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Especial: smartphones diferentes e bizarros (parte 2): cameraphones

Por| 29 de Agosto de 2016 às 23h26

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Especial: smartphones diferentes e bizarros (parte 2): cameraphones
Especial: smartphones diferentes e bizarros (parte 2): cameraphones

Alguns smartphones simplesmente se destacam da multidão, seja por trazer um visual completamente novo, fugindo do comumente associado a alguns modelos, seja por trazer um recurso inédito. Este segundo caso é o mais comum e, dependendo do seu sucesso, acaba influenciando o mercado como um todo. Este é o caso, por exemplo, do sensor de impressões digitais, que era bastante raro em 2013, mas atualmente está presente em praticamente qualquer modelo mais recente do segmento intermediário ou avançado.

Essa é, como dissemos, uma das maiores vantagens do sistema Android. Por ser um sistema que qualquer fabricante pode usar, empresas acabam focando em um hardware diferenciado ou um software único (ou ambos, como geralmente acontece). Há a linha Nexus como referência, que traz o Android “puro”, mas mesmo ele acaba adotando recursos que já se tornaram padrão em fabricantes independentes, caso do sensor de impressões digitais, por exemplo. Ele se tornou padrão nos modelos 5X e 6P, mas estava ausente no Nexus 6.

A grande “bola da vez”, algo que o consumidor já se acostumou a ver em modelos mais novos, é a melhoria considerável na qualidade das câmeras dos smartphones. Basta imaginar a reação que uma foto tirada com um Galaxy S7 (por exemplo) causaria se mostrada há 5 anos e tentar convencer as pessoas de que ela foi produzida por um smartphone. Isso dá uma ideia da rapidez da evolução desse componente sozinho, que dirá então dos outros componentes como um todo.

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O caminho até ele não foi linear, porém, assim como várias empresas atacaram por várias frentes para chegar nos resultados atuais. Mas se tivéssemos que eleger um ponto de partida, um ponto onde tanto fabricantes quanto usuários começaram a prestar atenção na qualidade de câmera – com todos os detalhes envolvidos – com certeza focaríamos no Lumia 1020.

A era dos sensores de câmera gigantes

O que era o Lumia 1020? Um Lumia 920 com tela AMOLED (já que o 920 trazia uma tela LCD IPS) e um sensor de câmera gigante. Eram “tempos mais inocentes”, com smartphones ainda não trazendo as configurações brutais com as quais estamos acostumados atualmente, com o chip Snapdragon S4 Pro trazendo apenas dois núcleos rodando a 1,5 GHz. A única diferença era na quantidade de memória RAM, que dobrava no Lumia 1020 exatamente para oferecer espaço suficiente para fotos com tantos megapixels.

Essencialmente, o sensor de câmera do Lumia 1020 era baseado no utilizado no 808 PureView (que também era da Nokia), sendo um pouco menor (1/1.5’’ contra 1/1.2’’, respectivamente), mas trazia OIS (estabilização óptica de imagem), BSI (Backsided Illuminate) e zoom sem perdas (4x eletrônico), algo possível pela abertura não tão grande (se comparada às de smartphones atuais, principalmente) de f/2.2 (assim como o Zenfone Zoom, sendo óptico nesse caso). Menor do que o 808 PureView? Sim. Muito, mas muito maior do que os sensores encontrados na maioria dos smartphones? Com certeza (geralmente 1/3.2’’).

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Nokia Lumia 1020

Isso explicava seu preço maior também, já que ele era bem caro para os padrões de 2012 (ainda que seja uma pechincha, se considerarmos os preços dos smartphones atuais). Ele não foi o primeiro, mas certamente popularizou o termo “cameraphone”, modelos realmente centrados na câmera. Isso mesmo se outros pontos puderem ser comprometidos, como o próprio visual do aparelho, já que o chanfro de câmera não era algo que todos ficariam felizes de ter em seus modelos se pudessem optar por não tê-lo.

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Samsung Galaxy S4 Zoom

O fato é que o Lumia 1020 pouco se importava com isso: o foco era a melhor qualidade de câmera possível, o que certamente estimulou outros fabricantes a adotarem suas próprias soluções na tentativa de “pescar” os usuários que focam exclusivamente nesse quesito. Este é o caso do Galaxy S4 Zoom (2013), por exemplo, e, posteriormente, do Galaxy K Zoom (2014). Ambos não são tão diferentes assim, vale dizer, focando especialmente em oferecer Zoom Óptico com OIS e flash Xenon. Essencialmente, eram a fusão de uma câmera point-and-shoot com um smartphone em um único produto.

Samsung Galaxy K Zoom

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Já o sensor não tinha nada de especial, ainda que estivessem acima da média por trazerem sensores semelhantes aos respectivos tops de linha do ano (Galaxy S4 e Galaxy S5). Não chamavam tanto a atenção como o Lumia 1020, mas foram extremamente importantes para “testar” a receptividade desse tipo de recurso pelo público, de uma forma geral, e a ausência dele nos smartphones atuais mostra que os usuários não estavam tão interessados assim.

ASUS Zenfone Zoom

Dos poucos que insistiram nessa ideia, temos o Zenfone Zoom. Basicamente era um Zenfone 2 ligeiramente overclockado (a mudança do Atom Z3580 para o Atom Z3590 é de 200 MHz – 2,3 GHz vs 2,5 GHz – algo realmente difícil de fazer diferença no mundo real). O sensor de câmera utilizado em ambos tem qualidade semelhante, variando apenas de marca em diferentes regiões do mundo (Toshiba ou Panasonic), mas a única diferença era o zoom óptico 3X (ou seja, sem perdas).

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De qualquer forma, ele representou uma mudança visual (bem) menos agressiva em relação aos dois Galaxy Zoom. Assim como o Lumia 1020, seu grande problema era o preço, já que muitos não viram grande valor em um aparelho que era, essencialmente, um Zenfone 2 com zoom óptico e região traseira em couro sustentável. Isso por quase o dobro do preço.

O fato de que fabricantes ainda tentam novas maneiras de melhorar a experiência de câmera com o passar de anos mostra que ainda não chegamos em um padrão de câmera suficientemente estável (olha o darwinismo!) para que ele substitua a forma como os fabricantes trabalham suas câmeras até hoje. Se tivéssemos que resumir, esse modus operandi atual usa o melhor sensor de smartphone disponível no momento, focando um pós-processamento violento e na otimização do software de câmera, com muitos deles já comumente trazendo um modo manual.

Panasonix Lumix CM1

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Projetos para fugir dessa regra não faltam, porém, alguns deles são bem agressivos. É o caso do Lumia CM1 (2014), que trazia um absurdo sensor de 1’’ (lembrando que o sensor do Lumia 1020 era de 1/1.5’’) e, apesar disso, tinha “somente” 20 megapixels (contra 41 megapixels – 38 megapixels na prática – do Lumia 1020). Trazia suporte a RAW, tinha especificações bacanas para a época (Snapdragon 801) e realmente oferecia fotos de altíssima qualidade, mas era grande, pouco prático e bem mais caro do que a média.

Na terceira parte continuaremos a falar um pouco sobre smartphones focados em câmeras, já que tentativas de criar algo de diferente do convencional não faltam. Vamos começar também a ver alguns modelos criados especificamente para poucos – os superluxuosos –, que realmente assustam no quesito preço. Se você acha que o iPhone é caro, ficará realmente surpreso.

Com informações:GSM Arena 1 e 2, CNET, PhoneArena