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Review Apple iPhone SE 2020 | O baratinho da Apple ainda com fôlego em 2021

Por| 22 de Abril de 2021 às 17h00

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Ivo/Canaltech
Ivo/Canaltech

Há cerca de um ano, a Apple fez o inesperado: voltou com a linha iPhone SE com o objetivo de emplacar num mercado que ela está longe de alcançar: o dos celulares mais acessíveis. É claro que ela não visa concorrer com celulares de entrada, mas apenas quer trazer novos usuários para seu ecossistema, muitos dos quais não podem ou não estão dispostos a pagar o valor de um iPhone top de linha, que em geral chegam na faixa dos 700 ou 800 dólares.

Lançado pouco tempo depois do iPhone 11, a segunda geração do iPhone SE chegou em meio à pandemia, algo que a Apple na época alegou que era sua estratégia para levar mais celulares a mercados emergentes, mas que no fundo a gente sabe que o ponto principal é popularizar ainda mais o seu celular, o que, por um acaso, coincide de ser um produto que vende bem em países como o Brasil. Bom, a propaganda é a alma do negócio e eles sabem bem disso.

A venda em massa de iPhones é uma missão impossível para qualquer versão principal da linha — já que as famílias iPhone X, iPhone 11 e iPhone 12 miram num público exigente e disposto a investir um valor elevado em smartphone —, mas algo até concebível para um dispositivo que ainda mantém a qualidade da marca e com preço mais modesto na faixa dos 400 dólares.

Além do atrativo do preço para fisgar novos usuários, o iPhone Special Edition tem uma configuração bem robusta, uma tática clara da Apple para manter a fidelidade de consumidores que gostam de seus aparelhos e pensam em aposentar seus celulares antigos (considere aqui iPhone 8 e todos os modelos anteriores), mas sem necessariamente migrar para os aparelhos de telas gigantes.

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Aliás, falando neste tópico, um diferencial muito apregoado é justamente o tamanho reduzido do produto, que o colocam como uma das melhores (e raras) opções para quem gosta de produtos compactos de verdade: com dimensões reduzidas para acomodar o aparelho em qualquer bolso, peso pena e tela que dá para usar com uma única mão.

Bom, todos esses pontos já ficaram claros e a gente até fez um review bem longo do iPhone SE no nosso canal do YouTube. No entanto, faltava esse complemento textual e, além disso, o momento agora é muito apropriado para gente falar novamente do iPhone SE 2020. Afinal, o smartphone “baratinho” da Apple completou um ano de mercado no dia 15 de abril de 2021, assim, fica a questão: vale a pena usar o iPhone SE de segunda geração em 2021?

Aproveito para esclarecer que eu especificamente escolhi fazer este review (com uma opinião detalhada de uso) do iPhone SE, pois eu tenho o produto e faço uso diário dele ao longo de mais de 6 meses. Dessa forma, esta não é só uma análise geral do aparelho, mas uma opinião mais detalhada do que você pode esperar em questão de desempenho e de bateria, que muitos já sabem que é um ponto criticado neste smartphone. Sem mais delongas, vamos lá!

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Prós

  • Desempenho absurdo
  • Compacto e leve
  • Fotos de boa qualidade
  • O iPhone mais “acessível”

Contras

  • Bateria de baixa duração
  • Câmera frontal não faz vídeos em 4K
  • Design datado
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Design e Construção

Vamos começar falando de um dos pontos mais importantes e talvez que gerou debates no lançamento do iPhone SE 2020: as características visuais. Abordar o design deste aparelho é como relembrar de todos os aspectos elogiados e criticados no iPhone 8, lançado lá em 2017, uma vez que o aparelho é praticamente idêntico.

Talvez, as únicas mudanças perceptíveis estão na parte traseira, que no iPhone SE tem o ícone da Maçã realocado para a parte central e o nome iPhone removido, e nas bordas ao redor da tela, que no iPhone SE sempre tem a cor preta – enquanto havia alguns modelos do iPhone 8 que tinham esse detalhe na cor branca.

