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Review Poco F4 | Manteve o que era bom no Poco F3, mas não evoluiu

Por| Editado por Léo Müller | 28 de Julho de 2022 às 18h04

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Review Poco F4 | Manteve o que era bom no Poco F3, mas não evoluiu
Review Poco F4 | Manteve o que era bom no Poco F3, mas não evoluiu

O Poco F4 é a atualização do Poco F3, grande sucesso de 2021 pelo excelente custo-benefício. O novo smartphone mantém praticamente tudo o que deu certo na geração passada, mas adicionou carregamento mais rápido, uma câmera principal melhor e um design renovado.

Vale a pena comprá-lo? Eu testei o Poco F4 por alguns dias e conto todas as minhas impressões nos próximos parágrafos!

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Construção e design

Eu já vou começar essa análise levantando uma polêmica: a Xiaomi — incluo, também, a Redmi e a Poco — sabem fazer smartphones bonitos, pelo menos no segmento de alto nível.

O Poco F4 não foge muito dessa regra. Ele é de vidro e traz um módulo de câmeras diferente, inspirado nos novos aparelhos da família Redmi. Não é nada original e completamente diferente do Poco F3, dando um ar de deslocamento, porém é bonito e elegante.

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Como o foco da linha é custo-benefício, ele corta alguns custos de produção ao manter as laterais de plástico e a certificação IP53 — para resistência contra respingos d’água — do Poco F3. Particularmente, achei justificável as ausências considerando o foco do produto.

Fora o design, que mudou bastante em comparação com o Poco F3, o F4 é muito parecido com o modelo da geração passada. As dimensões e a tela são bem similares, portanto a pegada continua ótima, embora menos ergonômica por conta das laterais totalmente retas.

Outra semelhança está na ausência da entrada para fones de ouvido, algo cada vez mais comum nos smartphones mais premium, e do carregamento sem fio, o que é uma pena. Pelo menos, há som estéreo neste modelo — e com uma ótima qualidade, diga-se.

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O leitor de digitais continua na lateral e tem uma atuação apenas mediana. Curiosamente, não é tão rápido e preciso quanto o do Poco F3, apesar de possuir hardwares parecidos. Além disso, já era horar de transportar o sensor biométrico para a tela.

O Poco F4 que testamos veio com suporte ao NFC, para habilitar pagamentos por aproximação, e infravermelho, este que serve para controlar televisão e outros eletrônicos compatíveis com o smartphone.

Tela

A tela do Poco F4 tem as mesmas 6,67 polegadas do Poco F3 com resolução Full HD estendida e painel AMOLED. Para a sua faixa de preço, é um dos melhores displays para consumir qualquer tipo de conteúdo, principalmente filmes e séries por conta do suporte a HDR10+ e Dolby Vision.

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A Poco diz que o F4 entrega um pico de brilho de 1.300 nits, o que também é ótimo para a categoria. No entanto, utilizando-o sob forte luz do Sol não consegui ter uma visualização tão superior para os padrões intermediários. Os novos Galaxy A53 e A73, por exemplo, têm atuação superior.

A taxa de atualização de 120 Hz está presente, e você consegue tanto deixar o sistema decidir a frequência da tela conforme o conteúdo, o que deve consumir menos energia, quanto travar em 60 Hz ou 120 Hz. Não preciso nem comentar que a navegação é fluida, mesmo em cima da pesada MIUI 13.

Para quem gosta de jogar muito no celular, o Poco F4 tem taxa de toque de 360 Hz — quanto maior o número, mas rápido será o registro das suas ações no aparelho. Para comparação, o Galaxy S22 Ultra, principal topo de linha da Samsung, oferece 240 Hz de touch sampling rate.

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Configurações e desempenho

Internamente, o Poco F4 é praticamente idêntico ao Poco F3. O que o comanda é o Snapdragon 870 5G, um chipset topo de linha mais acessível da Qualcomm também presente no Motorola Edge 20 Pro, vendido oficialmente no Brasil.

Eu já usei outros aparelhos equipados com esse modelo no passado, e é ótimo ver que ele continua excelente hoje em dia. Não há quase nada que você não conseguirá rodar nele com excelência, seja jogos mais desafiadores, editores de imagem e vídeo, redes sociais e mensageiros.

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Call of Duty: Mobile ainda funciona perfeitamente por aqui mesmo com gráficos no máximo, assim como Asphalt 9. Genshin Impact, por outro lado, já demanda demais da GPU, portanto a jogatina só é boa com configurações médias e baixas. Compartilho o mesmo com Diablo Immortal, que rodou bem em 60 Hz e imagens detalhadas.

Interessante observar que o desempenho do Poco F4 em jogos foi consistente na maioria do tempo, mostrando que a estrutura de dissipação de calor do aparelho funciona bem. Ele esquentou um pouco mais em Diablo Immortal, mas acredito que seja mais por conta da má otimização do jogo.

No dia a dia, também não tive nenhum problema com o Poco F4; a instalação e a alternância entre apps são feitas com extrema velocidade, cortesia dos 8 GB de RAM no padrão LPDDR5 e 256 GB de armazenamento UFS 3.1. Surpreendentemente, nem a MIUI 13 travou nos meus testes, uma vitória.

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O único problema que tive com o Poco F4 foi o aplicativo do Instagram, que simplesmente não me deixou realizar login. Eu achei que fosse da própria rede social, porém consegui entrar em outros celulares que usei. Pode ser que a última atualização do aparelho tenha vindo com alguns problemas de compatibilidade.

