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Pix é cilada? Correios, Uber e outros destaques da tecnologia na semana

Por| 30 de Outubro de 2020 às 07h00

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Canaltech
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Não era amor, era cilada?

O meme que você vê abaixo já faz parte da galeria de sabedoria popular digna da internet. E, para surpresa de ninguém, o fato é que o Pix pode não ser aquela maravilha toda que o Banco Central e outros bancos vêm prometendo. Isso porque a plataforma do BC pode a cobrança de uma alíquota de cerca de 0,2% em cima das transações feitas nela, o chamado "CPMF Digital". E pode sobrar para a gente.

O "CPMF Digital" nada mais é que ressurreição da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), criada em 1996 e que dessa vez deve incidir sobre as transações financeiras digitais. O imposto foi incluído na reforma tributária pelo ministro da Economia Paulo Guedes. A ideia é que o tributo incida entre 0,2% e 0,4% sobre as transações financeiras que acontecem de forma digital. E isso inclui operações em e-commerces, por exemplo, e, claro, o Pix.

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Com isso, ainda que usar o Pix continue mais barato que enviar um DOC ou TED, para as empresas o tributo sairia mais caro e, claro, esse custo seria repassado para quem? Yeap... para nós. E, além disso, há risco de bitributação no pagamento de concessionárias, ou seja, serviços de telefone, luz, água e internet, entre outros.

Estava bom demais para ser verdade...

Antes tarde do que nunca, Correios

E eis que finalmente os Correios trouxeram ao Brasil uma novidade que uma de suas pretendentes no processo de privatização, a Amazon, já usa há anos. A estatal inaugurou no Distrito Federal o seu serviço de locker - aqueles armários inteligentes e usados para entrega de encomendas.

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Gratuito, os lockers prometem ser bastante úteis para pessoas que enfrentam problemas de entrega em seus endereços ou para aqueles momentos em que não há ninguém em casa para receber uma encomenda. Além disso, os Correios ainda planejam lançar outros nove lockers no Distrito Federal até janeiro de 2021, bem como outros 53 no estado do Rio de Janeiro até fevereiro do ano que vem.

Para utilizar o terminal de autoatendimento, os destinatários precisam se cadastrar no IdCorreios, por meio do site ou aplicativo (Android e iOS). Ao realizar compras online ou para receber alguma postagem, é necessário indicar o CEP do locker (71570-989), e o CPF ou CNPJ do destinatário, no campo “complemento” do endereço de destino.

Quando a encomenda for acondicionada em um dos compartimentos do locker, o destinatário receberá, por e-mail ou pelo aplicativo dos Correios, uma notificação com o código de acesso. O cliente tem três dias para fazer a retirada da encomenda. Para isso, basta digitar o código recebido na tela sensível ao toque do terminal e o acesso ao armário correspondente e o pacote poderá ser retirado. A capacidade de distribuição é de até 40 objetos por dia - ou seja, cada terminal tem compartimentos - sendo que o serviço estará disponível ainda em fins de semana e feriados.

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Desgraça pouca é bobagem, Uber

Se existe uma empresa que não tem um minuto de paz, essa é a Uber. A "treta" da vez agora é um processo que a companha está sofrendo por, supostamente, discriminar motoristas que não são brancos. A ação se concentra no seu sistema de classificação por estrelas, que permite aos passageiros pontuar os motoristas em uma escala de um a cinco, o que pode levar ao descadastramento dos condutores da plataforma, caso os mesmos não mantenham uma classificação alta o suficiente.

O processo, aberto na última segunda-feira (26), diz que os motoristas não brancos costumam ser expulsos da plataforma, mesmo quando as queixas parecem ser racistas. A ação coletiva proposta foi apresentada em um tribunal federal no Distrito Norte da Califórnia, em nome do ex-motorista do Uber Thomas Liu. Ele acusa o Uber de violar a Lei dos Direitos Civis dos EUA.

