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Especial: smartphones diferentes e bizarros (final): o Frankenstein

Por| 05 de Setembro de 2016 às 23h30

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Especial: smartphones diferentes e bizarros (final): o Frankenstein
Especial: smartphones diferentes e bizarros (final): o Frankenstein

Agora chegou a hora de tentarmos prever o que um smartphone da próxima geração deve ter para conquistar o usuário, usando as seis primeiras partes deste artigo. Com exceção dos modelos que vimos até então (alguns acertados, outros não), os principais players de mercado ainda continuam com a mesma estratégia, o famoso "refresh de specs". Não somos hipócritas em não reconhecer que as principais marcas (entenda-se: Samsung, Apple, LG e poucas outras) não criaram suas próprias inovações, mas o principal argumento de venda de cada uma delas continua o mesmo.

Por exemplo, a Samsung agora tem o Samsung Pay, mas quem está disposto a comprá-lo provavelmente leva mais em consideração à tela Super AMOLED, chip de última geração (seja Snapdragon ou Exynos) e câmera. Vale a pena até discutir se ele teria menos brilho se não tivesse o Samsung Pay, se a sua ausência interferiria nas vendas. Recursos extras à parte, o principal argumento de venda dos aparelhos continua sendo o próprio aparelho, em que os extras ainda não são completamente decisivos. As pesquisas (especialmente as da IDC) que indicam a desaceleração do mercado de smartphones apontam, entre outros fatores, que os usuários estão esperando um smartphone verdadeiramente novo para trocarem de modelo.

Pensando nisso, como as seis categorias de aparelhos que mencionamos podem mudar isso?

Parte 1: Telas E-ink

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Usar uma tela E-Ink parece uma solução de curto prazo para a forma como usamos o smartphone atualmente, já que ligamos/desligamos as telas com uma frequência muito maior. Muitas vezes, apenas para checar notificações ou ver a hora, então exibir essas informações em uma tela secundária estática pode ajudar em muito a autonomia do aparelho. De qualquer forma, é difícil ver modelos com duas telas como algo mainstream, em especial pelo custo de implementação de uma tela secundária com todo o resto.

Chance de se tornar algo padrão? Muito pequena. E como um módulo?

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Quem sabe se juntarmos esse conceito com a modularidade? Isso daria a opção para o usuário, que pode simplesmente comprar um módulo separado e projetar um smartphone de acordo com as suas necessidades. Sobre o conceito da Alter Ego Architects, que usa somente uma tela principal E-Ink: não acreditamos que se popularize tanto. Pode ser até que mais modelos com essa proposta apareçam com o tempo, mas é difícil imaginar isso deixando de ser algo de nicho.

Parte 2: Sensores de câmera

Se fôssemos obrigados a dar uma de oráculo, acreditaríamos que em um futuro não tão distante as câmeras básicas e intermediárias deixariam de fazer sentido (já não fazem muito sentido atualmente, diga-se de passagem). Esse espaço seria (e está sendo) preenchido gradativamente pelos smartphones, tanto pela qualidade que eles oferecem quanto pela praticidade de o ter sempre à mão. Câmeras mais simples, por exemplo, focam mais em zoom do que em qualidade (em especial as point-and-shoot menos incrementadas), e não faz sentido ter dois dispositivos na maioria das situações.

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Smartphones com zoom óptico não fizeram tanto sucesso, provavelmente pela demanda bem específica por eles. E se o módulo fosse vendido separadamente?

Em outras palavras, há um bom mercado de "cameraphones" a ser explorado, que tragam sensores maiores e, independentemente da configuração, sejam voltados para quem busca a melhor qualidade de câmera possível no smartphone. Agora, zoom óptico em smartphone não mostra sinais de popularização. Fabricantes optam por um zoom óptico pequeno, priorizando o design do aparelho, ou longo alcance, comprometendo as dimensões do modelo. Quem sabe se estiver disponível como um módulo comprado separadamente?

Parte 3: Super luxuosos

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É difícil ver o mercado de luxo desaparecer. Não estamos nos referindo aqui aos modelos que empresas tentam vender como premium, jogando os preços lá em cima exclusivamente pelo marketing, mas sim aos caros de verdade. Mas acreditamos que os "luxuosos de entrada" certamente estão com os dias contados: ou é luxuoso, ou não é. Há sim público para investir 10 vezes ou mais em um aparelho com detalhes requintados e materiais diferenciados, como titânio ou ouro. Agora, para versões "Prada" de um aparelho comum, não.

Imune à análise de custo-benefício, o mercado de luxo tem seu público bem direcionado.

