EUA barra chips 4G para a Huawei e complica divisão de celulares da empresa
Por Vinícius Moschen • Editado por Wallace Moté |
O governo dos Estados Unidos deve trazer sanções ainda mais rígidas para a Huawei, com maiores restrições para a disponibilização de componentes para a marca chinesa. De acordo com a agência Reuters, a empresa não terá mais acesso a chips 4G de empresas estadunidenses, como a Qualcomm.
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Fontes internas apontam que o governo Biden pretende proibir a exportação de chips “abaixo do nível 5G, incluindo itens com 4G, Wi-Fi 6 e 7, inteligência artificial, e componentes de computação e nuvem em alta performance”.
Na prática, isso deve inviabilizar a produção de celulares da Huawei, na forma em que ela acontece atualmente. Modelos costumam ser comercializados com versões específicas dos chipsets da Qualcomm, para que suportem apenas as conexões 4G.
É o caso da linha Mate 50, que vem com um Snapdragon 8 Gen 1 limitado ao 4G. No caso da série P50, o Snapdragon 888 também não tem acesso às redes de conectividade mais atualizadas.
Para contornar esta situação, algumas marcas já chegaram a disponibilizar capas protetoras com componentes 5G embutidos. Entretanto, a solução nunca resolveu o problema de forma efetiva e abrangente.
Sem o acesso a componentes de TSMC ou Samsung, a Huawei deverá ser limitada às peças de empresas chinesas. Em geral, elas não apresentam o mesmo nível de sofisticação, e são voltadas apenas para dispositivos de entrada.
As sanções ainda devem afetar outras linhas de produtos da Huawei, como os notebooks. Afinal, a medida também muda relações com empresas como a Intel, AMD e Microsoft, entre outras.
Huawei sofre sanções desde 2019
A decisão dos EUA pode ser interpretada como uma intensificação do processo que ocorre desde 2019. Na época, as acusações de espionagem geraram grande desconfiança por parte dos estadunidenses, já que a Huawei mantém laços próximos com o governo chinês.
Além da restrição aos chips 5G da Qualcomm, a Huawei ainda sofreu com a perda do suporte ao Android, com serviços do Google. Com isso, seus smartphones passaram a trazer o sistema operacional HarmonyOS — que traz diversas semelhanças visuais e estruturais, mas perde o acesso nativo a vários aplicativos populares no ocidente.
Ainda não é possível afirmar o que acontecerá com a divisão de celulares da Huawei após as decisões mais recentes dos EUA. A empresa não respondeu a questionamentos da imprensa internacional, e rumores apontam que a linha Mate X3 de smartphones dobráveis pode ser lançada em breve.
Fonte: Reuters