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Review TCL 30 SE | Vale a pena por menos de R$ 1.000

Por| Editado por Léo Müller | 03 de Janeiro de 2023 às 09h55

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Review TCL 30 SE | Vale a pena por menos de R$ 1.000
Review TCL 30 SE | Vale a pena por menos de R$ 1.000

O TCL 30 SE é uma versão mais básica do 30 5G, já analisado aqui no Canaltech. Ele também será fabricado localmente no Brasil e traz algumas características do irmão, como a câmera de 50 MP e a bateria de 5.000 mAh. Entretanto, há cortes no desempenho e na tela para justificar o preço mais baixo.

Será que vale a pena comprar o TCL 30 SE ou o 30 5G continua sendo a melhor opção da linha? Eu testei o celular de entrada e conto todas as minhas impressões neste review!

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Construção e design

O TCL 30 SE não parece nada com o 30 5G, perdendo o design ousado com módulo fotográfico compacto, o efeito furta-cor fosco da tampa traseira, e as curvas da moldura mais delicadas. O celular é extremamente básico e aparenta tal simplicidade em todos os cantos e detalhes.

O celular da TCL tem todos os requisitos de um modelo de entrada de 2019: há a aparência grosseira de plástico em toda a carcaça, as câmeras no estilo “peça de dominó”, as bordas espessas ao redor da tela, o sensor de selfies em formato de “V”, e também o leitor de digitais na traseira difícil de reconhecer.

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A tampa traseira brilhante do aparelho acumula muita — mas muita mesmo — marca de dedo, portanto a utilização de uma capinha é quase obrigatória se você não quiser limpá-lo a cada cinco minutos — pelo menos, a fabricante envia o acessório na caixa junto a uma película de proteção para a tela.

Apesar do design datado para um celular de 2022, não acredito que este seja o pior dos problemas do modelo, até porque quem procura um smartphone dessa categoria não deve se importar muito com design. A questão é que, numa faixa de preço onde qualquer adicional ajuda, o TCL 30 SE não pontua.

Tela

Outro ponto no qual o celular da TCL não se destaca, mesmo considerando o segmento de entrada, é na tela. Eu já vi telas IPS LCD interessantes em smartphones básicos, como a do Galaxy a13, mas a do TCL 30 SE definitivamente não entra nessa categoria.

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Com resolução HD+ (1.200 x 720 pixels) e apenas 229 ppi de densidade, as 6,52 polegadas do aparelho apresentam níveis de preto extremamente limitados — em alguns ângulos, inclusive no modo noturno, os conteúdos ganham um aspecto bem esbranquiçado, desagradável aos olhos.

Outro aspecto negativo do aparelho — e de outros modelos mais básicos — é o brilho máximo bem fraco. Sei que não é uma característica de destaque desse segmento, mas, novamente, não é aqui que tivemos uma mudança agradável nesse quesito.

A única coisa que salva na tela do TCL 30 SE é a solução de aprimoramento visual proprietária NXTVISION. Ela não faz milagre na exibição de conteúdos, mas traz alguns recursos de conforto ocular que funcionam bem para quem usa bastante o aparelho durante a noite.

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Configurações e desempenho

  • Plataforma: MediaTek Helio G25 (octa-core de até 2 GHz);
  • RAM: 4 GB;
  • Armazenamento interno: 128 GB (expansíveis via microSD);
  • Sistema: Android 12, TCL UI 4.0.

Para você ter noção do quão básico o TCL 30 SE é, na primeira vez que o liguei, levou cerca de três minutos para ele iniciar. Além disso, suas configurações são tão limitadas que não rodaram os testes gráficos do 3DMark e do Geekbench 5, plataformas de benchmarks que usamos nas nossas análises.

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Certamente, a limitação é culpa do Helio G25, chipset já defasado que, aliado a 4 GB de RAM, faz com que redes sociais, jogos e outros aplicativos demorem bastante para abrir. A navegação é extremamente truncada, e a transição entre telas é feita lentamente. Tem que haver uma certa paciência com ele.

Considerando que se trata de um celular básico, no entanto, gostei como ele lidou com jogos. Acredite ou não, o Helio G25 é uma plataforma gamer com HyperEngine, tecnologia que promete um gerenciamento inteligente de CPU, GPU e memória, para maximizar o desempenho do jogo.

Nos meus testes, consegui rodar Sonic Forces sem problemas com as configurações mais simples, enquanto Free Fire e Subway Surfers funcionaram na definição média. Dá para arriscar uma qualidade gráfica superior em títulos menos exigentes com o modo Turbo Jogo ativado — mas, obviamente, não fará milagres na jogatina.

Sistema e interface

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O celular usa a mesma interface TCL UI 4.0.7 do 30 5G, baseada no Android 12. Ela é bonita visualmente, apresentando ícones animados, central de notificações estilosa e bons recursos para o segmento de entrada, como o de gravar a tela, clonar aplicativos ou melhorar o desempenho do aparelho durante a jogatina.

