Os 10 melhores filmes de ficção científica disponíveis na Netflix
Por Durval Ramos • Editado por Jones Oliveira |
A ficção científica sempre foi um gênero muito bem quisto por autores, independentemente da mídia em questão. Histórias que se aproveitam da ciência e extrapolam conceitos para flertar com a fantasia é algo que conquista o público desde o século XIX com as obras de Julio Verne. E, no cinema, esse fascínio não seria diferente.
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Na verdade, foi na Sétima Arte que o estilo ganhou ainda mais força. O apelo visual deixou tudo mais atraente e mágico, ora prometendo um futuro irresistível, ora mostrando que o destino que nos aguarda não é nada promissor. De qualquer forma, seja pela utopia dos otimistas ou pelo futuro distópico dos céticos, não faltam boas opções de filmes para nos entreter e nos fazer pensar.
E a Netflix se tornou um excelente lugar para conferir essas histórias. O serviço de streaming possui um acervo de peso de produções próprias e também de sucessos de Hollywood. São opções para todos os públicos e gostos. Assim, para ajudá-lo na árdua tarefa de se encontrar em meio a tantas possibilidades, o Canaltech listou alguns dos melhores filmes de ficção científica que estão disponíveis na plataforma.
10. Vida
Como a série Alien não está disponível na Netflix, abrimos a nossa lista com um derivado do clássico de Ridley Scott. E não é porque Vida tem muitas similaridades com o clássico do terror espacial que ele é um filme ruim. Muito pelo contrário. Ele atualiza vários conceitos e cria um suspense bem mais contido, mas igualmente eficiente e intrigante.
Estrelado por Jake Gyllenhaal e Ryan Reynolds, o filme traz à tona a velha questão sobre a existência de vida fora da Terra. E, ao invés de responder isso com um alien que sai babando e explodindo o peito das pessoas, temos um organismo unicelular — algo bem mais crível aos olhos da ciência. O problema é que esse ser se mostra muito mais inteligente do que se pensava inicialmente e é a partir daí que o longa se desenrola.
Vida dividiu opiniões quando foi lançado e foi bastante criticado principalmente por causa dessa grande influência de Alien e outras histórias derivadas. Ainda assim, é uma ótima pedida para quem quer um pouco de tensão espacial.
9. No Limite do Amanhã
Ignore o nome do filme, porque ele é tão genérico que é difícil saber o que esperar e que não faz jus ao que No Limite do Amanhã apresenta. Protagonizado pelo nosso querido Tom Cruise, ele conta a história de um soldado que, no meio de uma guerra contra uma raça alienígenas, descobre estar preso em uma espécie de loop temporal: toda vez que ele morre em batalha, volta para o início do confronto e tem a chance de lutar mais uma vez.
A semelhança com a estrutura de um videogame não é por acaso. No Limite do Amanhã é inspirado no mangá All You Need is Kill, que se propõe justamente replicar essa lógica dos jogos dentro de uma história de guerra. Para isso, tanto o quadrinho quanto o filme fazem um ótimo uso desse elemento em sua narrativa. De quebra, eles ainda colocam exoesqueletos em seus personagens, o que dá um visual bem mais bacana às batalhas desse futuro bizarro.
8. I Am Mother
A premissa de I Am Mother é realmente muito boa. Afinal, o que aconteceria se uma inteligência artificial decidisse ser a mãe de uma criança? E quando esse ser humano começar a questionar a natureza dessa relação e perceber, principalmente, que a IA mentiu sobre a sua própria existência?
Para isso, acompanhamos a história de uma adolescente que nasceu e cresceu sozinha em uma estação espacial após a extinção da humanidade. Acreditando ser o último ser humano, ela tem a companhia apenas de um robô que é sua figura materna. Só que tudo isso vem abaixo quando ela descobre que as coisas não são bem assim — e a gente vê o quanto uma IA também pode ser maluca.
Embora não tenha sido uma unanimidade entre o público, principalmente por causa de alguns pontos em seu roteiros, I Am Mother merece sua atenção pela simples criatividade de sua premissa.
7. Aniquilação
Aniquilação faz parte daquele grupo de filmes de ficção científica que ficam na sua cabeça por um bom tempo justamente por não ser tão direto e gerar muita discussão em torno de seus significados. E acredite, ele tem vários, indo desde criação e evolução à religião e a autodestruição da humanidade. Em outras palavras, é o tipo de provocação que a gente adora ver uma boa ficção científica.
O filme é estrelado por Natalie Portman, que interpreta uma bióloga que se junta a uma expedição em uma área em que as leis da natureza não se aplicam da forma que a gente conhece. A partir disso, ela precisa lidar com uma série de problemas, o que inclui o desaparecimento de seus colegas e algum tipo de monstro que habita o local.
O destaque aqui é a direção de Alex Garland, que despontou como um dos principais nomes da ficção científica moderna.
