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Review Razr 40 | O celular dobrável intermediário da Motorola

Por  • Editado por Léo Müller | 

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Review Razr 40 | O celular dobrável intermediário da Motorola
Review Razr 40 | O celular dobrável intermediário da Motorola

O Motorola Razr 40 é o celular dobrável da Motorola que deve ter o maior apelo do público por dois motivos: é mais “acessível” e o único que pode competir com o Samsung Galaxy Z Flip 4 no Brasil, que está com um bom custo-benefício. Mas será que a novidade da Motorola faz sentido para quem planeja comprar seu primeiro smartphone dobrável?

Eu testei o Motorola Razr 40 por uma semana e, nos próximos parágrafos, você confere minhas impressões do celular dobrável intermediário da fabricante. É melhor que o Samsung Galaxy Z Flip 4? Vale a pena pagar os R$ 5.499 cobrados pela marca?

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Construção e design

Por mais que estejamos falando de um celular intermediário, o Razr 40 não economiza muito na construção. Mesmo não utilizando vidro em toda a parte externa como o Razr 40 Ultra e o Galaxy Z Flip 4, o acabamento plástico texturizado é lindo e ainda mantém a aparência premium. O modelo que testamos veio na cor verde-escuro (Sage Green), o qual, pessoalmente, achei o mais bonito.

A moldura e o mecanismo de dobra do aparelho são de metal, e eu gostei bastante que o celular se fecha completamente quando está dobrado, diferentemente do Z Flip 4 que deixa um pequeno vão na região da dobra. Esteticamente, é mais bonito e aparentemente durável, já que não deve acumular poeira muito facilmente.

Porém, um ponto negativo do Razr 40 é a sua resistência contra respingos d'água (IP52). Embora o ato de jogar o celular na água não seja muito comum, ter um corpo à prova d’água é um diferencial relevante hoje em dia, e só o celular dobrável da Samsung possui atualmente no Brasil.

Quanto ao mecanismo de dobra, a Motorola infelizmente não divulgou quantas vezes o Razr 40 suporta o movimento abrir e fechar, que é certamente o que o usuário mais realizará durante o dia. A verdade é que nem dá para mensurar quantas vezes alguém mexe no celular diariamente, mas imagine que uma pessoa deve abri-lo cada vez que for checar uma notificação e fechá-lo para guardar no bolso.

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Em relação a esse processo, algumas considerações: a primeira foi um barulho na região da dobradiça cada vez que eu abria e fechava o celular. Minha colega Jucyber também notou esse ruído no Razr 40 Ultra, então acredito que seja alguma particularidade do projeto de design de ambos. Me incomodou, mas deu para acostumar depois de alguns dias.

A segunda coisa é que, embora o que o Razr 40 fique totalmente fechado quando está dobrado, o celular não fica completamente aberto, em 180º. Nada afetou durante os testes, porém uma vez percebido, infelizmente não consegui “desperceber”, e isso também me incomodou um pouco.

No entanto, nem tudo é crítica. O vinco na tela interna do Razr 40 é muito menos proeminente do que o do Galaxy Z Flip 4, quase não dando para perceber só pelo olhar. Quando passa o dedo, ainda dá para sentir a depressão, mas é bem menos estranho que no celular da Samsung.

Usabilidade e praticidade desiguais

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Quando a linha Razr 40 foi lançada, eu vi finalmente um potencial de uso para esses celulares que dobram além do fator prático, já que o modelo Ultra trazia uma tela externa útil no dia a dia. Diferente do modelo Ultra, O Razr 40 normal, no entanto, tem apenas a praticidade a seu favor, pois a usabilidade continua bem limitada.

Nos meus testes, gostei que o Razr 40 fica muito compacto no bolso na calça, apesar de fazer um certo volume. Além disso, assim como o Z Flip 4, o Razr 40 tem o modo Flex View, que adapta alguns aplicativos quando o celular está em 90 graus. O melhor (e único) exemplo que encontrei é a câmera, pois dispensa o uso de tripés e deixa um visual legal.