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As reclamações dos motoristas sobre o sistema de avaliação não são recentes. Há muito, eles se queixam de serem expulsos da plataforma do Uber por baixa audiência ou por coisas que não fizeram, como direção imprudente ou bebida alcoólica. Eles são mal avaliados até mesmo pela forma como falam ou se vestem.

A ironia da coisa toda é que a maioria dos motoristas do Uber nos Estados Unidos é formada pessoas de cor, segundo dados divulgados pela empresa. Um estudo separado da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, descobriu que 78% dos motoristas de Uber e Lyft em San Francisco são pessoas de cor. Um porta-voz da companhia disse que a empresa tomou medidas para reduzir o preconceito em sua plataforma, como pedir mais informações aos passageiros caso eles avaliem os motoristas com menos de cinco estrelas. Além disso, a companhia removeu as classificações referentes a problemas fora do controle dos condutores, como tráfego. O representante também chamou o processo de Thomas Liu de "frágil".

Político é igual em todo lugar do mundo...

A aguardada audiência das Big Techs nesta quarta-feira, no senado dos EUA - com a participação de Mark Zuckerberg (Facebook), Sundar Pichai (Google) e Jack Dorsey (Twitter) - não trouxe grandes novidades para o debate. A ideia da sessão era discutir a reforma da Seção 230 da chamada Lei de Decência das Comunicações e que, basicamente, protege as companhias que administram redes sociais de responsabilidade sobre os conteúdos que seus usuários publicam. No entanto, se há políticos no recinto, é sempre recomendável esperar algum tipo de papelão por parte deles.

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E, bingo! Foi exatamente o que aconteceu na audiência. O que se viu foi uma briga política entre os senadores que, além de atacar as empresas, também aproveitaram para se atacar. Boa parte dessas ofensivas mútuas foi motivada pelas posições antagônicas entre os senadores republicanos e democratas. Os senadores republicanos usaram a maior parte do tempo da audiência para acusar as empresas de censura seletiva contra conservadores. Já os democratas se concentraram, principalmente, nas ações insuficientes contra a desinformação que interfere nas eleições.

E o CEO do Twitter, Jack Dorsey, foi o alvo da vez. Entre os "enquadros" que ele tomou, destaque para o do senador republicano Ted Cruz:

“Quem diabos o elegeu e o colocou no comando do que a mídia tem permissão para relatar e o que o povo americano pode ouvir?”, indagou Cruz, referindo-se à decisão da plataforma de bloquear histórias (bem suspeitas) do jornal New York Post sobre Hunter Biden, filho do candidato presidencial democrata Joe Biden. 
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Já o senador democrata Brian Schatz disse que não tinha perguntas, chamando a audiência de “absurda”. Segundo ele, “isso é bullying e é para fins eleitorais”. Outros democratas, incluindo Tammy Baldwin, Ed Markey e Amy Klobuchar, também disseram que a audiência foi realizada para ajudar no esforço de reeleição do presidente Donald Trump.

Enquanto isso, Trump, que alega que as vozes conservadoras foram sufocadas pelos administradores das redes sociais, tuitou “Revogação Seção 230!” durante a audiência. Sim, ele usou o Twitter para isso, a plataforma mais atacada pelos senadores republicanos.

Enfim, a hipocrisia...

"Não sabe brincar, não desça pro play", diz WhatsApp

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Nesta quarta-feira (28), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o WhatsApp anunciaram os resultados preliminares da plataforma de denúncia de contas suspeitas de disparos de mensagens em massa. Os números foram obtidos a partir do Programa de Enfrentamento à Desinformação, espaço de denúncias criado a partir de uma parceria feitas entre o TSE e o serviço de mensagens. O objetivo é para combater a viralidade e as notícias falsas nas Eleições 2020 no Brasil, cujo pleito ocorre em 15 de novembro.

Segundo dados anunciados pelas duas entidades, o WhatsApp baniu 35% das contas válidas enviadas pelo TSE e que estavam sob suspeita de propagar desinformação, violando os termos de serviço do mensageiro, em um total de 256 perfis. Além disso, do total de contas banidas, mais de 80% foram derrubadas de forma proativa e automática pelo sistema de integridade do WhatsApp, antes mesmo de serem reportadas.

