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O que um smartphone ideal deve ter? (Parte 1)

Por| 16 de Março de 2016 às 12h20

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O que um smartphone ideal deve ter? (Parte 1)
O que um smartphone ideal deve ter? (Parte 1)

Afinal, o que um “smartphone perfeito” deveria oferecer? O mercado de smartphones está bem consolidado atualmente, sem o desejo frenético de trocar de aparelho anualmente (em muitos casos, com uma frequência maior ainda) de poucos anos, de forma que, atualmente, a escolha entre um modelo e outro é muito mais racional. Isso obriga os fabricantes a deixar de focar tanto em impressionar o usuário com fichas técnicas de respeito e focar em oferecer uma experiência de uso realmente superior.

Vender especificações que acabam não se mostrando relacionadas a uma experiência de uso melhor deixou de funcionar, já que boa parte do público já está “vacinada” contra as campanhas de marketing que não correspondem à realidade. Pois bem, como um fabricante pode realmente impressionar o consumidor, convencendo-o a comprar um novo modelo pelos benefícios reais que ele pode oferecer? Criamos uma lista com os principais pontos, ainda que sejamos obrigados a reconhecer que um modelo que traga esse pacote completo seja improvável de chegar ao mercado. Por quê? Pois, se fosse o caso, não haveria motivo para comprar uma nova versão, não é?

Bateria

Quantos mAh uma bateria deve ter para oferecer uma autonomia razoável? Qual é a tecnologia que deve ser utilizada? Quantas horas ela deve oferecer? Como dissemos em nosso artigo sobre qual é a hora de trocar de smartphone, bateria é o primeiro componente que vai deixar o usuário na mão. Além disso, é o principal item superestimado pelos fabricantes quando anunciam um novo modelo. “Um dia inteiro de uso” se torna facilmente algumas poucas horas de uso intenso, já que utilizamos cada vez mais nossos smartphones para a maioria das tarefas.

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Fato é que se você usa, em média, muito mais o smartphone do que há alguns anos, isso deve ser levado em consideração na hora de estimar a autonomia de seus modelos. Usar uma medição de alguns anos atrás para mensurar um modelo atual é errado, para não dizer desonesto, já que as telas ficaram maiores e trazem resoluções bem maiores, os processadores são mais potentes, há mais sensores ligados ao mesmo tempo e os apps exigem muito mais desempenho, em especial os games mais recentes.

Isso significa que uma bateria de poucos anos atrás mal consegue aguentar algumas horas atualmente. Tomem o Galaxy SII, por exemplo, com uma bateria de 1650 mAh: quantas horas ela aguentaria hoje? Temos que levar em consideração a maior eficiência energética dos SoCs atuais, é claro, com nanometrias menores e estágios de menor consumo, mas, ainda assim, a conta não fecha. Modelos que acompanham o usuário durante um dia inteiro são uma raridade atualmente, uma exceção à regra, em especial nos modelos tops de linha.

Até que a tecnologia mude, porém, a autonomia pode ser facilmente formulada como uma combinação do consumo dos componentes (que não para de aumentar) e da quantidade de carga da bateria, media em mAh. Alguns modelos conseguem aguentar um dia de uso sem grandes problemas com uma bateria de 3000 mAh, enquanto outros, mais beberrões de energia, têm dificuldade em terminar o dia com essa carga. Isso não altera o fato que mesmo modelos com configurações parrudas, como um Moto Maxx da vida, oferecem autonomias maiores. E por que isso acontece?

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Pois ele não se preocupa em ser excessivamente fino. Tudo bem que o visual do Moto Maxx não é dos mais apreciados, esteticamente falando. Mas o fato é que quem experimentou o aparelho se acostumou a não se preocupar em levar carregadores extras e baterias externas para todo canto, além de dificilmente optar por trocá-lo por um modelo que mal consiga ficar um dia fora da tomada. A lista de possíveis novos aparelhos acaba se resumindo a modelos que tragam baterias grandes (não importando quantos milímetros eles têm de espessura) em vez de focar no modelo do momento que tem uma ficha técnica que já denuncia uma baixa autonomia.

