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5 tecnologias da Fórmula E que estão no seu carro

Por| Editado por Jones Oliveira | 04 de Agosto de 2023 às 17h55

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Divulgação/Jaguar
Divulgação/Jaguar

A Fórmula E tem uma relação bem mais próxima dos carros de passeio que outras categorias do automobilismo. Enquanto a ideia geral das corridas é que a performance e a inovação das pistas chegarão no futuro aos veículos comuns, a modalidade de carros elétricos caminha lado a lado com o que se vê nas ruas das cidades.

É uma proximidade que vai desde a presença de marcas conhecidas e próximas do público, como Jaguar e Nissan entre os principais nomes do grid, até o próprio desenvolvimento dos modelos. Posicionando a si mesma como uma vitrine para a eletrificação e a sustentabilidade, a Fórmula E faz questão de ser próxima dos fãs e de deixar claro que todo o desempenho e confiabilidade vistos nos autódromos também estão ao alcance das mãos.

“A categoria está aqui para entregar a nova geração de veículos elétricos e resolver os desafios que a indústria está enfrentando”, explica Julia Pallé, diretora de sustentabilidade da Fórmula E. Ela conta que a gênese da categoria se deu, justamente, como fomento à adoção em massa dos carros eletrificados, impactando diretamente na rotina das grandes cidades.

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Finalizando sua décima temporada com recordes de público, ultrapassagens e velocidade, a modalidade se consagra cada vez mais como uma das principais competições do automobilismo. Mais do que isso, se orgulha de apresentar opções mais sustentáveis tanto para o esporte quando além dele. “A Fórmula E é onde corrida e propósito se encontram”, completa Pallé.

Pensando nisso, o Canaltech listou 5 tecnologias da Fórmula E que são usadas aí no seu carro.

5. Baterias, potência e autonomia

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Em seus primeiros anos, a Fórmula E tinha uma inusitada dinâmica em que os pilotos trocavam de carro durante a corrida, de forma a garantir sua duração completa. Esses tempos ficaram para trás e, hoje, as células que alimentam o Gen3 são plenamente capazes de entregar quase uma hora de competição ferrenha, com recordes de ultrapassagens e máquinas que ultrapassam facilmente os 300 quilômetros por hora.

Enquanto chassis, baterias e outros elementos dos carros da Fórmula E são sancionados pela FIA (Federação Internacional do Automóvel) e garantem uma competição equilibrada na categoria, outros componentes são de responsabilidade de cada equipe e, claro, acabam indo parar nos veículos de rua. Um exemplo é o trem de força do I-Type 6, carro da Jaguar TCS Racing, cuja tecnologia é compartilhada nas recentes gerações do I-Pace, principal representante eletrificado da marca de veículos de luxo.

Troque a necessidade de velocidade por um uso “comum” nas ruas das cidades e o que se vê é um veículo capaz de fazer diariamente o trajeto de São Paulo (SP) a Curitiba (PR) com uma única carga — ou rodar o dia inteiro nas mãos de um motorista de aplicativo. De acordo com as informações oficiais da Jaguar, o I-Pace é capaz de entregar autonomia de até 446 quilômetros a partir de uma bateria de 90 kWh.

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“O fato de termos uma equipe totalmente elétrica postulante ao título demonstra a eficiência dos carros elétricos para todo o mundo”, afirma James Barclay, diretor da equipe Jaguar TCS Racing. “Levamos [a eletrificação] até o limite para expandir os horizontes da tecnologia. Os resultados aparecem nas ruas e a emissão zero pode mudar nossas vidas.”

4. Recuperação de energia

Outra parte intrínseca das corridas, não apenas da Fórmula E, mas com mais força nela, são os sistemas que reaproveitam a energia das frenagens e a transforma em carga para as baterias. É um elemento de desempenho que também se traduz na já citada autonomia e é parte integrante da estratégia das equipes a cada final de semana de corrida.

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“A Fórmula E é como um jogo de xadrez em alta velocidade com 22 jogadores”, compara Barclay. Enquanto a consistência e o desenvolvimento tecnológico entregaram à Jaguar TCS Racing alguns dos melhores resultados de sua história na temporada 2023, as provas também servem como placa de testes para inovações que também chegam às nossas mãos.

