Publicidade

Especial: smartphones diferentes e bizarros (parte 4): segurança

Por| 01 de Setembro de 2016 às 21h15

Link copiado!

Especial: smartphones diferentes e bizarros (parte 4): segurança
Especial: smartphones diferentes e bizarros (parte 4): segurança

Lembram do BB OS, sistema proprietário da Blackberry? Ele teve vida curta, marcando presença em aparelhos como Q5, Q10, Z10 e Z30, chegando para se posicionar como um concorrente promissor dos sistemas Android, iOS e Windows Phone. A própria empresa descontinuou esse sistema, que "não pegou" por uma serie de motivos. Entre eles, o seu preço alto (sem oferecer um custo-benefício interessante), baixa disponibilidade e, principalmente, por ter chegado bem atrasado ao mercado.

Muito se argumenta que a BlackBerry não deu a devida atenção ao explosivo crescimento do iOS e do Android, confiando demais na fidelidade de seus clientes corporativos, o que é verdade. Mas, mais do que oferecer um teclado QWERTY físico que tinha lá seu público, ele era estável e, principalmente, altamente seguro. Isso não foi o suficiente para manter o BB OS dentro dos holofotes, já que ele não oferecia a mesma versatilidade das principais plataformas.

O que acabou acontecendo é que alguns passaram a usar dois smartphones simultaneamente: um BlackBerry e outro iOS/Android (e, em raríssimas vezes, um Windows Phone). O primeiro, claro, para manter um ambiente seguro de trabalho, enquanto o segundo era usado para todo o resto. Naturalmente, não é um cenário estável, e eventualmente seu público escolheria somente um. Essa escolha foi simples: o que não fosse um BlackBerry.

Continua após a publicidade

Por mais que tanto o Android quanto o iOS tenham ferramentas poderosas de segurança, ainda havia espaço para um modelo altamente seguro. Para quem? Investidores, altos executivos, funcionários de áreas sensíveis do Estado e assim por diante, onde o vazamento de certas informações podem custar bilhões e/ou interferir a vida de milhões de pessoas. Algumas empresas aproveitaram o espaço deixado pela BlackBerry para anunciar modelos para atender a essa demanda. Aliás, até a BlackBerry acabou se adaptando para voltar a conquistar esse público, então vamos conhecer os principais modelos focados especificamente em segurança.

Segurança em primeiro lugar

Um dos modelos altamente seguros que mais chamaram a atenção é o Blackphone, da Silent Circle. Anunciado com um preço pouca coisa maior do que os tops de linha convencionais, seu maior argumento de venda é o Silent OS, que nada mais é do que o próprio Android, só que altamente modificado para ser o mais seguro quanto possível. Como? Com uma fortíssima camada de criptografia dentro do próprio sistema operacional, foco em comunicação segura e em transferências de arquivos (até 100 MB) com um canal seguro.

Na prática, são recursos independentes do Blackphone. Ele serve apenas como vitrine do Silent Phone, esse conjunto de recursos que pode ser comprado para qualquer smartphone Android ou iOS através de uma assinatura mensal. Ou seja, mesmo que uma empresa não esteja disposta a trocar todos os aparelhos dos funcionários pelo Blackphone, ainda assim é possível manter um ambiente seguro de forma controlada com os smartphones já existentes. Mas, quem fizer questão do "modelo-vitrine", poderá comprá-lo por US$ 799 a unidade.

Continua após a publicidade

Mais do que ser somente um smartphone seguro, o Blackphone é uma vitrine para o software de segurança da empresa.

Considerando que o preço médio de um smartphone top de linha nos Estados Unidos não foge muito disso, o Blackphone e é até "ok", já que foi anunciado em 2015. Tela Full HD d 5,5 polegadas, SoC Snapdragon de oito núcleos (provavelmente da série 600) com 3 GB de memória RAM e 32 GB de memória interna, mais uma bateria de 3060 mAh. O Blackphone 3 ainda é somente um rumor, mas não deve fugir muito do preço do Blackphone 2. Então, que tal um smartphone de US$ 14.000?

Continua após a publicidade

Por que o Solarin custa tão absurdamente mais caro do que os outros? Boa pergunta.

Esse é o caso do Solarin, da Sirin Labs. Pelo que entendemos, a sua proposta não difere muito do Blackphone em recursos (criptografia, mensagens seguras e afins), então não entedemos o seu preço. A empresa deixa claro de que não se trata de um smartphone de luxo, como os que vimos na terceira parte. Aliás, a própria empresa considera esses modelos de luxo como nada mais do que status, o que sinceramente deixa uma boa margem de explicações sobre o motivo de serem tão caros.

O PRIV representou a volta da Blackberry ao segmento de smartphones, mas agora com Android.

Continua após a publicidade

Voltando aos preços normais, temos os Blackberrys mais recentes. Basicamente, a Blackberry seguiu exatamente o que diversos analistas previam que ela iria fazer: passar a adotar o Android como sistema padrão. O BB OS não tinha "carisma" para convencer, mas o know-how da empresa na área de segurança corporativa é quase inquestionável. Então, por que não usar um sistema operacional com alta popularidade e modificar as partes necessárias para criar uma camada de segurança?

O primeiro modelo com essa proposta foi o PRIV, que é o "all-in" da BlackBerry para mostrar o que a empresa tem de melhor: Android + segurança Blackberry + teclado QWERTY físico retrátil com tela grande. O hardware? Típico de um top de linha de 2015, ano em que ele foi anunciado: Snapdragon 808, tela Quad-HD de 5,3 polegadas, câmera de 18 megapixels e bateria de 3410 mAh. O preço, ao contrário da política da BlackBerry durante anos, é bastante normal: US$ 649, o mesmo da versão mais básica do iPhone 6s.

Anunciado como o modelo mais seguro do mundo, o DTEK50 é, curiosamente, o modelo mais barato da lista.

Continua após a publicidade

Como o preço foi um dos fatores que mais prejudicaram a popularização dos modelos com BB OS, a BlackBerry não teve escolha a não ser competir em pé de igualdade como todos os outros. Aliás, até caprichou no DTEK50, uma versão "popular" dessa nova proposta com um singelo preço de US$ 275. Isso sem deixar de lado especificações bem interessantes: tela Full HD de 5,2 polegadas (24 bits de cores), SoC Snapdragon 615 octa-core com 3 GB de memória RAM e 16 GB de memória interna e um par de câmeras de 13 e 8 megapixels.

Ou seja: existem smartphones criados especificamente para serem seguros por preços que variam de menos de US$ 300 a US$ 14.000. O motivo para essa discrepância, já que a própria fabricante do Solarin diz que não é um modelo de luxo, é um mistério. Afinal, mesmo com uma diferença de preços tão grande, ambos prometem exatamente a mesma coisa. Levantemos uma segunda questão importante: quanto você estaria disposto a pagar por um smartphone focado em segurança, tomando como base um modelo comum?

Segurança aprimorada é algo que dificilmente não será uma tendência. Afinal, serviços estão ficando cada vez mais centralizados no smartphone, seja pagamento de contas, seja gerenciamento de ações. Mas esse é um assunto para explorarmos melhor na conclusão, quando acabarmos nossa seleção de modelos que fogem do comum.