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4 diferenças entre a Fórmula E e a Fórmula 1

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Divulgação/Fórmula E
Divulgação/Fórmula E

A Fórmula 1 é, há décadas, a categoria mais consagrada do automobilismo mundial. Entre grandes nomes do passado e uma nova geração de pilotos, ela também passa por um momento de auge, com uma renovação de interesse e audiências mais jovens acompanhando o esporte, o que acaba trazendo consigo a busca por outras modalidades. A Fórmula E, que estreia agora em março sua etapa brasileira, é uma das principais.

Aqui, não se trata apenas da presença de pilotos brasileiros, incluindo veteranos da Fórmula 1, ou do fato de as corridas serem transmitidas ao vivo pela internet e televisão, o que aumenta a acessibilidade. Temos, também, uma Fórmula E que é altamente competitiva, ainda que de maneiras diferentes, e também um esporte voltado para um futuro sem emissões de carbono e com uma maior preocupação com o meio-ambiente.

A FE, nem de longe, tem como intuito substituir a Fórmula 1. Mas ela também é uma das categorias que mais investe na participação dos fãs, que chegaram a ter até uma participação ativa nas corridas, e também aquela que apresenta novos talentos. Nyck de Vries, hoje piloto da Williams na Fórmula 1, chegou ao circo maior do automobilismo após duas temporadas nas corridas elétricas.

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Com tudo isso em mentes, o Canaltech lista 4 diferenças entre a Fórmula E e a Fórmula 1 que você talvez não saiba.

4. Elétricos de um lado, híbridos de outro

A unidade de potência dos carros, logicamente, é o principal ponto que diferencia os dois esportes. A Fórmula 1 usa motores híbridos, que se aproveitam de energia térmica e cinética, além de sistemas de recuperação, para ampliar a performance concedida pela combustão, além de reduzir a produção de carbono. A categoria também tem uma meta de zerar suas emissões até 2030, tanto por evoluções tecnológicas quanto outras iniciativas.

A Fórmula E, em compensação, nasceu como uma categoria focada no meio-ambiente e, sendo assim, é carbono zero. Seus motores são totalmente elétricos, enquanto outros elementos que podem causar emissões, como as viagens para os diferentes países-sede, o deslocamento de equipamentos e demais estruturas têm sua pegada compensada pela própria corrida e outras iniciativas de sustentabilidade tomadas pelas equipes e organizadores dos eventos.

As duas categorias também têm regras bem diferentes em relação às equipes. Enquanto a Fórmula 1 tem diferentes fornecedores de motores e deixa as equipes livres para desenvolverem seus carros, ainda que dentro do regulamento, todos os times da Fórmula E utilizam os mesmos chassis e unidades de potência. É uma forma de equiparar a todos independentemente do poder financeiro e impedir que domínios extensos de algumas marcas existam, como aconteceu nas últimas décadas da F1 com nomes como Ferrari, Mercedes e Red Bull.

Por outro lado, algumas normas são semelhantes. Em ambas as categorias não existe recarregamento ou abastecimento, com os pilotos devendo administrar o volume ou carga disponíveis do começo até o fim da prova — a Fórmula E, entretanto, estuda mudar isso. Os já citados sistemas de recuperação de energia das frenagens também estão disponíveis em ambas, gerando velocidade extra para as unidades de potência.

3. Foco nos circuitos de rua

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Este aspecto conversa diretamente com o anterior. Como uma corrida de carros elétricos, a Fórmula E é disputada quase que inteiramente em pistas urbanas. No Brasil, por exemplo, a prova acontece no Sambódromo do Anhembi e, enquanto o tradicional Autódromo de Interlagos estará ocupado em 2023 pelo festival Lollapalooza, as características da modalidade não possibilitariam que ela fosse disputada lá mesmo que estivesse disponível — pelo menos, não em seu traçado tradicional.

Isso porque os circuitos de rua conversam diretamente com os sistemas de recuperação de energia essenciais para os Gen3, como são chamadas as máquinas da Fórmula E. Longas retas e freadas fortes permitem que a unidade de potência seja retroalimentada, enquanto as curvas mais fechadas exigem que os carros sejam mais robustos que os monopostos da F1, já que o contato entre pilotos é inevitável.

