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Magalu Cloud chega com DNA brasileiro e planos de democratizar a nuvem

Por  • Editado por  Wallace Moté  | 

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Germano Lüders/Magazine Luiza
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Magalu apresentou, nesta terça-feira (12), o Magalu Cloud, aposta da varejista para oferecer aos desenvolvedores e pequenas e médias empresas (PMEs) uma solução de computação na nuvem com DNA 100% brasileiro. Trazendo uma infraestrutura completa, construída do zero com a segurança dos dados em mente, o serviço teria como diferencial o fato de estar instalado em território brasileiro, e realizar as cobranças com base no real, em vez do dólar como ocorre com concorrentes estrangeiras.

Em conversa com o Canaltech, o diretor do Magalu Cloud Christian "kiko" Reis falou um pouco mais sobre o serviço, apontando os diferenciais que podem de fato ser interessantes não apenas para o público corporativo como para o próprio usuário final, como menor latência na conexão pela proximidade maior com os servidores, preço mais estável por não depender da variação do dólar e contato mais facilitado com serviço de assistência técnica.

O que é a nuvem?

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Conceito que já existe há mais de 20 anos, mas que segue evoluindo com os avanços tecnológicos, a nuvem (ou cloud, no termo em inglês) é a infraestrutura que envolve software encorpado e servidores na qual um serviço é estabelecido. O uso do nome "nuvem" está relacionado com a ideia de realizar processamento remotamente, através da internet, sem equipamentos mais potentes (e caros) presentes no local.

A plataforma de backup online que armazena os seus dados depende da nuvem, assim como as soluções de streaming de vídeo, games e até serviços bancários, como o PIX. A maior vantagem desse tipo de infraestrutura é justamente ter acesso a recursos mais avançados, maior potência de processamento ou mesmo mais capacidade de armazenamento de qualquer lugar, com quase qualquer tipo de dispositivo em mãos.

As amplas possibilidades oferecidas pela computação em nuvem levaram a uma expansão acelerada dessa tecnologia, com gigantes como Amazon, Google e Microsoft oferecendo hoje uma infraestrutura completa de nuvem, incluindo máquinas, soluções de software e serviços de segurança para empresas que não querem (ou mesmo não podem) gastar enormes quantias de dinheiro para montar os próprios servidores.

Como conta o diretor do Magalu Cloud, Kiko, em entrevista ao Canaltech, a computação em nuvem se tornou um elemento crucial para empreendedores que querem ganhar ou até manter relevância em uma era onde o mundo digital está em todos os cantos.

"[...] Toda empresa que está fazendo alguma coisa no digital hoje, vai acabar usando a cloud. E quem não está [se] digitalizando, está desaparecendo. Então, o primeiro benefício que [o uso da nuvem] tem é que você está num espaço em que você pode criar rapidamente aplicações, fazê-las escalarem, fazê-las serem acessíveis para um público muito maior", explica o executivo.

Magalu Cloud quer democratizar a nuvem

Mesmo que facilitem o acesso ao cloud computing, serviços oferecidos por empresas estrangeiras ainda possuem um custo elevado e cobrança feita em dólares, aspectos que acaba restringindo essas soluções a companhias de maior porte. Além disso, todos os dados dos clientes são normalmente armazenados em servidores instalados em outros países, o que acaba afetando a performance de acesso às informações, já que a distância aumenta o tempo do tráfego desses dados.

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Ainda segundo o Magalu, a operação a partir de outras regiões impede que as nuvens de companhias do exterior compreendam os desafios do mercado brasileiro, deixando assim de trazer adaptações para os empreendimentos nacionais. A ideia do Magalu Cloud nasceu frente a esse cenário em 2020, tendo como principal missão a democratização da nuvem, buscando atender negócios de menor porte.

"Toda aplicação digital, hoje, é hospedada em alguma nuvem. Então, ela serve, basicamente, para você construir e hospedar a sua aplicação construída. Pense que tudo o que a gente fez nos últimos 10 anos depende de conectividade de alguma infraestrutura hospedada por alguém. [Existem] grandes infraestruturas digitais construídas, mas todas elas foram construídas por empresas não brasileiras. É a primeira vez que uma empresa brasileira se propõe a fazer infraestrutura digital para atender esse mercado." — Christian "kiko" Reis, Diretor do Magalu Cloud

Os principais diferenciais do lançamento são justamente o armazenamento dos dados em data centers instalados em solo brasileiro, aumentando o desempenho das aplicações ao reduzir a distância entre os servidores e os clientes, bem como as adaptações aos desafios do mercado brasileiro e a cobrança em reais, reduzindo as barreiras financeiras para que um número maior de empreendimentos possa tirar proveito da computação em nuvem.

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Da mesma forma que os concorrentes, a solução da varejista vai fornecer uma infraestrutura completa de cloud com todos os recursos básicos que uma aplicação rodando na nuvem precisa, incluindo máquinas virtuais, containers, armazenamento e rede virtualizada, unificados em um pacote com portal, API e conta únicos.

"O público direto da Magalu Cloud é quem está escrevendo software. Ou dentro de uma empresa grande, como o Magalu, que tem milhares de desenvolvedores aqui dentro, mas também empresas menores, espalhadas pelo Brasil, que estão inovando em nichos, ou verticais, ou áreas específicas", complementa o diretor. "A gente construiu essa cloud porque a gente quer, de fato, habilitar todo mundo no Brasil a poder construir e entregar soluções".

