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Especial: smartphones diferentes e bizarros (parte 1)

Por| 26 de Agosto de 2016 às 23h50

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Especial: smartphones diferentes e bizarros (parte 1)
Especial: smartphones diferentes e bizarros (parte 1)

Um dos grandes trunfos do Android é poder contar com uma inteligência coletiva de diversos fabricantes. Em vez de contar com apenas uma empresa para produzir boas ideias em um mercado que está cada vez mais saturado, cada empresa pode criar seu próprio diferencial. O sistema base é o mesmo, mas é possível ter uma experiência de uso completamente diferente dependendo do aparelho escolhido. Alguns deles são excelentes sacadas e acabam trazendo recursos que concorrentes acabam adotando. Outros são simplesmente bizarros.

E aqui entre nós: essa história de fazer "refresh de specs" o tempo todo já cansou. Esse arroz com feijão "mais poder de fogo - mais resolução de tela - mais bateria - câmera superior" já não tem o mesmo apelo de antes. Basta dar uma pesquisada para ver a infinidade de modelos virtualmente idênticos, nos quais a escolha acaba ficando pelos detalhes e uma pequena influência de preferência de marca. Mas, principalmente, o preço acaba tendo uma influência muito maior, já que poucos modelos realmente justificam seu preço maior com diferenciais realmente relevantes.

Considerando isso, reunimos os smartphones que mais se destacam da multidão, ainda que alguns estejam na lista não necessariamente por um motivo positivo. Mais ainda, vamos desencavar alguns modelos diferentes que falharam miseravelmente em conquistar o consumidor, além de analisar a viabilidade de que certos recursos em alguns modelos específicos possam influenciar o mercado como um todo. Então, sem mais delongas, vamos começar com a lista.

Telas E-Ink

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Será que precisamos de uma tela LCD (ou LED, OLED, AMOLED, Quantum IPS, etc.) o tempo todo? E será que não é possível aproveitar a parte traseira do smartphone? Pesquisas mostrando a quantidade enorme de vezes que o usuário pega o smartphone apenas para checar notificações (ou mesmo apenas para ver a hora) aparecem com uma boa frequência. O Yotaphone encontrou uma solução bacana para isso: instalou um segundo display na parte de trás, funcionando de forma independente da tela principal. Só que ela é E-Ink.

O Yotaphone original surpreendeu pelo conceito, mas tinha um design meio questionável.

Exatamente: a mesma tecnologia que simula papel encontrada em diversos leitores de livros digitais, como o Kindle, Kobo e Lev. A grande vantagens dessa tecnologia – além de, claro, ser uma opção muito mais amigável aos olhos para ler – é que ela consome absolutamente nada de energia. Esse é o "segredo" da alta autonomia encontrada em leitores de e-books, que ativam o processador somente quando atualiza a tela. No caso dos e-readers, quando o usuário vira a página. Mas depois que a tinta assume sua posição final, a tela não necessita de mais energia.

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Já o Yotaphone 2 acertou muito, mas era bem salgado. Aliás, cadê o Yotaphone 3?

O Yotaphone é, certamente, o representante mais bem conhecido com tela E-ink. A tela secundária não serve apenas para leitura, podendo ser programada para exibir as principais notificações e um enorme relógio, que, juntos, correspondem a pelo menos metade das vezes que ligamos a tela de nossos smartphones "comuns". Isso, claro, sem necessitar de energia, mantendo o restante do hardware em seus estágios mínimos de consumo, assim como a conexão móvel. No modo "YotaEnergy", que usa somente a tela E-ink, o Yotaphone fica 2 dias fora da tomada com uma singela bateria de 2500 mAh. Ao ser usado para leitura, essa autonomia aumenta para 5 dias.