De acordo com os números oficiais da montadora, cerca de 20 quilômetros adicionais de autonomia são garantidos aos veículos de passeio pelo uso da chamada “unidade regenerativa” do motor. A melhoria está disponível desde 2020 nos carros da Jaguar e, inclusive, foi aplicada a modelos anteriores da empresa por meio de uma atualização de software liberada naquele ano.

3. Componentes e softwares

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Não se trata apenas de motores, pneus e volantes, é claro. De acordo com Barclay, são mais de 1.000 componentes customizáveis pelas equipes da Fórmula E para a criação de um carro para a disputa. Enquanto as regras são ferrenhas, o chefe da Jaguar TCS Racing explica que a diferença está nos detalhes, com uma “aposta no que está indefinido” para encontrar vantagens competitivas.

Entre essas inovações está uma tecnologia de inversores que se encontra atualmente em testes no I-Type 6. A expectativa da Jaguar é que a tecnologia que alterna entre correntes direta (DC) e alternada (AC) para garantir maior controle e autonomia aos carros também chegue aos veículos de passeio nos próximos cinco anos, com todos os modelos da marca contando com essa inovação.

Outras melhorias trazidas das pistas para os bastidores dos veículos internos envolvem sistemas de controle de temperatura, garantindo maior performance aerodinâmica, e tecnologias que aprendem com o terreno e a forma de dirigir de cada motorista, entregando dados mais assertivos sobre a autonomia restante. O mesmo também vale para a distribuição do torque entre os motores dianteiros e traseiros, de forma a consumir a carga disponível da maneira mais inteligente possível.

2. Carregamento rápido

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O costume de deixar o celular carregando durante a noite também faz parte da rotina de quem tem um carro elétrico. Mas enquanto um iPhone 13 leva cerca de 90 minutos para chegar à carga completa, o I-Pace indica um total de mais de oito horas em suas especificações oficiais para uso doméstico. Temos, aqui, mais um aspecto visto como obstáculo para a adoção em massa dos veículos elétricos.

As inovações vistas na Fórmula E, neste caso, se aplicam mais às unidades de carregamento externas, com um veículo de passeio, hoje, sendo recarregado completamente no mesmo tempo que um Gen3. O tempo de espera varia de 45 minutos a uma hora e meia para uma carga integral, de acordo com a potência do carregador utilizado.

“Avanços no carregamento rápido são de maior relevância para os carros de rua”, aponta Sergio Sette Câmara, piloto brasileiro da equipe NIO 333 Racing. De acordo com ele, existem avanços nesse sentido sendo realizados pela Fórmula E, que busca tanto uma solução para aumentar a velocidade de recarga das baterias quanto um aumento na capacidade delas, de forma a reduzir esse gargalo ainda mais.

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1. Futuro reciclável

Outras iniciativas da Fórmula E já estão em andamento, de olho na sustentabilidade e no futuro da eletrificação de veículos. Segundo Pallé, a categoria conta hoje com fuselagens e pneus reciclados de provas e chassis anteriores, enquanto células de bateria antigas viram unidades de armazenamento para as atuais, usadas nos carros de corrida.

A ideia, de acordo com a executiva, é fazer com que o mesmo seja feito nos postos de gasolina, com baterias que cheguem ao fim da vida nos carros sendo usadas em postos de recarga. E enquanto a modalidade já é carbono zero, a expectativa é incentivar montadoras a chegarem a esses mesmos patamares dentro dos próximos 10 anos, pelo menos. “A Fórmula E foi criada para avançar a sustentabilidade nas ruas e está no DNA de tudo o que fazemos”, completa.

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Enquanto isso, a equipe Jaguar TCS Racing trabalha em um projeto de refinamento e reciclagem de óleos, de forma a aumentar o reaproveitamento de materiais. A iniciativa, segundo Barclay, foi testada durante a corrida de Mônaco, em abril de 2023, e pode se tornar permanente nos próximos anos. Depois, claro, vêm os carros de passeio da JLR.