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OMS revela lista de fungos mais perigosos à saúde pública

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Outubro de 2022 às 19h10

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 Stephanie Rossow/CDC
Stephanie Rossow/CDC

A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou uma lista de patógenos fungais prioritários, ou seja, fungos que representam as maiores ameaças à saúde pública de todo o planeta atualmente. Tanto as mudanças climáticas quando a pandemia do novo coronavírus fizeram a ameaça de doenças fúngicas crescer, em contraste com poucos esforços e investimentos no combate a esses perigos.

Fungos mais perigosos

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Em comparação com o financiamento de pesquisas acerca de doenças bacterianas, parasíticas e virais, o orçamento dedicado aos fungos é muito pequeno. A lista da OMS busca chamar a atenção a esses patógenos, listando 19 dos mais perigosos aos humanos e destacando 4 cuja prioridade de se estudar é considerada crítica, especialmente por conta de potencial resistência antifúngica. São eles:

  • Aspergillus fumigatus — esse fungo espalha esporos no ar e afeta principalmente os pulmões dos pacientes. Infecção por ele pode ser fatal, matando em 47% a 88% dos casos. Ele vem criando resistência a alguns tipos de remédios antifúngicos;
  • Candida albicans — naturalmente encontrado no intestino e boca da maioria das pessoas, esse fungo tem potencial de causar infecções, principalmente em pacientes imunocomprometidos, como os soropositivos;
  • Cryptococcus neoformans — encontrado na natureza, especialmente em excrementos de aves, esse patógeno pode cruzar a barreira hematoencefálica, que protege o sistema nervoso central, e infectá-lo. Também é especialmente perigoso para pessoas com sistema imune enfraquecido;
  • Candida auris — um novo fungo resistente à maioria dos medicamentos antifúngicos. Um número consideravelmente grande de pacientes com casos graves de COVID-19 foi infectado com o patógeno no hospital.

Segundo os cientistas que elaboraram a lista, os fungos são patógenos infecciosos "esquecidos", que, embora possam causar doenças devastadoras, foram negligenciados por tanto tempo que já não compreendemos mais o tamanho do problema. Vindo na esteira da pandemia de bactérias resistentes a remédios antimicrobianos, as doenças fúngicas têm desenvolvido cada vez mais resistência a tratamentos, pressionando a saúde pública por todo o planeta.

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A lista foi elaborada por uma equipe de 30 pesquisadores da Austrália e da Nova Zelândia, que buscaram informações em mais de 6.000 artigos e recrutaram mais de 400 especialistas em micologia de todo o mundo. Isso ajudou a OMS a encontrar patógenos cujo estudo é mais prioritário e apontar um caminho que pesquisas futuras possam seguir.

Mortes e infecções crescentes

Mundialmente, infecções por fungos matam 1,7 milhão de pessoas todos os anos, mais do que a malária e a tuberculose, que também apresentam números crescentes. Superfungos resistentes à medicação, como a C. auris, proliferaram-se especialmente durante a pandemia do novo coronavírus, se apoiando nas temperaturas em alta da Terra, que permitem aos patógenos se espalhar por mais áreas e infectar mais pessoas.

Apesar disso, os fungos recebem menos do que 1,5% de todo o financiamento de pesquisa acerca de doenças infecciosas. No relatório da OMS, nota-se que isso não chega nem perto do suficiente para que consigamos entender e descobrir maneiras de combater esse crescente risco de saúde: não é de hoje, aliás, que a ciência tem avisado sobre os perigos dos fungos. Urge a atenção das autoridades e especialistas de saúde quanto a isso.

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Fonte: Scimex, Microbial Cell