O problema do celular, para mim, é a pouca utilidade quando está total ou parcialmente fechado. Com exceção do app de câmeras, não há quase nada para aproveitar o Flex View. A Motorola precisa se juntar aos desenvolvedores para adaptar os principais apps ao recurso, como a Samsung fez. Outra coisa é a dificuldade para abrir e fechar o celular com apenas uma mão, pois não é natural usar as duas mãos sempre que quiser guardá-lo ou usá-lo.

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Tela gigante e de qualidade

A tela flexível do Razr 40 tem 6,9 polegadas na proporção 22:9, mais esticada que todos os smartphones que já testei. O estranhamento foi instantâneo porque foi praticamente impossível de usar com apenas uma mão, e olha que tenho mãos grandes. Ou seja, ele é exageradamente grande quando está desdobrado, mas fica compacto no bolso.

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Se você não se importar como o tamanho, no entanto, o display do Razr 40 é ótimo. A proporção mais esticada faz dele uma excelente opção para consumo de filmes, já que o padrão normalmente é 21:9. As cores são excelentes e o brilho de até 1.400 nits é mais que adequado para os padrões intermediários.

Em vídeos do YouTube, comuns na proporção 16:9, a visualização é prejudicada com duas listras pretas maiores que o normal, mas a qualidade é mantida. O celular ainda oferece taxa de atualização adaptativa de 144 Hz e HDR10+, características mais comuns em smartphones premium.

Telinha externa simples

Como a tela externa grande ficou restrita ao modelo Razr 40 Ultra, coube ao Razr 40 normal uma telinha de 1,5 polegada com tecnologia AMOLED e resolução 194 x 368 pixels. Ela é um pouco menor que a do Galaxy Z Flip 4, porém desempenha as mesmas funções básicas, como mostrar data e hora, notificações, chamadas e alguns widgets.

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Diferentemente do seu irmão mais potente, porém, não será pela tela externa que você optará pelo Razr 40 padrão, pois a nova geração dos celulares em formato flip já trazem um painel externo maior e mais útil. Por aqui, ela funciona mais como um bom truque.

Desempenho de intermediário premium

As configurações do Razr 40 são de intermediário premium, e nisso não há do que discordar. Com Snapdragon 7 Gen 1, 8 GB de memória RAM e 256 GB de armazenamento interno, o smartphone dobrável da Motorola se saiu ótimo tanto nos testes do dia a dia como nos de benchmark.

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Por não apresentar muitas ferramentas que aproveitam a dobradiça do aparelho, o desempenho do Razr 40 no dia a dia lembrou o do Edge 40 na maior parte do tempo. Ou seja, nada travou ou custou abrir, como era de se esperar do segmento. O aparelho só esquentou um pouco mais que o normal em jogos e benchmarks, consequentemente afetando a sua bateria.

Devido à interface MyUX menos modificada que a One UI da Samsung, o Razr 40 me pareceu mais fluido que o Galaxy Z Flip 4 na abertura e na alternância de aplicativos, mas foi só impressão, mesmo. Com relação ao Galaxy A54, no entanto, o modelo da Motorola levou a melhor na usabilidade geral.

Resultado no AnTuTu

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Em nossos testes realizados no aplicativo AnTuTu, o Razr 40 performou acima do Galaxy A54 e do Xiaomi 13 Lite, com 676.565 pontos, porém bem abaixo do Galaxy Z Flip 4, que fez por volta de 930 mil pontos. O saldo é bem positivo, no entanto, superior a muitos smartphones intermediários mais avançados.

Câmeras

A Motorola melhorou bastante a qualidade das câmeras dos seus últimos celulares caros, e eu percebi essa evolução nos Edge 30 Ultra, Edge 40, Razr 40 Ultra e, agora, no Razr 40. Ainda que fique atrás dos concorrentes em fotografia, a fabricante gradualmente vem fazendo seu nome.

