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Menina de 8 anos encontra fóssil de mamute de 100 mil anos na Rússia

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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John Benitez/Unsplash
John Benitez/Unsplash

Ossos preservados das pernas de um mamute e uma vértebra de um bisão pré-histórico foram encontrados por uma menina de 8 anos, na Rússia, durante atividades de pesca com seu pai no rio Oka, próximo a Novinki, no oeste do país. A menina, chamada Maryam Mirsaitova, percebeu objetos estranhos carregados por um deslizamento de terra recente, e seu pai enviou fotos dos artefatos à Reserva do Museu de Nizhny Novgorod para investigação.

Pesquisadores determinaram que a menina achou um côndilo, ou seja, a junta do joelho e a tíbia inferior de um mamute-lanoso (Mammuthus primigenius), em bom estado de conservação e com tecido esponjoso exposto pela sua degradação em meio aos sedimentos. Pelo tamanho, o animal seria um adulto grande, que se acredita ter vivido há cerca de 100 mil anos.

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Outro achado feito na mesma expedição de pesca incluiu a vértebra de um bisão-das-estepes (Bison priscus), um animal já extinto que vivia na Europa, Ásia e América do Norte durante o Pleistoceno, entre 2,6 milhões e 11,7 mil anos atrás. Esses bovídeos foram ancestrais dos bisões europeus modernos (Bison bonasus) e bisões americanos (Bison bison). Maryam ainda encontrou o osso de outro animal, ainda não identificado pelos cientistas.

Mamutes e fósseis russos

Os mamutes-lanosos foram uma espécie comum ao norte da Europa e Ásia durante a gelada época de 700.000 anos atrás, chegando à América do Norte há cerca de 100 mil anos. No local onde Maryam encontrou os ossos fossilizados, os mamutes seguiram vivendo até cerca de 10 mil anos atrás, quando o final da última Era do Gelo tirou o habitat da megafauna acostumada com o frio. A caça por humanos também colocou pressão nas espécies, levando à sua extinção de maneira mais rápida.

Alguns grupos do animal ainda sobreviveram na Ilha de Wrangel, na Rússia, até aproximadamente 4 mil anos atrás, acabando isolados e provavelmente tendo morrido por conta dos efeitos adversos da endogamia, quando há pouca diversidade genética e problemas hereditários acabam ficando demais para o corpo.

Na Rússia, há uma abundância de fósseis de mamute, especialmente na Sibéria. Alguns deles chegaram a ficar mumificados, situação onde o ambiente gelado retarda o apodrecimento. Um dos mais famosos já encontrados é o filhote de mamute Lyuba, que estava na península de Yamal e foi achado em 2007.

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A equipe do museu russo responsável pela identificação emitiu um apelo para que todos que encontrem fósseis reportem o achado às instituições científicas mais próximas. Muitos restos acabam em mãos de colecionadores privados, impedindo sua pesquisa e preservação.

O caso de Lyuba é um bom exemplo: a múmia foi encontrada por um criador de renas, e seu primo a vendeu por um par de motos de neve. Ela só chegou a público porque policiais a encontraram e a transferiram para um museu russo, viajando o mundo em exposições sobre mamutes desde então. No Brasil, recentemente, um fóssil de dinossauro (Ubirajara jubatus) foi repatriado, tendo sido roubado e levado à Alemanha décadas atrás.

Fonte: All-Russian State Television and Radio Broadcasting Company, VK