 42% em 6 horas, sendo cerca de 4 horas de tela ligada no modo automático.
Na prática, o celular da Realme poderia durar cerca de 14 horas longe da tomada em uso real, ou pouco menos de 10 horas de tela ligada. Para comparação, sua atuação ficou bem abaixo do seu irmão C55, com 21 horas de uso estimadas, e o Galaxy A14 5G, com, aproximadamente, 17 horas de uso.
Vale mencionar que tempo de uso varia dependendo do tipo de aplicativo, força da rede móvel e vários outros fatores. Você pode conseguir extrair um tempo melhor, mas também pode precisar de uma tomada em um tempo menor do que os testes disponíveis na internet.
Concorrentes diretos
Embora o C35 seja um modelo de entrada com pé no intermediário, seu preço acima de R$ 1.000 faz com que ele compita com smartphones como o Samsung Galaxy A14 5G. Para começar, o modelo da Samsung tem 5G, contra 4G do rival, sendo uma opção mais interessante para o futuro.
Outro grande diferencial do A14 é a interface baseada no Android 13, enquanto o rival está preso no Android 11. Além disso, o conjunto de câmeras e a bateria do A14 são mais competentes, demonstrando mais maturidade da Samsung nessa categoria.
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O Realme C35 vale a pena?
O Realme C35 é um celular de entrada acima da média. Para quem procura apenas o básico, ele entrega um pouco mais, como tela Full HD, desempenho muito satisfatório, design agradável e boa bateria.
Entretanto, para ele fazer sentido no mercado brasileiro, bem poderia custar menos de R$ 1.000, pois entregaria mais tecnologias e desempenho que modelos como Samsung Galaxy A04s e Motorola Moto E32.
Se for encontrado acima desta faixa de preço, ele competirá no segmento intermediário básico, que já oferece um salto considerável em câmeras, recursos e experiência.
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