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Review Galaxy Z Fold 3 | Faltam alguns detalhes para a nota máxima

Por| Editado por Léo Müller | 27 de Agosto de 2021 às 13h28

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Ivo/Canaltech
Ivo/Canaltech

Já são mais de dois anos desde que a Samsung apresentou o primeiro Galaxy Fold, que enfrentou alguns desafios, mas conseguiu chegar às lojas e conquistou uma parcela considerável dos consumidores. Com a chegada do Samsung Galaxy Z Fold 3, podemos esperar um projeto ainda mais maduro, além de algumas novidades bem interessantes.

Os destaques do novo aparelho são a câmera sob a tela e a nova proteção contra água. Além disso, o dispositivo conta com quase tudo de melhor que a indústria de dispositivos móveis pode oferecer: processador mais potente disponível para o Android, ótimo conjunto de câmeras e tela.

Aliás, o display é a grande estrela do modelo. Ou melhor, os visores, já que são duas telas, uma menor, externa, e uma bem grande, interna. Será que a Samsung conseguiu finalmente resolver o problema do vinco que insiste em marcar a parte da dobradiça? E a câmera sob o display, será que impressiona?

Depois de alguns dias testando o aparelho, tenho um veredicto para estas e outras perguntas sobre o Galaxy Z Fold 3. Veja a seguir a análise completa do aparelho, com tudo bem explicado e detalhado para você saber se chegou a hora de arriscar a compra de um celular dobrável.

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Prós

  • Bom desempenho;
  • Telas com ótima qualidade;
  • Excelente conjunto de câmeras;
  • Proteção contra água;

Contras

  • Ainda parece um projeto experimental;
  • Câmera sob a tela não agrada.
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Design e Construção

A Samsung chega à terceira geração do seu principal celular dobrável com poucas novidades visuais, mas bastante mudanças na estrutura do aparelho em si. Para começo de conversa, o Galaxy Z Fold 3 é o primeiro dobrável a trazer certificação IPX8, que confere resistência á água. Para isso, foram utilizados materiais anticorrosivos no interior do smartphone, aliado a uma vedação de borracha na dobradiça e ao redor da tela interna.

Isso significa que, mesmo se mergulhado em água, o dispositivo pode sobreviver sem avarias, apesar de não evitar que entre líquido nas partes internas. É mais ou menos o mesmo conceito da proteção das portas USB-C, que permitem a entrada de água sem estragar os componentes eletrônicos.

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O Galaxy Z Fold 3 suporta até 30 minutos submerso em 1,5 metro de água doce — uma proteção mais contra mergulhos acidentais, não sendo o suficiente para usar o aparelho em piscinas ou no mar.
  • Dimensões (A x L x P): 158,2 x 128,1 x 6,4 mm (aberto); 158,2 x 67,1 x 14,4-16 mm (fechado);
  • Peso: 271 g

De resto, a Samsung aumentou a durabilidade do smartphone com a proteção Gorilla Glass Victus na tela externa e também no painel traseiro. O corpo do aparelho possui uma estrutura metálica chamada de Armor Aluminum (“armadura de alumínio”, em tradução literal). Trata-se do quadro “mais resistente” já utilizado pela Samsung, segundo a qual a estrutura é 10% mais forte que o alumínio tradicional.

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De fato, o Galaxy Z Fold 3 passa uma sensação de durabilidade muito grande. O aparelho pode ser aberto e fechado até 200 mil vezes sem sofrer qualquer dano na dobradiça, e sua construção indica que ele suporta muito bem o uso do dia a dia. Claro, você precisa ter um cuidado um pouco maior do que teria com um celular em barra, mas o aspecto de protótipo do primeiro Fold já deixou de existir quase que completamente na terceira geração.

Eu digo “quase” porque ainda há alguns detalhes para a Samsung trabalhar nas próximas versões do Z Fold. Por exemplo, o formato dele fechado, que deixa um vão considerável na parte mais interna.

