As 10 mães mais icônicas do cinema
Por Durval Ramos • Editado por Jones Oliveira |
A mãe sempre foi uma figura muito forte no cinema. Não apenas por ser um tipo de personagem com o qual é muito fácil nos relacionar, mas por elas representarem arquétipos muito poderosos em qualquer narrativa. Por isso mesmo, não faltam exemplos de filmes que exploram diferentes facetas do materno.
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Seja na clássica imagem da mãe protetora que faz de tudo para cuidar de seus filhos ou daquela posição mais opressora que não deixa seus filhotes crescerem, temos mães muito icônicas sendo representadas nas telas e explorando muito bem esse tipo de personagem que nos é tão familiar. Por isso mesmo, é algo que funciona sempre muito bem.
E, para celebrar o Dia das Mães, nada melhor do que relembrar algumas dessas mães lendárias. Por isso, o Canaltech listou 10 das mães mais icônicas do cinema. Elas representam muito bem todos esses lados que conhecemos tanto, seja no amor e dedicação que todas as mães são capazes de oferecer como também pelo humor de certas situações, a garra para lidar com certos problemas e até aquele horror que todo mundo sentiu — principalmente quando a chinelada era iminente.
10. Mulher-Elástica (Os Incríveis)
A Mulher-Elástica é um lembrete permanente de que toda mãe é também uma super-heroína. Não por vestir uma máscara e sair por aí combatendo o crime, mas por fazer tudo isso enquanto se desdobra para cuidar da casa, dos filhos, do marido e não deixar ninguém esquecer de nada.
Não é por acaso que seu superpoder é a elasticidade, pois somente se esticando feito borracha para dar conta de tanta coisa ao mesmo tempo.
Essa é uma das sutilezas que torna Os Incríveis um dos melhores filmes da Pixar até hoje. Sem precisar falar isso abertamente, a Mulher-Elástica representa essa habilidade sobre-humana que toda mãe é capaz de fazer ao cuidar de uma família. Para ser honesto, quem deveria carregar o nome Incrível deveria ser ela.
9. Dona Hermínia (Minha Mãe é uma Peça)
A Dona Hermínia ganhou o coração do brasileiro por uma boa razão. Ela não representa apenas a mãe do ator Paulo Gustavo, mas de todos os brasileiros. Ainda que de forma exagerada aqui e ali, é realmente impressionante a forma como o saudoso humorista acertou ao trazer um pouco de cada mãe ao dar vida à personagem.
Tanto que é bem possível que, ao longo de toda a franquia Minha Mãe é uma Peça, você tenha se deparado com diversas situações que fazem desta estridente protagonista uma caricatura da sua própria mãe. Seja no comportamento, no jeito de falar ou mesmo nas opiniões atravessadas que volta e meia ela entregava, é impossível não reconhecer.
8. Pamela Voorhees (Sexta-Feira 13)
Temos aqui um primeiro exemplo dessa imagem não tão bonita da mãe. Afinal, da mesma forma que o carinho e o amor são coisas lindas, eles também podem levar alguém a um nível de loucura quando fogem de controle. E é isso o que temos no primeiro Sexta-Feira 13.
Embora a figura do Jason tenha ganhado contornos mais sobrenaturais e até demoníacos ao longo da franquia, o longa original tinha uma trama mais pé no chão que mostrava que o amor maternal de Pamela Voorhees alcançava um nível doentio, intensificado pela morte de seu filho.
É por isso que, mesmo tanto tempo depois do falecimento de Jason, ela segue aterrorizando o lugar e sendo uma parte importante dentro da psique psicótica do próprio Jason quando ele retorna como o assassino que todos conhecem.
7. Malorie (Bird Box)
Uma mãe que apareceu há pouco tempo nas telas, mas já garantiu seu lugar entre as personagens mais icônicas é Malorie, personagem vivida por Sandra Bullock em Bird Box. E por mais que muita gente trate o longa como um filme pós-apocalíptico ou uma luta contra monstros — ainda que invisíveis —, a verdade é que se trata de uma trama inteiramente sobre a maternidade.
Sem entrar em spoilers, toda a jornada de Malorie representa bem essa imagem da mãe enquanto protetora que está sempre pronta para se sacrificar em benefício dos filhos — e que é muito mais pesado em um mundo devastado. Ao mesmo tempo, a gente acompanha também o crescimento desse lado materno a partir de um contexto nada agradável.
6. Evelyn Abbott (Um Lugar Silencioso)
O contexto de Um Lugar Silencioso é bem semelhante ao de Bird Box. Ambos retratam a figura de uma mãe lutando para proteger seus filhos em mundos pós-apocalípticos que obrigam a humanidade a restringir um de seus sentidos para sobreviver. A diferença é que Evelyn Abbott, protagonista de Emily Blunt, retoma esse arquétipo da mãe que faz o possível e o impossível para proteger seus filhos.
Afinal, ela tem que cuidar de três crianças — entre elas uma recém-nascida — em uma realidade em que qualquer barulho pode ser fatal. E ela faz isso muito bem, mesmo que tenha que encarar a morte certa para garantir que todos fiquem seguros.
