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Os 5 melhores filmes de James Cameron

Por| Editado por Jones Oliveira | 23 de Junho de 2020 às 10h11

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Lightstorm Entertainment
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James Cameron

James Cameron é um cineasta curioso, mas não que seus trabalhos sejam curiosos por si, mas a sua trajetória daria um filme dos mais interessantes exatamente por ele mesmo ser inquieto e sempre um entusiasta de novidades.

Se hoje ele é reconhecido como um dos diretores que melhor lidam com os efeitos especiais, isso se dá pela forma orgânica com que inclui as questões gráficas em seus filmes, fazendo com que cada detalhe de vfx seja parte essencial do filme e não um elemento descartável para embelezar ou chamar a atenção.

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Cameron, por exemplo, foi o primeiro a produzir e dirigir um filme com custo superior a US$ 100 milhões, justamente aquele que viria a ser um clássico da ficção científica: O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (de 1991). Seis anos depois, ele dobraria essa marca, passando dos US$ 200 milhões com Titanic (de 1997).

Antes dessas marcas – sempre acompanhadas de muita qualidade –, o canadense trabalhou como caminhoneiro, função que resolveu desempenhar após terminar os estudos. Nas pausas da estrada, ele escrevia.

Reza a lenda (o fato na verdade) que foi justamente um filme que o desviou do volante para o cinema de uma vez. Após assistir ao Star Wars IV: Uma Nova Esperança (de George Lucas, 1977), Cameron abandonou a vida de caminhoneiro e decidiu se dedicar ao cinema, produzindo, no ano seguinte, seu primeiro filme: o curta metragem Xenogenesis (de 1978), que pode ser visto abaixo:

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Imparável, o diretor e roteirista continuou buscando novas técnicas para acrescentar aos seus futuros trabalhos e, com pouco orçamento, seguia guiado pela criatividade e pela curiosidade, partindo até para invenções, como uma minicâmera. Sua agilidade e eficiência o levou a trabalhar nos efeitos especiais de Fuga de Nova York (de 1981), do mestre John Carpenter, com quem aprendeu parte do ofício da direção.

Além de tudo, Cameron foi o primeiro ser humano a descer sozinho ao local mais profundo dos oceanos: a Fossa das Marianas. Parceiro da National Geographic, do Instituto Scripps de Oceanografia de San Diego e da Rolex, o cineasta é um dos promotores da expedição Deep Sea Challenge, que procura explorar os oceanos.

São só curiosidades, mas que tornam a vida de um dos mais respeitados cineastas da atualidade algo tão cinematográfico quanto seu trabalho dedicado; um trabalho que o levou da vida de caminhoneiro e do baixo orçamento à produção de filmes recordistas de bilheteria.

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Justamente por isso, o Canaltech resolveu elencar os cinco melhores filmes de James Cameron, listados em ordem de lançamento.

5. Aliens, o Resgate

Com a difícil missão de dar continuidade ao excelente Alien, O 8º Passageiro (de Ridley Scott, 1979), Cameron não somente conseguiu dar liga à história como corroteirista, como direcionou a pegada sci-fi de terror de Scott para uma ação limpa, forte e com ares de grandiosidade (uma de suas marcas). Acontece que, apesar desse desdobramento um tanto agigantado, tudo flui com uma naturalidade enorme e sem perder o elemento assustador do filme anterior.

Saindo do esverdeado de Scott para um azul metálico e cedendo ao cinema algumas das cenas mais icônicas da história, Aliens, o Resgate, lançado em 1986, acompanha uma tripulação atacada por uma forma de vida misteriosa. No grupo está uma das maiores heroínas já expostas nos filmes: a Tenente Ripley, imortalizada por Sigourney Weaver.

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4. O Segredo do Abismo

Para mim, um dos filmes mais subestimados da carreira de Cameron. É um trabalho de um profundo interessado e conhecedor do oceano, no qual ele exibe toda a sua característica extravagância no desenvolvimento da história e na direção objetiva e sempre muito clara.

A sci-fi oceânica acompanha uma equipe civil de mergulho liderada por Bud Brigman (Ed Harris) que é recrutada para procurar um submarino nuclear perdido e enfrentar o perigo enquanto encontra uma espécie aquática alienígena.

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Tendo estreado em 1989, o Segredo do Abismo é um filme de uma beleza muito característica, cheio de efeitos especiais que foram inovadores para a época, e que merece ser descoberto ou redescoberto. É um filmaço.

3. O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final

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Também um segundo capítulo, mas desta vez de um filme dele mesmo, O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final é um clássico da ficção científica que, constantemente, é citado como um dos maiores do gênero. Tudo aqui é Cameron em sua essência: inovador, grandioso, limpo. É como um artista em plena forma conseguindo exprimir tudo com muita precisão.

