Review Poco F5 Pro | Recuperando a fama de "flagship killer"
Por Diego Sousa • Editado por Léo Müller |
É interessante ver o amadurecimento da Poco 5 anos após o Pocophone F1, considerado o primeiro "flagship killer” da marca. O Poco F5 Pro, lançamento da marca no mercado global, mantém a essência da marca ao entregar muito custando menos que os concorrentes, ainda que precise sacrificar alguns departamentos para tal feito.
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Será que vale a pena importar o Poco F5 Pro? Eu testei o novo smartphone top de linha da fabricante e conto seus pontos positivos e negativos abaixo. E se você se interessar por ele ao final, haverá links de compra para você aproveitar!
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Design muito premium — o quase
A Poco sabe exatamente onde “economizar” para manter o aspecto top de linha dos seus celulares sem trazer muitas peças refinadas. O F5 Pro é um dos bons exemplos disso, aparentando ser premium com seu corpo de vidro e peso de 204 gramas (g).
No entanto, por trazer uma moldura de plástico e certificação IP53 — que o protege apenas contra respingos d’água —, a Poco quebra um pouco a percepção inicial. Ele é mais premium que a concorrência? Não, mas, consideramos a sua proposta, dá para relevar se o seu preço final for mais baixo por isso.
O módulo de câmeras do Poco F5 Pro também é visualmente robusto, e o interessante é que a Poco consegue passar uma impressão de que o conjunto fotográfico é tão top de linha quanto parece. Além da peça grande e alta, a lente mais abaixo parece periscópica, com seu design retangular, mas é apenas macro de 2 MP.
Mesmo que a Poco tenha economizado na construção do F5 Pro, o celular manda muito bem na quantidade de tecnologias embarcadas, oferecendo sensor infravermelho, para controlar equipamentos compatíveis, suporte a carregamento sem fio de até 30 W e NFC — para pagar por aproximação. Ele também aguenta dois chips de operadora, mas carece de um slot para microSD.
Tela e som espetaculares
Acho que não é exagero afirmar que o Poco F5 Pro tem uma das melhores telas de celular que testei nos últimos meses. Aqui, não há nenhum corte, apenas um painel de 6,67 polegadas com resolução Quad HD, cores com profundidade de 12 bit, taxas de atualização de 120 Hz e taxa de amostragem de 480 Hz — o dobro do S23 Ultra.
Na prática, qualquer conteúdo exibido no Poco F5 Pro salta aos olhos. A definição impecável, as cores extremamente vivas, e a tela touch, além de visualmente fluida, é muito responsiva — só não tanto que os números indicam.
Quando uma tela de smartphone promete tanto, gosto de testar um jogo de ritmo chamado Beatstar, que requer uma tela muito ágil para registrar o toque. Ele performou muito bem, mas senti que no Galaxy S23 a experiência foi melhor, tanto na estabilidade como na resposta ao toque.
Vale mencionar que o Poco F5 Pro tem suporte a Dolby Vision e HDR10+, então a maioria das plataformas de streaming de vídeo compatíveis com os dois padrões de HDR rodará com visuais incríveis.
Completando a parte de multimídia, o sistema de som do Poco F5 Pro tem a vantagem de contar com um alto-falante localizado em cada extremidade do celular, então o som deve sair uniformemente nas duas saídas. A qualidade também é ótima, semelhante à do Edge 40 e do Galaxy A54.
Configurações de respeito
A Poco sempre reserva uma boa parte das suas apresentações para falar do hardware dos seus aparelhos, então não é novidade que esse é um dos principais destaques do Poco F5 Pro. O “cérebro” do aparelho é o Snapdragon 8+ Gen 1, processador mais poderoso da Qualcomm para o ano de 2022.
O modelo que testamos conta, ainda, com 256 GB de armazenamento interno UFS 3.1 e 8 GB de memória RAM LPDDR5, soluções mais usadas nos smartphones premium lançados em 2022. Na gringa, o Poco F5 Pro também foi anunciado com até 512 GB de armazenamento e 12 GB de RAM, o que é ótimo.
É claro que esse é o principal motor de venda do Poco F5 Pro — afinal, um aparelho que oferece o potente Snapdragon 8+ Gen 1 custando menos de R$ 2.500 não é tão comum assim. E é tudo isso mesmo que ele entrega: alta potência para quem procura um top de linha sem gastar muito.
Você deve conseguir rodar literalmente qualquer conteúdo no Poco F5 Pro sem problema, desde mensageiros instantâneos e aplicativos de redes sociais, até renderizar um vídeo diretamente no celular. Jogos das mais diversas complexidades também devem funcionar perfeitamente aqui, do básico Subway Surfers ao avançado Genshin Impact.
Um dos diferenciais técnicos do Poco F5 Pro é o sistema de resfriamento LiquidCool 2.0, que basicamente são componentes internos trabalhando para evitar que o smartphone não aqueça demais, consequentemente perdendo desempenho.
Para testar a solução, rodei o exaustivo teste do AnTuTu 9 três vezes seguidas para conferir se haveria muita diferença na pontuação final. Felizmente, não houve, e ele aqueceu bem pouco durante o processo, mostrando a eficácia do sistema de resfriamento.
Para quem curte números e comparações, o Poco F5 Pro alcançou mais de 1 milhão de pontos no teste do AnTuTu 9, somente um pouco abaixo dos modelos Galaxy S23 e S23 Ultra, ambos ultrapassando a marca de 1.200.000 pontos. Surpreendente e curiosamente, ele performou acima do iPhone 14 Pro (977.602 pontos) — mas, claro, não quer dizer que ele seja mais potente.