O acabamento é exatamente o mesmo, com a mesma proteção de vidro na parte traseira, os mesmos detalhes das antenas e todos os mesmos conectores e saídas de som. As laterais? Sim, também são iguais em alumínio aeroespacial. Já nas cores disponíveis, a Apple oferece o iPhone SE em versões branca, preta e vermelha. A única variante que ficou de fora é a dourada, também conhecida como gold rose.

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No mais, você pode esperar exatamente as mesmas medidas, o que é ótimo para quem tem o iPhone 8 (e quer reaproveitar capinhas) ou para quem tem outros modelos e vai poder aproveitar todas as capas de iPhone 8 para personalização. O peso também é o mesmo, com 148 gramas, sendo um aparelho extremamente leve e confortável para uso prolongado, e isso mesmo com uma única mão.

Bom, podemos avaliar design de diversas formas: gosto pessoal, questões de ergonomia e inovação. Assim, pensando em questões de estrutura, o iPhone SE acerta precisamente, já que ele retoma uma característica difícil de manter em dispositivos de dimensões avantajadas. Para algumas pessoas, um celular menor vai caber melhor na mão e facilitar o uso no dia a dia. É uma questão de anatomia e não há opinião que mude o fato de que este smartphone ganha pontos pelo design compacto.

E já pensando do ponto de vista de inovação, o iPhone SE 2020 obviamente perde toda sua moral, pois ele não tem nada de novo, já que é literalmente um projeto de 2017 que recebeu mudanças internas. Novamente, para quem acha este visual bonito, não é a falta de inovação que vai impedir alguém de optar pelo aparelho.

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Agora, se a ideia é chamar a atenção dos usuários do iPhone 8, aí o design pode ser um fator limitador, já que muitos usuários do iPhone 8 podem estar em busca de novidades. Nesse caso, se a pessoa quer inovação e ainda quer um produto compacto, ela pode optar pelo iPhone 12 mini, o que implica num investimento mais alto, é claro.

Já para quem não teve o iPhone 8 ou quer experimentar seu primeiro iPhone, o visual do produto pode ser uma característica positiva, pois mesmo com alguns anos de mercado, ele ainda tem seu apelo de luxo. Isso sem contar a qualidade de construção, que inegavelmente é de primeira!

Para os mais desastrados, vale pontuar que o iPhone SE 2020 tem proteção IP67, que não é a mais elevada do segmento, mas que é suficiente para eventuais acidentes. Com esta certificação, ele é totalmente resistente a poeira e pode ficar submerso em até 1 metro de água doce por no máximo 30 minutos.

Particularmente, eu uso o iPhone SE 2020 como meu segundo aparelho e eu tive algumas dificuldades para adaptação no uso do produto, já que meu smartphone principal é o Galaxy Note 10+. Todavia, as minhas complicações não foram ergonômicas, mas sim por conta da tela, que vou comentar posteriormente. Em questão de pegada e conforto, o iPhone SE realmente se destaca. É fácil e gostoso de usar este celular.

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Tela

É inegável que a Apple sempre caprichou na tela de seus smartphones, porém há algumas considerações particulares a fazer para o novo iPhone Special Edition. Assim como no tópico anterior, poderíamos relembrar de todos os prós e contras do display do iPhone 8, pois o iPhone SE 2020 tem exatamente o mesmo visor, com tecnologia, dimensões, resolução e características idênticas.

Estamos falando de uma tela de 4,7 polegadas com resolução de 750 x 1334 pixels, o que resulta em uma densidade de 326 pixels por polegada. A tecnologia do display do iPhone SE é IPS, com proporção de contraste de 1.400:1, brilho máximo de 625 nits e características como True Tone e ampla tonalidade de cores (P3).

E aqui já podemos separar esse tópico em diferentes pontos. Sobre o tamanho, mais uma vez caímos em questões particulares de cada usuário. Afinal, enquanto algumas pessoas preferem 6,9 polegadas, outras buscam realmente dimensões reduzidas, o que faz desta telinha de 4,7 polegadas uma boa opção. Então, isso realmente vai de acordo com o gosto de cada pessoa.