O período analisado foi entre 27 de setembro a 26 de outubro. O canal do TSE recebeu 1037 denúncias, sendo 17 descartadas por não estarem relacionadas às eleições. Os dados foram enviados ao WhatsApp para verificação se as contas indicadas violaram seus Termos de Serviço.

Após uma primeira etapa de revisão, o WhatsApp identificou números duplicados e inválidos (sem uma conta válida do messenger atrelada). Feita essa primeira verificação, restaram 720 contas válidas. Deste total, 256 (os 35% citados acima) foram banidas por não saberem brincar no play.

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Mas não se enganem: ainda tem muita fake news rolando Zap afora. Fiquem atentos. E de denunciem!

E a torta de vacilo da semana vai para...

David Barret. Você, muito provavelmente, não conhece o dito cujo, mas ele é o CEO da Expensify, uma empresa de software dos EUA e que desenvolve um sistema de gerenciamento de despesas de negócios.

Pois bem, eis que o executivo, empolgado com as eleições presidenciais norte-americanas, que acontece no próximo dia 3 de novembro, resolveu enviar, cerca uma semana atrás, um e-mail para os seus dez milhões de clientes, incentivando-os a votar em Joe Biden, o candidato democrata, que concorre contra Donald Trump, que tenta a reeleição. A mensagem dizia:

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"Se você é um cidadão americano, qualquer coisa menos do que um voto em Biden é um voto contra a democracia. Um voto em Trump é endossar a supressão do eleitor, realmente é muito básico."

Bom, qualquer executivo com alguma noção empresarial sabe que dinheiro não escolhe partido. Logo, separar negócios de preferências políticas é o mínimo que se espera de alguém no comando de uma companhia.

A reação à mensagem de Barret foi rápida. Funcionários da Expensify disseram ao Business Insider (que traz a história completa aqui - em inglês) que o e-mail provocou uma onda de críticas severas à empresa nas redes sociais e em seu portal de atendimento ao cliente. Os funcionários disseram que foram inundados com comentários negativos, às vezes "abusivos" de clientes, bots e muitos outros que estão criando contas no Expensify e se fazendo passar por clientes indignados.

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E, ainda que os funcionários da Expensify tenham dito que uma quantidade mínima de clientes entrou em contato para cancelar os serviços da empresa, o salseiro ainda estava por vir. Nos sete dias desde que o e-mail foi enviado, os leads de vendas dispararam 200% para um concorrente do Expensify chamado Emburse. A principal razão pela qual os clientes do Expensify disseram que estavam mudando, segundo um executivo da rival, foi que eles foram desencorajados pela flagrante "invasão de privacidade".

Bem, amiguinhos, a lição que fica é: nunca misture negócios com política. Ainda mais quando a sua mensagem chama qualquer um que não votar no seu candidato de preferência de anti democrata.

E para rir um pouco (ou muito)

Criadores do lendário South Park, Matt Stone e Trey Parker, em parceria com o ator Peter Serafinowicz, criaram uma das melhores coisas da internet em 2020: uma série - porque esperamos que isso vire uma série - chamada Sassy Justice, totalmente desenvolvida em deepfake.

As descrições oficiais dos conteúdos revelam que Fred Sassy é "um defensor do consumo americano e repórter do Cheyenne News, uma estação de TV local em Cheyenne [...] Em seu programa semanal, Sassy Justice, Fred vai para a batalha pelo homem comum em sua cidade natal." Em resumo: nonsense total e irrestrito.

A atração satiriza Donald e Ivanka Trump, o conselheiro sênior do presidente Jared Kushner e os atores Michael Caine e Tom Cruise (de certa forma). Mas a cereja do bolo fica por conta da aparição de Mark Zuckerberg em um engraçadíssimo infomercial, onde ele se autointitula "O Rei da Diálise".

Assista logo abaixo (em inglês):