A borda fica bem colada e passa segurança para você fechar com força considerável sem medo de danificar o display, mas, na área próxima à dobradiça, há um espaço suficiente para passar um cartão micro SD, com sobra.

“O Galaxy Z Fold 3 ainda é um desafio para o usuário em relação à pegada. A única maneira que eu achei confortável de usar, quando aberto, foi em pé e levemente dobrado. Isso facilitou bastante o uso do teclado, ao menos. Aberto e deitado é difícil saber onde segurar: você vai acabar marcando de dedos a tela externa ou as lentes das câmeras. Fechado é bem razoável de utilizar, mas a tela muito estreita é um pouco estranha. Por fim, o aparelho tem peso bastante significativo, e é cansativo segurá-lo por mais de 30 minutos”.
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O visual em si é pouca coisa modificado em comparação com a segunda geração. O módulo de câmeras não é mais um retângulo tão largo, e abriga as três lentes em fila vertical, fechada pelo flash LED embaixo. O botão power traz o leitor de impressão digital embutido e a parte inferior traz conector USB-C e saída de som. Há um segundo alto-falante na parte de cima.

A tela interna traz uma novidade interessante: a aguardada câmera sob a tela. Isso garante um visual em que o conteúdo praticamente não tem distrações. Infelizmente, porém, o resultado final não ficou tão bom: fica um círculo pontilhado na área da câmera. Isso, ao menos na minha percepção, acabou chamando mais atenção do que o furinho pequeno na tela do Galaxy S20 Ultra, ou mesmo no visor externo do próprio Z Fold 3. Uma pena.

Ainda não temos as cores que serão vendidas oficialmente no Brasil, mas considerando as gerações anteriores, é bem provável que apenas o preto seja lançado aqui. Lá fora, também dá para encontrar o Z Fold 3 em branco ou verde. Todos com o vidro traseiro fosco.

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Tela

No caso do Z Fold 3, são telas, no plural. Vou falar primeiro da externa, que é a que você vai ver primeiro e tem uma grande chance de ser a que mais vai usar, pois é útil para verificar notificações e até responder e-mails e mensagens.

São 6,2 polegadas em uma proporção mais estreita, de 25:9 — ou seja, mais esticada até que a tela de cinema. O painel AMOLED Dinâmico 2X oferece cores atraentes e brilho ótimo para usar na rua, além de baixar bastante para não incomodar em ambientes mais escuros.

O contraste também é muito bom, e a qualidade é superior à de celulares intermediários mais baratos que testei recentemente. E isso para um display pensado para interações mais rápidas.

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Já o visor interno é mais quadrado, com uma proporção 5:4 em 7,6 polegadas. No geral, a visualização é bastante semelhante à da outra tela, com cores bem destacadas e contraste muito bom. Ótimo para assistir a vídeos e navegar nas redes sociais, apesar de no primeiro caso a proporção deixar uma boa quantidade de borda preta. Ambos possuem a mesma taxa de atualização adaptável de 120 Hz, ou seja, varia de acordo com o conteúdo exibido. É possível trocar para o padrão de 60 Hz.

Enfim, tela é o quesito em que a Samsung raramente peca em seus celulares, e claro que um topo de linha teria os melhores displays que a empresa pode oferecer. Mas nem tudo são flores. Ainda falta um pouco para o visor dobrável atingir a perfeição que a gente espera para um produto que tem o preço alto de um Galaxy Z Fold.

Em primeiro lugar, o vinco segue presente, e é bastante visível. Com o tempo, você se acostuma e consegue conviver pacificamente com ele, até mesmo na interação tátil com a tela. O segundo ponto é a câmera sob a tela, que já mencionei antes. Ela chama mais atenção que o furo presente em tantos outros celulares, e dá uma aparência quase de protótipo a um produto caro.