No filme lançado em 1991, pela primeira vez é vista a captura de movimento em um personagem gerado por computador, sendo a primeira vez, também, que o personagem principal é parcialmente produzido por computador.

A história acompanha um ciborgue (Arnold Schwarzenegger), idêntico ao que falhou em matar Sarah Connor (Linda Hamilton) no filme anterior, que agora deve proteger o filho adolescente desta (John Connor – interpretado por Edward Furlong) de um ciborgue mais avançado e poderoso.

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2. Titanic

Para Cameron, o Titanic era o Monte Everest dos naufrágios. Fascinado por esse tipo de expedição marítima, o cineasta teve contato com uma obra realizada em IMAX a partir de imagens dos destroços do navio. A partir disso, já com seu nome consolidado, correu atrás do financiamento de Hollywood para que a indústria pagasse por uma expedição parecida. Segundo o próprio diretor, a princípio ele não queria fazer um filme, ele queria mergulhar até o naufrágio.

Mesmo assim, a mente imparável de Cameron começou a trazer à tona um dos maiores épicos desde muito tempo; um filme que marcou uma geração e que lotaria salas tanto em seu lançamento em 1997 quanto quando voltou aos cinemas em uma conversão para 3D em 2012. Fenômeno de orçamento (primeiro filme a passar dos US$ 200 milhões) e, mesmo assim, com lucro esmagador nas bilheterias (passando dos US$ 2 bilhões), Titanic concorreu a nada menos que 14 Oscars e venceu absurdos (no melhor sentido) 11, inclusive os de Melhor Filme e de Melhor Diretor.

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O filme, que é cheio de simbolismos sociais, conta, em resumo, a história de uma jovem aristocrata (Rose – interpretada por Kate Winslet) que se apaixona por Jack (Leonardo DiCaprio), um artista gentil, mas pobre, a bordo do luxuoso Titanic, navio que viria a passar por uma situação catastrófica.

1. Avatar

Particularmente, o roteiro de Avatar me atrai em quase nenhum ponto. Quando assisti pela primeira vez, no cinema, em 2009, tive a sensação de ver uma história já repetida dezenas de vezes. Por outro lado, a consistência da direção de Cameron permanece inabalável… é como se estivéssemos cansados da mesma música cantada por mil cantores através das gerações e, de repente, surge alguém que consegue dar uma forma diferente à mesma canção.

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Além disso, o filme foi (e é) uma inovação em termos de tecnologia para o cinema devido ao seu desenvolvimento com a visualização em 3D, alcançado por meio da filmagem com câmeras que foram feitas especialmente para sua produção.

De fato (e em minha opinião), somente três filmes se destacam pela utilização das três dimensões incorporada à linguagem cinematográfica: Avatar, Pina (de Wim Wenders, 2011) e A Invenção de Hugo Cabret (de Martin Scorsese, 2011). Nos três filmes, o 3D – assim como os efeitos visuais dos filmes de Cameron – não é um mero entretenimento ou uma distração; não é uma ferramenta que arremessa elementos no rosto do espectador; é claramente pensado para modificar a experiência.

Sendo assim, Avatar em 2D e em 3D são duas experiências diferentes. Nenhuma delas, para mim, elimina o roteiro-já-visto-antes, mas o fato é que o filme entrou com merecimento para a história por indicar novas possibilidades, algo que Cameron sempre tentou – e conseguiu – fazer.

Na história, um fuzileiro naval paraplégico é enviado para a lua Pandora e, lá, fica dividido entre seguir as ordens e proteger o mundo que ele sente ser a sua verdadeira (ou nova) casa.

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Além disso...

Cameron também dirigiu um dos melhores e mais subestimados filmes de ação já realizados, quando retomou a parceria com Schwarzenegger: True Lies (que nem recebeu título nacional e ainda conta com uma impagável Jamie Lee Curtis). A produção tem uma limpeza e uma formalidade na escolha de planos e na decupagem que são características muito próprias do diretor.

Em sua carreira, existem também alguns documentários lindíssimos sobre a sua paixão pelas profundezas dos oceanos, poucos curtas-metragens e filmes menores, como Piranhas 2: Assassinas Voadoras (que codirigiu com Ovidio G. Assonitis e Miller Drake).

Cameron não é um diretor que lança filmes com frequência porque seus trabalhos dependem da inventividade. Parece que ele quer sempre ter algo novo para o cinema que justifique a feitura do filme. Se, por um lado, é uma pena porque perdemos de ver o seu trabalho como diretor, por outro o cinema lhe é muito grato – e continuará sendo –, visto que o nome de Cameron consta nos agradecimentos de quase 50 produções.

Agora, ficam aí as indicações e o espaço dos comentários para acréscimos e tudo o que desejarem. Tenho certeza que vocês conseguirão complementar e enriquecer tudo o que está aí.