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Como eu comentei no item anterior, eu realmente tive dificuldades para me adaptar com a tela do iPhone SE 2020, ainda mais mexendo simultaneamente em outro smartphone com tela muito maior. O ponto é que há uma clara diferença na disposição dos ícones, no tamanho de fontes e em outros fatores. Hoje, eu já estou bem acostumado, porém eu acho que prefiro as telas um pouco maiores (não que precise ter quase 7 polegadas também). Então, se você vai sair de um celular gigante e pegar este iPhone, esteja preparado para um choque no display.

Feito esses parênteses, vamos falar de resolução. Em geral, a Apple foca seus produtos na experiência de uso e não nos números, de modo que ela utiliza a densidade de pixels como padrão para entregar qualidade. Então, enquanto alguns podem ter a opinião de que esta é uma resolução baixa para os padrões atuais, a Apple tem um argumento: o iPhone SE 2020 tem a mesma densidade de pixels do iPhone 11, logo ele é um produto que vai entregar boa definição de conteúdo para o usuário.

De fato, esse raciocínio da fabricante faz sentido, algo que é comprovado no dia a dia. O iPhone SE de segunda geração entrega boa qualidade para o uso geral do sistema, bem como não fica devendo nada na qualidade de reprodução de filmes ou gráficos dos jogos. Outros celulares têm maior densidade de pixels? Sim. Faz muita diferença? Talvez não tanta. Todavia, se você é fã de números e quer o máximo em especificações, este iPhone não é para você.

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Sobre a tecnologia, é de conhecimento geral que os painéis IPS não conseguem entregar as mesmas taxas de contraste, saturação e brilho de componentes concorrentes do tipo AMOLED. Assim, o iPhone SE 2020 não é um produto inovador. Em favor do aparelho, há a seguinte constatação: ele não leva a bandeira da inovação, já que o ponto é manter o preço baixo. E só para constar, o iPhone 11 também usa display IPS — e isso não necessariamente é um demérito. Então, nada de errado no painel deste celular.

Aproveitando o ensejo, quando falamos em qualidade e fidelidade de cores, a tela do iPhone SE 2020 entrega exatamente a mesma imagem que a tela do iPhone 8, o que é ótimo. Mesmo não conseguindo reproduzir tons escuros mais profundos (já que não temos pixels que se apagam totalmente como no AMOLED), a Apple fez um ótimo trabalho no projeto deste display.

O contraste é muito bom e o elevado nível de fidelidade de cores garante ótimas imagens. Isso sem contar na iluminação de 625 nits, o que é bem elevado e garante boa utilização em quase qualquer situação e ambiente. Seja para filmes, editar imagens ou usar apps em geral, você terá uma ótima e confortável experiência visual.

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Vale pontuar que o iPhone SE não tem tecnologia HDR no display, porém é bom esclarecer que a Apple garante a reprodução de vídeos com Dolby Vision, HDR 10 e HLG, algo que já é possível desde o iPhone 8. Ainda que sejam compatíveis com alguns poucos conteúdos, elas garantem cores mais profundas em alguns filmes, o que melhora muito a experiência. E sempre tem aquela máxima: recursos adicionais sempre são bem-vindos.

Falando em tecnologias de tela ainda, a única diferença que há entre o iPhone SE 2020 e o iPhone 8 é a ausência do recurso 3D Touch no modelo mais recente. O ponto é que a Apple removeu esta característica de todos os seus produtos mais novos, então não é surpresa que o iPhone SE de segunda geração também venha sem tal funcionalidade. Sinceramente, não há prejuízos nesse ponto.

Configuração e desempenho

Bom, já ficou claro que a Apple realmente poupou esforços no projeto do iPhone SE 2020, já que ele aproveita quase tudo do iPhone 8, porém chegamos ao aspecto que faz ele brilhar: o hardware. O iPhone SE de segunda geração é como um iPhone 8 por fora, mas com hardware de iPhone 11 por dentro. Ele é um híbrido para quem busca performance, longevidade e um tamanho compacto.

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O processador do iPhone SE 2020 é o Apple A13 Bionic. Trata-se de um chip fabricado com litografia de 7 nanômetros, o que permite mais componentes (e assim maior performance) num mesmo espaço. Ele tem seis núcleos, com dois núcleos de alta performance operando em 2,65 GHz e quatro núcleos de alta eficiência rodando a 1,8 GHz.

