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Como ficam os carros híbridos quando os a combustão forem proibidos?

Por| Editado por Jones Oliveira | 21 de Janeiro de 2022 às 07h30

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Divulgação/BMW
Divulgação/BMW

Os carros elétricos estão chegando com tudo, e tendem a se tornar cada vez mais comuns quando a proibição da venda e da circulação de veículos a combustão entrar em vigor mundo afora. Um ponto que não vem sendo muito abordado quando o assunto vem à tona, no entanto, é o que acontecerá com os carros híbridos.

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Afinal de contas, veículos híbridos, como o Toyota Prius, a recém-lançada BMW X3, ou o Sentra e-Power, combinam motores a gasolina com elétricos em sua construção. E, por conta da tecnologia mais avançada, custam significativamente mais do que os carros convencionais. Por que, então, alguém se sentiria tentado a gastar uma fortuna para comprar um carro com essa tecnologia, se ela também tem “data de validade”?

Foi isso o que a reportagem do Canaltech perguntou para os representantes das três marcas citadas nesta reportagem. Por meio de um porta-voz, a BMW alertou que o Projeto de Lei que prevê a proibição da circulação de veículos a combustão (incluindo os híbridos) a partir de 2040 ainda não foi sancionado. E lembrou que há outros pontos a serem discutidos.

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“Mundialmente, o BMW Group segue a desenvolver novos e mais eficientes modelos de motor a combustão, seguindo o desejo dos clientes e legislações, além da própria estratégia da empresa. Os veículos são cada vez mais eficientes, e no lugar de discutir propulsão, há muitos outros detalhes de eficiência energética e sustentabilidade na cadeia produtiva”.

A marca assegurou, no entanto, que tem estratégias na manga para colocar em prática, caso os veículos que misturem motores a combustão, movidos a diesel ou gasolina, sejam mesmo proibidos, mesmo funcionando em conjunto com propulsores elétricos. O uso de etanol pode ser uma saída para manter os híbridos “vivos” nas ruas. “Desenvolvemos alternativas, como o BMW X5 movido a hidrogênio, ou até mesmo os motores Flex no Brasil”.

Foco “100% elétrico”

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A Nissan foi outra empresa que respondeu ao pedido de um posicionamento oficial do Canaltech, pois pode mandar ao mercado brasileiro, em um futuro próximo, tanto o Sentra e-Power quanto o Kicks. Ambos seriam movidos pela junção do motor a gasolina HR12DE, de 1,2 litros, com o elétrico de 100 kW (136 cavalos) e 30,5 kgfm de torque.

A marca japonesa assegurou que a função do motor a combustão nos modelos híbridos seria mínima, apenas para alimentar o elétrico, mas que o foco da Nissan no futuro é abandonar completamente essa junção de propulsores e ter foco 100% elétrico. “A Nissan tem um enfoque diferente nesse tema. Se houver algum híbrido, o motor a combustão será apenas para alimentar o motor elétrico. Não funcionará mais como uma parte a combustão e uma parte elétrico”.

De acordo com a montadora, há diferenças bem claras entre os três tipos de motor: o híbrido convencional (que pode ser proibido de rodar no Brasil a partir de 2040, junto com o a combustão), o 100% elétrico e o e-Power, atual aposta da marca.

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“O sistema e-Power oferece acionamento totalmente por motor elétrico, o que significa que as rodas são totalmente acionadas por motor elétrico. O e-Power é composto por uma bateria de alta potência e o trem de força integrado com motor a gasolina, gerador de energia, inversor e motor. Em sistemas híbridos convencionais, as rodas são movidas por um motor elétrico e um motor a gasolina. Porém, no sistema e-Power, o motor a gasolina não é conectado às rodas; simplesmente carrega a bateria. E, ao contrário de um EV (veículo elétrico) completo, a fonte de alimentação é o motor, e não apenas a bateria”.

O caminho da Toyota

A Toyota também foi procurada para comentar sobre o que pensa a respeito do futuro de seus carros híbridos, mas não se posicionou até o fechamento desta matéria. Em julho deste ano, no entanto, Masahiro Inoue, presidente da Toyota para a América Latina e Caribe, deu a dica de qual caminho a empresa pretende seguir para não se prejudicada com as mudanças na legislação.

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Inoue revelou que a Toyota seguirá investindo em soluções de motorização elétrica e híbrida, mas que não vê o Brasil como um polo de carros elétricos. Segundo ele, o etanol é zero emissão de carbono e, por isso, faz mais sentido apostar nos híbridos flex a partir de agora.

Uma outra solução que vem sendo pensada pela Toyota, e que em breve pode aparecer nas ruas, é equipar os novos carros com um motor a combustão que queime hidrogênio. A ideia da montadora, segundo a imprensa local, é que o motor de combustão a hidrogênio seja adotado em modelos como o Prius PHEV quando for possível andar “de mãos dadas” com a infraestrutura necessária para o reabastecimento desse tipo de carro. A previsão é que isso ocorra já a partir de 2025, bem antes da proibição entrar em vigor no Brasil e em outros países.