Desafios e foco na segurança

Com o orçamento inicial definido, o Magalu Cloud foi sendo desenvolvido até conseguir estabelecer o seu primeiro data center em 2021, na região Sudeste, com a segunda central sendo inaugurada no Nordeste em 2022. O serviço começou recebendo aplicações do próprio Magalu (30% deles usa o Magalu Cloud) e, em paralelo, clientes e usuários externos foram trabalhando junto à varejista para que aprimoramentos fossem implementados com o feedback. A solução começou a ser expandida no início de 2023, e já possui 30 clientes externos.

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Um aspecto interessante do lançamento é o seu caráter aberto, que visa eliminar custos ou atritos grandes no fornecimento. "Nesses data centers a gente comprou hardware [...] em um processo aberto, procurando componentes que eram os mais comuns e, ao mesmo tempo, o que era o estado da arte poder ser entregue", revela Kiko. Mesmo com uso de tecnologias open source, o executivo deixa claro que a segurança dos dados foi um dos pilares do Magalu Cloud desde o início.

"Todas as melhores práticas, criptografia em todos os níveis, restrição de acesso, controle, auditabilidade, tudo isso foi meio que desenhado bem no começo, quando a gente começou a construção. Boa parte do que a gente usa de open source entrega componentes seguros", afirma Kiko.

O diretor aponta que o maior desafio da abordagem escolhida pelo Magalu é a junção desses componentes de forma segura para impedir que não haja áreas de vulnerabilidade, mas destaca que o caminho proporciona mais tranquilidade aos clientes, e assegura que todos tenham proteção avançada por padrão, sem ser necessário ativar recursos adicionais.

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Evento mostra destaques do Magalu Cloud

Para celebrar a chegada do Magalu Cloud, o Magalu realizou nesta terça-feira (12) evento em que detalhou o início da jornada da solução, discutiu algumas das suas principais vantagens, como o menor custo, e trouxe os parceiros de peso que estão trabalhando com a varejista nessa jornada.

Durante a apresentação, a companhia deixou claro que não tem intenção de competir de frente com outras gigantes, mas sim complementar o ecossistema de nuvem no Brasil, mirando nos pequenos empreendedores e colaborando com outras fornecedoras de cloud computing, incluindo Google e IBM, para garantir boa interoperabilidade.

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Os servidores trazem hardware bastante moderno, com processadores Intel Xeon Sapphire Rapids e GPUs Nvidia Ampere (de modelos ainda não especificados), e operam na chamada Scalable Cell Architecture (SCA, ou Arquitetura de Células Escaláveis), empregando o conceito de arquitetura à prova de falhas. Com isso, usando as duas zonas de disponibilidade (AZs), interligadas a diversos data centers construídos em células, os clientes podem trabalhar com redundância para garantir o funcionamento das seoluções.

Conforme Kiko havia detalhado, todo o software é open source, mas sua implementação teve foco na segurança desde o princípio, integrando ferramentas como o Chainguard. As especificações deixam explícito em como o Magalu Cloud segue os padrões da indústria, o que também facilitaria a transição e a interoperabilidade com outras nuvens.

As várias parceiras, nacionais e internacionais, que estiveram presente no evento complementam essa visão: pequenas e médias empresas como DataStax, Rocket.Chat e a brasileira Dadosfera estão trabalhando junto à novidade, mas também há gigantes envolvidas com tecnologias que já miram no futuro das IAs generativas.

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O Google Cloud anunciou que trabalhou para tornar compatível com o Magalu Cloud o AlloyDB, para gerenciamento de banco de dados com IA, entre outras soluções da suíte Vertex AI. A IBM foi outro nome de peso a anunciar funcionalidades voltadas para a nuvem da varejista, incluindo total compatibilidade do WatsonX, que já roda no Magalu Cloud.

Outra parceria digna de nota é o próprio governo brasileiro, através do Serviço Federal de Processamento de Dados, o Serpro — caso que reforça a importância da soberania nacional digital, tido pelo Magalu como um dos seus maiores diferenciais. Mais interessante é que as soluções de todos os clientes e parceiros citados “não são promessas”, como o Vice-Presidente de Plataformas do Magalu, André Fatala, enfatizou em sua participação no evento — todas já estão em plena operação no Magalu Cloud.

Com o design focado na democratização da nuvem, a Magalu prevê que seus clientes conseguirão ter economias drásticas ao optar pelo Magalu Cloud, que pode variar de 30% a impressionantes 75%, a depender do conjunto de serviços escolhidos.

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Magalu Cloud inicia implementação

Apesar do anúncio, a implementação pública do Magalu Cloud será gradual, com diversas novidades planejadas para o decorrer de 2024, começando pelo serviço de Object Storage, compatível com os padrões do S3, previsto para março. A plataforma inicia as operações como parte da área digital do Magalu, mas há planos para que o serviço seja transformado em uma empresa separada, para oferecer um atendimento mais amplo para micro e pequenos empresários.

Desenvolvedores e empresas que queiram saber mais sobre a solução, oferecer feedback, tirar dúvidas e ter acesso antecipado podem entrar no site oficial do Magalu Cloud e preencher o formulário para conversar com o time especializado — a base de clientes será ampliada aos poucos, por ordem de solicitação.