A única exceção a essa regra apareceu na temporada 2022/2023 da Fórmula E, com o Autódromo Hermanos Rodriguez, no México, recebendo uma etapa. Enquanto isso, a modalidade compartilha algumas pistas com a Fórmula 1, como é o caso da clássica pista urbana de Mônaco ou o Circuito de Valencia, na Espanha, que não faz mais parte da modalidade e aparece com um traçado diferente.

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Esse aspecto também permite que a Fórmula E visite mais países. Enquanto o Brasil é figurinha carimbada no cenário do automobilismo internacional, mas está recebendo sua etapa apenas agora, a corrida de carros elétricos também passa por ou já esteve em territórios como a Argentina, Uruguai e Chile, além de Hong Kong, Suíça e Indonésia, entre outros.

2. Velocidade adicional

Como forma de intensificar as disputas, tanto a Fórmula 1 quanto a Fórmula E adotam sistemas que garantem performance extra para os carros, privilegiando as ultrapassagens nas retas. Ambas, porém, fazem isso de maneiras bem diferentes, com a primeira adotando o conhecido DRS enquanto a segunda tem o chamado Attack Mode.

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No caso da categoria maior, o chamado Sistema de Redução de Arrasto (DRS, sigla em inglês para Drag Reduction System) utiliza uma asa traseira móvel que melhora a aerodinâmica dos veículos e acrescenta de 10 km/h a 12 km/h na velocidade de reta. Já o Modo de Ataque, na tradução direta, dá uma potência extra de 25 kW para os pilotos dos carros elétricos.

Algumas regras delimitam o uso dos recursos. Na Fórmula 1, o DRS é habilitado a partir da terceira volta de corridas com tempo seco, mas só podem ser usados em zonas designadas ao longo do circuito. Além disso, para poderem “abrir a asa”, os pilotos precisam estar a menos de um segundo de distância do carro da frente.

Já o Attack Mode é carregado a partir de uma área do próprio circuito, em uma curva aberta que fica fora do traçado ideal, o que cria uma ideia de risco e recompensa — alguns segundos e até posições podem ser perdidos, com potência extra vindo como compensação. Todos os pilotos devem usar o sistema pelo menos uma vez a cada corrida, com a zona de ativação sendo aberta a partir da segunda volta.

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Até 2022, a Fórmula E também contava com o FanBoost, ou “impulso de fã” em inglês, com cinco segundos de potência máxima sendo concedidos aos três pilotos mais votados em uma enquete online. Presente desde o primeiro ano das corridas, porém, o recurso foi removido do esporte para atender às reclamações dos pilotos, que o consideravam injusto.

1. Parada nos boxes

Da mesma forma que acontece com os impulsos de velocidade, ambas as categorias também possuem pit stops. Aqui, porém, é curioso notar que a Fórmula E não contava com as interrupções desde sua temporada inaugural, com esse aspecto retornando à competição agora em andamento como forma de dar mais opções estratégias às equipes e aumentar a competitividade.

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Um elemento tradicional da F1, a parada no box serve para a troca de pneus e a realização de reparos no carro, como a troca de uma asa dianteira danificada e outras alterações aerodinâmicas específicas. Com exceção das corridas na chuva, todos os pilotos devem parar pelo menos uma vez para trocar o tipo de composto usado, enquanto não é permitido reabastecer o combustível.

O retorno dos pit stops na Fórmula E ainda está em fase de testes pelos responsáveis pela categoria e deve ser implementado mais adiante na atual temporada, na corrida de Berlim, na Alemanha. A ideia, entretanto, é substituir o Modo de Ataque nas corridas em que estiverem disponíveis, gerando outra dinâmica de risco e recompensa para os pilotos.

Em vez de passarem por uma linha fora do traçado ideal, os competidores deverão parar por 30 segundos nos boxes para uma recarga rápida, que pode chegar a 4 kWh. O total é equivalente à potência extra concedida pelo Modo de Ataque e poderá ser utilizada a critério dos pilotos, que também serão obrigados a pararem pelo menos uma vez por prova.