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Pessoalmente, eu não vejo vantagem neste recurso. Ainda vou falar mais sobre a qualidade das fotos, mas já adianto aqui que é decepcionante. E a presença de um círculo pontilhado em praticamente todo conteúdo que você consumir no Z Fold é incômodo. Sinceramente, é uma tecnologia que poderia ter amadurecido mais antes de chegar a um produto comercial.

Eu sei, a Samsung não queria sair muito atrás das concorrentes, mas nesse ponto eu prefiro a política da Apple. Afinal, ser um dos últimos não é o fim do mundo. Principalmente quando você chega com qualidade que os outros ainda não atingiram, mesmo que esteja atrasado.

Configuração e Desempenho

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Não vou perder muito tempo falando do desempenho do Galaxy Z Fold 3 porque, sinceramente, não tem muito o que dizer. O aparelho traz o melhor hardware que você vai encontrar em um celular Android em 2021, ou seja, o Snapdragon 888. Além disso, são 12 GB de memória RAM e opções com 256 GB ou 512 GB de armazenamento interno, sem espaço para cartão micro SD.

Ele suporta tudo o que você quiser rodar, dos jogos mais recentes da Play Store até os apps mais complexos de edição de vídeo e fotos. Mas há algo estranho no dispositivo, que aquece consideravelmente só de usar a câmera, além de ficar um tempo maior do que eu esperaria de um topo de linha processando a imagem depois de clicada (algo que você pode reparar com um ícone de câmera na barra de status).

Com relação ao aquecimento, há um detalhe importante: eu testei o aparelho na semana mais quente dos últimos meses em São Paulo. Isso pode ter influenciado, mas não sei se, nos dias frios, eu deixaria de notar a temperatura um pouco elevada do aparelho. Eu joguei até que bastante Asphalt 9 e Andry Birds, com aplicativos em segundo plano, e não teve nenhum momento que ficou impossível de segurar o smartphone.

Enfim, para quem gosta de números, pode ver na galeria abaixo todos os resultados do Galaxy Z Fold 3 nos testes Wild Life do 3D Mark e também no benchmark de tarefas e de armazenamento do PCMark for Android. São números muito bons, dentro do esperado para o que o aparelho promete.

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O celular da Samsung tem o Snapdragon 888, que traz processador de oito núcleos dividido em um mais potente de 2,84 GHz, três medianos de 2,42 GHz e outros quatro de 1,80 GHz para eficiência energética. Todos com arquitetura Kryo 680. A GPU é a Adreno 660 e o dispositivo tem 12 GB de memória RAM e 256 GB ou 512 GB de armazenamento interno com tecnologia UFS 3.1.

Interface e conectividade

A terceira geração da linha Galaxy Z Fold finalmente trouxe melhorias de interface para justificar a tela maior. Alguns aplicativos, especialmente de e-mail, calendário e afins, conseguem fazer uma divisão melhor para oferecer um menu de opções junto ao conteúdo em si, o que facilita demais a produtividade, grande foco do dispositivo.

Infelizmente, porém, ainda há um longo caminho a ser percorrido na questão da otimização. Felizmente, só vi problema mais sério com o Instagram entre os que utilizei. O app da rede social de fotos e vídeos curtos não ocupa toda a tela interna do Z Fold 3. O pessoal do Facebook já deveria ter corrigido isso há tempos, mas parece que não se interessaram em oferecer boa experiência ao usuário desse tipo de celular ainda.

Outro ponto relacionado a recursos é o suporte à S Pen, finalmente suportada pelo Z Fold 3. Infelizmente, o acessório não acompanha o produto na caixa, e a Samsung não o enviou para os testes, então não tenho muito o que falar em relação a isso no momento.

Uma curiosidade: o leitor de impressão digital, que fica integrado ao botão de energia, só reconhece o seu dedo se você colocar na mesma posição em que fez o cadastro. Achei isso bastante estranho, porque eu desbloqueio meu Galaxy S20 Ultra, com biometria sob a tela, mesmo “de ponta-cabeça”. E, teoricamente, um leitor físico é mais preciso que o ultrassônico sob o display.