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Assim como no Edge 40, as imagens têm um ganho nas cores que me agrada e o pós-processamento de imagem continua exagerando um pouco na nitidez em alguns cenários. No entanto, por aqui achei o balanço de branco mais equilibrado que no aparelho "não dobrável", não deixando as fotos muito esverdeadas.

O modo retrato do Razr 40 é igualmente interessante e gostei que o desfoque de fundo não parece artificial, como já aconteceu em outros modelos da Motorola como o Edge 30 Pro. Além disso, o modo macro do aparelho (e dos celulares da Motorola em geral) é um dos melhores que já testei.

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O Night Vision da fabricante continua sem muitas novidades, mas não dá para dizer que é ruim. O software de câmera exagera um pouco na nitidez, sem falar da adição de uma coloração mais avermelhada, que é mais visível em tons de pele escuros, porém faz o seu papel de deixar os registros noturnos brilhantes.

Em vídeos, o Razr 40 faz gravações em 4K a até 30 quadros por segundo (fps) tanto com a câmera traseira quanto com a frontal. Se quiser 60 fps, a resolução cai para 1080p (Full HD).

Bateria e carregamento

Com 4.200 mAh de bateria, o Razr 40 teve uma autonomia mediana para boa nos nossos testes. Executando aplicativos de redes sociais, jogos, mensageiros instantâneos e web por, aproximadamente, seis horas, o smartphone consumiu 35% de bateria, sendo cerca de 4 horas e 30 minutos de tela ligada.

Comparado com o seu irmão Razr 40 Ultra, que consumiu 38% em cenário similar, o modelo padrão foi ligeiramente melhor, porém considero um empate técnico. Vale mencionar que o Razr 40 tem uma bateria maior, porém o Snapdragon 8+ Gen 1 do Ultra é mais eficiente que o Snapdragon 7 Gen 1.

Com relação ao carregamento, a Motorola envia um adaptador de energia com 30 W de potência. Com isso, o Razr 40 levou apenas 1 hora para sair de 10% a 100%, um tempo bem pequeno e menor que o do Galaxy Z Flip 4.

Concorrentes diretos

O Razr 40 chegou para competir diretamente com o Galaxy Z Flip 4, atualmente o celular dobrável mais acessível do Brasil. É importante considerar que o modelo está à venda há um ano, e seu sucessor já foi lançado, portanto, era de se esperar que estivesse mais barato.

Mesmo assim, o celular dobrável da Samsung é superior ao Razr 40 em praticamente tudo: câmeras, desempenho, software, design e tela. O celular da Motorola se sobressai apenas no vinco da dobra, bem menos visível que no rival.

E também vale mencionar que, mesmo o Galaxy Z Flip 4 tendo mais tempo de mercado que o concorrente, ele terá o mesmo tempo de atualizações do Android que o Razr 40, provavelmente até 2027. Ou seja, o aparelho da Samsung não deve sofrer nesse aspecto com passar dos anos.

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Vale a pena comprar o Razr 40?

Mesmo com configurações intermediárias, no final, o que vale é o preço, e aí que o smartphone dobrável da Motorola decepciona. O Razr 40 começou a ser vendido no Brasil em julho por R$ 5.499, preço bem acima do seu maior rival, o Galaxy Z Flip 4, que já custa menos de R$ 3.500.

Ou seja, em um mercado no qual existe o Galaxy Z Flip 4, um celular dobrável mais barato e superior em quase tudo, o Razr 40 infelizmente não tem vez, a menos que consiga, nos próximos meses, baixar a média de preço para cerca de R$ 4.000.

Só a partir daí que o aparelho deve apostar em usuários que estejam planejando comprar o primeiro celular dobrável, como também fãs de longa data da Motorola, mirando principalmente na nostalgia do icônico V3.

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