A Apple nem divulga tais números, pois eles pouco representam para seus consumidores, sendo que ela foca em dois pontos importantes: 1,4 vez maior desempenho em CPU e até 2 vezes melhor performance em GPU, quando comparando o A13 Bionic com o A11 Bionic (o chip do iPhone 8).

E, de fato, frequência e outros parâmetros não podem ser utilizados para comparação entre produtos da linha iPhone e outros celulares que usam o sistema operacional Android, por exemplo, pois a otimização (ou seja, o aproveitamento dos recursos do processador) é completamente diferente. Inclusive, é perfeitamente normal que um iPhone ganhe facilmente em números de benchmarks, o que prova que esses aparelhos têm muito poder para suas tarefas diárias.

Vale mencionar que no lançamento do iPhone SE 2020, o A13 Bionic era o que existia de mais potente na linha de smartphone de Apple. Hoje, o iPhone 12 já apresenta melhorias com o A14 Bionic, mas isso não significa que o modelo SE seja defasado ou que não entregue mais uma boa performance. Muito pelo contrário, o que você pode esperar é ótimo rendimento para absolutamente qualquer tarefa e um bom desempenho no longo prazo.

Caso você esteja se perguntando: quais games eu posso curtir no iPhone SE 2020? A resposta é bem simples: absolutamente todos os jogos compatíveis com este modelo vão rodar com um desempenho extremamente satisfatório. Eu testei títulos como FreeFire, Genshin Impact, Shadow Fight 3 e Asphalt 9 Legends, que são jogos populares e relativamente exigentes. Todos os títulos rodaram sem qualquer dificuldade e com gráficos de altíssima qualidade, então joguinhos mais leves não apresentarão qualquer desafio para o hardware deste smartphone.

O chip A13 Bionic até roda com folga qualquer jogo neste aparelho, pois ele foi projetado para executar games com resoluções mais altas no iPhone 11. Assim, se pensarmos que a resolução do iPhone SE 2020 é bem menor, isso alivia a carga de processamento para o chip gráfico ou ao menos permite sempre usar os melhores padrões de qualidade e também obter melhores taxas de quadros por segundo.

Uma das críticas ao iPhone SE 2020 é a limitação de apenas 3 GB de memória RAM. A questão é: isto é um problema? Bom, não exatamente. O fato é que a memória instalada é suficiente para a proposta do aparelho. Você pode manter vários apps abertos ao mesmo tempo, que o celular entrega bom desempenho e não perde dados no multi tarefa, ou seja, ao alternar de um software para outro, tudo continua do mesmo ponto.

Interessante pontuar que o iPhone SE tem 3 GB de memória RAM (a mesma quantidade do iPhone XR), sendo então 1 GB de memória adicional no comparativo com o iPhone 8, o que comprova novamente que, quando falamos em hardware, a Apple realmente reestruturou a nova versão. Já num comparativo com o iPhone 11, o Special Edition tem 1 GB a menos, porém ele também tem menor resolução, o que impacta diretamente no consumo de recursos, de modo que o desempenho deve ser muito similar.

Para armazenamento, o iPhone SE de segunda geração chega em versões de 64 GB, 128 GB ou 256 GB. Como sempre, cabe ao usuário definir antes da compra a quantidade de espaço que pretende utilizar, pois o produto não tem espaço para cartão de memória.

Câmera

Em questão de câmera, um olhar rápido mostra que o iPhone SE 2020 é idêntico ao iPhone 8, já que ambos possuem apenas uma câmera na parte traseira. Essa característica de ter apenas a lente grande angular é uma característica bem rara em 2021, sendo mais comuns em celulares de entrada. Se a gente considerar que o iPhone SE de segunda geração é o modelo de entrada da Apple, tal aspecto não é exatamente uma surpresa.

Vale pontuar que ter uma única câmera não é um defeito, já que a grande maioria das pessoas possivelmente vai usar a grande angular para quase todas as fotos. No entanto, a ausência de ao menos mais uma lente pode ser um aspecto decisivo para usuários que buscam maior versatilidade, já que é bacana ter uma lente extra para outras situações, como ao utilizar zoom sem distorções ou ao tentar captar mais cenário sem precisar se deslocar fisicamente.