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Mas, edições especiais ou comemorativas de certos aparelhos, como a Samsung vem trabalhando, estão ficando cada vez mais populares. Não pelo valor do produto em si, mas pela proposta de colecionador que eles carregam por chegarem com poucas unidades.

Parte 4: Segurança

Mostramos alguns modelos onde o principal argumento de venda é a segurança, mas acreditamos que seu brilho seja temporário. Qualquer plataforma não tem outra escolha senão aumentar cada vez mais a segurança de seus modelos. Não dizemos isso apenas pela própria evolução dos sistemas operacionais em si, que criam camadas de segurança cada vez mais sofisticadas, mas sim pelo papel que o smartphone tem no mundo atual. E continuará tendo.

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O sucesso dos modelos "super seguros" nos parece temporário, já que qualquer fabricante deve focar em deixar seus smartphones inquestionavelmente seguros. Em especial, pelas funções que eles assumem hoje.

Basta imaginar um cenário onde você volte alguns anos no tempo para conversar com uma pessoa comum, tentando explicar que atualmente é comum gerenciarmos nossa conta bancária no próprio smartphone (com direito a bancos completamente digitais), pagar contas lendo o código de barras com a câmera, gerenciando cartões de crédito em tempo real (como acontece com o NuBank) e usando somente o smartphone para pagar contas com o Apple Pay ou o Samsung Pay (provavelmente ela daria risada). Smartphone à prova de fraudes é algo não opcional, e o fabricante que não focar isso certamente desaparecerá.

Parte 5: Bateria

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Usando o exemplo acima de voltar no tempo, teríamos que explicar que, apesar das melhores expectativas do passado recente, alguns fabricantes ainda insistem em usar baterias ridículas em pleno 2016. Sim, a média de autonomia melhorou, mas modelos que realmente "se garantem" ainda são pouco comuns. Isso ocorre também por uma certa falta de "darwinismo" do usuário na hora da compra: se todos evitassem modelos de baixa autonomia, eles certamente já estariam extintos.

Enquanto a tecnologia não muda, não há mágica: smartphones devem trazer baterias maiores.

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Por outro lado, modelos como o Oukitel K10000 respondem excessivamente a esse problema. Mesmo que ele dê um overkill e consiga ficar 10 dias fora da tomada, isso não acontece sem um comprometimento considerável da experiência de uso, já que a sua configuração é defasada mesmo para um modelo de entrada típico. Como dissemos, não valeria mais a pena comprometer 2 ou 3 dias de autonomia em favor de especificações mais robustas? Até onde vai a preferência por autonomia em detrimento da configuração?

Mas, quem estiver disposto a essa troca certamente ficaria feliz em poder "montar" um smartphone do tipo. Próximo item.

Parte 6: Modularidade

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Com exceção da parte 3, toda e qualquer evolução será muito mais fácil de mensurar se smartphones modulares realmente se tornarem uma realidade. Cada um dos modelos que mencionamos foca em algo específico, de forma que o usuário que prioriza certo recurso tem poucas opções para escolher. E se ele pudesse montar um smartphone do zero, priorizando exatamente o que quer?

Para que isso aconteça, é essencial que o padrão de modularidade seja aberto para todos os fabricantes, que devem entrar em um acordo para produzir módulos padronizados. A discussão deixaria de ser sobre smartphone para girar em torno dos módulos e, nesse cenário, ganha quem puder criar o melhor módulo pelo melhor preço. Isso eliminaria uma das principais incoerências do mercado: ter que lidar com os problemas de um certo modelo em favor da preferência por ele.

O Android faz sucesso por poder ser utilizado por praticamente qualquer fabricante, e o mesmo deve ser verdade pelo (possível) padrão de modularidade. Esse é um dos motivos do Optimus 3D não ter "pegado"

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Imagine, por exemplo, que o iPhone fosse modular, e que fosse compatível com módulos extras de bateria. Ou não ligar para uma configuração básica, já que o seu foco seja qualidade de câmera com zoom óptico. Ou, ainda, poder escolher usar uma tela com resolução menor para economizar bateria. Como dissemos na parte anterior, o poder sai das mãos do fabricante para chegar no usuário. Além de, claro, cancelar a obsolescência programada, ainda tão comum, seja pela falha de apenas um componente (que inutiliza o smartphone inteiro), seja por softwares sem atualização.

Enquanto os smartphones modulares não chegam, trabalhamos com o que temos à disposição:

Se você pudesse montar seu smartphone ideal, qual recurso você priorizaria? E qual deixaria de lado para isso? Conte para nós nos comentários!