Menos interessante do que o principal diferencial do Yotaphone são suas especificações. Como ele foi anunciado no começo de 2014, o conjunto Snapdragon 801, 2 GB de memória RAM, 32 GB e memória interna e câmera principal de 8 megapixels está longe de ser ruim. A tela principal tem 5,2 polegadas (1920 x 1080) e a tela E-ink tem 4,7 polegadas (960 x 540) – ele chegou ao mercado pelo preço sugerido de € 700, alto mesmo se comparado ao iPhone 6 do mesmo ano, o que não chega a ser estranho, já que isso é comum quando algo novo chega ao mercado.

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O 8S105 veio para tentar conquistar o espaço deixado pela Yota trazendo especificações mais atualizados.

A primeira geração do Yotaphone trazia um virtual bem espartano (para sermos bonzinhos), algo que mudou radicalmente com o Yotaphone 2. O Yotaphone 3 é praticamente garantido, mas ainda está em seus estágios médios de rumores. Como dissemos, ele é o modelo mais famoso, mas não é o único. Mostrado na Mobile World Congress 2016, e trazendo um nome nada intuitivo, temos também o 8S105, da chinesa Shenzhen Hexiang Electronics (ou 8S Mobile, para os mais íntimos).

Sua proposta é a mesma do Yotaphone. A distribuição de telas e a capacidade de bateria são, inclusive, idênticas. Porém, como a Yota não anunciou sua terceira geração, ele tem quer aproveitar esse hiato com especificações mais atuais. O chip é da MediaTek, com oito núcleos, suporte a 64 bits e 3 GB de memória RAM, e o Android é mais atualizado, trazendo de fábrica o Lollipop 5.1 (com promessa de atualização), enquanto o Yotaphone morreu com o Lollipop 5.0 (trazendo originalmente o 4.4 Kit Kat), e um par de câmera de 13/8 megapixels. O preço? Um pouco mais acessível: US$ 600.

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Quem gostou do conceito mas não estava afim de encarar um preço alto tem o U6 como uma excelente opção.

Achou muito caro? Como acontece com qualquer tecnologia depois de pouco tempo, modelos mais acessíveis começam a aparecer. É o caso do Oukitel U6 que, como qualquer modelo da empresa, tem um preço bem interessante. No caso, são US$ 239, valor alcançado pelas especificações mais singelas do aparelho, com um chip MediaTek quad-core de 1,3 GHz, 2 GB de memória RAM, 16 GB de memória interna e câmera bem simples de 8 megapixels (não pelos megapixels, mas sim pela qualidade das imagens).

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Um conceito bem radical. Você compraria?

Os três modelos acima trazem duas telas, adicionando uma segunda à principal. Alguns modelos não são tão "conservadores", por assim dizer, onde o conceito da Alter Ego Architects, que usa somente uma tela E-ink como principal. Ele apareceu em 2015 fabricado com uma impressora 3D, e ainda não se sabe se ele será produzido em massa ou não. A proposta dele é interessante, porém, focada em quem não quer ficar tão distraído com notificações a todo o momento.

Tentando adicionar o recurso a smartphones já existentes, mas com um suporte bem limitado.

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Para finalizar essa parte, temos o Inkcase, uma proposta de crowdfunding que adiciona uma tela E-ink a um smartphone já existente. Sozinho, ele funciona como um leitor de e-books comum. Ao ser utilizado com uma capa de proteção, ele se comunica com o smartphone através de um app, que espelha as informações que o usuário preferir. O suporte é bastante limitado, restrito ao Galaxy S4, Galaxy Note II e iPhone 5 (com o iPhone 5s e SE também, provavelmente, já que as dimensões são as mesmas). O que acha da ideia? Compraria para o seu smartphone, se houvesse suporte?

A coisa não para por aqui, já que alguns fabricantes realmente inovaram (para o bem ou para o mal) em alguns modelos. Na segunda parte desse artigo vamos conhecer alguns verdadeiros "cameraphones", já que diversos smartphones chegaram ao mercado depois do Lumia 1020. E mais para frente veremos também ideias realmente boas, enquanto outras foram são surreais. Fique ligado!

Fontes: Yotaphone, Inkcase, Deezen, Liliputing, Gearbest, GSMArena