Bom, tirando esse detalhe de lado, já faz um bom tempo que a Apple aposta em sensores de 12 MP, sendo algo que não muda no iPhone SE 2020. Com isso, este modelo teoricamente tem a mesma qualidade de captação que o iPhone 8, porém, levando em conta apenas números, podemos dizer que também tem a mesma qualidade então do iPhone 11, que também tem 12 MP e abertura de f/1.8.

Na prática, contudo, uma câmera de celular não é feita apenas de sensor e lente, sendo que o processador de imagem é algo que conta muito, eis aqui o ponto em que o iPhone SE 2020 supera o iPhone 8, já que ele tem os recursos avançados de hardware e software do Apple A13 Bionic — logo, você pode esperar resultados similares ao do iPhone 11.

As vantagens são nítidas: o iPhone SE 2020 tem um HDR aprimorado, modo retrato com efeito bokeh (que deixa o fundo da imagem desfocado), controle de profundidade e seis efeitos para utilização no modo retrato. Isso é um grande avanço num comparativo com o iPhone 8, ainda mais se considerarmos que o SE consegue este resultado sem uma lente auxiliar. Como isso é possível? Através de recursos de inteligência artificial.

Por outro lado, o iPhone SE não tem todos os recursos do iPhone 11, então não espere fotos tão incríveis no modo noturno, porém com um pouco de dedicação é possível fazer alguns cliques de qualidade. E se você quiser melhorias para tais situações, eu sugiro usar o app Nightmode, que pode ser bem útil para alguns registros “mais estáticos”.

Para quem nunca usou iPhone, a qualidade de fotografia deve impressionar, sendo que o software da Apple exige pouco ou nenhum ajuste por parte do usuário, em geral basta apontar e bater a foto para ter bons resultados. Há muitas opções para edição de imagens, mas não espere uma grande gama de configurações na hora da captura.

Vale ressaltar que o modo com fundo desfocado só pode ser utilizado no iPhone SE para fotos com pessoas. Se você quiser fazer a foto de um objeto com fundo desfocado, tal opção não está disponível, ainda que seja possível . Não parece ser uma limitação do hardware, pois é possível fazer cliques desse tipo com apps como o Halide Mark II ou o Focos — esse último permite fazer diversos ajustes de foco após a captura.

Pensando em vídeos, este aparelho entrega gravação em 4K a 60 frames por segundo com estabilização óptica. E, novamente, ele perde para o iPhone 11 por não fazer vídeos em HDR com 60 fps, mas ao menos há opção de alcance dinâmico em 30 fps.

A mesma limitação de opções vale para os vídeos, ou seja, há algumas opções, mas o app padrão de câmera do iPhone não permite controlar ISO, balanço de brancos, bitrate e outros detalhes. Assim, caso você necessite controlar todos os parâmetros de gravação de vídeos, é recomendado usar softwares de terceiros. Particularmente, eu utilizo o app Mavis, que tem até mesmo um controlador para o Apple Watch.

Agora falando em câmera frontal, o iPhone SE 2020 tem um sensor de 7 MP com abertura de f/2.2 para as selfies. Ela é suficiente para garantir qualidade Full HD nos vídeos, pois inclusive tem estabilização de vídeo (função ausente no iPhone 8). Para fotos, a câmera frontal também é compatível com o modo retrato, fazendo ótimos cliques, sendo que você pode aplicar diferentes efeitos e ajustar o efeito de profundidade de campo na edição.

Certamente, os resultados estão abaixo de vários concorrentes e do próprio iPhone 11, mas a Apple realmente não fez grandes alterações para poupar trabalho. Então, fica a crítica: a Apple errou nesse ponto, pois poderia incluir um sensor de maior resolução, para já gravar em 4K.

Sistema de Som

Na parte de áudio, o iPhone SE 2020 traz um conjunto de som estéreo com alto-falantes de ótima qualidade. O nível de volume é excelente para reprodução de músicas, filmes ou jogos. Além disso, vale destaque para a equalização, em que é possível discernir claramente os tons médios e agudos, bem como sentir um reforço nos graves.

