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Review Galaxy Z Fold 4 | Pequenas correções em busca da perfeição

Por| Editado por Léo Müller | 02 de Setembro de 2022 às 14h43

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Review Galaxy Z Fold 4 | Pequenas correções em busca da perfeição
Review Galaxy Z Fold 4 | Pequenas correções em busca da perfeição

A quarta geração de smartphone com tela dobrável da Samsung chegou. O Galaxy Z Fold 4 não traz muita novidade, mas melhora alguns pontos nos quais seu antecessor deixou um pouco a desejar. Além de trazer ainda mais potência.

Entre os destaques, estão o novo conjunto de câmeras, agora com hardware mais atual e condizente com a outra linha premium da Samsung, a série Galaxy S22. Além disso, a câmera sob a tela ficou mais discreta e a proporção das telas ficou menos esticada.

Será que o Galaxy Z Fold 4 tem avanços significativos para justificar o upgrade? E a autonomia de bateria, melhorou ou piorou com a manutenção da capacidade de seu antecessor? Vou contar tudo sobre o novo celular da Samsung nesta análise.

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Preço do Galaxy Z Fold 4

Design e Construção

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  • Dimensões: 155,1 x 130,1 x 6,3 mm (aberto); 155,1 x 67,1 x 15,8 mm (fechado);
  • Peso: 263 g

Para o Galaxy Z Fold 4, foi levado em conta o ditado “em time que está ganhando não se mexe”. Mas não à risca, já que alguns polimentos foram feitos para reduzir algumas desvantagens apontadas no antecessor.

A quarta geração do dobrável da Samsung é um pouco menos alto e mais leve que o seu antecessor. Na altura, a diferença é pequena, de cerca de 3 mm apenas. Já o peso reduziu em oito gramas, uma diferença de quase 3%.

Visualmente, é quase o mesmo celular. Não há muito o que fazer neste sentido, ainda mais quando a proposta da geração anterior funcionou bem.

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A câmera sob o display, que fica na tela maior, está levemente mais discreta. Ainda dá para reparar uma pixelização na área em que ela fica, mas é mais fácil ignorar sua existência. O diâmetro parece ter reduzido um pouco.

De maneira resumida, o Galaxy Z Fold 4 é um aperfeiçoamento do modelo do ano anterior. A Samsung deu uma “polida” no design, ao melhorar a proporção das duas telas e reduzir as bordas, principalmente.

O celular mantém o acabamento que alia metal e vidro, com uma película de vidro ultra fino e plástico na tela dobrável. A certificação IPX8 foi mantida, com suporte para até 30 minutos de 1,5 metro de água doce.

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E apesar do foco no mundo corporativo, a Samsung ampliou as opções de cores. Agora, além do preto, há um cinza-esverdeado, bege e até uma opção bordô, exclusiva dos canais online.

Telas

  • Tamanho: 7,6 polegadas, 183,2 cm² de área, ~90,9% de ocupação;
  • Painel: AMOLED Dinâmico 2X dobrável;
  • Resolução e densidade aproximada: Quad HD (1812 x 2176 pixels), 373 ppp;
  • Externa: AMOLED Dinâmico 2X de 6,2 polegadas HD (904 x 2316 pixels).

A tela principal do Galaxy Z Fold 4 mantém o tamanho diagonal de 7,6 polegadas de seu antecessor, mas com uma proporção diferente, de 5:6. O display tem um formato mais quadrado, com ambos os lados em tamanho mais próximo, em vez de um bem mais comprido.

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O display externo também repete o tamanho diagonal de 6,2 polegadas, mas traz uma proporção diferente. Agora, em vez de um 25:9, o Z Fold 4 tem 23,1:9, uma taxa menor na altura em relação ao comprimento.

A diferença no uso é visível. O conteúdo não parece mais espremido, e fica mais parecido com as telas de celulares atuais. Claro que ainda é um pouco mais esticado que os 20:9, mas a diferença é menos impactante.

Com relação a cores e brilho, o Galaxy Z Fold 4 não decepciona e entrega o que a gente espera de um topo de linha da Samsung. A tela alcança taxas altas no branco e zera no preto, graças ao painel OLED. Contraste garantido, com preto profundo.

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A proteção pode gerar algumas discussões, já que a Samsung chama de vidro ultra fino. Porém, a camada que você toca para navegar na interface é plástico, e é este material que você vai sentir ao usar o dobrável.

Ao menos é um plástico gostoso ao toque, que oferece boa proteção ao visor sem resistência aos gestos. É bem melhor do que telas sensíveis mais antigas, que tinham essa camada extra e você sentia afundar quando tocava em algum ponto.

Configuração e Desempenho

  • Sistema operacional: Android 12 sob a One UI 4.1.1;
  • Plataforma: QualcommSnapdragon 8 Plus Gen 1 (4 nm);
  • Processador: Octa-core (1x 3,19 GHz Cortex-X2 + 3x 2,75 GHz Cortex-A710 + 4x 1,8 GHz Cortex-A510);
  • GPU: Adreno 730;
  • RAM e armazenamento: 12 GB com 256 GB, 512 GB ou 1 TB.
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O processador do Galaxy Z Fold 4 é ainda mais potente que o presente na série Galaxy S22. Mas não sei se há um ganho real na experiência do usuário, já que o dobrável exige mais CPU e GPU para rodar a tela maior e fazer trocas entre os dois displays sem engasgos.

