Encontrado DNA fossilizado de mamute lanoso de 52 mil anos
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Um estudo publicado na revista científica Cell na última quinta-feira (11) revelou a descoberta de fósseis de cromossomos antigos nos restos mortais de um mamute lanoso que morreu há 52 mil anos. Os pesquisadores conseguiram identificar a estrutura 3D do código genético da espécie.
“Sabíamos que pequenos fragmentos de DNA antigo podem sobreviver por longos períodos de tempo. Mas o que encontramos aqui é uma amostra onde o arranjo tridimensional desses fragmentos de DNA foi congelado no lugar por dezenas de milênios, preservando assim a estrutura de todo o cromossomo", revela uma das autoras, a Dra. Marcela Sandoval-Velasco, da Universidade de Copenhagem, em comunicado.
A equipe relembra que os cromossomos fósseis são muito úteis para ajudar a estudar a história da vida na Terra.
“Os cromossomos fósseis são um divisor de águas, porque conhecer o formato dos cromossomos de um organismo torna possível montar a sequência inteira de DNA de criaturas extintas. Isso permite descobertas que não seriam possíveis antes", diz outra integrante da equipe, a Dra. Olga Dudchenk, da Baylor College of Medicine.
O grupo determinou o número de cromossomos que o mamute lanoso possuía e notou semelhanças com os elefantes modernos:
“Descobrimos que eles tinham 28 pares de cromossomos, o que faz muito sentido, porque é isso que os elefantes modernos têm, e eles são os parentes vivos mais próximos do mamute lanoso", completa Dr. Juan Antonio Rodríguez, que também assina o estudo.
"Foi extremamente emocionante poder contar os cromossomos de uma criatura extinta pela primeira vez", acrescenta o pesquisador.
Cromossomos em pele de mamute
Ao examinar os cromossomos fósseis, que derivaram da pele do mamute, foi possível ver quais genes estavam ativos. Tudo graças a um fenômeno chamado compartimentalização cromossômica.
Os cientistas notaram que os cromossomos antigos compartilhavam muitas características estruturais com os modernos.
Conforme explicam os autores, o espécime passou por uma desidratação natural em baixa temperatura, o que acabou retardando o processo de decomposição.
"Na nanoescala, os cromossomos estavam intactos, inalterados. É por isso que esses fósseis conseguem sobreviver. É por isso que eles estavam lá, 52 mil anos depois, apenas esperando que os encontrássemos", finaliza a equipe, no comunicado da Baylor College of Medicine.
Fonte: Baylor College of Medicine, Cell