Como de praxe, o iPhone SE 2020 não tem conector de fones de ouvido, algo que a Apple foi pioneira na remoção ainda lá no iPhone 7. Com isso, você deve se contentar com o fones que usam a entrada Lightning ou usar modelos com tecnologia Bluetooth.

Diferente do iPhone 11, o Special Edition não conta com a tecnologia Dolby Atmos, que garante um som espacial para conteúdos específicos. Apesar de não ser um padrão de mercado, a inclusão desta novidade seria mais um motivo para optar pelo iPhone SE, bem como seria um adicional interessante para combinar com o Dolby Vision da tela.

Bateria e Carregamento

Agora, chegamos no “calcanhar de Aquiles” do iPhone SE 2020: a bateria. Se você é uma pessoa que passa o dia todo nas redes sociais, contabilizando mais de 10 horas de uso, é muito provável que este celular não poderá atender suas demandas. Infelizmente, a Apple não mexeu no componente energético deste modelo, de forma que temos a mesma bateria do iPhone 8, mas num aparelho que pode usar mais recursos em determinadas situações.

Essa questão da autonomia de bateria pode ser um pouco confusa, então vamos explicar com calma. Em teoria, a bateria pode ter sua duração prolongada com processadores mais avançados, o que nos levaria a conclusão óbvia de que o A13 Bionic de 7 nanômetros poderia poupar energia e entregar mais tempo de uso ao usuário se comparado ao A11 Bionic de 10 nanômetros.

Todavia, a utilização de bateria depende muito de quais componentes estão ativos e o que a Apple fez no A13 Bionic foi incluir maior poder de processamento. Isso não significa necessariamente que ele está rodando em velocidade máxima o tempo todo, nem que todos os recursos adicionais estão ativos. Contudo, nem todos os apps para iPhone são extremamente otimizados, sendo que o tempo de bateria pode variar muito de acordo com sua utilização.

Falando em números, a bateria do iPhone SE 2020 tem capacidade de apenas 1.821 mAh. O número pode chocar negativamente, uma vez que temos outros tantos smartphones com 5.000 mAh disponíveis no mercado. Todavia, não é possível ter uma real noção com base apenas neste dado. Não se engane, mesmo tendo um componente de baixa capacidade, a bateria do iPhone SE de segunda geração não é tão ruim, mas também não é incrível.

A crítica é perfeitamente cabível: num tempo em que as pessoas aumentaram consideravelmente o uso de redes sociais, vídeos e jogos, a bateria de um iPhone (mesmo o mais simples e barato) deveria ter recebido um incremento de capacidade e autonomia. Em vez disso, a Apple continua focando no fato de que ela pode entregar até 8 horas de reprodução em streaming. Talvez para muitos usuários seja suficiente, mas para outros pode ser um tempo curto.
Bom, conforme eu comentei, eu tenho este modelo como um aparelho pessoal e já fiz diversos testes ao longo dos últimos 6 meses. Primeiro, confira os parâmetros e resultados para streaming:

  • Teste número 1: Streaming de série na Apple TV+ com brilho da tela ajustado para 20%. Resultado: 1 hora de reprodução consome aproximadamente 9% de bateria. Estimativa total de uso: aproximadamente 10 horas.
  • Teste número 2: Streaming de série na Apple TV+ com brilho da tela ajustado para 50%. Resultado: 1 hora de reprodução consome aproximadamente 11% de bateria. Estimativa total de uso: aproximadamente 8 horas (comprovando o número oficial da Apple).

Vale notar que se você baixar os vídeos previamente, a duração da bateria para reprodução de vídeos offline pode ser de cerca de 12 ou 13 horas. Além de vídeos, eu também fiz testes com jogos, veja os parâmetros e resultados:

  • Teste número 3: Execução do jogo Oceanhorn com brilho da tela ajustado para 20% de brilho. Resultado: 1 hora de gaming consome aproximadamente 15% de bateria. Estimativa total de uso: aproximadamente 6 horas.
  • Teste número 4: Execução do jogo FreeFire com brilho da tela ajustado para 50% de brilho. Resultado: 1 hora de gaming consome aproximadamente 16% de bateria. Estimativa total de uso: aproximadamente 6 horas.

