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Jornada de 1.000 km de jovem mamute pode dar pistas sobre extinção

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Janeiro de 2024 às 12h56

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Savagerus/Envato
Savagerus/Envato

Há aproximadamente 14.000 anos, a presa de uma mamute de 20 anos chegou a um acampamento humano em Swan Point, no estado americano do Alasca. Aos cientistas, a jornada do marfim até o local continuará misteriosa, já que não sabemos se o animal foi caçado ou simplesmente morreu e teve seus restos encontrados pelos antigos. Análises da sua química óssea, no entanto, podem ser mais reveladoras do que você imagina.

A extinta mamute (Mammuthus primigenius) ganhou, inclusive, um nome pelo conselho local — Élmayuujey'eh —, e estava no primor da vida, já que era uma jovem adulta. Análises de seus isótopos (átomos carregados) mostram que ela não estava desnutrida e morreu na mesma estação em que o campo de caça sazonal de Swan Point estava montado. Mas sua história é bem mais longa do que isso.

A jornada da mamute do Alasca

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Assim como os anéis de uma árvore, as presas da mamute mostram sua história. Segundo cientistas da Universidade do Alasca, responsáveis pelo estudo, ela teria sua origem no Canadá, e morou a maior parte da vida no estado de Yukon, que faz fronteira com o Alasca. Em três anos, no entanto, ela viajou cerca de 1.000 km para chegar ao estado americano, e era parente próxima de outros espécimes encontrados no campo de caça, incluindo um bebê e outro jovem.

Ela não tinha relação, no entanto, com outros mamutes encontrados nas proximidades, reforçando a evidência dos isótopos de que a mamute havia migrado junto a uma manada familiar. Sua nova residência no Alasca foi um local com a maior densidade de sítios arqueológicos da região, com restos de até 20.000 anos. Eles foram deixados pelos primeiros humanos a migrar da Eurásia, viajando pela ponte terrestre de Bering da época glacial.

Os pesquisadores também compararam a jornada de Élmayuujey'eh com a de um mamute macho milhares de anos mais velho — ele teria migrado por distâncias muito maiores, mas que, muitas vezes, coincidiram com a rota da parente mais nova.

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A confluência de humanos e mamutes na Beríngia não é coincidência, segundo os cientistas, mas sim uma estratégia e comportamento móvel planejado por nossos ancestrais. O estudo deverá ajudar no entendimento científico sobre a extinção e hábitos dos mamutes, que são alvo de esforços para uma “ressuscitação” que ajudaria na mitigação das mudanças climáticas.

Fonte: Science Advances