6. O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento final
Eessa lista não poderia deixar de contar com alguns clássicos de peso — e Exterminador do Futuro 2 é um que dispensa qualquer explicação. Embora ele seja muito mais ação do que uma ficção científica como a gente imagina, não há como negar que muitos dos conceitos apresentados por James Cameron com a franquia servem de base para vários outros filmes do gênero. Pensou em rebelião das máquinas, pensou na Skynet e nos robôs chacinando a humanidade.
Além disso, ele ainda conta com viagem no tempo, robôs feitos de metal líquido e a ideia de que a inteligência artificial ainda vai nos matar — uma combinação que se tornou quase onipresente em filmes do gênero por mais de uma década.
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5. Blade Runner 2049
A sequência do clássico Blade Runner: O Caçador de Andróides pode não ser tão bom quanto o original, mas essa é uma tarefa quase impossível de se alcançar. Dito isso, Blade Runner 2049 é um excelente filme que dá continuidade à história que a gente conhece e expande muito bem o universo criado por Phillip K. Dick, mostrando muito mais desse futuro distópico dominado por megacorporações e que sensações e memórias se tornam produtos.
O filme se apoia bastante na estética cyberpunk, que funciona muito bem e, mesmo com uns deslizes aqui e ali na história — principalmente na segunda metade —, é sempre ótimo voltar para esse mundo, ainda mais quando ele nos mostra o que aconteceu com vários dos personagens do filme original. Isso sem falar que Ryan Gosling entrega um ótimo protagonista.
4. A Chegada
Inspirado em um conto, A Chegada é uma daquelas ficções científicas excelentes que chegam a dar um nó na cabeça — e isso é um elogio, que fique claro. A história gira em torno de uma linguista, vivida por Amy Adams, que é chamada para tentar entender o que alienígenas recém-chegados à Terra querem dizer. Afinal, eles são uma ameaça ou vieram em paz?
A partir disso, o filme entra num ciclo de eventos e conceitos bastante surpreendentes e você simplesmente não consegue prever o que vai acontecer — e termina batendo palmas para o quão genial é a solução encontrada. São filmes como A Chegada que nos mostram como ainda há muito espaço para novas ideias dentro da ficção científica.
3. Ex_Machina: Instinto Artificial
Outro filme que foi castigado pelo título nacional, mas que é uma das melhores ficções científicas dos últimos anos. Dirigido pelo mesmo Alex Garland de Aniquilação, ele se concentra na relação entre um programador e uma robô com inteligência artificial. A princípio, o rapaz tenta encontrar uma falha no sistema da IA, enquanto ela pouco a pouco mostra como é capaz de ser superior aos humanos.
O mais interessante aqui é que a história gira em torno de apenas três personagens e, mesmo assim, consegue te prender do início ao fim. Sem cair no maniqueísmo de bom e mau, certo e errado, o diretor acerta ao fazer com que Ex_Machina seja uma bela metáfora futurista sobre questões atuais, como as relações de trabalho, de gênero e como estamos nos tornando tão dependentes das máquinas.
2. Matrix
E já que estamos falando de dependência das máquinas, não há como fugir desse filme que marcou toda uma geração e ditou não só o cinema pós-2000, mas também muito do pensamento filosófico e tecnológico no século 21. Parece exagero, mas essa é a importância de Matrix para o cinema e não apenas para o gênero a que pertence.
A história do hacker que descobre viver dentro de uma realidade virtual criada por máquinas é apenas o começo de uma enorme viagem que vai questionar absolutamente tudo: o que é a realidade? Será que já não somos escravos das máquinas? E se o mundo for mesmo um lixo, é melhor viver no doce gosto da farsa ou encarar a cruel realidade?
Matrix é um dos filmes mais importantes de todos os tempos por uma boa razão. Ainda que muita coisa tenha ficado datada em termos estéticos, a sua discussão segue muito atual. Só é aconselhado ignorar as sequências ou assisti-las para se divertir apenas, já que elas não conseguem reprisar o impacto do original.
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1. Ghost in the Shell
E se Matrix é um marco no cinema, o que dizer do filme que o inspirou? O anime Ghost in the Shell é uma das várias obras que serviram de base para o longa da Irmãs Wachowski e responsável por popularizar a estética cyberpunk pelo mundo. Com um visual único e que expressa bem a visão dos anos 1980 e 1990 do que seria o futuro, a história da detetive ciborgue na caça de um hacker se tornou um ícone até hoje.
Para isso, ele nos leva ao ano de 2029 e brinca muito com essa ideia do futuro distópico em que as pessoas são ultraconectadas. A forma com que ele apresenta isso é bem exagerada, mas a metáfora é bastante precisa. E, a partir disso, começam os questionamentos existenciais. Afinal, se você se modificou por completo, ainda é você ou apenas um fantasma daquilo que você já foi um dia?
Ghost in the Shell é um clássico por uma boa razão. Além disso, ele ganhou várias obras derivadas, inclusive algumas sequências que não conseguiram repetir a genialidade da primeira animação. Nem mesmo o remake estadunidense estrelado por Scarlett Johansson conseguiu chegar perto disso.