Em 2021, 11 startups brasileiras superaram US$ 1 bilhão; veja unicórnios
Por Márcio Padrão • Editado por Claudio Yuge |
O ano foi bom para o ecossistema de startups brasileiro. Em 2021, o investimento nas empresas de inovação brasileiras foi de US$ 9,238 bilhões, de acordo com a consultoria Sling Hug. Houve um crescimento de 16,2 vezes em relação a 2016, quando foram investidos US$ 569 milhões. Durante o ano vimos 11 startups nacionais se tornarem unicórnios, isto é, com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão.
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O ano começou com a MadeiraMadeira alcançando o sonhado apelido, mas ao longo de 2021 empresas de setores diversos, como e-commerce, criptomoedas, logística e mais. Algumas dessas empresas tinham menos de dois anos de vida, como a Daki e a Merama, o que mostra a confiança dos investidores em soluções brasileiras.
Outra prova dos bons ventos é que em setembro o gigante japonês Softbank, um dos maiores financiadores de startups do mundo, anunciou o SoftBank Latin America Fund II, com US$ 3 bilhões. A iniciativa veio depois do sucesso do SoftBank Latin America Fund, que investiu US$ 3,5 bilhões (perto de R$ 18,4 bilhões na cotação atual) em 48 empresas da região.
Veja abaixo as 11 startups brasileiras que superaram a barreira de US$ 1 bilhão em 2021.
MadeiraMadeira
A empresa curitibana, fundada pelos irmãos Daniel e Marcelo Scandian, virou unicórnio nos primeiros dias de janeiro após receber um aporte de US$ 190 milhões liderado por SoftBank e Dynamo. A empresa foca na venda de móveis e artigos para o lar via e-commerce.
Hotmart
A Hotmart, uma das principais plataformas de educação a distância — onde é possível vender e-books, videoaulas e outros conteúdos digitais — recebeu em março um aporte de R$ 735 milhões liderado pela TCV e com participação da Alkeon Capital.
Mercado Bitcoin
Em julho, o Grupo 2TM, dono da startup Mercado Bitcoin, recebeu um aporte de US$ 200 milhões da japonesa SoftBank e passou a valer US$ 2,1 bilhões. Virou, assim, a primeira startup da América Latina focada em câmbio de criptomoedas a se tornar unicórnio.
Unico
Antes conhecida como Acesso Digital, a Unico surgiu em 2007 oferecendo soluções para empresas de reconhecimento facial e admissão digital, isto é, a contratação de um funcionário via online. A empresa anunciou, em agosto, um aporte de R$ 625 milhões em rodada liderada pelos fundos de investimento da General Atlantic e do SoftBank.
Nuvemshop
Também em agosto, a plataforma de e-commerce paulista Nuvemshop anunciou um investimento de US$ 500 milhões coliderado pelos fundos Insight Partners e Tiger Global Management. Algumas das vantagens da plataforma para empresas são os geradores de lista de fornecedores, slogans, código de barras para produtos, link para Whatsapp, QR code, sugestão de nomes de empresas e rastreio de encomendas dos correios.
Frete.com
A holding brasileira que uniu três empresas — a plataforma de fretes rodoviários FreteBras; a CargoX, empresa conhecida como "Uber dos caminhoneiros"; e a FretePago, uma nova fintech de transações de pagamento e crédito para fretes — ganhou o nome de Frete.com e nasceu em novembro já com o status de unicórnio. A criação da empresa foi possível após um investimento de US$ 200 milhões liderado pela SoftBank e pela Tencent.
Cloudwalk
Após um aporte de US$ 150 milhões em novembro liderado pelo Coatue, a fintech de São Paulo Cloudwalk passou a valer US$ 2,15 bilhões. A empresa cria desde 2013 tecnologias de pagamento com recursos de inteligência artificial, computação em nuvem e blockchain.
Daki
A Daki, startup de delivery de mercado que promete a encomenda em até 15 minutos, recebeu em dezembro um aporte de US$ 260 milhões apenas 11 meses após sua criação. Agora ela vale US$ 1,2 bilhão. Seu modelo funciona apoiado em dark stores, lojas sem "vitrine" que servem apenas para operação de delivery e que ficam espalhadas por grandes cidades.
Merama
Criada em 2020, a startup de comércio eletrônico obteve US$ 60 milhões em rodada adicional de investimento liderada pela Advent e SoftBank em dezembro. Com a nova rodada, a Merama alcançou valor de mercado de US$ 1,2 bilhão. Seu foco é se tornar acionista majoritária de marcas com grande presença digital em marketplaces brasileiros.
Olist
A Olist, startup paranaense de soluções de e-commerce, levantou US$ 186 milhões em dezembro em rodada liderada pela Wellington Management, mesmo fundo do Airbnb. Ela oferece soluções para lojistas de todos os tamanhos venderem em marketplaces como Mercado Livre, Magazine Luiza e Amazon.
Facily
Dezembro foi um mês cheio de novos unicórnios, e a última dessa turma foi a Facily. Ela recebeu US$ 135 milhões como uma extensão da rodada do tipo série D anunciada em novembro, coliderada pelos fundos Goodwater e Prosus. A plataforma de social commerce permite realizar compras em grupo para produtos de mercado. É possível pagar nela mais barato pelos itens em relação aos grandes mercados.