O sistema traz o mesmo problema de fluidez do irmão mais velho, talvez por conta da pouca quantidade de memória RAM. Por aqui, no entanto, a experiência foi ainda pior devido ao chipset mais fraco.

Outro problema da TCL UI é a alta quantidade de bloatwares (aplicativos e/ou ferramentas inúteis instalados de fábrica), como um pedômetro, o TCL Home — para controlar outros dispositivos inteligentes —, e o Start, uma central de notícias da Microsoft que ninguém usa. Alguns podem ser desinstalados, outros apenas desativados.

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Câmeras

  • Principal: 50 MP, f/1.9, PDAF;
  • Macro: 2 MP, f/2.4;
  • Profundidade: 2 MP, f/2.4.

O TCL 30 SE tem o mesmo conjunto fotográfico do seu irmão 30 5G, trazendo praticamente apenas uma câmera traseira de 50 MP. No entanto, diferentemente do modelo mais potente, que acertou em alguns cliques, o mais básico sofreu até mesmo quando o ambiente estava bem favorável.

Certamente a diferença se deu pela inferioridade do Helio G25 no processamento de imagem: em alguns cliques obtive cores bem opacas, céus completamente estourados e HDR pouco eficaz. No entanto, quando o celular acerta, dá para registrar imagens agradáveis para a categoria.

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O modo retrato do aparelho foi outra coisa que não funcionou direito, apresentando um desfoque de fundo bem estourado, além de um recorte impreciso. Se não for muito exigente, no entanto, dá para utilizar nas redes sociais — como eu, inclusive, fiz.

A câmera macro de 2 MP praticamente está presente apenas para compor o conjunto, pois a qualidade das imagens é tão baixa que acho difícil aproveitá-la para qualquer coisa. O mesmo vale para o sensor de profundidade, que não ajuda a câmera principal a fazer um retrato decente.

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Como não há modo noturno no TCL 30 SE, nem preciso comentar que as imagens à noite são sofríveis. A única opção para fotografar em ambientes com iluminação desafiadora é com o flash de LED ativado.

A experiência de fotografia do TCL 30 SE não é inteiramente ruim. Por exemplo, dá para registrar imagens de 50 MP de resolução, para caso você queira fazer um álbum de fotos físico. Também há um modo de longa exposição, para capturar rastros de luz pelo retrato, além de um efeito de vídeo que simula um filme.

Só para adiantar, o resultado não fica tão bom quanto o nome, mas dá para fazer algumas brincadeiras se você não for muito exigente.

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Bateria e carregamento

A bateria do aparelho é de 5.000 mAh, o padrão atualmente entre os celulares mais básicos. Com um uso diário moderado, com redes sociais, fotos e vídeos, consegui alcançar um dia de meio de uso tranquilamente.

No nosso teste padrão de Netflix, no qual reproduzimos um filme de três horas de duração, com brilho e volume em 50%, o TCL 30 SE consumiu 18% de bateria. Está na média para a categoria, mas nada impressionante.

Quanto ao carregamento, a TCL inclui na caixa um adaptador de 15 W. A velocidade não é das melhores, e você vai precisar de cerca de uma hora de 40 minutos para carregá-lo totalmente.

Recursos e som

Fora a tecnologia NXTVISION e os modos de câmera, o celular da TCL não tem muitos recursos para destacar. Ele tem NFC, para pagamentos por aproximação, gravador de tela, modo jogo, e navegação por gestos.

No som, o smartphone tem uma atuação sofrível. Não recomendo para ouvir músicas nem podcasts, pois os graves são inexistentes, e os agudos estouram ao elevar o volume próximo do máximo.

Pelo menos, há uma entrada de 3,5 mm para fones de ouvido, que melhora completamente a experiência sonora.

Concorrentes diretos

Um dos principais concorrentes do TCL 30 SE aqui no Brasil é o Samsung Galaxy A13. Ele foi um dos basicões mais interessantes que testei em 2022, trazendo tela Full HD+, visual atual e mais opções de câmeras.

O celular da TCL, por outro lado, só leva vantagem pela presença do NFC, que libera pagamentos por aproximação.

Quanto ao preço, o Galaxy A13 pode ser encontrado por cerca de R$ 1.100 segundo o comparador de preços Zoom, o que considero um bom valor por ele. Não se compara aos R$ 1.599 que a TCL pede no 30 SE.

Vale a pena comprar o TCL 30 SE?

O TCL 30 SE é um celular bastante básico, mas o preço que a marca cobrou aqui no Brasil não equivale ao que o aparelho entrega. É difícil recomendar um dispositivo na faixa dos R$ 1.600, que oferece uma câmera apenas, e bem abaixo da média, tela LCD de qualidade questionável, e baixo desempenho para tarefas do cotidiano.

Se o aparelho da TCL chegasse a custar cerca de R$ 1.000, daria para considerá-lo se você quisesse apostar numa nova marca aqui no Brasil. Em outros casos, melhor apelar para os concorrentes os quais já conhecemos a qualidade.