Review Motorola Razr 40 Ultra | O celular dobrável com tela externa útil
Por Jucyber • Editado por Léo Müller |
O Motorola Razr 40 Ultra é a nova opção de celular dobrável da Motorola, e ele chega ao mercado brasileiro para competir diretamente com o Galaxy Z Flip 4. O modelo de dobradura compacta traz em sua carcaça configurações de topo de linha em um design repaginado.
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Além disso, há melhorias importantes no tamanho da tela externa, bem como nas funções embutidas nela para garantir a usabilidade elevada. Dessa forma, esse display permite que o smartphone seja bastante utilizável até mesmo fechado.
Em conjunto com isso, as câmeras prometem uma qualidade de imagem superior à dos concorrentes. Mas será que tudo isso é realmente aplicado na prática? Confira a minha opinião na análise completa.
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Design flip com um toque de nostalgia
Fisicamente, o Razr 40 Ultra é muito leve, sua estrutura demonstra que acompanha aquilo que o segmento premium exige em um celular. Seu corpo é todo em vidro Gorilla Glass Victus, suas laterais em alumínio, e as dobradiças em aço inoxidável.
Mesmo com todos esses diferenciais físicos, a Motorola errou em não implementar certificação IPX8 em seu dobrável. A presença do IP52 só o protege de poeira e respingos d’água, algo que limita a experiência e o deixa abaixo dos Flip 3 e 4 nesse quesito.
A maleabilidade da dobradura me lembra muito o Flip 3, pois ele tem resistência, mas sem tanta rigidez quanto no Flip 4. Porém, senti que o celular fica um pouco mais “amolecido” horizontalmente quando está fechado. Por exemplo, eu consigo o movimentar e ouvir o barulho da sua carcaça, algo que não acontece nos dobráveis da Samsung.
Na minha opinião, há pelo menos duas explicações para tal. A primeira é a “síndrome de ponte”, em que a estrutura é mais maleável para se adaptar melhor aos usuários e evitar quebras nas dobradiças. A segunda, e que me preocupa, é uma falha na construção que pode acarretar problemas físicos a curto prazo. Infelizmente, são apenas hipóteses, e não dá para provar nenhuma delas no momento.
Vale destacar que o Razr 40 Ultra tem o modo Flex View, que permite a adaptação de alguns aplicativos para funcionarem de forma ajustada ao uso do celular no ângulo de 90 graus. Porém, ainda é preciso que a Motorola fortaleça sua parceria com os desenvolvedores de app, assim como a Samsung fez, para os usuários poderem usufruir mais dessa responsividade.
Finalmente uma tela externa grande e útil
O maior destaque do Motorola Razr 40 Ultra é, sem dúvidas, a sua tela externa. O display com 3,6 polegadas e taxa de atualização de 144 Hz entrega mais fluidez do que muitos visores amplos. Por preencher boa parte da área frontal quando ele está dobrado, a Motorola aproveitou para dar funções úteis ao painel AMOLED.
Dessa forma, é possível utilizar diversos aplicativos, como o Google Chrome, Google Maps, fotografar e até mesmo jogar sem abrir o smartphone. Na interface do celular dobrável, é possível administrar quais conteúdos serão exibidos na tela externa, bem como alterar o plano de fundo e o mostrador do relógio que aparece quando o display está bloqueado.
Já a tela interna é AMOLED de 6,9 polegadas com frequência de 165 Hz. Para o meu gosto, o brilho é alto e o nível de saturação agradável, fazendo com que as informações exibidas não precisem mais do que 50% da iluminação total para serem visíveis em diferentes condições de luz.
O dobrável topo de linha da Motorola
O Razr 40 Ultra traz como chipset o Snapdragon 8+ Gen 1, uma plataforma da Qualcomm muito usada em celulares gamer de 2022. Além disso, o chipset está presente no Galaxy Z Flip 4, que é o único concorrente do novo smartphone aqui no Brasil por enquanto.
A Motorola disponibiliza aqui no país a unidade com 8 GB de memória RAM e 256 GB de espaço interno. Por trazer essas configurações, é possível rodar qualquer aplicativo ou jogo com fluidez no aparelho, sem qualquer tipo de engasgo ou travamento que poderia influenciar na experiência.
Além disso, a presença da My UX baseada no Android 13 garante recursos exclusivos para aprimorar a usabilidade do dobrável. Por este motivo, existe um menu separado na área de configurações somente para a tela externa.
Resultado no AnTuTu
Em nossos testes de desempenho executados no aplicativo AnTuTu, o Razr 40 Ultra conseguiu 1.079.979 pontos. Esse resultado o deixou um pouco abaixo dos 1.097.064 alcançados pelo Poco F5, que tem o Snapdragon 7+ Gen1.
Com base nesse resultado, vemos que as plataformas da Qualcomm estão com uma performance bem próxima em benchmarks. Porém, no uso prático, o dobrável é superior em tudo que se propõe.
