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Giro da Saúde: bebê de oito membros; pílula antirressaca; apagão de remédios

Por| 10 de Julho de 2022 às 08h00

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DegrooteStock/Envato; demopicture/Envato; bondarillia/Envato
DegrooteStock/Envato; demopicture/Envato; bondarillia/Envato

Se você esteve em meio à correria e mal teve tempo de checar o noticiário de saúde e ciência na semana passada, não se preocupe: nós trazemos uma seleção dos principais destaques noticiados aqui no Canaltech! Entre eles, temos um raríssimo caso de um bebê que nasceu com dois pares extras de membros, totalizando quatro braços e quatro pernas, na Índia. E, ainda mais raro que isso: o mundo viu, pela primeira vez, um caso de "assobio escrotal", relatado por um americano de 72 anos. Veja estas e outras notícias agora mesmo, no Giro da Saúde!

Bebê indiano nasce com quatro braços e quatro pernas

Um bebê de quatro braços e quatro pernas nasceu há uma semana, em Hardoi, na Índia, com uma característica bastante incomum: um par extra de braços e outro de pernas, todos presos ao estômago. A condição congênita é conhecida na literatura médica como polimelia, e é bastante rara.

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A maioria das crianças com polimelia têm cerca de cinco membros, sendo apenas um extra. No caso do bebê de oito membros, os braços e pernas extras não necessariamente poderiam ser utilizados durante sua vida. Por conta da religião dos habitantes locais, o bebê foi considerado como um "milagre": ele foi citado como uma reencarnação da deusa hindu Lakshmi, que representa a fortuna — e também possui quatro braços.

Para ver imagens do bebê, assista a este vídeo.

Pílula antirressaca e as brechas do estudo

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A tal pílula antirressaca deu o que falar na última semana, mas provavelmente há controvérsias no estudo que fizeram sobre ela. Antes de falar sobre o estudo, vamos relembra o que é a pílula: desenvolvida pela empresa farmacêutica De Faire Medical e pelo Instituto de Ciência e Saúde Pfützner, na Alemanha, a pílula Myrkl é um suplemento, e não um medicamento, que deve ser ingerido pelo menos duas horas antes do primeiro gole de bebida alcoólica. Ele é vendido online no Reino Unido, e uma caixinha de 30 cápsulas custa 30 libras (o equivalente a 195 reais, em conversão direta).

Embora tudo pareça funcional e promissor, um pequeno estudo, com apenas 24 voluntários, causou discussões internet afora e também no meio acadêmico e científico. Isso porque os voluntários consumiram uma quantidade de álcool considerada baixa para ser comparada com uma noite de bebedeira: apenas dois drinks. Isso significa que, segundo especialistas, estudos mais complexos devem ser desenvolvidos para comprovar a eficácia do suplemento. Outra questão é o fato do estudo ser financiado pela própria empresa fabricante da Myrkl.

Por que o Brasil está sofrendo um "apagão" de remédios?

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A falta de remédios nas farmácias e hospitais brasileiros está causando preocupações e inúmeras reclamações nas redes sociais. A dificuldade em encontrar medicamentos básicos como analgésicos, antialérgicos e antibióticos tem deixado muita gente em desespero na hora de tratar uma doença.

O que acontece é que o Brasil produz apenas 5% do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) usado em remédios e depende de importações para suprir todo o restante da demanda. Segundo um relatório do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), entre as justificativas para esse apagão nas farmácias estariam a alta na demanda de forma não esperada, falhas do fornecedor e preços muito altos. Na questão da produção, ainda devem ser consideradas outras variantes, como a alta do dólar, do combustível e da energia, o que eleva o preço geral.

Primeiro caso de assobio escrotal do mundo

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Um idoso de 72 anos relatou o que a medicina diz ser o primeiro caso de assobio escrotal do planeta. O caso ganhou a mídia internacional após o americano passar por uma cirurgia de epididimite, na qual foi necessário abrir uma incisão no saco escrotal para realizar o tratamento. Com histórico de pneumotórax e relatando falta de ar, o homem literalmente assoprava por meio da incisão no escroto, causando um ruído semelhante a um assobio. A condição de pneumoescroto (ar no saco escrotal) por si já é rara, mas nunca foi relatado um caso na medicina que contasse com escape de ar da região a ponto de formar sons.

A ferida estava permitindo que o ar do pneumotórax escapasse do compartimento abdominal do paciente, num caso único combinando problemas pulmonares com o restante do corpo. Após exames, a equipe médica ainda descobriu que não só o tórax, como também o abdome, o períneo e todo o escroto do paciente estavam repletos de ar.

Foi realizado um tratamento, com a inserção de um tubo em cada lado do corpo do homem e pequenos drenos de ar subcutâneos, o que permitiu tirar o ar dos pulmões do homem e dos tecidos por baixo da pele. No entanto, o ar da virilha e das coxas foi um pouco mais insistente, e o paciente deve de passar por uma segunda cirurgia escrotal para retirá-lo.

Cientistas recomendam guardar cocô para transplante fecal

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Você certamente já ouviu falar de preservar células-tronco para usá-las em nosso favor no futuro, certo? Pois bem, agora cientistas estão debatendo a possibilidade de preservar amostras de fezes para usarmos na velhice, com o objetivo de tratar o microbioma intestinal de quem vier a desenvolver alguma doença.

O microbioma do intestino nada mais é que um vasto conjunto de bactérias, vírus, fungos e protozoários muito bem diversificado. A atividade deles é muito benéfica para o organismo, e alterar a flora intestinal pode fazer mal ao organismo. Algumas evidências científicas associam estas alterações com maior incidência de asma e de diabetes e até Parkinson, por exemplo.

Com o transplante de fezes, os cientistas visam "rejuvenescer o microbioma intestinal humano através de um banco de fezes e transplante autólogo de microbiota fecal, ou seja, coletar amostras de fezes dos hospedeiros em uma idade mais jovem, quando eles estão em ótima saúde, e criopreservar as amostras em um banco de fezes para o próprio uso futuro dos doadores", a fim de evitar algumas doenças que, hoje, já são relacionadas com a alteração dessa microbiota. No entanto, apesar da ideia parecer boa, ainda faltam muitos estudos que a comprovem. Uma das questões que ainda precisam ser debatidas, por exemplo, é a possibilidade de restaurar a microbiota intestinal de pessoas que vivem em sociedades industrializadas.

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Fonte: The Independent, Myrkl, CRF-SPAmerican Journal of Case Reports, Cell