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Documentos internos da NASA revelam atrasos inevitáveis no Programa Artemis

Por| Editado por Rafael Rigues | 20 de Junho de 2022 às 17h45

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Documentos de planejamento interno da NASA sobre o Programa Artemis, acessados pelo site Ars Technica, revelam que a agência espacial tem trabalhado em outros dois cronogramas para seu programa de exploração lunar tripulada, indicando atrasos inevitáveis.

As primeiras missões do Programa Artemis devem ser realizadas nos próximos cinco anos. A primeira, a Artemis I, está prevista para decolar ainda este ano. O foguete Space Launch System (SLS) lançará a nave Orion para uma viagem sem tripulação ao redor da Lua.

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Depois, a Artemis II realizará o mesmo caminho da missão anterior, mas desta vez com quatro astronautas a bordo da Orion. Será apenas na Artemis III que dois humanos pisarão novamente na superfície lunar e retornarão à Terra. No entanto, a NASA não tem fornecido detalhes sobre as missões seguintes do programa.

Os documentos internos revelam que, além do cronograma "base", a NASA desenvolveu outras duas opções, indicando que os planejadores da agência não acreditam que o plano básico será executado no atual prazo ou orçamento.

Cronogramas reservas

O segundo cronograma, chamado “cadence” (cadência), prioriza lançamentos regulares do programa lunar. O terceiro, nomeado “content” (conteúdo), prevê o lançamento apenas quando as cargas mais significativas estiverem prontas.

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Quando questionada sobre os documentos internos, a porta-voz da NASA, Kathryn Hambleton, disse que a agência tem avançado com seus planos básicos para as missões além da Artemis III e avalia rotineiramente “arquiteturas alternativas” para um planejamento prudente.

Entre os futuros planos, a NASA considera a adição de uma missão “Artemis III.5” para acontecer até 2027 e evitar uma lacuna de três anos nos lançamentos do programa. A missão exigiria um quarto lançamento com o SLS e poderia custar cerca de US$ 5 bilhões.

A Artemis III.5 enviaria quatro astronautas para a estação espacial lunar Gateway, com dois deles descendo à Lua. Para isto, a NASA precisaria atrasar vários projetos do programa, como o desenvolvimento da própria estação, rovers lunares, um habitat de superfície e atualização dos propulsores laterais do foguete SLS.

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Além do orçamento apertado para tantos projetos, a NASA parece estar preocupada de que, após os lançamentos dos elementos principais da estação espacial lunar, os módulos adicionais não estejam prontos para serem lançados até o fim deste década. A versão atualizada do SLS serviria para lançar estes módulos juntos a nave Orion.

Base lunar e estação Gateway

A formulação do Programa Artemis, feita em 2020, incluiu a extensão da atividade econômica humana no espaço ao estabelecer a presença humana permanente na Lua em cooperação com empresas privadas e outras agências espaciais. Em teoria, tudo isto apoiará a ciência e tecnologia para destinos mais distantes, como Marte.

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A NASA deixou clara sua intenção de estabelecer a presença humana na superfície e na órbita da Lua, mas dependeria do desenvolvimento de tecnologias-chave, como uma plataforma de mobilidade habitável que permitiria viagens de 45 dias pela superfície lunar e um habitat para até quatro astronautas.

O problema é que os cronogramas internos da agência adiaram qualquer criação de uma base lunar ainda na década de 2030. Por outro lado, os documentos indicam que a NASA passará a próxima década ou até mais dedicada a construção da Gateway.

Os principais elementos da estação incluem seus sistemas de energia e propulsão e um pequeno módulo de habitat, que devem ser lançados por um Falcon Heavy, da SpaceX, no final de 2024 — segundo a NASA, estes componentes terão uma vida útil de 15 anos.

Depois, serão enviados o módulo de habitação I-HAB e os módulos do Sistema Europeu de Reabastecimento, Infraestrutura e Telecomunicações (ESPRIT), ambos fornecidos pela Agência Espacial Europeia (ESA), além de uma câmara de ar, que chegariam ao portal no final da década de 2020 ou início de 2030.

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A NASA pretende tornar a Gateway um ponto de apoio para as missões Artemis, uma vez que a nave Orion, por exemplo, não tem capacidade de propulsão para voar até a órbita baixa da Lua e depois retornar à Terra. No entanto, esta solução seria viável com a nave Starship, da SpaceX.

Em abril de 2021, a NASA escolheu a nave Starship para levar astronautas à Lua como um módulo de pouso. Além de ser maior que a Gateway a nave desempenha muitas de suas capacidades de potência e propulsão. Então não faria muito sentido investir mais tempo e dinheiro com a estação.

Uma coisa é certa: os documentos indicam atrasos inevitáveis no Programa Artemis. Assim, o programa estaria a pelos menos 15 anos de desenvolver uma base semipermanente na Lua e a exploração de Marte só aconteceria lá pelas décadas de 2040 ou 2050.

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Fonte: Ars Technica