Câmera
Um dos maiores defeitos de celulares dobráveis é a câmera muito abaixo dos flagships normais, mas a Motorola vai na contramão disso com o Razr 40 Ultra. O sensor principal de 12 MP proporciona resultados agradáveis nas capturas, e o mesmo vale para o ultrawide híbrida de 13 MP.
O nível de precisão de cores me surpreendeu nesse celular, porque o nível de nitidez e textura nas cores é ótimo. Com ele, é possível ter a experiência instagramável que muitos usuários de dobráveis desejam no dia a dia.
A câmera frontal de 32 MP consegue entregar ótimo nível de nitidez em diferentes condições de luz. Algo muito interessante é que ela consegue ajustar o balanço de branco para proporcionar fotos com o nível de coloração equivalente ao esperado.
Para gravação de vídeo, tanto a câmera frontal quanto a traseira podem ser usadas com a resolução máxima de 4K a 60 fps, e isso é um grande ponto positivo. Os vídeos ficam estáveis e fluidos. Além disso, o recurso de estabilização horizontal está presente para a câmera traseira, mas não gosto de usar porque a nitidez cai junto com a resolução, e a sua função não faz diferença para o público geral.
Sistema de som
O som do Razr 40 Ultra é estéreo, e de boa qualidade. O volume está dentro da média esperada, não sinto distorções quando está no volume máximo, e a reverberação consegue ser fluida, apesar do pouco espaço interno para os alto-falantes.
Como ponto negativo, posso dizer que a falta de subgraves é algo que me incomoda, mas não sentirei falta no dia a dia por usar fones de ouvido. Com esse acessório, a presença do Dolby Atmos ajuda a elevar a experiência e garante um som encorpado.
Bateria e carregamento
A respeito da bateria, o Razr 40 Ultra tem 3.800 mAh de capacidade. Com isso, o aparelho consumiu 38% no teste de uso do Canaltech, que consiste em 6 horas de navegação alternada entre redes sociais, jogos e aplicativos de vídeo.
Baseado nesse número, o dobrável da Motorola pode ser usado por até 15 horas antes de se desligar. Isso o deixa um pouco acima do Galaxy S23 em autonomia, demonstrando que o resultado é surpreendente para um smartphone com tela flexível.
Em relação ao processo de recarga, na embalagem do aparelho, a marca já fornece um carregador de 30 W. Dessa forma, é possível explorar toda a potência de carga presente no dispositivo, que demora, em média, 1 hora e 20 minutos para sair de 0% e chegar a 100%.
Concorrente direto
Assim como já citei algumas vezes ao longo do texto, o Galaxy Z Flip 4 é o concorrente direto do Razr 40 Ultra aqui no Brasil. Por ser o único dobrável a competir com o modelo americano no país, a Samsung traz elementos que proporcionam equivalência e outros que ficam abaixo.
No quesito tela, o display externo da sul-coreana é menor e traz menos funções embarcadas que poderiam permitir o uso independente. Sua estrutura física, no entanto, passa mais rigidez do que o dobrável da Motorola.
Além disso, o Flip 4 conta com certificação IPX8 que permite mergulhá-lo em água doce por alguns minutos. Por outro lado, a tela interna é Dynamic AMOLED 2X de 120 Hz, ficando abaixo do modelo da Motorola.
As câmeras também estão um pouco abaixo em ambientes bem iluminados, mas a Samsung ainda sai na frente no modo escuro. Em relação ao preço, o Flip 4 já tem quase um ano de mercado, mas chegou ao Brasil por R$ 6.999, mil reais a menos do que os R$ 7.999 cobrados pela Motorola no Razr 40 Ultra.
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Vale a pena comprar o Razr 40 Ultra?
O Motorola Razr 40 Ultra é um ótimo celular. Apesar de o seu hardware ser considerado “defasado” por trazer um chipset de 2022, o aparelho continua excelente. O desempenho não decepciona no uso contínuo.
A bateria tem um ótimo equilíbrio energético. Como consequência, é possível obter boas horas de uso para o consumo de diferentes formatos de conteúdo, aproximando-se de modelos topo de linha em forma de barra.
Outro ponto de destaque nesse celular é a sua construção, que passa a confiança que faltou nas gerações anteriores. Além disso, a tela externa funcionando de forma quase independente demonstra que as otimizações no sistema foram bem executadas.
Entretanto, o preço ainda pode ser um fator limitante para o público nesse primeiro momento. Afinal, o Razr 40 Ultra chega ao Brasil por R$ 7.999, sendo que o Galaxy Flip 4 foi anunciado por R$ 6.999 há quase um ano, e o seu preço não abaixou muito no site oficial da Samsung desde então.
Por isso, tudo dependerá do quanto a Motorola reduzirá o valor nos próximos meses para garantir que o público esteja interessado pelo smartphone, mesmo após o anúncio do Flip 5 por aqui.