É importante apontar que variações na autonomia podem ocorrer conforme o jogo em execução, o nível de brilho da tela, o uso da rede, outros apps em execução em segundo plano. Todos os testes que eu fiz foram realizados em rede WiFi, com Bluetooth ligado, Apple Watch sincronizado com o iPhone e recursos de localização ativados.

E falando nessas diferenças, para ter uma noção mais avançada da duração exata de bateria, eu fiz um teste mais severo e complexo com redes sociais, streaming de vídeos e outras tarefas com uso contínuo. Confira os detalhes e os resultados:

  • Teste número 5: Navegação online (Instagram, Facebook, Twitter, Messenger, WhatsApp) com brilho da tela ajustado para 50% de brilho e em rede WiFi. Resultado prático: 8 horas e 4 minutos de uso constante. Tempo de tela desligada: 7 minutos. Bateria restante: 7%.

Como você pode ver, não se trata de uma estima, mas de um resultado prático, em que eu fiquei navegando por mais de 8 horas seguidas. Novamente, fica a observação de que esse tempo vai variar conforme os apps que você utilizar, brilho da tela e o tipo de rede sem fio. No entanto, este teste deixa claro que a bateria precisará ser carregada ao menos uma vez no dia caso você queria navegar por mais de 10 horas.

Aproveitando ainda o tópico de bateria, vale constatar um aspecto importante quanto à degradação do componente energético ao longo do tempo. A bateria é um componente que trabalha com uma reação química constante e, conforme você vai utilizando, é normal que ela perca sua capacidade de recarga máxima, devido ao desgaste natural dos componentes.

Muitas fabricantes não fornecem esta informação, mas a Apple revela como está a “saúde” da bateria. Como eu já estou usando o celular há 6 meses, eu acho válido passar esse registro neste review. E só para dar uma noção, eu faço uso intenso do produto: com gravação de muitos vídeos em 4K e dezenas de testes descarregando a bateria de 100% até quase zero. Bom, após 6 meses de uso diário, a bateria do iPhone SE 2020 mostra uma capacidade máxima de 95%, ou seja, você pode esperar uma autonomia reduzida com o passar dos anos.

Sobre o carregamento, o tempo de recarga varia conforme a fonte de energia e, como você já deve saber, os atuais modelos do iPhone SE 2020 não trazem carregador na caixa, assim você fica livre se prefere comprar o carregador padrão de 5 watts ou o modelo de 20 watts. Segundo a Apple, com o carregamento rápido, é possível recarregar até 50% de bateria em apenas 30 minutos.

Para esta análise, os testes de recarga foram realizados com o carregador padrão, sendo que leva cerca de 2 horas e 10 minutos para recarregar a bateria de 7% até 100%, então pode colocar 2 horas e 20 minutos para a recarga completa. Vale notar que o iPhone SE é compatível com carregamento sem fio, então mais um ponto positivo aqui no produto.

Aspas do Analista

O iPhone SE 2020 é poderoso, elegante e compacto, entregando ótima experiência do sistema e boa qualidade em fotografia. A opção certa para quem busca um celular da Apple barato e atualizado.

Concorrentes Diretos

Agora que falamos dos prós e contras do iPhone SE 2020, vale uma reflexão sobre quais modelos concorrem com o produto, assim você pode ter uma noção de quais dispositivos concorrem e quais podem ter alguns pontos mais interessantes. Os modelos que julgamos como os atuais concorrentes são o iPhone 8, o iPhone XR e o Galaxy S10e.
Começando pelo iPhone 8, você deve ter percebido neste texto que ele e o iPhone SE são a cara um do outro, bem como se equivalem em som, imagem e bateria. Assim, o grande diferencial entre eles consiste no hardware, sendo que o iPhone SE tem 50% mais memória RAM e uma CPU mais poderosa.

Na teoria, o novo iPhone SE terá uma vida mais longa e próspera (olha a referência aí), já que vai ter updates por mais tempo, bem como folga de desempenho em vários apps. Na prática, o iPhone 8 ainda roda muito bem os apps, então as diferenças só devem ser perceptíveis em poucos games. Além disso, o iPhone SE leva uma pequena vantagem em fotos. Opte pelo iPhone 8 se você não se preocupa com esses quesitos e se você quer economizar (em geral, o ele custa R$ 200 ou R$ 300 a menos).

