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6 curiosidades sobre a Fórmula E

Por| Editado por Jones Oliveira | 28 de Março de 2023 às 20h30

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Divulgação/Fórmula E
Divulgação/Fórmula E

Na corrida, vence o carro mais rápido e o piloto mais habilidoso. É assim em toda categoria, mas a Fórmula E, como uma das modalidades de automobilismo mais recentes e por seu foco em inovação e sustentabilidade, tem algumas particularidades para chamar de suas. São mudanças que alteram a disputa e evidenciam o lado verde da competição.

Quem esteve no ePrix de São Paulo, no último final de semana, viu isso bem de perto — literalmente, às vezes, já que uma das premissas da Fórmula E é justamente aproximar a disputa dos fãs. Não apenas isso, mas a prova também tem a ambição de fazer isso para o mercado de carros elétricos em si, mostrando que, mais do que uma inovação e o futuro do automobilismo, eles já são plenamente capazes nos dias de hoje.

Pensando nisso, conheça 6 curiosidades da Fórmula E que explicam tanta empolgação para essa etapa brasileira tão aguardada.

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6. Attack Mode

Um dos principais elementos táticos à disposição dos pilotos da Fórmula E é o chamado Modo de Ataque, que dá uma carga extra às unidades de potência, com 30 kW adicionais. Aqui, estamos falando de uma dinâmica que parece saída de um vídeo game, na qual o piloto deve passar por um ponto exato do circuito para receber essa energia adicional, que pode ser utilizada em uma ultrapassagem ou para melhorar o tempo de volta, por exemplo.

Cria-se um elemento de risco e recompensa que também parece saído dos jogos eletrônicos. A área a ser acessada pelo piloto fica fora do traçado ideal — no caso do ePrix de São Paulo, ao final da reta do Sambódromo —, o que significa que o competidor poderá até perder posições ao passar por ela. Nas transmissões, a Fórmula E ainda utiliza um recurso virtual para indicar o local a ser percorrido, enquanto o uso do Modo de Ataque é indicado por uma luz na parte da frente do carro.

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As regras da Fórmula E pedem que todos os pilotos passem pelo menos uma vez pela zona do Modo de Ataque a cada corrida, com no máximo duas ativações por corrida. Para a temporada deste ano, a modalidade também estuda a criação de um pit stop, que será testado em algumas das provas, com uma parada de 30 segundos para entrega da potência extra, gerando ainda mais mudanças na classificação e intensificando as disputas nas pistas.

5. Apenas circuitos de rua

Os carros elétricos da Fórmula E, assim como os de outras categorias, também possuem sistemas de recuperação de energia, que aproveitam frenagens e a temperatura dos carros para devolver aos carros até 40% do que é utilizado nas corridas. Esse elemento, entretanto, é especialmente importante nesta modalidade, já que os pilotos têm uma bateria finita para administrar ao longo das provas, que acontecem apenas em circuitos criados nas ruas das grandes cidades. Longas retas e freadas fortes, então, são essenciais.

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É por conta dessa particularidade que a competição não pôde ser disputada no tradicional Autódromo de Interlagos, onde acontece o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 e outras provas consagradas do automobilismo global. Enquanto isso, o ePrix de São Paulo, inclusive, fez história na categoria por trazer a maior reta da temporada, com 750 metros de extensão da saída do Sambódromo até a Avenida Olavo Fontoura, na zona norte da capital Paulista.

A atual temporada da Fórmula E trouxe uma das duas exceções registradas ao longo de toda sua história. O Autódromo Hermanos Rodriguez, que também recebe a Fórmula 1, foi palco da estreia da temporada 2022/2023 da Fórmula E, enquanto no passado, o Circuito de Valência, na Espanha, também foi utilizado, ainda que com um traçado diferente do visto no circo maior do automobilismo.

A modalidade também passa por outros cenários reconhecidos internacionalmente, tendo uma etapa no renomado circuito de rua de Mônaco, por exemplo. Da mesma maneira, o foco em pistas de rua permite que a Fórmula E visite mais países, incluindo alguns que normalmente não fazem parte das principais categorias do esporte a motor, como a Argentina, Uruguai, Chile, Filipinas, Hong Kong e África do Sul.

4. Sustentabilidade

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A inovação e a proteção ao meio-ambiente são as bases da Fórmula E desde os seus primórdios. A categoria é considerada como a maior vitrine global dos carros elétricos, sendo carbono zero desde sua gênese. É algo que a Fórmula 1, por exemplo, busca atingir apenas em 2030.

Aqui, não se trata apenas de compensar as pegadas deixadas pelo transporte de pilotos e equipes para cada país, assim como a montagem de eventos e estruturas que recebem as provas. Os fãs também são convidados a participarem, com a Fórmula E incluindo diferentes iniciativas para reduzir o consumo de plásticos ou ampliar a conscientização das pessoas sobre reciclagem.