Em tese, você teria um poder de fogo maior para jogos, mas a proporção da tela traz mais pixels. E mais: precisa de otimização por parte dos desenvolvedores para que a experiência de jogo alcance o resultado desejado.

Eu consegui jogar Asphalt 9 sem nenhum engasgo, mesmo em circuitos cheios de NPCs e itens de cenário a serem renderizados. Já o Diablo Immortal rodou com alguns problemas, principalmente por conta da falta de otimização para a proporção da tela.

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Mas quem compra um Galaxy Z Fold 4 não pensa em jogos como ponto principal. Para o multitarefas, grande ponto de venda do aparelho, o Snapdragon 8 Plus Gen 1 é mais que suficiente. Você consegue rodar dois apps, com a tela maior dividida entre eles.

Claro que o app tem que permitir a divisão da tela para isso. Nem todos estão preparados para isso. É possível, por exemplo, dividir o navegador com o YouTube, ou com um aplicativo de documentos. Os mensageiros mais populares também permitem a divisão.

Usabilidade

Ter duas telas, sendo uma delas bem espaçosa, é o grande diferencial do Galaxy Z Fold 4. Na maior, você consegue dividir no meio para usar dois e até mais apps ao mesmo tempo. Na menor, você pode realizar tarefas mais rápidas e poupar bateria.

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Para ajudar na produtividade, a interface já traz uma barra de tarefas na borda inferior da tela maior. Ali, você pode colocar atalhos para apps mais usados — é a mesma ideia da barra fixa que fica na parte inferior da tela inicial de outros Galaxy.

A diferença é que ela aparece mesmo quando alguns apps estão abertos e permite adicionar mais do que apenas cinco atalhos. Não se preocupe, quando ativada a tela cheia, ela desaparece. Com isso, é possível assistir a vídeos e jogar sem distrações.

Mais interessante ainda é que você pode começar uma tarefa na tela menor e abrir o celular para trabalhar com mais espaço. O dispositivo transfere tudo para o segundo display automaticamente.

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Câmera

  • Principal: 50 MP, abertura f/1.8, auto foco;
  • Ultrawide: 12 MP, abertura f/2.2, 123˚;
  • Teleobjetiva: 10 MP, abertura f/2.4, zoom óptico 3x;
  • Frontal (interna): 4 MP, abertura f/1.8;
  • Frontal (externa): 10 MP, abertura f/2.2.
  • Vídeos: 4K a até 60 fps.

Câmera não era o ponto forte do Galaxy Z Fold 3, apesar de também não ser um ponto fraco. Na quarta geração, dá para dizer que é uma vantagem do dispositivo, que tem qualidade fotográfica bem próxima — senão igual — à série Galaxy S22.

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Os níveis de textura, nitidez e a faixa dinâmica são muito bons. Para quem gosta de imagens mais saturadas, tem um prato cheio. E isso vale para os três sensores traseiros: principal, ultrawide e teleobjetiva.

Com pouca luz, dá para contar com o ótimo algoritmo do modo noturno da Samsung, que faz um trabalho tão bom no Galaxy Z Fold 4 quanto no Galaxy S22. Não é perfeito, mas está alguns degraus acima de seus concorrentes.

Selfies e gravação de vídeo

Como o celular dobrável da Samsung possui duas telas, são duas câmeras frontais, por assim dizer. A melhor opção para tirar autorretratos é usando a tela externa, que tem câmera de 10 MP e consegue imagens bem limpas.

A outra câmera, além de ter apenas 4 MP, tem uma fina camada que se apaga na hora de fazer uma selfie, mas normalmente são pixels com exibição de conteúdo. E isso atrapalha bastante o resultado final, que fica levemente embaçado em alguns pontos.

A câmera sob a tela está ligeiramente mais discreta, mas não houve melhora significativa na qualidade das fotos. Ainda fica aquele aspecto de câmeras do início da era dos smartphones, com áreas muito claras estouradas a ponto de invadir outros objetos.

Aliás, esta é a única câmera do celular que fica limitada a vídeos em 1080p. Mas convenhamos, sua função é unicamente oferecer retorno de vídeo para chamadas no WhatsApp e aplicativos de conferência online.

No restante das câmeras, a gravação de vídeo chega a até 8K, com 24 quadros por segundo. Mas no geral, as câmeras são limitadas ao 4K a 30 fps, sendo que algumas permitem o aumento na taxa de quadros.

E dá para fazer boas capturas até mesmo com pouca luz. A estabilização é bem boa, mesmo no 4K a 60 fps da câmera principal.

Vídeo gravado com o Galaxy Z Fold 4 (4K, 60 fps)

Sistema de Som

O som estéreo do Galaxy Z Fold 4 conta com uma saída de som na parte superior e outra na parte inferior da tela. Isso funciona bem tanto para o display externo quanto para o interno.