Já o iPhone XR não é uma opção para quem busca um smartphone compacto e leve, já que ele tem a tela bem maior (o que impacta nas dimensões) e pesa quase 200 gramas. Além disso, o iPhone XR tem a CPU de geração anterior (o A12 Bionic) e não tem o Touch ID (o que pode ser um fator complicado nessa época de pandemia, uma vez que fica complicado realizar o desbloqueio facial com máscara).

Por outro lado, o iPhone XR leva vantagem num aspecto muito relevante para vários usuários: a bateria. Com um componente energético de 2.942 mAh, ele consegue até 3 horas adicionais de reprodução de vídeo (segundo informações da Apple). Todavia, ele também custa um bocado a mais que o iPhone SE 2020. Na data de publicação deste artigo, a diferença de preço era de quase R$ 800.

Já se você quer apenas um celular premium e compacto, mas não necessariamente um iPhone, uma alternativa interessante é o Samsung Galaxy S10e, que tem medidas levemente maiores, mas eles possivelmente devem entregar o mesmo nível de conforto na utilização. O modelo da Samsung se sobressai em questão de tela, que é maior e com tecnologia AMOLED.

Em questão de câmera, o Samsung Galaxy S10e pode ser mais versátil ao trazer uma segunda lente, porém isso não significa que as fotos na grande angular sejam melhores. Já em hardware, mesmo tendo “menos” (no caso, metade da memória RAM), o iPhone SE tem um desempenho bem superior, já que ele é mais otimizado.

Por fim, A Samsung promete até 14 horas de bateria para navegação em WiFi, o que é bem mais do que conseguimos no iPhone. Os preços são bem parecidos (no dia da publicação, o Samsung custava cerca de R$ 100 a mais), então este Galaxy pode ser uma opção mais sensata para quem não faz questão de ter um iPhone.

Conclusão

Muita gente desacreditou que a proposta do iPhone SE de segunda geração teria sucesso em 2020, porém os números de vendas da empresa Omdia revelam que ele foi o segundo celular mais vendido no ano passado, com mais de 24 milhões de unidades comercializadas, o que o coloca atrás apenas do iPhone 11.

Isso quer dizer o que? Absolutamente nada para quem está comprando um smartphone, mas prova que a Apple acertou na tendência: muita gente ainda quer um aparelho compacto. E, se você for uma dessas pessoas, o iPhone SE se provou um bom produto em 2020 e continua sendo uma opção interessante em 2021.

Aliás, se você gostou do iPhone SE 2020, vale conferir os melhores preços para ele no Brasil pelo link abaixo:

Conforme os pontos abordados em nosso review, fica claro que ele esbanja desempenho e entrega boa experiência no dia a dia, tendo como principal desvantagem apenas a bateria, que talvez não atenda às necessidades de quem passa o dia todo nas redes sociais. Ele poderia usar alguns outros recursos do iPhone 11, mas a Apple parece ter feito limitações justamente para separar as classes de iPhone.

No mais, não temos como critica a proposta do aparelho, pois mesmo que algumas pessoas julguem que 4,7 polegadas já é um tamanho apertado, a resposta dos consumidores mostra que o display pequeno ainda é satisfatório para muita gente. Da mesma forma, a questão da câmera não é uma limitação severa, mas é óbvio que este não é o modelo mais versátil para quem quer fazer fotos com zoom óptico, por xemplo.

Por fim, mas não menos importante, é bom ressaltar que este é o iPhone mais barato lançado pela Apple nos últimos tempos, o que a coloca para competir diretamente com vários modelos de Android. Ainda que algumas decisões na concepção do produto sejam controversas, fica claro que a fabricante acertou no preço, atraindo muitos novos consumidores.

Como usuário do produto, eu particularmente recomendo a compra para quem quer qualidade, longevidade e alto desempenho. Para o meu uso, por exemplo, a bateria de autonomia regular não me atrapalha, enquanto a qualidade superior do produto para o Instagram é uma vantagem significativa. Então, se você também não passa 12 horas por dia no Facebook, mas foca em outros recursos, talvez o iPhone SE possa ser o seu novo smartphone.