Alguns fabricantes perceberam essa demanda. Alguns usuários deixaram de se importar tanto com qual processador um modelo usa, qual a resolução de tela, e assim por diante, focando em modelos que não darão dor de cabeça, exigindo carregamentos várias vezes por dia. Em muitos casos, mesmo que isso signifique não ter a configuração do momento, ou “o aparelho que todos querem ter”. Aliás, um dos principais motivos de muitos usuários que consideram a troca de um iPhone para o Android é a bateria, mesmo que isso signifique abandonar o iOS depois de anos seguidos usando a plataforma.

Outro ponto que muitos levam em consideração na hora de comprar um smartphone, não sem motivo, aliás, é se ele possui bateria removível. Basta ver a quantidade de críticas que a Samsung recebeu ao remover a possibilidade de acessar a bateria para entender como esse quesito é importante. Mais do que um detalhe técnico, o usuário passa uma mensagem com essa possibilidade. Algo como “olha, nós sabemos que a bateria é o primeiro componente a dar pau, e nós não vamos te obrigar a comprar um novo smartphone por causa disso.”

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Resumindo, pouco adianta pagar caro em um modelo e, ainda assim, passar raiva carregando-o várias vezes por dia. Por isso é importante ler análises antes de comprar, ver o quanto uma bateria dura antes de descobrir da pior maneira. Afinal, já imaginou algum fabricante com uma campanha tipo “Esse smartphone é excelente! Tem câmera fantástica, é super rápido e tem um design incrível. Mas vamos assumir: a bateria não é das melhores...”. Sem problemas anunciar que um smartphone aguenta um dia inteiro de uso... desde que realmente aguente.

Desempenho

Esse é o principal item onde a ficha técnica tem pouco a ver com a realidade. Afinal, quantos núcleos um SoC deve ter? 4 núcleos? 8 núcleos? Ou 2 núcleos como o iPhone? Rodando a que velocidade, aliás? E quantos GB de memória RAM? 2 GB é o suficiente ou será que 4 GB deveria se tornar regra? Sendo bem sinceros, essas informações pouco importam. Se há uma coisa que a Apple realmente acerta nos iPhones é ao passar a informação sobre o desempenho, a nomenclatura que utiliza nos seus chips.

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O iPhone 6s, por exemplo, vem com o processador Apple A9, enquanto o iPhone 6, versão anterior, utilizava o Apple A8. 9 é maior do que 8, e isso é tudo o que você precisa saber. Depois de alguns dias, as características técnicas do chip são reveladas, mas não pela Apple, e sim por analistas independentes, mas é uma informação que serve mais como curiosidade do que propriamente um dado decisivo para compra, já que grande parte dos usuários do iPhone não se preocupa nem um pouco sobre as características técnicas do chip. O importante é saber que se trata de um chip mais rápido, que resultará em uma experiência de uso superior.

Enquanto isso, alguns fabricantes ainda insistem em propagandear a quantidade de núcleos, com todos os GHz e GBs possíveis, na esperança que o usuário compre certo modelo pela ficha técnica. Vende-se o hardware, não a experiência. Por exemplo, quando uma boa quantidade de fabricantes corre para oferecer 4 GB de memória RAM, enquanto o Google anuncia o Nexus 5X com “apenas 2 GB”. Ou seja, a empresa que desenvolve o Android anuncia um modelo com o que projetou necessitar para a melhor experiência possível, usando 3 GB somente nos modelos com telas Quad-HD (o que é necessário). Então, qual a razão dessa preocupação toda com a quantidade de memória RAM?

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Outro quesito onde análises cumprem um papel essencial. De nada adianta um smartphone trazer um chip inquestionavelmente potente (algumas vezes, até desnecessariamente potente) e travar constantemente no multitarefa, em especial os que trazem interfaces gráficas muito pesadas (um item que falaremos mais adiante). Ou superaquecer. Ou sugar a bateria mais rapidamente. Se um modelo não travar, pouco importa as características do chip, quantos núcleos ele tem ou quanto de memória ele oferece. O que importa é se ele é eficiente, já que o foco é a experiência de uso, e o hardware é secundário.

O próprio design do chip denuncia seu foco ou em marketing ou em experiência. Sistemas se beneficiariam mais de uma GPU mais poderosa do que se aumentasse a quantidade de núcleos ou a frequência de operação.

Continua no próximo artigo: