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Especial: smartphones diferentes e bizarros (parte 5): baterias gigantes

Por| 02 de Setembro de 2016 às 21h16

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Especial: smartphones diferentes e bizarros (parte 5): baterias gigantes
Especial: smartphones diferentes e bizarros (parte 5): baterias gigantes

Como anda a autonomia do seu smartphone? Você está satisfeito com ela? É interessante que depois de quase uma década de gerações a maioria dos modelos mal consegue ficar um dia inteiro fora da tomada. Dois dias de autonomia, então, é quase um luxo. Como dissemos em diversos artigos no Canaltech, os usuários usam o smartphone de forma muito mais intensa do que há alguns anos, além de, claro, cada vez mais tarefas serem centralizadas nele. Se por um lado isso explica em partes a baixa autonomia atual, por outro é curioso que a indústria como um todo não tenha se ajustado a isso.

O exemplo mais gritante é o iPhone. Geração após geração, keynote após keynote, a Apple promete um dia inteiro de autonomia. Mesmo se isso fosse verdade (e não é), a melhor expressão que podemos usar nesse esse foco de um dia é "medíocre". Por mais que a Apple tente convencer o usuário que está "acima das specs", o fato é que há limitações físicas inegáveis em optar por uma bateria pequena. Mostrar testes onde a autonomia se destaca pouco ajuda. Aliás, atrapalha, já que vende uma expectativa de autonomia fora da realidade para o usuário, que só percebe isso quando começa a usar o smartphone.

E como a empresa "superfatura" a autonomia de seus aparelhos? Escolhendo testes otimizados, como quanto tempo de ligação ele aguenta, ou o tempo de reprodução de vídeos. Considerar a autonomia de um modelo com base somente em uma situação ideal é uma receita para a frustração. Até que a tecnologia mude, um dos poucos parâmetros confiáveis é o próprio tamanho da bateria que, combinada com uma configuração focada em consumir pouca energia, pode se traduzir em dias de bateria.

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Tomando como base os modelos vendidos no Brasil, parece que as maiores baterias disponíveis chegam a, no máximo, 4.000 mAh. Algumas raras exceções fogem dessa regra, mas não muito, e essas capacidades são encontradas normalmente em tops de linha. Ou seja, baterias até bacanas, mas combinadas com um chip potente e altíssimas resoluções de tela, o que resulta, com alguma sorte, em um máximo de 2 dias de autonomia. Mundialmente, porém, alguns fabricantes realmente capricharam na capacidade.

Teste de resistência

Vamos começar pegando leve, na casa dos 5000 mAh. Temos dois principais modelos com essa capacidade: o Zenfone Max (ASUS) e o Liquid Zest Plus (Acer). O primeiro tem uma tela de 5 polegadas e o segundo de 5,5 polegadas, mas ambos usam resolução HD. Esse dado pouco tem a ver com o preço dos dois, que é bastante acessível (abaixo de US$ 200), mas para não penalizar a configuração. Ainda que seja bacana ter resoluções absurdas no smartphone, é inegável que isso penaliza a autonomia de bateria, já que o chip tem que trabalhar muito mais para movimentar tantos pixels.

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Asus Zenfone Max

Fora isso, ambos são virtualmente idênticos. São SoCs diferentes, mas equivalentes (Snapdragon 410 no primeiro e MediaTek MT6735) com 2 GB de memória RAM, 16 GB de memória interna e câmeras traseiras de 13 megapixels e frontal de 5 megapixels (no caso do Max, provavelmente o mesmo sensor utilizado no Zenfone Laser). Como é possível notar, os dois fazem questão de trazer configurações mais econômicas, focando mais em autonomia do que em desempenho.