Um detalhe muito interessante da personagem é que ela está o tempo todo com essa postura inabalável. Mesmo diante da situação mais desgraçada possível, ela não transparece medo ou preocupação — a segurança que toda mãe sabe passar para seus filhos.
5. Rainha Ramonda (Pantera Negra)
Se toda mãe é uma leoa, a Rainha Ramonda é uma pantera de dentes muito afiados e garras prontas a fatiar qualquer um que se aproxime de suas crias. Mesmo não sendo a protagonista da franquia Pantera Negra, a personagem de Angela Bassett roubou a cena nos dois longas graças à sua postura régia e grande interpretação.
Não por acaso, a atriz foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por Wakanda para Sempre graças à intensidade com que ela interpretou a monarca. E com razão, já que ela aparece carregando toda a dor de ter perdido um filho de forma trágica e vendo que nem mesmo isso foi capaz de coibir a sanha de outros países sobre sua nação. De quebra, sua outra filha teve sua vida em risco e foi o suficiente para vermos por que Ramonda é uma das grandes mães do cinema.
4. Tia May (Homem-Aranha)
Mãe é quem cria — e a Tia May é o maior exemplo disso. Embora seja a tia do nosso herói Peter Parker, a verdade é que ela representa essa figura materna para o herói e todos os oito filmes do personagem fazem questão de destacar o quanto ela é importante para ele.
Seja na forma da idosa caridosa de Rosemary Harris, da senhora preocupada de Sally Field ou na jovial Marisa Tomei, todas as três encarnações são verdadeiras mães para o Homem-Aranha e funcionam como grandes bússolas morais para aquilo que ele almeja ser. Embora o Tio Ben seja uma peça vital na construção de sua persona heroica, é a Tia May a grande responsável por torná-lo o Amigão da Vizinhança que conhecemos.
Isso é tão verdade que a gente sempre se afeiçoa muito rapidamente à personagem sempre que ela aparece. Mesmo com três versões bem distintas entre si, todas elas foram capazes de passar a mesma imagem de mãe cuidadosa.
3. Ellen Ripley (Aliens: O Resgate)
A protagonista da franquia Alien, Ellen Ripley é uma das principais e mais icônicas heroínas do cinema de ação. Contudo, tão importante quanto tudo isso é toda a relação da personagem de Sigourney Weaver com a temática da maternidade.
Para começo de conversa, Alien: O Oitavo Passageiro pode ser interpretado como uma grande alegoria assustadora sobre a gravidez e o nascimento — algo que ela teve que encarar de forma bastante crua neste primeiro filme.
Contudo, a sequência Aliens: O Resgate coloca a heroína para lidar com o tema sob outro ponto de vista. Depois de descobrir que perdeu sua filha biológica durante sua estadia no espaço, Ripley assume essa figura da mãe de vez quando encontra Rebecca (Carrie Henn) na colônia que ela precisa salvar. E não apenas por lutar com unhas e dentes para protegê-la, mas pela forma com que acolhe a criança órfã em um ambiente tão desgraçado.
2. Sarah Connor (O Exterminador do Futuro)
Talvez a maior mãe do cinema de ação e ficção-científica, Sarah Connor é um ícone por uma boa razão: ela é a lenda que salvou a humanidade (algumas vezes) da rebelião das máquinas. Muito se fala sobre John Connor ser esse grande líder do futuro, mas a verdade é que ele só existe por ser filho de quem é.
Basta olhar a trajetória da personagem ao longo da franquia. No primeiro O Exterminador do Futuro, Sarah Connor é uma jovem que passa a ser perseguida por um robô do futuro por ser a mãe daquele que será o salvador da humanidade nas próximas décadas. Já na sequência, ela se transforma numa guerreira boladona que dedicou sua vida a treinar e a impedir que esse futuro distópico aconteça.
A partir desses dois filmes, a franquia O Exterminador do Futuro explorou a mitologia de Sarah Connor de diferentes maneiras — com direito até mesmo a uma série dedicada a ela. E, em todas essas produções, uma coisa sempre foi constante: a força dessa mãe capaz de moldar o futuro à sua maneira.
1. Norma Bates (Psicose)
Psicose ainda é hoje um dos filmes mais importantes e influentes do cinema. A obra-prima de Alfred Hitchcock foi lançada em 1959 e, mesmo depois de tanto tempo, segue reverberando no imaginário do público. Por isso mesmo, Norma Bates se tornou uma espécie de lenda e outro grande exemplo do lado sombrio do arquétipo materno.
Ela representa essa superproteção e o autoritarismo que também está atrelado à imagem da mãe — e que quase sempre esquecemos em prol do lado mais afetuoso. E são essas características que fazem com que Norma traumatize seu filho de um jeito que, mesmo após sua morte, ainda é capaz de influenciá-lo.
Essa sua personalidade controladora vai desde impedir que Norman tenha uma vida social para além do convívio familiar até a construção da ideia de que todas as mulheres — exceto ela, é claro — são vadias que não merecem confiança.
Por isso mesmo, não é de se admirar que o rapaz tenha crescido completamente transtornado a ponto de tornar a mãe morta em uma personalidade alternativa que ele usa para cometer seus assassinatos.
Não é a mãe mais amorosa do cinema, mas certamente a mais emblemática.