Seguindo o antecessor, o celular tem boa qualidade sonora, com pouca distorção mesmo em volumes altos. A potência é decente para um smartphone. E há opção de usar saídas de som com conector USB-C ou Bluetooth, além dos alto-falantes embutidos.

Bateria e Carregamento

  • Capacidade de carga: 4.400 mAh;
  • Recarga: até 25 W com fio, 15 W sem fio; 4,5 W de recarga reversa.

A capacidade da bateria não mudou da terceira para a quarta geração, mantendo-se em 4.400 mAh. O que é uma notícia não muito boa, já que o hardware mais potente tende a consumir mais.

E é isso o que acontece no Galaxy Z Fold 4. O dispositivo teve estimativa de apenas 12 horas em reprodução de vídeo na Netflix, contra 15,8 horas de seu antecessor. Ambos foram submetidos a um teste de 3 horas com brilho da tela em 50% e Wi-Fi sempre ligado.

Apesar de não durar tanto quanto o Galaxy Z Fold 3, o novo modelo pode entregar duração maior se você reduzir o brilho. Nos 50%, a visibilidade é até intensa demais para ambientes internos. Ao ativar o brilho automático, o aparelho reduziu para perto de 40%.

No uso do dia a dia, no entanto, o novo dobrável conseguiu consumo menor na média por hora. Foram cerca de seis horas em mensageiros, YouTube, Netflix, redes sociais e alguns jogos. E o aparelho consumiu, aproximadamente, 5,3 pontos percentuais de carga a cada hora.

O consumo total foi de 32% da carga. O Z Fold 3 teve uma média de 5,5 pontos percentuais a cada hora, em um teste semelhante. Ambos ficaram com cerca de 60% do tempo de tela ativa, e o restante em stand by, com os apps rodando em segundo plano.

Dá para conseguir consumo menor se você aproveitar a tela menor para tarefas mais rápidas, como checagem de e-mails e mensagens.

O Galaxy Z Fold 4 que testamos não veio com carregador na caixa, então não deu para fazer um teste de recarga com o kit original. Usei um carregador super rápido da Samsung e ele me pareceu preencher a carga em boa velocidade. Mesmo coisa para o carregador sem fio.

Tudo me leva a crer que é possível aproveitar bem as potências máximas de recarga da Samsung. Basta ter um adaptador compatível. Os modelos fabricados no Brasil terão um adaptador de tomada no kit.

Concorrentes Diretos

O dobrável da Samsung tem alguns concorrentes no exterior, mas nada lançado no Brasil até o momento. A Oppo lançou o Oppo Find N, e a Huawei tem o Mate Xs 2, para citar celulares com a mesma característica de dobrar como um livro.

O modelo da Huawei pode não compensar muito por conta do embargo americano à empresa. A dobradiça é invertida em relação ao Z Fold, e a tela fica sempre exposta. Além disso, o smartphone não tem proteção contra água.

Já o Oppo Find N é realmente uma versão da chinesa para o Z Fold. Ele tem pós e contras parecidos com o modelo da Samsung, com uma desvantagem a mais: só é vendido na China. Você até pode importar, mas teria que instalar a suíte do Google na mão.

Como nenhum dos dois principais concorrentes do Galaxy Z Fold podem ser importados facilmente para o Brasil, não vale muito a pena falar em preços. Aí sobram outros dobráveis, como Z Flip 4 e o ainda indisponível Moto Razr 2022.

Em resumo, se você faz questão de um celular dobrável com tela maior, o Galaxy Z Fold é a melhor opção no Brasil. O Z Fold 3 pode ser encontrado na faixa dos R$ 7.500 usado. Mais em conta que seu sucessor, mas sem garantia e com a vida da bateria já não tão boa.

Galaxy Z Fold 4: vale a pena?

Após quatro gerações, o Galaxy Z Fold 4 parece menos um celular experimental. Talvez porque seu aspecto geral já começa a fazer parte do nosso dia a dia, ou talvez porque a Samsung conseguiu dar uma boa polida em seu design. Ou, mais provavelmente, uma soma de ambos.

A verdade é que trata-se de um bom celular, apesar de não trazer grandes inovações em relação ao seu antecessor. O mercado de smartphones já dá sinais de não ter muito para onde correr ano a ano já tem algum tempo, então não é nada grave aqui.

Ao menos agora quem optar pelo dobrável vai ter qualidade de câmeras, no mínimo, parecida com a linha Galaxy S, que ainda é o principal carro-chefe da Samsung. E ganha uma tela bem maior, com espaço de sobra para multitarefas.

Além da câmera sob a tela ainda não ter atingido a maturidade, e a autonomia não ser ideal, o Galaxy Z Fold tem no seu preço um de seus grandes pontos de desvantagem. Por R$ 13.000 no lançamento, o dispositivo não deve ficar menos de R$ 8.000 em nenhum momento.

Ou seja, ainda é um produto de nicho, para quem pode pagar. A boa notícia é que, para este público, é certeza de levar um bom celular para ser seu.