Acer Zest Liquid Plus

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Quem não estiver disposto a abrir mão de poder de fogo para ter uma autonomia maior tem uma excelente opção para escolher: o Innos D6000. Como o nome sugere, sua bateria tem 6000 mAh de capacidade (na verdade são duas: 2480 mAh + 3520 mAh), que se traduz em até 4 dias de uso moderado fora da tomada. Isso sem deixar de lado uma configuração até interessante; Snapdragon 615 de oito núcleos com suporte a 64 bits (ainda que fabricado em um processo de 28 nanômetros), 3 GB de memória RAM, 3 GB de memória interna e tela Full HD de 5,2 polegadas. Em outras palavras, um intermediário típico com altíssima autonomia.

Innos D6000: o curioso é que a bateria, mesmo sendo gigante, é removível.

Naturalmente, seu preço é um pouco maior: US$ 330. Não chega a ser absurdo, porém, se considerarmos que o Zenfone 2 foi anunciado internacionalmente por mais ou menos o mesmo preço, percebemos que ele está longe do praticado pelos tops de linha, que gira em torno de US$ 700 nas versões mais básicas. O iPhone 6s de 16 GB, por exemplo, custa US$ 649 (desbloqueado e sem impostos), isso com uma bateria de 1.715 mAh, pouco mais de um quarto da capacidade do D6000.

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O "Bom, bonito e barato" não deixa de lado a configuração e o design.

Com pouca coisa a mais de bateria, temos o Ulefone Power 4G. O diferencial dele é o preço, já que ele pode ser encontrado por menos de US$ 150, isso trazendo uma bateria de 6.050 mAh e sem abrir mão da configuração como acontece nos dois primeiros modelos. Seu SoC é o MediaTek MT6753 octa-core de 1,3 GHz (o mesmo chip do Lenovo Vibe A7010) com 3 GB de memória RAM, 16 GB de memória interna e tela de 5,5 polegadas 2,5D Full HD. Um custo-benefício e tanto, não?

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Um verdadeiro overkill, batendo de frente com a maioria dos tablets disponíveis no mercado.

Agora, se há um modelo que realmente merece o primeiro lugar do pódio é o K10000 da Oukitel. É um verdadeiro "overkill", já que a sua bateria tem 10.000 mAh. E em quanto isso se traduz em autonomia? Quase 10 dias de uso moderado, segundo a empresa. Isso nos faz lembrar dos dias dos celulares comuns, não? Dá para fazer uma viagem de uma semana inteira sem levar o carregador. Somente como parâmetro de comparação, o iPad Air 2 da Apple tem "somente" 7.340 mAh de capacidade. Ou seja, o K10000 tem mais capacidade do que o iPad Air 2 e o iPhone 6s juntos.

Vale ressaltar, porém, que ele realmente sacrifica a configuração em favor da autonomia. Basicamente, é a estratégia utilizada nos dois primeiros modelos, só que ao quadrado. Seu chip MediaTek tem quatro núcleos rodando a 1 GHz, provavelmente utilizando um chipset mais antigo, já que suporta expansão via cartão micro SD de apenas 32 GB (são 16 GB de memória interna). São 2 GB de memória RAM e a GPU Mali-T720, que é um modelo de entrada da ARM, com apenas dois núcleos. Em outras palavras, não espere que qualquer app rode nele sem problemas.

Por outro lado, ele suporta 4G, tem uma tela até "ok" com 5,5 polegadas e resolução 720p e ainda conta com uma câmera traseira de 13 megapixels. Tudo o que pode ser colocado para economizar energia foi utilizado. Mas isso levanta uma questão interessante: até onde você está disposto a sacrificar desempenho em favor de autonomia, já que esse é, provavelmente, o caso mais extremo nesse sentido? Trocaria o chip por um mais potente se isso diminuísse a autonomia em dois dias?

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Exploraremos mais esses questionamentos na parte final deste artigo, questionando o que um "smartphone ideal" poderia (ou deveria) trazer com base nesses experimentos feitos por diversos fabricantes Android. De qualquer forma, é difícil imaginar que alguém opte voluntariamente por menos autonomia, considerando dois smartphones com configurações idênticas.