Sistema e interface
A interface do Poco F5 Pro é a conhecida MIUI 14, só que com algumas modificações da Poco — daí o nome Poco Launcher. A boa notícia é que o smartphone mantém os elogios que fiz à nova versão da MIUI, aparentemente mais leve e polida.
Ela ainda traz alguns detalhes que me desagradam, como a central de notificações separada do painel rápido — é o mesmo gesto de deslizar para baixo a partir do topo, só que em diferentes lugares. Além disso, o tanto de bloatwares (apps inúteis) disponíveis na Poco Launcher me pareceu superior em relação à MIUI 14 padrão.
No mais, quem já gostava da interface da Xiaomi só encontrará melhorias no Poco F5 Pro. Pessoalmente, nunca fui entusiasta das mudanças da chinesa no Android, mas, pelo menos nesta versão, o sistema me soou mais limpo.
Infelizmente, a Poco não entra muito em detalhes acerca da quantidade de atualizações do Android fornecidas aos seus aparelhos, mas assumirei que deve ser entre 2 a 3 anos, que se tornou o período mais comum no segmento premium.
Câmeras básicas para um top de linha
Como comentei acima, o Poco F5 Pro precisou economizar em alguns departamentos para reduzir o seu preço final, e um desses cortes aconteceu no conjunto fotográfico. Praticamente, só a câmera principal de 64 MP foi digna do hardware potente do aparelho, pois as outras duas foram bastante básicas.
A câmera de 64 MP produz fotos ótimas, com ótimo nível de detalhes, cores vivas e amplo alcance dinâmico (HDR). O pós-processamento de imagem equilibra muito bem a saturação e o contraste, então você não deve encontrar sombras muito escuras ou árvores estouradas.
O modo retrato do Poco F5 Pro, que também utiliza o sensor principal, é apenas básico. Aqui, o pós-processamento suaviza muito a área do rosto por padrão, deixando a foto muito artificial. Pelo menos, o desfoque e o recorte me parecem muito eficazes.
Quanto às fotos noturnas, não tenho muito do que reclamar também. Com a câmera principal, os registros ficam bem iluminados e os ruídos, controlados. Só notei um leve exagero na nitidez, principalmente em cores mais fortes.
As câmeras ultrawide (8 MP f/2.2) e macro (2 MP f/2.4) são sofríveis, registrando pouquíssimos detalhes tanto de dia quanto de noite. Na lente de ângulo mais aberto, também notei uma nitidez geralmente exagerada, para tentar parecer melhor — certamente, não funcionou.
Em vídeos, a novidade é a gravação em 8K@24fps, mérito do chipset Snapdragon 8+ Gen 1. Ele também grava em 4K@60fps com estabilização óptica de imagem, o que é ótimo. Na frontal, as filmagens são limitadas a 1080p@30fps, o que não surpreende porque é uma limitação comum tanto da Xiaomi quanto da Poco.
Bateria e carregamento
A Poco sempre se destacou pela boa autonomia de bateria dos seus aparelhos, e o F5 Pro não foi uma exceção. No nosso teste de bateria padrão, executando aplicativos de redes sociais, jogos, mensageiros instantâneos e web por cerca de seis horas, o smartphone consumiu 29%, sendo cerca de 5 horas de tela ligada no modo automático.
Comparando com o Galaxy S23, o Poco F5 Pro se saiu um pouco melhor, mas vale deixar claro que o celular da Samsung tem uma bateria 3.900 mAh, contra 5.160 mAh do modelo da Poco. Seu consumo foi similar ao Poco X5 Pro (29%), seu primo intermediário, e ao Redmi Note 12 Pro Plus 5G (25%).
Com relação ao carregamento, o F5 Pro manda muito com 67 W de potência por fio e até 30 W sem fio. De 0% a 50%, o celular demorou apenas 16 minutos, completando toda a carga em, aproximadamente, 45 minutos.
Concorrentes diretos
Com relação a preço e especificações técnicas, o maior concorrente do Poco F5 Pro vendido no Brasil é o Zenfone 9. Ambos possuem esse apelo de serem “top de linha acessível”, portanto temos configurações e tecnologias premium em corpos não muito sofisticados.
O Zenfone 9 se destaca por ser compacto, com uma ótima tela AMOLED de 5,9 polegadas. Seu desempenho, encabeçado pelo poderoso Snapdragon 8+ Gen 1, também é um diferencial, e a câmera com estabilização similar a de um gimbal também chama atenção.
Seu preço no Brasil é na faixa dos R$ 3.000, o que considero muito bom pelo conjunto entregue. É mais caro que o rival, que custa cerca de R$ 2.400, mas ele leva vantagem por ser vendido no Brasil com garantia.
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Vale a pena importar o Poco F5 Pro?
O Poco F5 Pro é um smartphone excelente que recupera a fama de "flagship killer" do popular Pocophone F1. Ele tem configurações muito potentes, tela espetacular, construção agradável e bateria de longa duração, tudo isso por cerca de R$ 2.500.
No entanto, como você já deve imaginar, o grande problema do Poco F5 Pro é sua indisponibilidade oficial no Brasil. Você até pode comprá-lo por aqui, mas ele sai por, aproximadamente, R$ 4.000, o que deixa de fazer sentido considerando a sua proposta.
Resumindo, o F5 Pro vale a pena, só que valor de importação. Mas aí você vai precisa considerar fatores como uma possível taxação de 60% do valor do produto mais multa, além de não possuir garantia nacional. É pagar para ver.