O Galaxy Z Fold 3 tem o Android 11 com a One UI 3 instalada, com algumas otimizações especiais para suas telas com proporção diferenciada. O celular ainda tem modo DeX, vinculação com o Windows para notificações e respostas a mensagens, Quick Share e uma infinidade de recursos disponíveis nos topo de linha da Samsung.

Também tem suporte ao carregamento sem fio e sem fio reverso, conectividade 5G, Bluetooth 5.2 e Wi-Fi tri-band (2,4 GHz, 5 GHz e 6 GHz). É um aparelho muito completo em funcionalidades.

Câmera

O Galaxy Z Fold 3 tem um total de cinco câmeras espalhadas por seu corpo, sendo três delas na traseira e mais duas de selfies, uma em cada tela. O sensor sob o display é o da tela maior, interna, que tem somente 4 MP; no visor externo, há uma câmera de 10 MP. As três traseiras são de 12 MP cada, sendo uma principal, uma super grande-angular e uma teleobjetiva com zoom de 2x.

Não chega a ser um conjunto completo como o do Galaxy S21 Ultra, mas oferece quase todas as mesmas funções. Além disso, tem modo retrato, noturno e profissional, entre outros. É um excelente grupo de sensores, que tira fotos de alta qualidade, apesar de alguns poréns.

Sensor principal | 12 MP

A câmera principal não tem os 108 MP como a do Galaxy S21 Ultra, mas tira excelentes fotos em praticamente qualquer situação. O nível do alcance dinâmico é muito bom, com equilíbrio entre áreas claras e escuras que respeita a diferença sem perder detalhes importantes na imagem. O balanço de branco também costuma ser certeiro, apesar de puxar para as cores mais quentes na maior parte das vezes.

Para quem gosta de fotos com cores destacadas, já consegue um resultado pronto logo que faz o clique. Eu, pessoalmente, gosto muito da maneira como as câmeras da Samsung entregam as fotografias, e gosto bastante da saturação e do contraste padrão. Se você prefere imagens mais “lavadas”, talvez não seja um grande fã dos celulares da marca por conta disso.

Teleobjetiva | 12 MP

O zoom do Galaxy Z Fold 3 não é tão poderoso quanto o de um Galaxy S21 Ultra, mas entrega bons resultados mesmo com a aproximação óptica de apenas duas vezes. O dispositivo ainda permite zoom digital de até 10 vezes com boa qualidade (relativamente).

E consegue ótimo nível de detalhes mesmo em ambientes com pouca luz, além de permitir o uso do modo noturno. Isso ajuda bastante a evitar ruídos e tremidas, mantendo a nitidez. Lembrando que esta é a lente com menor abertura do trio principal, com f/2.4.

Super grande-angular | 12 MP

A ultra wide tem qualidade bastante próxima à do sensor principal, com cores bem atraentes e riqueza de detalhes. Dá para usar o modo noturno para aumentar a nitidez em ambientes com pouca luz, evitando borrões causados pela tremida das mãos.

A lente super grande-angular é boa para fotos de paisagens ou para pegar um objeto maior em locais com pouco espaço. Há uma pequena distorção nas bordas da imagem, visível em objetos muito próximos, mas é normal para sensores com campo de visão ampliado.

Outros recursos

Como já mencionado, o Galaxy Z Fold 3 tem o modo retrato, que faz um recorte razoável do objeto da imagem para desfocar o fundo. Para um celular topo de linha, daria para esperar um pouco mais deste recurso, mas com paciência e treino, dá para fazer fotos realmente incríveis com a função. Lembrando que a Samsung permite o ajuste do nível de desfoque mesmo depois de tirada a foto.

O Z Fold 3 também tem os modos rabisco AR, pro, panorâmica e food. Para vídeos, tem vídeo em retrato, com desfoque do fundo em tempo real; além de vídeo profissional, super slow-mo, câmera lenta, timelapse e visão do diretor. Este último capta imagem com todas as lentes para você selecionar qual tem o melhor enquadramento.

