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Humanos se alimentavam de carne de mamute durante a Era do Gelo

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Eric Carlson, Desert Archaeology, Inc./McMaster University
Eric Carlson, Desert Archaeology, Inc./McMaster University

Pesquisadores revelaram diversos aspectos da vida humana na América do Norte durante a última Era do Gelo, há mais de 10.000 anos — através dos restos de uma criança do povo Clóvis, descobriu-se tanto o que nossos ancestrais comiam quanto detalhes de sua migração pelas partes mais geladas do norte do continente.

A tribo antiga deixou seus restos onde hoje fica o estado de Montana, nos Estados Unidos, revelando que a tribo Clóvis era especialista em caçar e comer mamutes, tornando o paquiderme sua fonte principal de comida, mas também caçando outros grandes mamíferos da época. Os restos possuem cerca de 13.000 anos.

Análise forense dos antepassados

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O povo Clóvis, vamos lembrar, é um grupo paleoindígena famoso pelas suas pontas de pedra em formatos característicos, povoando um território que abrange os atuais Canadá, Estados Unidos e México, e deixando marcas arqueológicas importantes para trás. Acredita-se que eles sejam ancestrais dos atuais nativo-americanos da América do Norte.

Fora isso, só há um esqueleto fossilizado de um humano comprovadamente dessa comunidade, uma criança que faleceu com 18 meses de idade e foi enterrada há 12.800 anos perto da moderna Wilsall, EUA. O pequeno menino, conhecido como Anzick-1, foi descoberto em 1968 e enterrado novamente em 2014, mas demorou para alguns cientistas estudarem sua genética.

No estudo mais recente, publicado na revista científica Science Advances pelos cientistas James Chatters, da Universidade McMaster e Ben Potter, da Universidade do Alaska, os isótopos do humano do passado foram analisados.

Isótopos são átomos que carregam informações específicas sobre sua composição, ou seja, elementos capazes de mostrar o que a mãe do bebê antigo teria comido — já que sua nutrição era feita pelo leite —, revelando que 40% da dieta era carne de mamute, com o restante vindo de presas grandes como alces, bisões e camelos de uma espécie já extinta.

Pequenos animais e plantas estavam praticamente ausentes do cardápio. As proteínas analisadas foram de ossos, ou seja, são de longo prazo, querendo dizer que a aparição de traços de mamute só poderiam ter vindo de uma dieta constante de sua carne.

Como a cultura Clóvis descende de grupos caçadores de mamute na Eurásia, seu foco nessa grande fonte de alimento provavelmente os ajudou na adaptação ao novo lar americano e em seu espalhamento pelo continente. A atividade pode ter ajudado na extinção de mamutes e da megafauna do início do Holoceno, há 10.000 anos.

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Junto com um aumento nas temperaturas globais, a ameaça posta pela caça pode ter contribuído para sua extinção — outras criaturas vistas nos restos do jovem Clóvis incluem o tigre-dentes-de-cimitarra, também extinto, por exemplo.

Os mamutes, especialmente, são muito móveis, migrando por longas distâncias. Com o habitat restrito pelo calor, sua movimentação ficaria restrita, ficando mais vulneráveis às pressões de caça postas pelos humanos. O povo Clóvis era sofisticado, capaz e muito eficiente na caça, talvez eficiente demais — para a infelicidade dos mamutes.

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Fonte: Science Advances

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