Pontos de água gratuita, por exemplo, ficam espalhados por diferentes pontos do autódromo, nas arquibancadas e todos os locais acessados pelos espectadores, imprensa, organizadores e participantes das provas. Quem já frequentou um autódromo sabe que as coisas podem ficar quentes, com o programa que traz o mapa do evento e as informações sobre pilotos e equipes podendo ser dobrado como um leque, além de ter sido produzido em material reciclável.

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Copos descartáveis são biodegradáveis, enquanto até mesmo os cordões usados pelos membros de equipe, jornalistas e outros envolvidos nos eventos sendo reciclados a partir de garrafas plásticas. Elas, aliás, são persona non grata na Fórmula E, e enquanto os espectadores são convidados a levarem suas próprias garrafinhas de casa, o ePrix de São Paulo também distribuiu água em embalagens de papelão reciclável.

3. Time DiCaprio

Ativista do meio-ambiente, o ator Leonardo DiCaprio foi um dos primeiros nomes de peso a se unirem à Fórmula E. Ainda no primeiro ano da categoria, em 2013, ele anunciou uma união com a Venturi Automobiles para criar uma equipe própria, que corria como Venturi Racing. Ao final de 2022, o time foi reestruturado sob o guarda-chuva MSG, se tornando uma fornecedora de unidades de potência e se aliando à Maserati para criar um novo competidor na Fórmula E.

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Outros grandes nomes do automobilismo mundial já passaram pela equipe, como Nick Heidfeld, Jacques Villeneuve e os brasileiros Felipe Massa, que competiu na categoria elétrica por duas temporadas após deixar a F1, e Lucas Di Grassi. E quando falamos em gente de peso, não podemos esquecer de Susie Wolff, a primeira mulher a fazer parte de um fim de semana da Fórmula 1, que foi a diretora da equipe por anos.

A Venturi acumulou oito vitórias e 21 pódios para seus pilotos. O time, entretanto, nunca venceu o campeonato mundial de pilotos ou construtores, tendo um segundo lugar na temporada 2021/2022 da Fórmula E como seu melhor resultado até hoje.

2. Muito perto dos fãs

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A Fórmula E também se orgulha de ser uma das categorias mais próximas dos fãs, com iniciativas que foram, inclusive, abraçadas pelas etapas mais recentes de outras modalidades. Na corrida de carros elétricos, os espectadores têm garantida uma sessão de autógrafos com todos os pilotos, que faz parte do programa oficial do evento e tem pulseiras distribuídas horas antes da corrida em si.

Há, também, a Fan Village, ou Vila dos Fãs, onde estão não apenas as lojinhas de material licenciado das equipes, mas também algumas inovações tecnológicas que podem ser vistas de perto pelos fãs. Outras atrações incluem estandes de montadoras de carros elétricos, espaços Instagramáveis e simuladores de velocidade que permitem aos espectadores mostrarem suas habilidades ao volante. Os melhores, aliás, participam de uma competição final valendo prêmios, na qual competem contra os pilotos da própria categoria.

A festa maior, também, acontece bem perto dos fãs. Na Fórmula E, a cerimônia de premiação acontece nesta área, e não acima dos boxes, como na maioria das outras modalidades. Os pilotos recebem os troféus, ouvem os hinos de seus respectivos países e festejam com champagne bem diante dos olhos dos espectadores, gerando imagens sempre muito bonitas de se ver. No ePrix de São Paulo, por exemplo, as arquibancadas foram abertas para que os espectadores assistissem à celebração da pista.

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1. Outras cidades

A Fórmula E chegou ao Brasil apenas neste ano de 2023, mas para seus organizadores e, claro, pilotos brasileiros, ela é um sonho de anos. As negociações datam, pelo menos, de 2018 e tiveram um belo atraso por conta da pandemia da covid-19, com a modalidade finalmente aterrissando por aqui nesta temporada para o que esperamos que seja a primeira de muitas corridas.

Em entrevista ao Canaltech em 2020, quando a Fórmula E foi disputada no Chile, Di Grassi já havia indicado que São Paulo, por sua posição como maior cidade da América Latina, seria a ideal para começar os trabalhos. Naquela ocasião, inclusive, até mesmo o próprio complexo do Anhembi foi cogitado, local em que a corrida deste ano efetivamente aconteceu.

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Depois, segundo ele, a categoria poderia investir em outros locais e cenários com belezas naturais, como Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e Florianópolis (SC). O Canaltech também falou com Massa na mesma ocasião e ele concordou com as escolhas, citando a capital do Brasil e Curitiba (PR) como boas opções para receber um ePrix.

Entretanto, nada confirmado por enquanto. Nem mesmo um retorno da Fórmula E ao Brasil é oficial em 2024, mas a expectativa é de vida longa à presença de uma etapa nacional no calendário. Quando se leva em conta que estamos falando de um evento que promete movimentar mais de R$ 300 milhões, segundo seus realizadores, e que chegou à corrida com ingressos praticamente esgotados, as chances são grandes de voltarmos a ver os carros elétricos andando por nossas ruas em alta velocidade.

O jornalista viajou a convite da Nissan.