Selfies | 10 MP

A câmera de selfies externa, que fica em um furo central no topo da tela menor, tem 10 MP de resolução e abertura f/2.2. A qualidade da imagem é boa, com nível de detalhes muito bom, balanço de branco que costuma acertar bem e saturação que costuma respeitar o tom da sua pele. Com pouca luz, já dá para notar uma “pixelização” da imagem, mas com calma você consegue tirar boas selfies em quase toda condição de iluminação.

Esta é a câmera de selfies que tem mais recursos adicionais, sendo os modos retrato e noturno dois deles. Também tem a opção vídeo em retrato, que desfoca o fundo em tempo real enquanto você capta imagens em movimento. E grava vídeos em 4K a até 60 quadros por segundo.

Selfies (sob a tela) | 4 MP

A câmera sob a tela tem qualidade bastante decepcionante para um celular topo de linha. Comparada à selfie da tela externa, dá para reparar não apenas uma boa perda de nitidez, como também a presença de alguns ruídos na imagem. São uns pontos meio esverdeados que aparecem principalmente em áreas mais escuras.

Outro problema crônico deste sensor é a dificuldade em lidar com o alcance dinâmico. Áreas claras costumam “estourar”, invadindo outros pontos da imagem, o que dá uma sensação de que a imagem está embaçada. Curiosamente, em vídeo não notei tanto problema, e talvez esta câmera tenha sido pensada mais para o uso em teleconferência do que para tirar fotos.

Vídeos

O Galaxy Z Fold 3 tem a limitação de gravar vídeos em 4K a 60 quadros por segundo mesmo em sua câmera principal. Como já mencionado, ele oferece diversos modos adicionais, além de ter estabilização de imagem (que pode ser desativada).

A qualidade é muito boa, seguindo o balanço de branco e saturação das fotos. A captação de som também é bem boa e dá para usar o modo profissional para selecionar o microfone de gravação, incluindo um fone de ouvido Bluetooth.

Sistema de Som

Um celular topo de linha tem que ter um bom sistema de áudio, certo? Neste aspecto, não há muito o que reclamar do Galaxy Z Fold 3. O som é estéreo, com uma saída em cada extremidade da tela externa, na parte superior e inferior.

A qualidade é muito boa, e há pouca distorção mesmo em volumes mais altos. A potência também é bem decente, e não precisa exagerar muito no volume para escutar. Você também pode usar um fone de ouvido USB-C (não acompanha) ou um TWS conectado por Bluetooth. Neste último caso, lembre-se que depende do acessório para reduzir o atraso na resposta.

Bateria e Carregamento

A tendência das baterias gigantes ainda não chegou com tanta força aos modelos topo de linha. Ainda assim, são 4.400 mAh dentro do Galaxy Z Fold 3, uma quantidade razoável para um aparelho com tela tanta tela.

E o aparelho tem uma eficiência energética bem impressionante. O nosso tradicional teste de reprodução na Netflix encerrou com 19% de carga consumida em três horas de execução de vídeo, com a tela em 50% de brilho. Uma autonomia estimada de 15,8 horas, melhor do que o Motorola Edge 20 Pro, que tem bateria um pouco maior e tela bem menor.

Porém, não espere muito tempo longe da tomada. Dá para usar o aparelho durante o dia e chegar ao final da noite com carga suficiente para buscar uma tomada sem desespero, mas é difícil extrair mais do que um dia sem uma recarga. No meu teste de uso normal, com reprodução de vídeos e música, jogatina por um tempo considerável, algumas fotos tiradas e vídeos gravados, além de mensageiros e navegação na internet, o celular da Samsung fechou com 43% de carga restante.