Sistema e usabilidade

Por falar na interface, o Poco F4 roda a Poco Launcher, uma modificação em cima da MIUI 13.0.4, sobre o Android 12. O modelo que testei recebeu o pacote de segurança de junho de 2022 durante os testes.

Embora ainda seja baseada da problemática MIUI, a Poco Launcher é um pouco mais agradável para mim. A experiência parece levemente mais fluida, apesar de ainda trazer muitas opções e caminhos pouco úteis.

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No entanto, ainda estamos falando da mesma aparência confusa e ultrapassada que vemos há bastante tempo. Os ícones coloridos batidos, as configurações bagunçadas, os anúncios em algumas janelas, os inúmeros apps pré-instalados… tudo continua aqui.

Uma coisa que eu sempre elogio na MIUI é o menu de aplicativos dividido por categorias. Pode parecer algo bem pequeno no dia a dia, mas, para quem instala bastante coisa no celular, pode ajudar muito.

Normalmente, os celulares mais premium da Xiaomi recebem duas grandes atualizações do Android. Considerando que o Poco F4 chegou com o Android 12, a expectativa é que ele seja atualizado até o futuro Android 14, sem contar com três anos de updates de segurança.

O problema é a periodicidade dessas atualizações, que não costumam ser muito comuns no portfólio da Xiaomi.

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Câmeras

A Poco nunca se destacou no departamento fotográfico e o F4 não é exceção. A câmera principal de 64 MP com OIS é a principal novidade do aparelho em relação ao F3, que tinha um sensor básico de 48 MP. As gravações são as mais beneficiadas, pois entregam registros em 4K a 60 quadros por segundo (fps), estreante na linha.

Eu só esperava que a estabilização óptica de imagem (OIS) estivesse mais presente. Mesmo percebendo que a tecnologia estava ali para manter a gravação mais estável, me pareceu muito artificial em muitos momentos, como se fosse estabilização digital.

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Com relação à fotografia, esse sensor praticamente é o único que presta no Poco F4, ainda com ressalvas. O modo retrato tem imperfeições no desfoque, o pós-processamento não é consistente, trabalhando não muito bem com a exposição.

A câmera ultrawide de 8 MP é bem simples e serve apenas para fotografar em excelentes condições de luz. Você ainda verá cantos meio distorcidos e com cores lavadas, mas dá para o gasto. Já a macro é inútil, sem muito o que acrescentar.

Amostras de imagens das câmeras do Poco F4

Bateria e carregamento

O Poco F4 tem uma bateria de 4.500 mAh, a mesma F3. Ela tem uma atuação apenas bem abaixo de outros modelos similares, como S20 FE 5G e Edge 30, porém considero uma autonomia aceitável.

No nosso teste padrão de Netflix, com três horas de reprodução de streaming, conectado ao Wi-Fi, e com e brilho em 50%, o smartphone consumiu em torno de 25%, acima dos intermediários Galaxy A53 e A73, S20 FE 5G e Edge 30.

Já em jogos, o Poco F4 gastou 25% com apenas uma hora de Diablo Immortal, o que daria uma estimativa total de jogatina de quatro horas. Novamente, não é excelente, porém está na média dos seus principais concorrentes.

Se na duração de bateria o Poco F4 não impressiona, no carregamento a coisa muda um pouco. Ele tem suporte para fast charging de 67 W de potência, e o carregador compatível vem na caixa. Você consegue uma recarga completa em cerca de 45 minutos, média excelente.

Som

O sistema de som do Poco F4 é bem completo e superior à maioria dos intermediários premium que testei nos últimos meses.

São dois alto-falantes estéreos que produzem um som encorpado, cristalino e sem muitas distorções no volume máximo. Ele também traz Dolby Atmos que faz uma diferença gritante quando está ativado, além de algumas opções pré-definidas de equalizações.

Concorrentes diretos

O Poco F4 não é vendido oficialmente no Brasil, mas pode ser encontrado facilmente em lojas como AliExpress. Seu preço médio é surpreendente para o que oferece: entre R$ 1.800 e R$ 2.000, dependendo da configuração.

É claro que você precisa considerar, ainda, possíveis taxas de importação e o fato de não haver garantia no Brasil, mas ele é talvez o melhor custo-benefício do momento se você for pensar apenas nas especificações.

Por aqui, um modelo equivalente ao Poco F4 é o Galaxy S20 FE 5G, da Samsung. Ele é idêntico ao popular S20 FE, de 2020, mas com suporte à nova rede móvel, disponibilizado pelo chipset Snapdragon 865 5G. Ainda é um ótimo modelo, apesar de perder para o Poco F4 em desempenho.

Seu preço, no entanto, é um pouco superior, custando em torno de R$ 2.200. No entanto, ele já vem com garantia da Samsung de um ano, além de todo o suporte de atualizações que a sul-coreana promete.

Pouca evolução

Não dá para dizer que o Poco F4 seja um aparelho ruim porque ele basicamente pegou o projeto do ótimo Poco F3 e adicionou alguns detalhes para dizer que se trata de uma nova geração.

O design renovado, o carregamento ultrarrápido de 67 W e a câmera principal de 64 MP e OIS são as maiores vantagens do novo modelo em relação ao F3. De resto, trata-se do mesmo ótimo conjunto que vimos há um ano.

Ou seja, se você já possui um Poco F3 e estiver se perguntando se vale a pena fazer o upgrade para o novo aparelho, a resposta é não. Agora, se você estiver em dúvida entre um e outro, melhor apostar direto no Poco F4, pois o preço continua bem bacana para todas configurações que entrega.

Aposto que será um dos mais procurados para importar, assim como seu irmão foi.