Paciente com chip da Neuralink quer controlar robô da Tesla
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 24 de Maio de 2024 às 10h53
![Reprodução/X/Elon Musk](https://t.ctcdn.com.br/1iu2bPhh3F_Vwd3veaxESfesq50=/640x360/smart/i835867.png)
O norte-americano Noland Arbaugh, de 30 anos, é o primeiro paciente da Neuralink a conviver com chip no cérebro. O implante cerebral está em operação há mais de 100 dias, e o jovem adulto sonha no que ainda poderá fazer. Entre os seus desejos, está controlar um robô da Tesla, o Optimus, com o poder da mente. Esta seria uma junção única de dois negócios de sucesso do bilionário Elon Musk.
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Com o sonho de comandar um robô com o poder da mente, Arbaugh vai mais longe do que o seu implante cerebral pode fazer hoje. No momento, ele consegue navegar na web e jogar no computador, incluindo partidas de xadrez ou mesmo uma corrida no Mario Kart, através do controle de um cursor do mouse.
"No momento, [a possibilidade do controle da mente] está apenas em um Macbook, mas eles [os cientistas da Neuralink] estão planejando mover [o controle] para outros dispositivos. Em breve, mudará para um telefone e continuaremos a partir daí [a evolução da tecnologia]”, detalha Arbaugh para a revista Wired.
Controlar robô da Tesla com a mente
Até o momento, não há planos de desenvolver formas de controle de um robô da Tesla, através do implante cerebral de Arbaugh No entanto, ele já mencionou esse desejo em uma reunião com a equipe da Neuralink.
“Seria muito legal se eu tivesse um robô Optimus [da Tesla] para que pudesse controlá-lo”, afirma Arbaugh. O humanoide "faria basicamente tudo por mim e seria um zelador”, acrescenta.
Se for possível sonhar um pouco mais longe, o primeiro paciente da Neuralink também deseja, um dia, se conectar a um carro da Tesla. Isso o permitiria se descolar, com facilidade, para diferentes locais.
Afinal, apesar dos avanços promovidos pelo chip no cérebro, uma das grandes questões do paciente é a falta de autonomia. Por causa do acidente que causou paralisia, ele não consegue fazer a maioria das atividades sozinho, como pegar um copo. Para isso, precisa ser auxiliado.
Independência de Noland Arbaugh
Na presente momento, o chip cerebral já permite pequenas vitórias na rotina de Noland Arbaugh. “[O implante no cérebro] me tornou mais independente e isso ajuda não só a mim, mas a todos que estão ao meu redor. Me faz sentir menos desamparado e menos [como se fosse] um fardo", pontua. “Acredito que o que a maioria dos tetraplégicos deseja é a independência", pontua.
Em busca dessa maior autonomia, o paciente topou ser o primeiro voluntário em um estudo experimental, sem nenhuma garantia dos resultados. Anteriormente, apenas testes em animais foram realizados.
"Eu não sabia se queria ser o primeiro a colocar isso na cabeça caso algo desse errado com o implante. E se ele quebrar ou parar de funcionar e eu só ficar com ele por um dia, uma semana? Achei que talvez outra pessoa devesse entender primeiro, e eu conseguirei a versão melhor", comenta.
Falha no implante cerebral
Recentemente, a equipe da Neuralink detectou o primeiro problema envolvendo o chip no cérebro: a retração de alguns fios do implante, o que reduziu a capacidade de controle do paciente em relação ao cursor do mouse.
Após duas semanas de “defeito”, foi possível ajustar o sistema para que ele conseguisse detectar a atividade cerebral, mesmo com menos eletrodos em operação. Aparentemente, isso tem funcionado. Há denúncias de que isso era uma complicação potencialmente conhecida.
Independente das denúncias, a Neuralink já recebeu autorização para instalar o segundo chip no cérebro de outro voluntário, avançando nos testes clínicos. Ainda é cedo para saber para onde essa tecnologia levará as pessoas.
Fonte: Wired