Foram 8 horas e 42 minutos de uso e pouco mais de 4,5 horas de tela ativa, com mais cerca de uma hora de reprodução de música no YouTube Music com o display apagado. Um resultado bem considerável para um dispositivo com tela de mais de 7 polegadas. E dá para economizar um pouco reduzindo o brilho da tela em ambientes fechados, já que 50% é bem alto para esses locais.

Com relação à recarga, não dá para falar muita coisa. Tudo vai depender do carregador que você tiver disponível. Eu fiz um teste com o adaptador de 25W que vem com o Galaxy S20 Ultra, e o Z Fold 3 conseguiu ir de 20% a 100% da carga em 1 hora e 10 minutos. Essa é a potência máxima suportada pelo aparelho.

Concorrentes Diretos

Quais modelos podem ser considerados concorrentes diretos de um dobrável que vira tablet atualmente? Não há nenhum disponível no Brasil. Então, quais celulares seriam considerados para um potencial comprador no lugar do Galaxy Z Fold 3?

Talvez o seu antecessor, o Galaxy Z Fold 2, que também tem 5G, possui ótimas câmeras, ainda entrega desempenho impecável e já está mais barato no varejo. Não vai ter o suporte à S Pen, que é uma desvantagem — mas você teria que comprar o acessório à parte. E não tem a câmera sob a tela, então tem mais qualidade na selfie interna.

Tem também o Galaxy Z Flip 2 ou o Z Flip 3, que seriam opções mais compactas que mantêm a tela dobrável. Por ora, é o que tem de celular com esta característica que ainda dá para encontrar no Brasil com desempenho de sobra.

Ou você pode considerar outro smartphone topo de linha sem a tela dobrável. E aí abre para uma lista bem grande de modelos, que vão desde os Galaxy S21, S21+ ou S21 Ultra até o iPhone 12 Pro Max. Tem ainda os modelos potentes da Motorola como Moto G100 ou Edge 20 Pro. O Mi 11, da Xiaomi, também está disponível por aqui. Todos com boas câmeras e muita força bruta, mas sem o charme da tela que dobra.

Conclusão

O Galaxy Z Fold 3 perdeu bastante o aspecto de dispositivo experimental, apesar de ainda ter alguns pontos a serem melhorados nas próximas gerações. A adição de proteção contra água é um extra bem interessante, que dá uma segurança a mais para o usuário ficar sempre ao lado de seu celular.

Já a câmera sob a tela decepciona. O fato de ficar um círculo com pontilhados na área que deveria esconder o sensor acaba chamando mais a atenção do que o furo na tela. Não acho um recurso tão importante para ser entregue antes de estar realmente pronto, com qualidade das fotos impecável e visual realmente discreto. Além disso, o vinco da tela dobrável insiste em surgir, apesar de ser algo que você ignora com facilidade após alguns dias.

Mas a verdade é que, após três gerações, a Samsung já tem um celular dobrável de ótima qualidade e que tem mais pontos positivos do que negativos. Infelizmente ainda não é uma tecnologia acessível e deve continuar restrito a entusiastas endinheirados, já que seu preço lá fora é muito alto para um projeto que ainda está longe da maturidade real.

“Em resumo, o Galaxy Z Fold 3 é potente, tem ótimas câmeras e bateria com duração satisfatória, mas ainda peca em alguns pontos cruciais. Um de seus principais novos recursos, a câmera sob a tela fica muito aquém do que poderíamos esperar de um topo de linha da Samsung.”

O aparelho chegou oficialmente ao Brasil por R$ 12.799 na versão de 256 GB de armazenamento e R$ 13.799 com 512 GB. Uma redução de R$ 1.200 no preço de lançamento do antecessor, mas ainda não me parece um celular bom o bastante para gastar mais do que em um Galaxy S21 Ultra, que é tão potente quanto e bem mais maduro.

Não é hora de torrar as suas economias em um celular dobrável, ainda. Faltam apenas detalhes para ele tirar a “nota máxima”, mas são pontos cruciais para relevar considerando a quantia que ele custa.